História Remember Me - Lar Doce Lar

No dia seguinte eu estava ainda mais animado, pois estávamos finalmente de mudança!

Kyouya e eu saímos cedo naquele dia, depois de ligar para a empresa e avisar que não iria por estar de mudança, e fomos juntos comprar os móveis de nossa nova casa, compramos tudo o que precisávamos e o que não precisávamos também, queria poder deixar minha casa o mais mobilhada possível, pois era lá que eu formaria minha família.

Rodamos as lojas da cidade o dia todo e no final da tarde já estávamos na casa recebendo todos os móveis, eu aproveitei para fazer uma faxina na casa antes dos móveis chegarem, e Kyouya me ajudara a colocar os móveis velhos e que o dono anterior descartou, como um sofá de couro marrom todo rasgado e uma cristaleira azul e velha. Chamamos um caminhão para retirar o sofá e a cristaleira, a qual Kyouya pensou em utiliza-la em sua escola de artes quando viu que ela estava em bom estado apesar de ser antiga.

Depois limpamos desde o chão ao teto, com alguns produtos de limpeza que compramos no mercado próximo e quando os móveis chegaram fomos ajudando a coloca-los no lugar, a casa era espaçosa para nós três, tendo três quartos, uma suíte e um banheiro separado, sala de star e sala de jantar, cozinha, nos fundos tinha espaço suficiente para uma criança brincar e de sobra podíamos fazer uma piscina, havia uma edícula no canto esquerdo dos fundos, onde tinha uma grande churrasqueira de tijolos.

O jardim da frente era grande e cercado com uma cerca branca e que me dava grandes ideias para plantar minhas flores, Kyouya até mesmo deu outras ideias ótimas para nosso jardim.

Depois que arrumamos todos os móveis nos lugares, voltamos para o apartamento para fazermos nossas malas e voltarmos para lá, voltando para a casa, Kyouya me ajudou a arrumar nossas roupas no guarda-roupas grande e branco do nosso quarto e depois arrumamos nossa cama de casal, colocamos os blackouts nas janelas nas cores brancas e azuis claros.

Quando terminamos era por volta das dez horas da noite, e eu estava exausto, mas muito feliz, nos sentamos em nosso sofá novo de couro branco e eu sorri olhando a nossa volta, alguns quadros de Kyouya estavam dependurados nas paredes a nossa frente, assim como algumas fotos, desenhos de Sophie e porta-retratos meus no raque da televisão, que eram dos meus amigos e família do Japão, assim como algumas fotos de recordação de alguns eventos de nossa empresa no ramo do Baquete, inclusive o jogo de Suigetsu e Juugo que os fizeram entrar para a NBA.

-Eu estou exausto, mas...estou tão feliz por estar assim, pois finalmente terminamos de arrumar nossa casa – Murmurei, Kyouya entrelaçou seus dedos nos meus e sorri o olhando.

-Sim, finalmente terminamos de arrumar nossa casa... – Murmurou sorrindo satisfeito com o resultado, futuramente pintaríamos nossa casa de cores mais claras e bonitas, mas por enquanto apenas focaremos em nos acostumarmos com a casa nova e também para podermos pensar direito com qual cor pintar.

-Eu estou parecendo minha mãe quando Kiba e eu nos mudamos para nosso apartamento, a primeira vez que entrou lá, ela foi fazendo planos para a nossa decoração – Murmurei rindo enquanto continuava a olhar ao redor, vendo cada detalhe e gravando em minha mente, Kyouya riu suavemente e me puxou em um abraço.

-Minha mãe se daria muito bem com a sua então, pois são do mesmo jeito – Comentou olhando ao redor junto a mim, suspirei o abraçando e deitando minha cabeça em seu peito, eu estava tão cansado, tão exausto, mas meu coração estava tão leve e batendo tão forte por estar realizando parte do meu sonho.

-Agora só falta uma única coisa para que tudo fique perfeito – Murmurei olhando para ele, Kyouya confirmou beijando minha testa.

