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História Renegados da lua- Coroa de neve (romance gay) - Capítulo 4 - Will


Escrita por: Escritora_Ana e SakuraNagisa

Notas do Autor


Antes de tudo, nós gostaríamos de pedir desculpas pela demora. Nós tivemos alguns problemas, mas agora tudo está resolvido e nós poderemos voltar a postar na fic.

Obrigada a todos que aguardaram e não desistiram da gente. A FIC VAI CONTINUAR BRASIL !!!

Enfim, espero que gostem :)

Capítulo 4 - Capítulo 4 - Will



O dia havia amanhecido nublado e eu estava com muita preguiça de levantar, mas eu tinha que trabalhar e isso era inevitável, logo me levanto da cama e me arrastei até o banheiro para fazer minha higiene matinal e tomar um banho. Como ainda eram 6 horas da manhã, resolvo tomar um banho mais demorado, afinal, esses últimos dias tinham sido muito estressantes e eu sentia que precisava  daquilo. 

Depois de sair do box, me enxugo, enrolo na toalha na cintura e volto ao quarto. Escolho pra vestir uma box preta, calça jeans skinny, uma camisa de botão roxa e é claro meus amados all star. 

Após me vestir pego meus óculos na mesinha de cabeceira e os coloco. Depois caminho até o espelho e me olho, meus cabelos ainda molhados caiam no meu rosto e minha pele estava muito branca, por isso dou algumas batidas no rosto para ganhar cor e saio do banheiro logo em seguida. 

Depois de pegar minha mochila, desço para a cozinha, tomo um suco de laranja e como uma torrada, antes de sair de casa às pressas já que eu provavelmente devia estar atrasado.  

Enquanto trancava a porta para ir de uma vez para o trabalho sinto uma mão no meu ombro e dou um pulo de susto tão forte que acabo deixando minhas chaves caírem no chão. 

- Ah, desculpa, não quis te assustar– disse uma voz conhecida. 

Me viro para trás e dou de cara com Luka, me olhando com seus olhos azuis. 

- Não, tudo bem, só... não faço isso de novo - falo com dificuldade pondo a mão no peito tentando fazer minha respiração voltar ao normal depois daquele susto. 

- Eu pensei que você tivesse me ouvido chegar... - diz Luka soando meio culpado. 
Suspiro e passo a mão em meus cabelos. 

- Eu pareço alguém com super audição por acaso? - digo e Luka olha para o chão chateado- Tudo bem, deixa para lá, está desculpado- completo e Luke me olha sorridente- Mas fala, o que devo a honra?- pergunto. 

O rosto de Luka sai de uma sorriso simpático para uma carranca estranha. 
   
  -Aconteceu alguma coisa? – Perguntei preocupado. 

- Will, você sabe alguma coisa sobre o meu irmão? Ele dormiu em casa, eu sei, mas ontem eu fui dormir bem cedo e quando acordei, ele não estava- ele diz- Estou preocupado...- ele completa. 

Merda. Nathan havia me pedido ontem para dizer a Luka que ele teve de viajar de última hora e não conseguiu avisar, e eu simplesmente esqueci disso. 

- Sobre isso... - engulo em seco- Ele me pediu para dizer a você que ele teve de viajar, ele não me disse para onde, mas disse que teria de sair bem cedo hoje e por isso não poderia te avisar- digo e Luka arregala os olhos surpreso. 

- E porque ele simplesmente não me acordou e disse que iria viajar? Ao invés de pedir para você me dar o recado?- pergunta Luka soando decepcionado e raivoso ao mesmo tempo. 

- Acho que ele comentou algo sobre você querer ir junto, eu acho- digo meio incerto- Ele teve de viajar de última hora e temia que se dissesse que ia viajar, você iria querer ir com ele... - falo e Luka suspira. 

-Obrigado por tentar melhorar a situação, mas eu estou bem- ele diz em voz baixa de uma forma extremamente controlada. 

- Não fique com raiva dele, se ele não queria que você fosse, ele deve ter tido os motivos dele- digo tentando soar o mais calmo possível. 

- Não estou com raiva dele, só estou decepcionado- fala Luka dando de ombros- Eu já deveria ter me acostumado com esse lado super protetor de Nathan, mas eu só queria que ele confiasse em mim para me contar as coisas- explica Luka. 

Não sei porque, mas o modo que Luka falava me fazia questionar se ele só estava falando aquilo por causa de Nathan não ter lhe contado que ia viajar ou se havia mais coisas escondidas. 

