História Remember Me - Limite

Alguns dias mais tarde Sasuke recebeu alta do hospital, após os exames chegarem e ele melhorar consideravelmente de sua cirurgia, assim que chegamos ele estranhou pois para ele aquela era apenas a sua casa, mas avisei que morávamos juntos.

Sasuke ficou um tanto estranho depois disso, ele perguntava direto porque morávamos juntos e eu apenas dizia porque sim, era irritante o fato dele não se lembrar de mim e ter que ficar explicando essas coisas que era óbvio para mim sem deixar que ele descobrisse que na realidade éramos casados, me deixava exausto.

Kyouya vinha até nossa casa quase todos os dias, como Sasuke estava de atestado ainda, eu tinha que ir para a empresa sozinho por enquanto, mas as coisas estavam cada vez piores, Sasuke continuava a me tratar friamente, ele não conseguia acreditar que éramos melhores amigos, e se afastava cada vez mais de mim, isso machucava muito, pois ele não me dizia nada, me tratava friamente e vivia dando desculpas para sair por ai, eu me sentia ainda mais sem saber o que fazer naquelas situações, sem falar que estávamos começando a brigar, nunca brigávamos quando estávamos em casa, muito menos na empresa, desde que nos casamos, desde que todo aquele inferno acabou não brigamos mais, e agora brigar com ele passava a ser estranho e arrasador para mim.

-Já disse para não ficar perguntando para onde vou, você não manda em mim Naruto! – Exclamou ele descendo as escadas de casa pronto para sair.

-Mas você ainda está de atestado, Sasuke! E eu estou perguntando porque me importo com você! – Exclamei de volta irritado, Sasuke se voltou para mim ainda mais irritado.

-Não pedi para se preocupar comigo, como você é irritante! – Gritou me fazendo parar no meio do caminho surpreso – Você não é minha mãe muito menos minha esposa para ficar em cima de mim desse jeito! Me deixe em paz de uma vez ou eu saio dessa casa! – Exclamou e saiu porta da frente a batendo em seguida, fiquei encarando a porta pasmo, ele tinha me chamado de irritante?

Suspirei e me sentei no braço do sofá, ele estava me tratando como ele sempre tratava todo mundo do colégio, isso não podia ser pior, mordi o lábio inferior, o que eu iria fazer para mudar isso? Eu precisava fazer alguma coisa para fazer Sasuke confiar em mim, mas não sabia o que eu poderia fazer para mudar isso, grunhi e me joguei no sofá exausto, minha cabeça doía direto, eu tomava remédios todos os dias por conta disso, e passava quase a noite toda acordado sem conseguir dormir, porque ele chega tarde em casa ou porque estou pensando em algum modo de fazer com que ele recupere sua memória.

Olhei no relógio e bufei, tinha que voltar para a empresa logo que o meu horário de almoço estava acabando e tinha reuniões para assistir, estalei a língua e me levantei do sofá, fui em direção ao quarto e me arrumei, quinze minutos depois descia dos quartos e ia em direção a saída, quando meu telefone começa a tocar, quando olhei o número senti um frio na espinha.

-Alô? – Logo atendi enquanto abria a porta da saída de casa.

-Bom dia senhor Uzumaki, tem alguém que quer muito falar com o senhor... – A mulher do outro lado da linha murmura e parecia sorrir, pelo tom de sua voz, parei na calçada quando ia em direção ao meu carro, segundos depois ouvi uma voz mais aguda, de criança.

-Papai! Quando você vai vir me ver novamente?! – Ela gritava do outro lado do telefone, bastante animada por estar falando no telefone, nisso vi Sasuke chegando novamente com seu carro novo, ele saiu e olhou para mim, sorri deixando uma lágrima rolar por meu rosto sem que eu conseguisse segurar.