-Sim, mas logo, logo a teremos correndo e rindo por essa casa, pode ter certeza Naru – Murmurou Kyouya fazendo carinho em meu rosto, corei só de imaginar, olhei em volta sonhando acordado com o momento de ver isso acontecendo, senti meus olhos arderem.

-Não vejo a hora de isso acontecer... – Comentei me aconchegando em seu peito – Não vejo a hora ter minha família perto de mim, você e Sophie – Murmurei olhando para Kyouya, vi seus olhos lampejarem e marejarem, ele me beijou suavemente.

-Nem eu Naruto, nem eu... – Sussurrou colando sua testa na minha.

No dia seguinte, Kyouya e eu saímos cedo cada um para seu trabalho, Kyouya viajou praticamente de madrugada para o Kansas para poder colocar tudo em dia na sua escola de artes, ele não era apenas o professor de lá, como também era o diretor da escola de artes e volte e meia precisava voltar para lá e ver como estavam seus alunos e se houve algum problema mais grave.

Eu fui para empresa e assim que cheguei vi alguns dos meus rapazes em um grupinho, sorri e fui até eles.

-Vejo que estão bem animados! – Exclamei chamando a atenção deles, aqueles jovens tão energéticos e animados para as próximas competições se viraram rapidamente para mim sorrindo de orelha a orelha.

-NARUTO! – Exclamam vindo até mim e me abraçando, eram tão queridos, garotos que antes foram deixados pelos pais a sorte no mundo, e outros que só davam trabalho para os responsáveis, hoje tinham um sorriso tão brilhante e esperançoso no rosto que chegava a aquecer meu coração.

-Naruto! Ficamos sabendo que tinha voltado e viemos ver o senhor...sentimos muito sua falta – Falou um dos garotos me abraçando, ri bagunçando seus cabelos.

-Eu também senti muito a falta de vocês, tanto que não conseguia deixar de pensar em você e em como vocês estariam se saindo por aqui! E eu fiquei tremendamente orgulhoso de vocês quando soube que ganharam o campeonato de basquete passado, puxa, eu vibrei muito quando soube disso, até chorei de emoção quando soube que meus garotos de ouro tinham recebido o prêmio máximo da competição! – Exclamei com os olhos brilhando para cada um deles, uma avalanche de sorriso brilhosos veio para cima de mim ofuscando meus olhos.

-Nós queríamos agradecer o senhor, Naruto...por ter nos dado a oportunidade de trabalharmos para nossos sonhos...esse prêmio que ganhamos é do senhor – Falou um dos garotos e dando espaço um outro menor trouxe o grande troféu de primeiro lugar para mim, meus olhos arderam e eu segurei o grande troféu em mãos.

-Ele é tão belo... – Murmurei emocionado, em seguida olhei para os meninos e sorri – Eu vou fazer um mural com todos os troféus que ganharmos, pois, esse troféu é nosso, de vocês, pois foram os que lutaram bravamente para conquista-lo, por isso, irei dar um lugar espetacular para ele – Comentei e abracei todos eles novamente – Vamos em busca de mais troféus como esses, e das próximas vezes vou fazer de tudo para assistir os jogos de vocês, se possível todos, quero poder estar por perto quando vocês receberem o prêmio que merecem...o de primeiro lugar – Falei erguendo o troféu fazendo todos vibrarem comigo.

-Pode ter certeza Naruto, não vamos nunca fraquejar, vamos sempre dar nosso melhor para ganharmos! – Exclamou um deles sorrindo, confirmei e estendi meu punho para eles.

-Essa é nossa promessa, independente de nosso adversário, independente se cairmos, vamos nos levantar e tentar novamente até vencermos aqueles que estiverem a nossa frente, sempre! – Exclamei e eles vibraram novamente estendendo seus punhos em minha direção, rimos e depois o treinador do time os chamou para começar mais um aquecimento, suspirei vendo-os partirem e me lembrei quando eu tinha a mesma idade que a deles e que eu me preocupava justamente com as mesmas coisas que eles, voltei até Konoha me lembrando do tempo que estava aprendendo basquete junto dos garotos que eu tanto conhecia, sorri sonhando com o barulho da quadra de basquete, da correria e do suor nas testas enquanto saltávamos para encestar, o barulho da tabela estremecendo quando enterrava com força a bola na cesta.

