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História Renascida - A festa de casamento


Escrita por: BelaCamargos

Capítulo 3 - A festa de casamento


Eu estou evitando falar com os meus pais. E eles estão percebendo. Eu fico sem jeito, eu lembro de tudo o que ouvi,eu não sei o que pensar.
Por causa disso eu não tenho nem uma roupa pra festa hoje. Liguei pra Andie mas ela vai arrumar o cabelo então nem dá pra passar aqui pra me ajudar.
É, vou ter que falar com a minha mãe. Vai ser o jeito.

-Mãe... Você me ajuda com a roupa pro casamento?- Perguntei a ela enquanto lavava as louças do almoço.
-Claro querida... Você poderia levar a Andrea pra casa da Mary? Por favor. Eu vou arrumar os meninos e não vai dar tempo.
-Achei que a Andrea ia com a gente. A bisa não vai?
-Não. Ela disse que está velha demais pra essas coisas.
-Hm,tudo bem eu levo.

Pego a bolsa numa mão e a Andrea na outra e caminho até a casa da bisa que fica no meio da floresta.
Algumas pessoas brincam com minha irmã no caminho. Ela é mesmo irresistível, mostra as gengivas pra tudo e fica "conversando".
Minha mãe diz que ela se parece comigo. Pelo menos com meu eu bebê. Eu acho que ela se parece com a mamãe. Olhos grandes esverdeados,cabelo marrom...
Chego e bato na porta. Logo a bisa aparece com a cabecinha pra espiar quem é e destranca a porta com um grande sorriso. Ela sempre teve essa mania de espiar antes de abrir a porta.
-Hope,meu anjo,é você mesmo? Como você está linda e diferente, cresceu tanto.-Ela me abraça.-E essa pequena aqui,como está?-Pega Andrea no colo.-Entre... Como estão os meninos? Sua mãe, o Jackson?
-Estão todos bem,bisa.
-Ah que bom. Sente-se,você quer um cafezinho?Um chá,ou outra coisa?
-Não obrigada,na verdade eu já estava de saída. Tenho que me arrumar pro casamento. É uma pena que a senhora não vá.
-Ah não é nada. Tenho certeza que você nem vai sentir minha falta. Aproveite enquanto pode menina.
-Pode apostar que vou...- Sorrio.
-Conquanto que seu pai deixe.- Ela sorri como se fosse uma piada interna. -Bom,não vou te deixar atrasar,pode ir meu anjo,amanhã quando você vim buscar a Andrea traga os meninos.
-Okay bisa.- Dou um breve abraço nela e beijo a bochecha da Andrea que sorri. Eu riu e pego a mãozinha dela e ela aperta meu dedo. Beijo sua mão e solto ela. Saio da casa com o " falatório" da minha irmãzinha.

Acabo colocando o vestido vermelho que minha mãe diz combinar comigo,e uma bota cano alto. Deixo meu cabelo solto mesmo. Viktor e Louis estão uma fofura com seus terninhos e cabelos lambidos. Quer dizer,só o de Louis,porque como sempre o de Viktor ta em pé,os cachinhos todos molhados. Estão ao lado do meu pai que está com um terno sem gravata,o cabelo como o de Vickie,reclamando o quanto as mulheres demoram.

-Estão prontas? -Meu pai pergunta suspirando. Respiro fundo e digo o que me falta para podermos ir. Já tinha avisado minha mãe, mas apesar dela ser bem mais brava que meu pai,falar dessas coisas com ele,é meio barra.
-Hm,pai eu prometi esperar o Patch...
-Eu achei que você só iria na festa com ele...- Ele diz sério.
-É, também, é que a gente combinou pelo celular...
- Você não vai com a sua família então?!
-Sim,ele pode ir com a gente,não?!
Meu pai começa a falar até que ouve um som na porta. Desço e abro a porta. Vejo Patrick parado com um buquê de flores vermelhas que combinam com meu vestido. O cabelo loiro está escuro e penteado de lado,o que é bem engraçado porque só me lembro de vê-lo de topete. Ele dá um sorriso de lado,os olhos estão acinzentados e as sardinhas destacam no seu rosto. Está de smoking preto com uma gravata borboleta vermelha. Meu deus nunca o tinha visto tão lindo assim. Ele me elogia e eu respondo um "você também" entre suspiros. Meu pai raspa a garganta atrás de nós.
-Hm oi senhor Kenny.
-Entre Patrick. E não precisa de formalidades só porque vai sair com minha filha. -Meu pai da um sorriso terno. Sorrio também.
-Claro,desculpe sen...Jack. -Responde Patrick.