-Oi meu amor, logo vou ir vê-la está bem? Esses dias foram bastante corridos por aqui, mas eu prometo que irei vê-la e ainda levarei um presente enorme para você, tudo bem? Você está se comportando bem? – Perguntei e me escorei na porta do carro enquanto mordia o lábio inferior tentando não deixar que algum soluço escapasse, Sasuke me olhava com o cenho franzido e isso não ajudava em nada, mas eu simplesmente não conseguia parar de chorar ao ouvir aquela voz animada e tão feliz me chamando de papai.

-Quando o papai vier eu vou te mostrar o desenho que eu fiz da gente...qual o presente que vai trazer? – Perguntou ela rindo, eu engoli em seco e sorri.

-É uma surpresa, quando o papai conseguir ir até você eu irei levar o seu presente, mas você precisa prometer que irá ser legal com todos seus amigos e que irá guardar com carinho o seu desenho, quando o papai for aí para vê-lo ele vai colocar em um quadro bem bonito e colocar na parede de casa, tudo bem? – Falei e ela riu concordando.

-Então vou fazer outros desenhos para que o papai coloque na parede! – Disse ela e em seguida ouvi sua voz se distanciar rapidamente, ouvi uma risada da mulher.

-Senhor Uzumaki? – Chamou a mulher na linha, nisso solucei baixinho e fiz um barulho para avisar que ainda estava na linha – Ela foi fazer mais desenhos, espero que esteja tudo bem com vocês, fiquei sabendo sobre o acidente de seu marido... – Disse a mulher que cuidava das crianças no orfanato.

-Está, está tudo bem...ela sabe? – Perguntei e a mulher suspirou no telefone.

-Não, por sorte ela estava dormindo quando passou o documentário, mas devo dizer que não demore para vir...infelizmente há muitas famílias dispostas a adota-la também, descobri isso enquanto estava vasculhando os papeis da minha chefe – Falou ela e isso me decepcionou ainda mais.

-Sério? – Mordi o lábio inferior e suspirei – Eu entrarei em contato assim que conseguir ir até aí, obrigado por me avisar sobre isso... – Falei e ela confirmou.

-Espero que vocês consigam adota-la senhor Uzumaki, ela parece realmente amar vocês, e não seria bom se outra família acabasse a adotando – Disse a mulher, eu segurei um novo soluço e com a voz um pouco embargada agradeci e desliguei, droga, tentei secar minhas lágrimas e levantei minha cabeça, vendo Sasuke ainda parado mais à frente me encarando e estranhado o meu choro.

-Aconteceu alguma coisa? – Perguntou ele com cenho franzido, olhei para ele por alguns segundos e ri levemente.

-Não Sasuke...não aconteceu nada...estou voltando para a empresa, mais tarde volto... – Falei e destravei o carro entrando em seguida, sequei mais algumas lágrimas e dei partida dando a volta no grande chafariz e saindo pelo portão preto seguindo meu caminho para a empresa.

Meu coração estava apertado e eu não sabia quanto tempo mais iria aguentar, ainda mais depois de ouvir aquela voz tão perfeita da segunda pessoa mais importante para mim, que nasceu nessa vida apenas para ser minha filha, e agora corria o risco de perder essa chance e de vê-la ser adotada por outra família, soquei o volante com raiva, por que isso tinha que acontecer logo agora?! Porque Deus tinha que me castigar tanto assim? O que eu tinha feito para receber tudo isso?!

Suspirei limpando novas lágrimas, o que estava pensando? Deus não tinha nada a ver com isso, isso era apenas mais um difícil degrau que eu tinha que subir, um difícil e quase impossível degrau a ser escalado.

Estacionei o carro na garagem da empresa e saí do carro colocando meus óculos escuros, estava com o rosto inchado por ter chorado e por isso não queria que ninguém me visse dessa forma e começassem com comentários idiotas e inúteis sobre isso.

Entrei pelas portas duplas de vidro e segui meu caminho, dei boa tarde para as pessoas que passavam por mim, entrei no elevador e logo que as portas se fecharam meu celular tocou novamente, olhei para a tela e sorri levemente atendendo.

-Kyouya... – Murmurei e ele suspirou.

-Você está chegando na empresa? – Perguntou e eu sorri de lado.