Sorri abrindo os olhos caminhando para o elevador, foram tempos maravilhosos, que eu sentiria falta eternamente.

Quando saí do elevador já no meu andar, caminhei pelo corredor da empresa e em seguida dou bom dia a Lia que estava sentada na mesa, ela se levantou dando bom dia e vindo até mim, começando o seu discurso rotineiro, que era ditar todos os meus compromissos para hoje.

Assim que entrei na sala do presidente não vi Sasuke por lá, franzi o cenho e fui para minha mesa.

-Sasuke ainda não chegou? – Perguntei retirando meu paletó e o estendendo no recosto da cadeira.

-Não senhor, ele ainda não apareceu na empresa – Falou cordialmente, suspirei afrouxando levemente minha gravata – Deseja que eu ligue para ele, senhor? – Perguntou e eu neguei.

-Não, tudo bem, ele já deve estar vindo, e se for o caso eu ligarei para ele...não se preocupe – Comentei sorrindo para ela, a mesma confirmou e virou-se pronta para sair, mas parou no meio do caminho se voltando para mim.

-Desculpe comentar isso, mas... – Lia se aproximou da mesa e sorriu – Fiquei sabendo que o senhor se mudou para uma casa nova, eu fico muito feliz por isso...tenho certeza que agora o senhor vai ser muito feliz – Murmurou baixo, ri e confirmei.

-Obrigado por ficar feliz por mim, Lia...você tem sido uma ótima secretária até hoje, principalmente uma ótima amiga – Falei a encarando, a mesma corou levemente e coçou a nuca se endireitando.

-Não é nada disso, eu apenas não consigo não ficar feliz por você Naruto, eu sempre vejo o quanto é difícil tudo o que está acontecendo entre vocês dois e pensar que você está recomeçando e buscando a felicidade me deixa muito feliz...afinal, me preocupo com você – Falou ela sorrindo sem jeito, sorri de volta.

-E eu fico muito feliz também em saber que se importa com isso, e também isso me faz ter mais certeza ainda que eu fiz uma ótima escolha ter contratado você assim que terminamos a faculdade... – Comentei e ela sorriu.

-Bons tempos aqueles – Comentou e eu confirmei, bons tempos mesmo, conheci Lia no penúltimo ano de nossa faculdade, Sasuke e eu estávamos recomeçando nossas vidas depois do final trágico com Fugaku e Karin e então ela se transferiu para nossa faculdade e logo veio falar com a gente, ela disse que tinha assistido e acompanhado o nosso caso na televisão e ficou muito tocada com nossa história, ela disse que já tinha visto muitos casos parecidos com o nosso, mas nunca realmente como o nosso.

Eu me apeguei muito a ela rapidamente, pois ela me fazia lembrar Karin, seu jeito durão as vezes, mas carinhosa em outros, me fazia diminuir a falta que Karin me fazia, e como estava ainda muito abalado por sua morte e querendo apenas apagar aquela dor, eu e Lia nos aproximamos muito, nos tonando ótimos amigos e logo depois que terminamos nossa faculdade e que Sasuke e eu conseguimos fundar nossa pequena empresa eu logo a contatei e logo a fiz se juntar a nossa empresa, e isso já faz longos quatro anos.

-Bem, vou deixa-lo trabalhar, qualquer coisa me chame – Falou ela saindo em seguida, suspirei e me recostei na cadeira olhando para os vários documentos que tinha para revisar, tudo bem, nada podia estragar meu dia hoje, nada, exceto...

[...]

Quando a noite já caia e eu ainda não tinha visto Sasuke pela empresa, e por mais que eu ligasse ele não atendia, eu fui ficando bastante preocupado, Sasuke e eu podíamos não termos mais nada, mas ainda assim, era alguém que eu conhecia e tínhamos uma empresa juntos.