- Com aquela carranca, não consigo imaginar Nathan como alguém super protetor - comento tentando quebrar o clima. 

- Nathan é muito mais que uma carranca escondida num rosto tão belo- diz Luka e sorri. 
Luka falava de seu irmão como se ele fosse um exemplo a ser seguido, ele falava com admiração e amor. Me faz até sentir vontade de ter um irmão. 

- Se está dizendo- murmuro. 

Depois desse breve diálogo, pego minhas chaves do chão e finalmente tranco a porta. 

-Esta indo pro trabalho? -Perguntou Luka. 

-Sim -Respondo guardando minhas chaves na mochila. 

- Porque não vamos juntos?- ele sugere. 

- Você não trabalha um pouco longe da livraria?- pergunto. 

- Trabalho, mas acho que posso chegar um pouco atrasado hoje- ele responde dando de ombros. 

-Posso saber o motivo desse interesse de ir comigo para o trabalho?- pergunto curioso. 

- Nathan costuma me dar carona, mas ele não está aqui, então...- diz Luka e sorri. 

- Tudo bem, mas saiba que nós teremos de ir a pé e o caminho é um pouco longo- informo sorrindo. 

- Então acho que será uma boa hora para nós conversarmos- ele diz e começa a caminhar- Vem, vamos- ele chama. 

Ajeito minha mochila nas costas e sigo  Luka. 

- Ainda não consigo acreditar que você e Nathan são irmãos gêmeos - admito. 

- Acredite, certas vezes nem eu acredito- assume Luka sorrindo. 

- Na verdade parece que o Nathan é seu irmão mais velho ou até mesmo seu pai, nunca diria que vocês são irmãos gêmeos- corrijo e Luka assume um olhar triste. 

- É disso que eu estou dizendo, super protetor - diz Luka- Nossos pais nos abandonam  quando nós tínhamos  apenas três anos de idade- conta Luka- Nós fomos criados pelos nosso avós e mesmo que eles estivessem bem presentes nas nossas vidas, Nathan meio que assumiu esse lado super protetor e começou a agir de certa forma como uma irmão mais velho para mim mesmo a gente tendo a mesma idade- explica Luka. 

Abro a boca várias vezes tentando buscar palavras acolhedoras e de compreensão, mas no final das contas a única coisa que sai é... 

- Meus pais morreram no dia do meu nascimento- digo e essa foi a vez de Luka arregalar os olhos surpreso. 

- Eu sinto muito- diz Luka parando de andar e me encarando. 

Dou de ombros. 

- Digo a mesmo para você- falo e Luka sorri. 

- Talvez a gente tenha mais coisas em comum do que eu pensava- diz Luka tentando quebrar o clima. 

- Geralmente as pessoas tem gostos musicais em comum e não a falta de mãe e pai- digo meio irônico. 

- Acho que nós não somos pessoas comuns- fala Luka meio misterioso. 

- Talvez- digo sorrindo sem graça. 

Nós voltamos a andar e Luka diz que acha melhor mudarmos de assunto, e eu concordo plenamente. Depois daquilo nós começamos a conversar sobre a vida e quando dei por mim, nós já havíamos chegado. 

Eu e Luka nos despedimos e ele foi para o trabalho dele e eu entro na livraria, vou até a sala dos funcionários, onde bato meu cartão, deixo minha mochila no armário e coloco meu avental e volto para a frente da loja. 

Ao chegar lá, vejo que senhor Louis já estava lá abrindo a livraria.

-Bom dia, senhor Louis -digo sorrindo. 

Senhor Louis se vira para mim e seu olhar era de preocupação. 

-Bom dia, William - ele diz soando um pouco cansado. 

-Aconteceu alguma coisa? O senhor parece preocupado- falo levantando a sobrancelha. 

-Ah bem... Como você deve ter reparado o Nathan não vem trabalhar hoje- ele fala e eu assinto com a cabeça. 

-Sim senhor, ele me avisou ontem que iria viajar de última hora- respondo.

- Bem, então o negócio é o seguinte, hoje nós ficaremos sem um funcionário e eu terei de sair para resolver uns problemas- ele dispara- você vai ficar por conta própria, William. Acha que da conta?- ele pergunta. 

-Sim, Claro- respondo confinante. 

-Ótimo, eu vou deixar as chaves da loja no balcão do caixa, se tiver de sair pra almoçar coloque na porta da frente o aviso de volto em 20 minutos e tranque tudo- ele diz- Já que estará por conta própria pode fechar mais cedo. Alguma dúvida?- ele conclui.

