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História Remember Me - Fim


Escrita por: Helpyou

Notas do Autor


Eu abri o editor com a ideia de começar a escrever o capítulo novamente, já que eu havia perdido-o, e adivinhem? ELE ESTAVA LÁ!

PORRA!

Mas ele é meio triste, eu chorei um pouquinho na metade dele.

Capítulo 5 - Fim


Remember Me.

Capítulo Cinco.

Fim.

Eu finalmente busquei nosso presente de noivado na casa de sua mãe, depois de quatro meses adiando esse momento, fui recebido com abraços e beijos por parte dela, seu pai estava infurnado no trabalho como sempre, ela me serviu aquele chá maravilhoso que eu amo e aquele bolo de abacaxi que só ela sabe fazer.

Conversamos sobre meu trabalho, sobre a proposta para ir trabalhar em uma clínica internacional, e o convite da universidade para me ter como professor, também falamos sobre o que ela andava fazendo, e sobre você, obviamente, todo final de assunto acabava em você, sobre o que você diria, o que faria ou como comemoraria, acabamos um pouco emocionados.

Se você quer saber, nosso apartamento mudou um pouco, quase nada, troquei alguns móveis que estavam desbotando e aquele sofá do seu ateliê eu mandei trocarem a capa, o estofado está mais macio, escolhi azul turquesa, ficou bonito, aliás, pintei as paredes de lá também, do jeito que você sempre quis, mas nunca tínhamos tempo para isso.

Seus quadros estão todos espalhados pelas paredes do apartamento, eu sinto uma nostalgia tão boa ao me lembrar das vezes em que você estava pintado-os. Eu sinto como se tivesse parado o tempo para sempre, pelo menos ali dentro.

Nosso quarto não mudou em nada, suas roupas continuam na sua parte do guarda roupa, seus perfumes e cosméticos ainda ocupam o armário do banheiro, semana passada lustrei seus sapatos novamente, estão brilhando, também aproveitei para colocar aquela roupa de cama que você adora.

Eu troquei alguns eletrodomésticos da cozinha, os antigos vendi em um site da internet, ganhei um bom dinheiro com isso, não que eu realmente estivesse necessitado, aliás, meu salário aumentou.

Vou confessar, foi um pouco difícil fazer café novamente, mas agora eu já não sinto aquela dor enorme, pra ser sincero me sinto bem, gosto de ir até o ateliê e me sentar no sofá para observar o nosso presente de noivado, ficou lindo, de verdade.

O cheiro de canela e tinta diminui, quase nem consigo senti-lo, hoje antes de ir trabalhar eu abri uma lata de tinta do seu ateliê, espero que não fique irritado, eu tampei-a novamente para não secar, o cheiro me deixou mais animado, vou passar no mercado antes de ir para casa, irei comprar o que falta e um pacotinho de canela.

Outra boa notícia é que consigo dormir em nosso quarto sem você, me sinto vazio, mas mesmo assim completo, é complicado explicar, acho que vazio por você não estar mais ali, e completo por saber que um dia esteve, talvez consiga entender dessa forma.

Infelizmente perdi o contato com nossos amigos, alguns mudaram de cidade por culpa do emprego e outros simplesmente montaram suas famílias, um exemplo disso é Jin e Namjoon, adotaram um menino, conheci ele, e sabe, deram o seu nome em homenagem, é um bom garoto, tem dez anos, durante o tempo que mantive contato com eles, Jungkook insistia em vir aqui, adorava esse lugar.

Eu posso dizer que está tudo bem, e quase está, mas falta você aqui, mesmo que seja injusto, eu te culpo um pouco por ter me deixado, mas entendo que você lutou, me lembro daqueles meses em que pouco a pouco você foi se debilitando, primeiro não pôde mais andar, depois seus braços perderam a força, não conseguia falar direito e no fim precisou de equipamentos para lhe manter respirando.

Mas você não esqueceu mais de mim, lembrou-se de nós até o final e todas as vezes que me via sorria e sussurrava meu nome. Você não imagina o quanto sou grato por esses momentos, mesmo que eu tenha morrido junto a você quando partiu, eu ainda te amo, e não consigo seguir em frente, peço que me perdoe por isso.