Kyouya deveria voltar apenas amanhã de manhã, então não podia pedir sua ajuda, e muito menos queria, estava com medo de que algo tenha acontecido com Sasuke, principalmente com aquele maldito do Fugaku à solta.

Suspirei pegando meu casaco e pasta, saindo do escritório, Lia já tinha acabado seu expediente e a pedido meu fora embora mais cedo, peguei as chaves do meu carro e ia entrar no carro quando senti meu celular vibrar no bolço, assim que o segurei em mãos senti um frio na barriga, atendendo rapidamente.

-Sasuke?! – Perguntei assim que atendi e ouvi um suspiro do outro lado.

-Desculpe ligar assim, mas você poderia vir buscar esse rapaz? Eu estou querendo fechar meu bar e ele não quer sair – Uma voz forte e madura atendeu e eu demorei alguns segundos para entender sua frase, suspirei aliviado me recostando no carro.

-Ele está bem? – Perguntei para o estranho e ele forçou uma tosse.

-Bem, ele está bêbado e ficou por um bom tempo reclamando da vida, como mais um bêbado daqui...se você acha que isso é estar bem...então ele está – Falou do outro lado, concordei suspirando, passei minha mão pelos cabelos.

-Pode me dizer o endereço do seu bar? – Perguntei e ele falou rapidamente – Obrigado, sei onde é....estou indo até aí – Desliguei a ligação e entrei no carro, no que diabos você está pensando Sasuke? Pensei enquanto virava em uma rua.

Alguns minutos parei em frente a um bar próximo da nossa antiga universidade, algumas quadras perto do apartamento que morávamos, Sasuke estava sentado no balcão todo largado e verdadeiramente bêbado, suspirei cansado e fui até ele, o dono do bar, atrás do balcão acenou com a cabeça para mim.

-Ele deve estar bem apagado, ficou resmungando por um bom tempo coisas sem nexo e depois dormiu...acho que vai ter um pouco de trabalho para leva-lo para casa – Comentou o outro secando alguns copos, confirmei olhando reprovador para o Uchiha.

-Obrigado por ligar para mim, não sei o que deu nesse idiota para fazer algo do tipo – Comentei e retirei minha carteira – Aqui, pelo transtorno e pelas bebidas – Comentei entregando algumas notas para ele que pegou as contando.

-Tudo bem, isso basta, tenha cuidado! – Falou o homem acenando, enquanto que eu passava o braço de Sasuke por trás do meu pescoço e o suspendia.

-Até! – Exclamei saindo com ele nos braços, Sasuke parecia realmente apagado, bufei abrindo a porta com alguma dificuldade do banco do carona e o joguei lá dentro de qualquer forma, em seguida o ajeitei colocando o sinto, fui em direção ao lado do motorista e me sentei, olhei para Sasuke novamente e bufei – Quem disse que você poderia me dar trabalho? Era eu que dava trabalho sabia? – Comentei irritado, liguei o carro e parti para a casa de Sasuke.

-Desculpe... – Olhei para ele, Sasuke olhava para a janela do carro com os olhos entreabertos, ainda bastante sonolento, neguei com a cabeça voltando os olhos para a estrada.

-O que deu em você? Para sair bebendo quando deveria estar trabalhando? – Perguntei sem desviar os olhos do caminho, Sasuke se sentou mais ereto no banco e baixou os olhos para o colo sem dizer nada – Sasuke eu fiz uma pergunta! – Exclamei apertando meus punhos no volante, ele me encarou por um tempo e em seguida trincou os dentes.

-Eu não quis ir para a empresa, só queria esfriar minha cabeça e quando vi estava naquele bar bebendo... – Falou e eu o encarei.

-Você por acaso é um desocupado? Alguém sem nenhuma responsabilidade? Você tem uma empresa! Se quer faltar algum dia saiba que deve pelo menos avisar para quem trabalha com você! – Exclamei voltando meus olhos para a estrada.