-Já cheguei na verdade, estou no elevador indo para minha sala, porque? – Perguntei, ele suspirou aliviado.

-Só para saber...estou indo até você, precisamos conversar – Falou e pelo tom de voz ele parecia aborrecido com alguma coisa, suspirei.

-Tudo bem, estarei te esperando... – Comentei e desliguei, nisso as portas do elevador se abriram e eu saí indo em direção a sala presidencial, nisso minha secretária veio me acompanhar até a sala – O que temos para agora? – Perguntei entrando na sala.

-Tem uma confederação para daqui duas horas, nesse exato momento o senhor tem apenas os documentos das ações para ver e assinar – Falou ela, bufei, isso era trabalho de Sasuke.

-Tudo bem, logo meu amigo chegará, seu nome é Kyouya, assim que chegar deixe-o entrar – Falei e ela confirmou.

-Sim senhor, precisará de mais alguma coisa? – Perguntou ela e eu neguei a dispensando, me sentei na cadeira presidencial e relaxei levemente, meus ombros estavam tensos e minha cabeça recomeçava a doer, fiz uma careta e retirei de dentro de uma das gavetas da mesa um comprimido para dor, tomei rapidamente com um pouco de água que tinha na jarra em uma mesinha de vidro ao lado de minha mesa, me sentei novamente na cadeira e abri a primeira pasta de documentos começando a dar uma olhada, adiantaria o trabalho até Kyouya chegar pelo menos.

Meia hora depois, ouvi a porta se abrir e Kyouya entrar com um pequeno sorriso, sorri e me levantei indo de encontro a ele e o abraçando, ele riu levemente retribuindo o abraço.

-Demorei muito? – Perguntou e eu neguei saindo do abraço.

-Não mesmo, sente-se – Falei apontando para a poltrona próxima a parede de vidro, me sentei no sofá de frente para a enorme janela – Me diga Kyouya o que você estava querendo conversar comigo? – Perguntei sorrindo para ele, o mesmo se ajeitando na poltrona suspira passando a mão na nuca.

-Bem, queria falar sobre Sasuke... – Disse ele, desanimei na mesma hora, não estava querendo me ocupar muito em pensar em Sasuke naquele momento, eu sempre ficava mal em pensar nele e nessa falta de memória, mas confirmei.

-Sobre o que quer falar de Sasuke? – Perguntei e ele deu de ombros.

-Acho que deveria contar a verdade a ele, Naruto – Falou me encarando, me ajeitei no sofá e passei minha mão pelos cabelos.

-Se fosse tão simplesmente assim, eu já teria contado a ele desde o início, mas ainda não sei se é o momento certo a se fazer – Falei olhando para o chão.

-Eu conversei com Sasuke algumas horas antes de ligar para você – Falou ele e eu ergui meus olhos para Kyouya, seus olhos estavam estreitos e vidrados ao chão, enquanto suas mãos entrelaçadas uma na outra se apertavam fortemente.

-Conversou? – Perguntei, Kyouya me olhou e confirmou com um aceno, engoli em seco – O que conversaram? – Perguntei e ele mordeu o lábio inferior.

-Eu me encontrei com ele por acaso andando na cidade e decidi chama-lo para conversar e ver como ele estava tratando o fato de ter perdido sua memória e ele foi distante e não parecia se importar em recuperar suas memórias, vi que para ele tanto faz recupera-las ou não... – Começou e eu senti um soco no estômago, então não estava adiantando em nada esconder tudo dele? – Naruto, estou dizendo para contar a ele tudo o que ele precisa saber pois se continuar assim...ele vai se distanciar muito de você...Sasuke não quer recuperar suas memórias – Olhei para ele quando o mesmo disse aquilo e ele me olhou suspirando – Eu percebi que ele não está fazendo esforço nenhum para recuperar suas memórias...além de que...eu acredito, pelo o que vi em seus olhos, que ele tem algum tipo de medo de recupera-las... – Falou ele me encarando, desviei meus olhos dos de Kyouya com medo de que o mesmo pudesse enxergar a dor banhada em meus olhos.

