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História Renascida. - Capítulo 35.


Escrita por: Kah_9uchiha

Notas do Autor


Boa leitura.

Capítulo 36 - Capítulo 35.


Fanfic / Fanfiction Renascida. - Capítulo 35.

Éramos do mesmo circulo de amigos na escola. Só que Shikamaru sempre foi o mais reservado, raramente aceitava as saídas em grupo. Mas na noite do acidente, ele também estava na festa, sempre ao lado de Neji conversando sobre as vantagens de praticar exercícios físicos. Aquela tinha sido a última vez que eu tinha o visto como poderia me lembrar; magro, mas musculoso, olhos pequenos e puxados, nariz acentuado, o coque de seu cabelo, e a expressão normalmente tediosa.

É assim que eu me lembrava, mas não temos mais dezessete anos, somos adultos, e mesmo assim pouca coisa mudara nele. O cabelo continuava preso em um coque, porém, da metade para baixo de sua cabeça estava raspada com os fios já crescendo; ele ganhou massa, não era mais magro e a blusa polo revelava uma tatuagem tribal em seu braço. Shikamru é um homem agora.

— Ei! Olha só pra você! – ele disse mantendo um enorme sorriso nos lábios que poucas vezes fui capaz de ver.

— Vou deixa-los a sós.  – papai falou enquanto se levantava e caminhava até a porta. Shika soltou um “obrigado” antes de ele fechar a porta.

— Não acredito que você acordou. – ele parecia maravilhado. – posso? – concordei e o mesmo ajeitou a cama a sua altura e a inclinou um pouco deixando-me quase sentada. – Como você tá?

— Bem... Estou voltando a ter controle do meu corpo mais rápido do que era esperado. Já posso mexer meus braços. – os sacudi.

— Isso é incrível... Eu realmente...

Aos poucos a fixa de Shikamaru parece que foi caindo, e quando ele não soube mais o que dizer e seu sorriso morreu, o mesmo atingira o chão. Eu tentava me controlar, mas talvez já estivesse acostumada, mas para Shika a situação não chegava a ser igual porque me ver o trouxe todas as lembranças ruins que deve ter sido depois da noticia do acidente. Estou o deixando sem graça, sua intensão não é me fazer chorar ou me sentir mal.

— Fico contente que tenha vindo me visitar.

— Sou o primeiro? – ele parecia espantado, e eu concordei.— Que doidera!

— Shika?

— O que?

— Me conta...

— Isso não vai fazer mal a você?

— Eu já estou bem, não tem como ficar mal. Só quero saber o que aconteceu depois.

Ele sentou na cadeira que papai estava sentado e começou a ficar tenso. Logo fiquei a pensar no baque que a notícia deu ao chegar até os conhecidos. Seu suspiro foi longo.

— Faz tanto tempo. Mas foi um acontecimento que nunca vou esquecer. Ainda lembro-me da festa como estava animada, até que a notícia chegou. Quem ouviu saiu correndo pro local enquanto alguns observavam sem entender nada. Eu saí feito um louco. Quando cheguei lá...

Ele fez uma pausa dramática e torturante.

— Continua, não tem problema.

— Juro que não tive nenhuma fé que alguém se salvasse. Aquela cena tirava a esperança de qualquer um, até porque era visível os corpos sob lençóis de alumínio, sangue e mais sangue. Foi então quando vimos uma pessoa sendo levada para a ambulância, então tivemos fé. Ainda mais sabendo que era você. A escola inteira ficou de luto por semanas, não acreditávamos até passar pelo memorial com as fotos deles carregado de flores.

Fixei um ponto qualquer do quarto. Tentando imaginar cada coisa que ele havia falado, mesmo sendo algo horrível, mesmo perfurando meu coração. Segurei o choro, segurei forte o lençol e engoli toda a dor.

— Eu faltei aula durante dias, quase reprovo de tantas faltas... A Ino... – ele abaixou a cabeça e afundou o rosto nas mãos.

Shikamaru e Ino tinham uma amizade colorida. Assim como Naruto e eu éramos próximos, os dois também eram, só que com um sentimento a mais. Pelo menos da parte dele, já que ela sempre teve sua fama de mulherenga assim como o irmão. Talvez apenas eu soubesse dos dois.

Ele esfregou o rosto, visivelmente incomodado com as lembranças que vinham à tona.

— Eu ia pedir ela em namoro, e sei que não ia aceitar porque estava caidinha pelo professor de Educação Física, mas tive esperança.

— Sinto muito.

— Enfim... – ele sorriu para disfarçar a dor, eu podia senti-la também. Mas não queríamos tocar nesse tipo de assunto em nosso primeiro reencontro depois de sete anos. – Seu pai voltou o que me diz sobre isso?

Dei de ombros.

— Ah, é difícil odiá-lo quando ainda mantenho na memória a vida boa que ele me deu quando eu era pequena.