No dia 23 de setembro, às três da tarde, o telefone tocou. Eu estava com Yoongi em casa, descansando, Jin havia insistido muito para isso, eu atendi o telefone, a voz de Hoseok estava ansiosa: "Eu tenho uma péssima notícia, é realmente, uma péssima notícia." Ele parecia segurar o choro: "O Jungkook faleceu."

No primeiro momento, recusei-me a entender. Jungkook não era ninguém, não era o meu Jungkook. "Faleceu", disse a voz de Hoseok. Essa palavra é um nojo. Faleceu significa apenas um trâmite: "Uma notícia péssima", dissera Hoseok. E o que ele sabe? O que sabe de como uma notícia péssima pode destruir o futuro e o rosto, e o tato, e o sonho? O que ele sabe, hein? A única coisa que ele sabe é dizer: "faleceu", algo tão insuportavelmente fácil assim. Seguramente, estava dando de ombros. E isso também é um nojo. Foi por isso que cometi algo tão horrível. Com a mão esquerda arranhei a pele de minha coxa e com a direita aproximei o fone da minha boca e disse lentamente: "Por que não vai à merda?" Não me lembro bem. Parece-me que ele perguntou várias vezes o que eu havia dito, mas eu também repeti várias vezes.

Então Yoongi me tirou o telefone e falou com ele. Creio que gritei, resfoleguei, disse bobagens. Mal conseguia respirar. Foi naquele momento que tomei consciência da presença de meu irmão mais novo, ele me segurou quando perdi a força nas pernas, dizia que havia sido um choque emocional, e então a voz de Jin me chamando preocupado.

Todos diziam "faleceu", porque isso soou tão ridículo, tão frio, tão distante de você, Jungkook.

Então, quando me vi sozinho em meu quarto, quando até Jin me retirou o consolo do seu silêncio, movi os lábios para dizer: "Morreu. Jungkook morreu" porque morreu é a palavra, morreu é o desmoronamento da vida, morreu vem de dentro, traz a verdadeira respiração da dor, morreu é o desespero, o nada frígido e total, o abismo puro e simples, o abismo.

Então, quando movi os lábios para dizer: "Morreu", vi minha imunda solidão, isso que havia restado de mim, que era bem pouco. Com todo o egoísmo de que dispunha, pensei em mim mesmo, no remendado ansioso que eu agora passava a ser. Mas, ao mesmo tempo, essa era a mais generosa forma de pensar em você, de te imaginar. Porque até o dia 23 de setembro, às três da tarde, eu tinha muito mais de você do que de mim.

Por isso, quando movia os lábios e dizia: "Morreu", eu me sentia trespassado, despojado, vazio, sem mérito. Alguém tinha vindo e decretado: " Despojem esse sujeito de quatro quintas partes do seu ser." E me haviam despojado. O pior de tudo é que esse saldo que agora sou, essa quinta parte de mim mesmo em que me transformei, continua tendo consciência, no entanto, de sua pouquidão, de sua insignificância. Restou-me uma quinta parte dos meus bons propósitos, dos meus bons projetos, das minhas boas intenções, mas a quinta parte que me restou da minha lucidez é o bastante para eu me dar conta de que isso não serve. 

A coisa acabou, simplesmente.

Eu não quis ir ao seu enterro, não quis lhe ver morto, porque era uma desvantagem indecorosa. Que eu te visse e você, não. Que eu te tocasse e você, não. Que eu vivesse e você, não. 

Me lembro de você andando pelo pátio do hospital, virando-se de costas e me dedicando um gesto. O último, o último, o último gesto. Chorei e me agarrei a ele.

Agora meus lábios se movem para dizer: " Morreu. Jungkook morreu", e a certeza está extenuada, a certeza é uma coisa impudica, indecorosa, que nada tem a fazer aqui.

"Escrevo aqui no presente para que no futuro seus olhos possam lembrar de mim, quando sua mente me esquecer. Daqui a 50 anos eu ainda vou saber seu nome e vou me lembrar de todas as vezes que você me fez sorrir. Na minha memória, tão congestionada - e no meu coração - tão cheio de marcas e poços - você ocupa um dos lugares mais bonitos."

Foram essas as palavras que você me dedicou em sua última carta aos vivos, essas palavras que permanecerão comigo até o fim, até daqui cinquenta anos. 


Notas Finais


Esse é o final.
Desculpe decepcionar quem imaginou que Jimin escreveria o trecho da sinopse, mas foi o Jungkook já ciente de sua morte.


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