Sasuke não queria recuperar suas memórias, nem ao menos estava tentando recupera-las, mordi meu lábio e estreitei os olhos tentando segurar as lágrimas que queriam vir, ouvi Kyouya suspirar, ele se levantou e se sentou ao meu lado colocando sua mão em meu ombro.

-Não quero te ver assim, Naruto..., mas se continuar com essa mentira, Sasuke vai embora de sua vida como se não fosse nada demais...ele não se lembra de você, nem do sentimento que nutria por você, ele nem ao menos se lembra que já fora gay – Disse Kyouya apertando levemente meu ombro, passei rapidamente as costas de minha mão nos olhos marejados e olhei para ele.

-Obrigado por vir até aqui me dizer isso Kyouya... – Falei com a voz levemente falha, ele confirmou e me puxou dando um beijo em minha têmpora.

-Pense sobre isso, e quando tiver coragem conte a ele, conte tudo... – Falou e se levantou – Mas, eu já roubei tempo demais, tenho que ir agora...me desculpe despejar isso tudo quando você deveria estar focado em seu trabalho, mas eu não queria guardar para uma outra hora, logo que não sabia se teria uma outra hora para dizer isso a você – Falou e eu confirmei me levantando junto.

-Você fez bem Kyouya, fez bem em ter me dito isso agora... – Falei segurando sua mão, ele sorriu confirmando e em seguida se despediu saindo da sala, me apoiei nas costas do sofá e levei minha mão a boca espremendo os olhos enquanto sentia as lágrimas virem com toda força, meu coração se contraiu e eu solucei baixo, eu não sabia até quando iria aguentar tudo isso.

Respirei fundo olhando para cima, tentando fazer minhas lágrimas pararem de vir, retirei do paletó um lenço e sequei as lágrimas forçando uma tosse em seguida, não era hora para chorar, não era, por isso pare já, Naruto!

Olhei para as papeladas em cima de minha mesa, suspirei e coçando a cabeça voltei para a mesa e me sentei recomeçando o que tinha começado mais cedo, tentei ao máximo me concentrar naquelas papeladas, mas eu não estava conseguindo, suspirei pela enésima vez deixando os papeis de lado, passei minhas mãos pelo rosto e cabelo e em seguida olhei para uma foto de Sasuke e eu junto com o time de basquete da universidade, sorri segurando o porta retrato, me lembrando de cada um daqueles caras, Juugo e Suigetsu abraçavam eu e Sasuke que estávamos naquele momento sendo os empresários do time, o rosto de Suigetsu estava borrado pelas lágrimas que ele tinha deixado cair depois de receber a notícia que ganharia um contrato com a NBA.

Sorri de lado passando o polegar pela imagem dele, ele deveria estar se dando muito bem, era tão bom no basquete quanto Sasuke e eu já fomos, foi uma realização enorme quando consegui ajudar Suigetsu com sua carreira profissional como jogador de basquete, lembro que eu praticamente tinha implorado para os líderes da NBA o aceitarem um dia antes do jogo de nosso time, mas após o jogo nem precisei dizer quase nada, eles até mesmo me agradeceram por ter insistido tanto pelo garoto.

Se eu fechasse os olhos podia até mesmo ver a imagem de Sasuke apertando a mão dos empresários enquanto agradecia por terem aceitado a proposta, abri os olhos e sorri recolocando o porta-retrato na mesa e suspirei olhando para a imagem de Sasuke sendo abraçado por Suigetsu, ele fazia sua careta típica quando Sui fazia aquilo, ri levemente, mas logo meu sorriso de desfez e a dor em meu coração apertou novamente me fazendo tremer o queixo, franzi o cenho fechando os olhos com força.

-Não chore mais Naruto...você precisa se manter forte – Falei cerrando meus punhos com força, em seguida abri meus olhos voltando-os para os papeis.

Quando o dia caiu e já um pouco tarde da noite, eu apaguei as luzes de minha sala e saí do edifício quase vazio, tinha ficado um pouco mais tarde naquele dia para poder adiantar mais aquelas papeladas burocráticas que eu precisaria rever no outro dia.