Chegamos no casamento,todos nos cumprimentando. Meu pai e minha mãe são como rei e rainha dos lobos. São chamados de alfas.
Eles sentam na frente junto com os padrinhos. Sento atrás com Patch e uns amigos deles.
A cerimônia passa sem nada demais. Quando acaba vamos até meus pais avisar que já estamos indo. Eles estão conversando com umas pessoas.
-Nós já vamos ta mãe.
-Okay,hm,juízo e se cuida. Você sabe,até meia noite em casa. -Meu pai me dá um sorriso amigável.
-Ta mãe. -Andamos até os amigos de Patch.
-Meia noite? Hm cinderela. -Brinca ele.
Entramos na caminhonete dele. Algumas pessoas vão atrás e vamos para o meio da floresta.

Saio do carro olhando em volta. Tem uma fogueira,uma casa pequena de madeira e algumas caixas de cerveja.
-Hm eu posso saber porque meu pai não pode saber disso? -Patrick ri.
-Olha,não acontece nenhum ritual contra ele não, mas os caras lutam entre si por diversão e bebe. Isso acontece todo ano quando um deles se casa. Seu pai sempre foi contra violência e ainda mais entre nós mesmos mas é uma forma de diversão entre os caras então não vejo problemas.
-Legal! -Sorrio. Eu sempre quis ver alguém lutando. Eu tenho uma super força mas não uso ela.
Sentamos em volta da fogueira e Patch me oferece uma bebida. Aceito afinal meus pais não me proibiram de beber. As pessoas contam umas histórias e depois chega a hora da luta do que se casou. Matt o marido levanta e já tira a camisa. Um cara quase o dobro dele também levanta. Umas pessoas torcem pra esse. Outros como sua mulher torce para Matt.
É uma luta bem violenta. Toda hora me encolho como se estivesse sentindo dor pelo Matt que apanha mais. Quando finalmente acaba o cara ta bem mal. O maior ta só com alguns arranhados.
Algumas pessoas se juntam em volta do Matt. Não entendo a necessidade disso mas se eles gostam,fazer o que. Demoro pra perceber que Patrick está me olhando descaradamente. Olho pra ele e rio.
-O que foi?
-Nada,é que...você é estranha. -Bufo e faço cara feia.
-Sério? Só porque sou híbrida, você também vai começar com isso?
-Não é isso,é que... A maioria dessas caras teria medo de encarar você. Você é forte como um lobo, e como uma vampira,e ainda tem poderes mágicos. E ainda assim,você se encolhe por uma briguinha boba dessas. Sabe,quando você era pequena e eu te "salvei" daquelas crianças que estavam rindo de você, eu não entendi porque você simplesmente não fez a cabeça delas estourarem de dor ou algo assim,você poderia ter facilmente brigado com elas todas juntas e ainda sim ganhado. E mesmo assim, não fez nada,ficou calada aguentando tudo,você nem sequer contou aos seus pais. E mesmo eu tendo ido até lá te defender,eu achei que você era muito forte,por não ter revidado e aguentado aquilo tudo calada. Eu adquiri um respeito por você, porque eu no seu lugar teria começado a chorar,e se tivesse os seus poderes iria acabar com eles. Você tem toda essa força por fora,as pessoas que te conhecem realmente te temem,mas eu não tenho medo de você, eu te respeito e te admiro Hope. -Ele me beija. E eu é claro retribuo,não tem como não retribuir,meus olhos já estavam cheios de lágrimas e eu queria que ele acabasse logo pra que eu pudesse inventar alguma desculpa e sair dali pra chorar. Em meio ao nosso beijo escorre uma lágrima dos meus olhos que vai pra minha boca e da um gosto salgado. Mas tudo bem porque pra mim,agora não existe mais ninguém além de mim e ele.
Até que escuto o grito mais desesperado que já ouvi em minha vida.