— Isso é muito maduro, Sah. Porque você costumava odiá-lo, assim como aos indianos.

Sorri pelo fato dele ainda lembrar-se da minha revolta pelos indianos, que eu achava serem os culpados pelo meu pai ter ido embora.

— A nova família dele está aí, não quero vê-los, não tem nada a ver comigo.

— Agora essa é a velha Sakura.

— E você, o que tem feito? – eu já perguntava por curiosidade, e não pra esquecer a tragédia toda.

— Me formei em matemática, continuo aqui em Chicago e moro sozinho. Quase todos os finais de semana eu chama a galera do colegial. Kiba, Temari, Sai...

Ele se interrompeu e levantou-se. Do bolso tirou algo retangular, prateado e com as bordas pretas, tendo um símbolo de uma maçã que eu já conhecia bem, pois Naruto tinha um laptop da mesma marca, a Apple.

— Vem cá, vamos tirar uma selfie. – ele disse chegando perto demais.

— Tirar o que?

Espontaneamente Shikamaru deu uma gargalhada, mas logo parou quando viu que eu não ria junto.

— Desculpa, é que em pleno 2014 você não saber o que é selfie...

— Será que é porque eu estava em coma durante sete anos?

— Me desculpa, foi um comentário desrespeitoso.

— Ahg, esquece... Qual é a desse... objeto? – o encarava como se fosse uma coisa de outro mundo. – Suponho que seja um celular, mas onde estão os botões além desse?

Apertei no meio e a tela brilhou, mostrando a data, hora e como tela de fundo uma bela imagem do Monte Everest.

— Lembra quando Kiba comprou aquele celular chamado iPhone? – apenas concordei enquanto mexia na tela maravilhada. – Esse é o mais atual lançamento.

— É incrível, parece uma joia! – disse analisando o material em minha mão.

— E selfie, é nome que foi adotado pelas fotos de autorretrato que se tira pela câmera frontal.

Ele pegou o celular e entrou na opção de câmera, e logo estava ele eu na tela do celular. Lembro do lançamento desse smartphone, qualquer jovem dava tudo pra ter um, mas ainda não superava a loucura que estava sendo o BlackBerry.

E depois de dias após ter acordado, pela primeira vez eu estava vendo meu próprio rosto e não pelo reflexo de um espelho, e sim de uma câmera de celular. Meu cabelo obviamente estava grande, porém as raízes estavam enormes, já que não o tingia mais de rosa, que agora passaram a ser mechas; meu rosto revelava a juventude e a adolescência perdida, nada mudara além deste detalhe.

Sorri para a câmera.

E o clique me puxou de volta para as profundezas do meu sonho, trazendo Sasuke focado em capturar a mais perfeita imagem, em como ele ficava observando cada detalhe, e buscava as curvas dos meus lábios como modelo.

Fui interrompida por Shikamru que estava empolgado além da conta.

— Vou postar no Instagram e Facebook.

— O que é Facebook e Instagram? – perguntei revirando os olhos, pelo visto, eu tinha de aprender muita coisa, e adaptar-me também.

— Redes sociais. Gente do mundo todo. O Insta é só pra fotos e vídeos, quanto o Face você pode aceitar amigos virtuais... – ele parou e analisou-me, e depois para seu celular. Até que ele agiu como se tivesse tido uma grande ideia. – Vamos fazer uma conta pra você! Sabe, assim você poderá entrar em contato com todo mundo daquele tempo.

— Não sei se é uma boa ideia, Shikamaru. – falei meio acanhada no lençol. – Eu não seria exposta? Não quero que ninguém me veja assim.

Os ombros de Shika se padeceram e ele sentou na cama ao meu lado. Ela chegou a balançar um pouco, o mesmo é um homem grande agora e o móvel reagiu entre rangidos de que não suportava o seu peso.

— Você não sabe a felicidade que eles sentiriam em saber que você resistiu e está aqui novamente.

— Tudo bem. Talvez eu crie uma conta, mas não agora, Shikamaru.

— Antes tarde do que nunca. – ele voltou para a cadeira entusiasmado.

Nossas conversas não tinham fim.

Shikamaru ficou até a noite chegar. Eu ignorei o cansaço e as dores, para não ter que ignorar um velho amigo do colegial. Mas eu dormi bem, e fiquei tranquila em saber que mesmo depois de sete anos, nem ele e os outros da turma – ou da escola – me esqueceram.


Notas Finais


Gente me desculpem a demora pra postar, mas tenho trabalhado em um projeto e fora outros compromissos na escola. Último ano do colegial é sempre o mais puxado, você fica parecendo um zumbi, não dorme, não come, não faz coisas que gosta.
Enfim, só espero sobreviver a esse último bimestre.

O que acharam do capítulo? Eu precisava envolver a Sakura com as febres que são as redes sociais e tudo mais...

Bjs


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