-Eu já pedi desculpas... – Murmurou com uma leve careta, trinquei os dentes com raiva.

-Sabe o quanto me deixou preocupado? – Comecei cerrando ainda mais os punhos no volante, Sasuke olhou para mim, estrei os olhos para o caminho – Sabe o quanto eu pensei que teria acontecido alguma coisa com você?! Você não pode fazer o que bem entender, não pode sair, desaparecer e nem dar notícia sabendo o que aconteceu com você antes!! Eu achei que você tinha sofrido outro acidente ou coisa pior!! – Exclamei enquanto sentia meus olhos arderem e as lagrimas virem furiosas.

-Naruto... – Sasuke murmura levando sua mão até meu rosto, mas no meio do caminho para olhando para minha aliança, ele suspira e baixa sua mão até o colo novamente – Você não precisa se preocupar tanto assim...você tem Kyouya...não precisa mais se importar com o que acontece comigo – Falou e eu o encarei furioso, encostei o carro no acostamento e retirei meu sinto segurando Sasuke pela gola da camisa, o deixando surpreso.

-TEMOS UMA EMPRESA JUNTOS IMBECIL!! ALÉM DISSO... – Solucei enquanto as lágrimas de raiva caiam do meu rosto e pingavam no meu colo e no banco – Temos a Sophie também! – Falei apertando ainda mais a gola da camisa de Sasuke, ele arregalou ainda mais os olhos – Acha que eu iria te perdoar se você me deixasse e fizesse eu perder a chance de adota-la novamente?!! SE VOCÊ FIZESSE ISSO...!!! Eu iria até o inferno para fazer você pagar por isso, Uchiha Sasuke!! – Meus dentes cerraram com força e eu bati minha testa na sua com certa força – Não ouse fazer uma idiotice dessas outras vez...não ouse me preocupar outra vez...não ouse me deixar pensar que você morreu outra vez...porque se fizer isso vou surra-lo com todas as minhas forças! Vou amaçar essa cara que você tem e vou desfigura-lo para nunca se esquecer do que fez!! – Olhei para ele e o soltei recostando-me no banco e olhando para a estrada, Sasuke ainda surpreso passa sua mão sobre sua testa que tinha uma marca vermelha pelo choque e em seguida faz uma careta de dor, eu arfava sentindo meus pulmões arderem e meu rosto já inchando por conta das lágrimas.

-Eu... – Começa Sasuke, mas para quando começou a rir, o olhei com o cenho franzido, ele se recostou no banco ainda rindo, ria tanto que algumas gotas de lagrimas se formavam nas laterais de seus olhos, Sasuke ria alto como se tivesse ouvido a melhor piada do século, cerrei meus punhos irritado.

-Está rindo do que, Teme!! – Exclamei o chamando pelo apelido que antes usava, quando éramos crianças, Sasuke rindo tossiu levemente e me olhou.

-Você...é impressionante...Usuratonkachi – Murmurou e eu trinquei os dentes.

-Me chamou de que?! – Perguntei e ele sorriu segurando minha mão, ele fechou seu punho e o meu chocando-os juntos me deixando surpreso.

-Tudo bem...você venceu...não vou mais me fazer de idiota ou de fraco...prometo não fazer mais esse tipo de coisa... – Comentou com um brilho nos olhos diferente, fiz bico retirando minha mão do seu agarre.

-Tsc...não confio em suas promessas...das últimas vezes que prometeu algo você sempre as quebrou – Resmunguei ligando o carro novamente, Sasuke bufou.

-Foram promessas diferentes Naru...foi difícil para mantê-las..., mas essa não é algo tão difícil assim – Resmungou e eu o olhei de soslaio.

-Mentiroso... – Resmunguei de volta, ele me encarou com o cenho franzido – Está sendo tão difícil quanto as outras, se não ainda mais...você sabe, não é? Que Fugaku está aqui... – Falei e ele arfou levemente.

-Você o viu? – Perguntou, estalei a língua.

-Ele veio até mim no primeiro dia que voltei para a empresa...quando eu estava no horário de almoço – Murmurei com uma careta, Sasuke grunhiu.