Entrei em meu carro e joguei minha pasta no banco do carona, em seguida coloquei o sinto e liguei o carro dando partida, estava cansado e meus olhos doíam de tantos papeis que olhei e assinei, só queria chegar em casa e descansar, ou foi o que pensei nos primeiros segundos que entrei no carro, mas então, a conversa com Kyouya me veio à mente e eu bufei parando o carro no semáforo, eu realmente precisava dar um fim em tudo aquilo, precisava fazer alguma coisa antes que eu pudesse de fato perder Sasuke pelo tempo.

Assim que o sinal abriu eu acelerei e fui direto para casa, quando estacionei o carro na entrada de casa, um dos nossos motoristas logo pegou as minhas chaves e levou o carro para a garagem, agradeci com um sorriso sincero e entrei na casa, olhei em volta e não vi cheiro de Sasuke em lugar algum, fui até seu quarto, que antes era de nós dois, mas como eu disse que éramos apenas melhores amigos eu tive que mudar minhas coisas para o quarto de hospedes, logo que ele lembrava que apenas ele dormia naquele quarto e não nós dois.

Quando entrei em seu quarto vi que ele não estava em casa, suspirei pesado e fechei novamente a porta de seu quarto, e quando ia descendo as escadas, senti meu celular vibrar no bolço da calça, assim que atendi tive que afastar de minha orelha pelo barulho altíssimo que explodiu do celular.

-Naruto! – Sasuke gritou do outro lado com a voz um pouco chiada.

-Sasuke? O que houve? Onde você está? Que barulho todo é esse? – Perguntei tentando escutar apenas sua voz, ele riu alto.

-Venha para cá! Aqui está muito incrível!! – Sua voz abafada foi engolida pelos gritos e agito de outras pessoas.

-Sasuke onde você está?! – Perguntei novamente e ele demorou algum tempo para me responder.

-Estou em uma boate que conheci recentemente, cara...esse lugar é magnifico!! Venha para cá logo! – Exclamou ele do outro lado, neguei suspirando, ele estava bêbado.

-Está bem, em que boate você está? – Perguntei tentando entender alguma coisa, mas o barulho era muito alto e o sinal estava péssimo, mas com muito custo consegui entender onde era o lugar, e em seguida a ligação caiu, bufei olhando para o aparelho, cocei minha nuca e fui em direção a garagem, Lucas, meu motorista, tinha acabado de fechar a garagem, me senti até mesmo triste por ter que sair novamente depois que ele acabara de guardar o carro – Lucas... – Chamei e ele se virou para mim.

-Sim, senhor? – Educadamente ele se dirige a mim e eu suspirei.

-Sinto muito, mas você poderia me acompanhar? Sasuke está em uma boate e parece bêbado, você poderia vir comigo para trazer o carro de Sasuke para casa? – Perguntei e ele confirmou.

-Claro, Senhor... – Disse ele, sorri agradecido e ele abriu novamente a garagem com seu controle remoto e fomos ambos para meu carro, entramos e eu logo dou partida indo em direção de onde Sasuke estava.

Pelo o que eu havia escutado, ele estava em uma boate em um dos bairros mais movimentados dos Estados Unidos, onde se concentrava um número considerável de boates e danceterias naquela cidade, não demoramos muito e chegamos, pude ver o carro de Sasuke estacionado do outro lado da rua em frente à boate em que ele estava.

Pedi para Lucas esperar próximo ao carro e eu logo me dirigi para a entrada da boate, um homem alto e moreno me barrou quando estava para entrar, olhei para ele e o mesmo me parecia familiar.

-Sorry, but you can’t get in without an invitation (Desculpe, mas você não pode entrar sem um convite) – Disse ele com óculos escuros me fitando, acho que estava, pelo menos.

