História Remember Me [Hiatos] - Prólogo

Escuridão... 

É tudo que vejo, escuridão total. Mas sinto um mal estar terrível, uma fraqueza e uma moleza, minha cabeça doí...doí muito. 

No meio da escuridão uma fraca luz branca foi surgindo e aos poucos foi ficando maior cobrindo toda a escuridão . Percebi que era a luz de uma lâmpada, uma luz branca e forte, por conta disso comecei a piscar até me acostumar com ela. 

-Ela acordou! 

Ouvi uma voz falar, era uma voz masculina, não me lembro de quem é, mas sinto que a conheço, sinto que deveria conhece-la.  

-Verdade? Vou avisar os outros agora! 

Ouvi outra voz falar em resultado, era também uma voz masculina, eu conheço essa voz, sei de quem é. Inclinei minha cabeça para o lado, para a direção que tinha ouvido a voz, na esperança de ver essa pessoa e me certificar que era quem eu estava pensando. Mas quando olhei vi somente um vulto rápido passar pela porta.  

-Você deixou todos nós preocupados. 

Olhei em direção a voz, a primeira voz que tinha ouvido quando acordei, a mesma voz que não consegui reconhecer. Do lado esquerdo da cama em que estava deitada, tinha um menino sentado em uma cadeira, ele parecia ser alto, tinha a pele pálida, olhos escuros que dificultavam a distinção exata da cor de sua íris, tinha o cabelo curto com franja de cor loiro, vestia uma calça jeans rasgada, uma camiseta preta com palavras em inglês branca como estampa e uma blusa azul escura. 

Ele me olhava bem triste, dava para ver angústia, desespero e alivio em seus olhos. Seu tom de voz soou seco, mas com preocupação e alívio, ele estava sendo sincero. 

-Nunca mais faça isso, me deixou angustiado. 

Ele colocou a mão na cabeça e suspirou fundo, como se eu tivesse dado trabalho a ele. Ele parecia cansado, dava para ver alivio em seu rosto, mas ele estava cansado e parecia preocupado ainda. 

-Ela está bem? 

Era a mesma voz que tinha ouvido a pouco, olhei em direção a voz, vinha da porta, lá se encontrava um menino alto, sua pele não era tão branca quanto a do garoto sentado ao meu lado, seus olhos eram castanhos se não me engano, seus cabelos eram curtos e laranjas, ele vestia uma calça jeans escura, um tênis preto, uma camiseta preta com uma jaqueta verde escura.  

Levei um susto ao ver ele, fiquei surpresa...e feliz. Mas o que ele faz aqui? 

De repente  cinco meninos apareceram e passaram pela porta e vieram para perto de mim, todos falando ao mesmo tempo, todos tinham a pele branca, uns mais brancos, outros mais bronzeados, cada um tinha uma cor de cabelo diferente, castanho claro, castanho escuro, preto, loiro e até...uma espécie de cinza...prata, talvez? Todos usavam calça jeans, em tons claros ou escuro, usavam camisetas branca, vermelha, verde, azul e cinza, alguns usavam jaquetas e outros não. 

Eles se aproximaram de mim e ficaram em volta da cama que eu estava deixada, todos falando ao mesmo tempo. Uns sorriam, outros pareciam preocupados e um deles estava prestes a chorar. 

-Quase nós matou de susto! 

-Nunca mais faça isso. 

-Nos pregou uma peça daquelas. 

-Tenha mais cuidado da próxima vez, sua desastrada 

-Sentimos sua falta. 

-Está aí a quase duas semanas, que susto. 

Todos falavam ao mesmo tempo e rápido, eles pareciam aliviados, mas ainda estavam preocupados com alguma coisa, dava para ver em seus rostos. O menino de cabelo laranja não parava de chorar e agora contava com seu amigo para enxugar as lágrimas. O garoto de cabelos loiros sentado na cadeira ao meu lado, permanecia parado, me olhando sério, como uma estatua. Os outros sorriam para mim, estavam felizes. 

-Ela acordou? Então não fiquem muito em cima dela, deixem-na respirar, o máximo é duas pessoas para a visita, deixem-me vê-la.  

Uma voz masculina e grosso surgiu ao fundo, aos poucos os meninos se afastaram dando espaço para um homem passar, era um homem alto, bronzeado, cabelo preto, olhos castanhos, vestia um jaleco branco...deve ser um médico....eu acho... 

-Como está se sentindo? -Ele se aproximou sorrindo segurando uma prancheta. 

-...mal. -Eu respondi fraca 

-O que sente? 

-Dor no corpo, fraqueza, tontura, mal estar e uma forte dor de cabeça. -Eu respondi baixinho 

-Certo...-Ele disse anotando na prancheta- Algo mais? 

-Não... 

-A cabeça doí muito? 

-Sim, demais. 

-Deve ser por causa do acidente –Era o menino de cabelos laranja 

-Ela bateu feio –Era o menino de cabelos preto 

-Eu...sofri um acidente? -Eu disse fraca 

-Sim, foi feio. Não se lembra? -Era o garoto de cabelos laranjas. 

-Se lembra de algo do acidente? Qualquer coisa serve. -Era  o médico 

Fiz não com a cabeça. 

-...-Ele me olhou sério, parecia preocupado- Quer perguntar algo? 

-Sim, três coisas, posso? -Eu disse meio rouca 

-Claro, o que quiser –Era o médico 

-Primeira, onde estou? -Eu disse 

-No hospital. -Era o menino de cabelo castanho claro 

-Segundo, por quanto tempo? -Eu disse 

-Vai fazer duas semanas. -Era o menino de cabelo preto 

-Certo, terceira, quem são vocês?  

Continua...................