-Aquele mentiroso... – Rosnou, o olhei e suspirei.

-Não se preocupe, não tenho mais medo de seu pai...pelo contrário, eu deixei bem claro que se ele tentasse chegar perto de alguém importante para mim eu iria fazer ele pagar por tudo e mais um pouco – Murmurei com os olhos no caminho, Sasuke me olhou.

-Me desculpe não ter contado sobre isso... – Comentou e eu dei de ombros.

-Também não falei sobre meu encontro com ele, e de qualquer forma ele viria até mim alguma hora, mesmo que você não tivesse me dito... – Murmurei e em seguida parei o carro em frente à casa que antes morava com Sasuke, suspirei – E mesmo que ele esteja aqui, que ele esteja à solta eu não vou ter medo dele nunca mais, já não sou aquele garotinho medroso, o ódio que sinto por Fugaku é muito maior do que qualquer medo... – Abri a porta do carro e fui até a porta de Sasuke a abrindo, ajudei Sasuke a sair, mesmo ele estando mais acordado agora, ainda assim, estava bêbado e suas pernas não o ajudavam em muita coisa naquele momento – Vamos, vou te levar até lá – Falei e Sasuke se firmou em pé.

-Está tudo bem, não precisa ir até lá...eu posso chamar o Lucas para me ajudar – Comentou e eu fiz uma careta.

-Nem pensar! Lucas deve estar dormindo numa hora como essa...não vamos incomoda-lo... – Falei o firmando e caminhando pela passarela de pedras da entrada até as escadas da porta da frente.

-Naruto...é sério, não precisa... – Falou novamente grogue, o efeito do álcool estava voltando e isso se tornaria uma tormenta para os outros.

-Cala a boca... – Reclamei abrindo a porta com as chaves reservas que eu ainda tinha, entrei e a fechei novamente, mas quando estava pronto para ir em direção as escadas eu travei no caminho olhando para a frente, Sasuke grunhiu baixo desviando os olhos – Isso é brincadeira, não é Sasuke? Você não fez isso, fez? – Perguntei encarando o sorriso presunçoso de Fugaku logo a minha frente.

-Ora, ora...Uzumaki-san por aqui? Isso é mesmo uma grande surpresa! – Exclamou o Uchiha mais velho sorrindo abertamente, rosnei segurando com mais força o pulso de Sasuke.

-Então você o trouxe para dentro dessa casa, Sasuke?! – Perguntei sem desviar meus olhos do outro, Sasuke permaneceu em silencio o que me frustrou ainda mais – Você é mesmo um completo idiota!!! – Exclamei soltando Sasuke que cambaleou se apoiando na parede em seguida.

-Naruto... – Chama, encarei Sasuke negando sentindo uma náusea ao encara-lo.

-Você realmente não é quem eu conheço Sasuke, colocar alguém como ele dentro de sua casa, depois de tudo o que ele fez!! Isso é pedir demais para cair de nível...vou para casa, você se cuida sozinho, agora tem o papai para ajudar! – Exclamei e dei as costas, mas Sasuke segurou meu pulso.

-Naruto espere, eu posso explicar...deixei ele ficar por que fizemos um acordo...ele disse que não se aproximaria de você e nem de ninguém que ele conhecesse se pudesse ficar aqui! – Falou e eu me irritei, me virei para Sasuke soquei seu rosto o fazendo cair no chão e me olhar surpreso e de certa forma magoado.

-ACORDA SASUKE!! Seu pai mente! Ele mentiu para todos nós, mentiu para você, para Karin e olha o que aconteceu!! Como pode ter sido ingênuo dessa forma?! Não seja burro!! – Exclamei apontando para Fugaku que sorriu ainda mais.

-Ei! Não falem de mim como se não estivesse aqui! – Falou Fugaku se aproximando, o encarei estreitando os olhos – Sasuke está certo, fizemos um trato...não se preocupe Naruto, não vou chegar perto de você ou de qualquer um que você conheça...eu tenho um lugar para passar o frio, acha que eu perderia isso por pouca coisa? Fazer algo contra você não vale a pena – Falou desdenhoso, tremi de raiva.