-I just came here to find someone who is inside (Eu só vim aqui para buscar alguém que está aqui dentro) – Falei suspirando, ele negou não querendo que eu entrasse – Certo...você pode então ir até lá e buscar essa pessoa? Ele se chama Uchiha Sasuke – Falei cansado, o mesmo me encarou por um tempo e retirou seus óculos escuros para me ver melhor, acho.

-Você conhece o Sasuke? – Pergunta ele e eu franzi o cenho.

-Conheço...ele é meu marido – Falei cruzando os braços não gostando de como ele me olhava, em seguida estreitou os olhos me olhando de cima a baixo, segundos depois sorriu.

-Eu sabia que te conhecia de algum lugar... – Começou e abriu a passagem para mim – Pode entrar Mr. Uzumaki...e me desculpe por ter barrado o senhor – Murmurou ele e eu o encarei surpreso.

-Porque está me deixando entrar agora? – Perguntei, ele abriu um sorriso extremamente branco e reto.

-Você não se lembra de mim? Sou o cara em que você chutou uma latinha ainda no Japão, que eu e meus amigos só não acabamos com você pois você conhecia o irmão Sasuke – Falou ele e como um soco na mente eu me lembrei dando um passo para trás.

-A-AH! Me lembrei de você agora...por isso que eu te achei familiar – Falei e ele sorriu sem jeito.

-Me desculpe por aquilo, eu não sabia que conhecia Sasuke – Falou ele e eu sorri.

-Eu que peço desculpas, não devia ter chutado aquela latinha em você – Falei e me curvei levemente para ele me desculpando, o mesmo ficou ainda mais sem jeito e pude ver que suas bochechas coraram.

-Por favor! Não precisa se curvar nem nada...isso é passado, mas para compensar o medo que passou naquele dia pode entrar – Falou apontando para a entrada, agradeci com um aceno e entrei na boate.

O barulho era intenso e tinha muito gelo seco por todo lado, luzes de neon e um enorme globo prata completava a decoração do ambiente escuro e cheio de pessoas, me espremi no meio daquelas pessoas tentando chegar em algum lugar alto o suficiente para poder encontrar Sasuke, tinha uma enorme pista no meio do salão que piscava cores diversas e mesas por vários lugares nas cores pretas, um bar tomava quase uma parede inteira na lateral e as pessoas sentavam em bancos presos no chão, no andar de cima também tinham centenas de pessoas, deduzi que ali seria a área VIP da boate, olhei para a outra extremidade da boate e uma DJ jogava os braços para cima em sincronia com a música eletrônica, ela tinha cabelos longos vermelhos e que me lembrava bastante de Karin, sorri minimamente e desviei os olhos quando os mesmo arderam por conta do gelo seco que saiu de uma caixa ao meu lado, tossi levemente e me distanciei do gelo seco, me embrenhando ainda mais naquele mar de pessoas dançando, sentia mãos e corpos roçarem em mim me fazendo se sentir sufocado, aquela sensação de claustrofobia que sempre sentia quando entrava nesses lugares cheios começava a me incomodar enquanto tentava me esquivar daquelas pessoas.

Subi na pista que estava cheia de pessoas também e olhei a minha volta, tentando encontrar Sasuke de onde eu estava, olhei por todo lado, mas as luzes estavam dificultando as coisas, principalmente porque tudo era escuro, mas depois de algum tempo eu estreitei os olhos para um canto em minha esquerda, levei minha mão para cima dos olhos tentando focalizar melhor minha visão e vi Sasuke mais ao longe, sorri aliviado e fui caminhando na direção onde ele estava, mas conforme eu me aproximava eu ia me arrependendo cada vez mais.

Quando estava cerca de alguns metros dele, vi que ele não estava sozinho, vi o que me destruiu completamente, Sasuke beijava uma garota enquanto tinha um copo em uma das mãos, a garota estava sentada em cima de uma das várias mesinhas pretas, sua saia estava levantada e uma de suas pernas circulava a lateral do corpo de Sasuke, enquanto que ele atacava o pescoço da garota e hora ou outra voltava a beija-la na boca, aquilo havia me acertado em cheio e eu desabei.