Alguém continua gritando. Nos levantamos e olhamos em volta,Patch segurando meu braço. Outras pessoas começam a gritar também. Demoro um pouco até eu perceber que quem está gritando é Rose a noiva e está com Matt no colo,que,percebo horrorizada,está sem coração.
Me agarro ao Patch. Vejo umas pessoas gritando,outras literalmente sem coração ou com as cabeças arrancadas. Eu sei que eu deveria fazer alguma coisa afinal sou híbrida e filha dos alfas mas eu travo. A única coisa que quero fazer é acordar desse pesadelo.
Patrick me puxa para o meio da floresta. Estávamos mais afastados da fogueira. Lá no meio o massacre continua.
Vejo uma mulher,alta com cabelos prateados,está vestindo couro preto pelo corpo inteiro, os olhos negros olham em volta a procura de alguma coisa. Os outros que estão com ela é quem fazem o trabalho sujo de matar as pessoas.
Olho Patrick e ele retribui o olhar ainda mais assustado. Eu sei que preciso fazer alguma coisa, preciso de uma magia que nos esconda e agarro a uma árvore antiga e fecho os olhos.
Sinto uma sensação horrível. Ela me quer,eu poderia me entregar, o que iria acontecer comigo afinal? Eu nem posso morrer. Mas antes tenho que salvar essas pessoas.

Quando abro os olhos vejo que alguém já matou os caras e um lobo acaba de morder a vadia de cabelo prateado. Nossa até que foi fácil. Sorrio pra mim mesma. Até perceber que eu não fiz nada.
-Hope! -Aquela voz,alta e grave,se você não o conhecer acha que ele é muito bravo.
-Pai! -Corro até ele e o abraço. Minha mãe que está como lobo se aproxima e eu me agacho para acariciá-lá. -Obrigada,obrigada por terem me salvado. Eu deveria ter feito alguma coisa,eu deveria ter salvo essa gente mas eu travei. Me desculpem. -Falo chorando.
-Não precisa se desculpar querida. -Ele me abraça.
Com alguns minutos meus pais conversam com as pessoas e tentam saber o máximo de detalhes,promete enterros dignos para os mortos e coloca tranquilidade em todos,prendendo a líder do acontecimento.
Nesse meio tempo fico com Patrick,sem falar nada mas só de estar ali abraçada com ele já me fazia bem.
Lembro a primeira vez em que eu desejei estar nos braços dele. Eu tinha 12 anos e meu corpo estava começando a se formar. Patrick já se mudava com a gente e era grande amigo do meu pai. Em um dia normal eu sai do banheiro só de toalha e dou de cara com Patch na minha frente sem camisa. Ele estava arrumando sei lá o que para o meu pai,devia ter uns 15 anos e o corpo já era forte mas não tão definido. Mesmo assim,naquela hora eu desejei muito que ele me abraça-se,mesmo que eu estivesse de toalha,principalmente porque eu estava de toalha.
-Hope,vamos embora? -Diz minha mãe. Ela não está com uma cara muito boa. Não parece que está brava comigo,parece que está decepcionada,mas também não comigo. Com ela mesma.

No carro meus pais ficaram em silêncio e trocando olhares. Pensei em perguntar mas estava com medo.
Quando saímos do carro eles se olham mais uma vez e minha mãe resolve falar:
-Hope,você precisa arrumar suas coisas.
-Nós vamos se mudar de novo mãe?
-Sim querida,nós vamos. Eu sinto muito. -Diz meu pai. E parecia que ele realmente sentia.
-Eu deveria ter feito algo...-Digo.
-Não filha,não se preocupe com isso. Eu errei,eu deveria ter te ensinado melhor e agora...-Ela suspira. -Vai para o seu quarto,amanhã a gente conversa melhor. A Davina vai vim pra cá pra nos ajudar com as coisas. -Sorrio. Eu adorava a Davina ela era uma herege,meio vampira meio bruxa,foi ela quem me ensinou todos os feitiços que sabia.

Subo para o quarto e mando mensagem para o Patch enquanto me arrumo pra deitar. Ele ainda estava lá limpando as coisas e dando apoio para as pessoas que perderam seus entes queridos. Disse que meu pai deu maior sermão nele por causa da festa mas depois o agradeceu por cuidar de mim.
Quando deitei pra dormir contei as coisas que aconteceram resumidamente para Vikie e Lou que não paravam de perguntar. Dormiram achando que seus pais eram o Super Homem e a Mulher Maravilha.
Custei para conseguir pegar no sono e quando finalmente consegui foi um sono pesado sem sonhos mas que me acordava de 1 em 1 hora.



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