-O que disse? – Rosnei o encarando, Fugaku olhou para Sasuke.

-Sasuke, você é mesmo patético, se deixar cair por alguém como ele, olha como ele é antiquado! Nem se quer percebe o sacrifício que fez abrindo espaço para mim em sua casa... – Fugaku me olhou sorrindo irônico – Ele apenas é uma criança idiota no corpo de um adulto – Rugi e avancei contra Fugaku, mas Sasuke me segurou e me empurrou para longe.

-JÁ CHEGA! – Exclamou Sasuke, seu cabelo escondia seus olhos, mas pude ver algumas lagrimas rolando por seu rosto, arfei olhando para Sasuke – Vá para casa Naruto, isso não tem mais nada a ver com você, de agora em diante, viva sua vida com Kyouya e me deixe cuidar dos meus problemas sozinho – Falou secando as lagrimas e me olhando firme, neguei dirigindo um olhar magoado a ele.

-Sasuke você não percebe? Que esse homem...ele não se importa com nada a não ser o bem-estar dele! Ele só quer te destruir aos poucos! E quer que eu deixe você sozinho?! – Perguntei e Sasuke suspirou.

-Você tem outros problemas para cuidar, não é? Acha que se preocupando comigo você vai conseguir adotar a Sophie dessa forma? Vai viver sua vida como nós dois decidimos...você escolheu seguir sua vida ao lado de Kyouya, então vá, e me deixei seguir a minha vida do jeito que eu decidi viver – Falou sorrindo minimamente, neguei mordendo o lábio inferior.

-Nossas vidas não estão completamente desligadas uma da outra, Sasuke, de fato eu escolhi seguir minha vida com Kyouya, mas ainda temos um laço que nos prende juntos, assim como eu tenho Sophie você também tem, você também é o pai dela, você se esqueceu?! Não posso, mesmo que eu queira, e eu não quero, não posso deixa-lo sozinho, não posso parar de me preocupar com você, não posso simplesmente deixar que você fique sendo enganado por esse demônio! – Exclamei e escutamos Fugaku rir alto, olhei para ele trincando os dentes.

-Isso é melhor do que novela! Como vocês dois são patéticos!! – Ria Fugaku com as mãos na barriga, cerrei os punhos com mais força – Escute vocês dois, eu já falei, não me importo com nada do que vocês estão fazendo de suas vidas, eu não ligo, vocês podem morrer ou viver, sei lá! Eu não me importo mais, só quero ter um lugar para ficar, mais nada...o que vocês fazem ou não de suas vidas não me interessa mais... – Falou e subiu as escadas – Façam o que quiserem, suas vidas são insignificantes para mim...e não vou perder minha energia tentando algo contra vocês, estou velho demais para isso – Murmurou subindo os últimos degraus das escadas e indo para os quartos.

-Você deveria ir... – Sasuke murmurou caminhando para as escadas – Eu já posso me virar daqui...

-Sasuke! – Chamei e ele me olhou.

-Até amanhã Naruto... – Falou por fim e subiu as escadas para seu quarto, suspirei e levei minhas mãos até a testa sentindo minha cabeça latejar, dei as costas e fui até a saída, tranquei a porta antes de sair completamente e caminhei até o carro, olhei para a casa novamente e suspirei, não sabia o que Sasuke estava pretendendo deixando Fugaku em sua casa, muito menos se podia confiar naquelas palavras de Fugaku, mas algo em meu coração doeu quando a feição magoada e as lagrimas de Sasuke voltaram a minha mente, engoli um bolo que apertou minha garganta e entrei no carro, olhei para a aliança de Kyouya e sorri minimamente, eu precisava me manter forte e ajudar Sasuke, mesmo que nosso destino como casal tenha acabado, ele ainda era meu amigo e eu não podia deixar que ele acabasse com a própria vida dessa maneira.