-Não senhor. 

-Se algum cliente precisar de algum livro que não esteja nas prateleiras é só você pesquisar no computador o nome do livro e se ainda estiver no estoque, a chave do deposito estará no molho de chaves que eu vou deixar e se precisar me ligar o meu número está no quadro de avisos da sala dos funcionários -Alguma pergunta? Sério? Nem mesmo?- pergunta Louis meio surpreso e eu nego com a cabeça. 

- Eu entendi tudo, eu acho- afirmo com um tom de dúvida ainda na voz.

-Bom, então eu já vou indo. Boa sorte, William- ele fala sorrindo- Nos vemos amanhã- ele diz caminhando até a porta.

- Obrigado, até mais- falo num aceno.

Depois do senhor Louis sair, começo a organizar os livros que estavam fora do lugar, até que o sininho da porta soa e eu me viro. 

Nós tínhamos um cliente, era uma garota loira de óculos que deveria ter uns 18 anos. 
Deixo os livros que eu carregava no balcão do caixa e me aproximo dela.

-Bom dia, no que eu posso lhe ajudar? -falo oferecendo o meu melhor sorriso. 

- Ahm...Oi...cadê o outro rapaz que trabalha aqui?- ela pergunta corada. 

Levanto a sobrancelha surpreso, eu realmente não esperava por isso. Eu sabia que muitas garotas vinham na livraria só por Nathan, mas não sabia que isso se estendia até mesmo pelo dia que ele não está trabalhando na livraria. 

- Ele não vem hoje- respondo o mais breve possível. 

-Ah é mesmo? E você sabe quando ele volta?- ela diz meio desapontada. 

-Não, talvez daqui a uns dois dias- falo incerto. 

- Uhm...obrigada, então eu já vou indo- ela diz desconfortável e depois começa a caminhar até a porta. 

- Espera, você não vai querer olhar nada?...- pergunto, mas já era tarde, pois ela já havia saído pela porta. 

Ainda meio espantado com o fato de haver garotas que vão a livraria só para ver Nathan, volto a fazer meus afazeres.

Após mandar 4 meninas embora dá loja, pois procuravam por Nathan e vender dois livros para dois clientes de verdade. Finalmente a hora do almoço chega e como senhor Louis me instruiu, coloco a placa avisando que voltaria em 20 minutos na porta, tranco tudo e saio para almoçar  num restaurante que tinha no final da rua.

Quando volto do almoço, sou surpreendido por um grupo de garotas do ensino médio, todas procurando por Nathan e com toda a paciência que consegui, digo para elas que ele não está e depois de um suspiro tristonho, elas vão embora. 

Confesso que estou começando a achar que talvez essas meninas compram livros na livraria só para deixar jogado em algum canto do quarto somente para ter um motivo para ver Nathan ou melhor, ver sua beleza ilustre. 

O movimento na loja não era um dos melhores hoje, por isso, depois dessa cena com o grupo de garotas, apenas três outros clientes aparecem e eles compram livros de verdade para  minha felicidade e até mesmo surpresa. 

Quando dou por mim já são 17h e isso significava que estava na hora de ir embora. Logo, fecho tudo e vou embora para casa. 
††† 
Ao chegar em casa, tomo um banho e coloco uma roupa confortável, me jogando na cama logo em seguida. Eu estava realmente cansado.

Suspiro e olho de rabo de olho para mesinha de cabeceira pra ver as horas no relógio e vejo o diário do meu pai. 

Eu não havia lido quase nada daquele diário desde que eu encontrei, mas num geral, tudo que dizia nele eram coisas do dia a dia, sem nenhuma grande importância mesmo que pra mim fosse importante de certa forma levando em conta que era por causa desse diário que eu estava conseguindo conhecer melhor meu pai. 

Me sento sobre a cama, pego o diário e começo a folhear alguns páginas até que uma delas me chama atenção. 

"Caro diário, 
O peso de ser o chefe da família está acabando comigo, ainda mais agora que eu e a minha família estamos passando por um momento difícil e eu estou sendo obrigado a deixar tudo na mão do mão do meu irmão mais novo e ir para a cidade grande. Confesso que fiquei muito relutante sobre essa viajem, mas eu não tinha muita escolha se não aceitar. 
Eu não estava muito contente com essa ideia de ficar na cidade grande mesmo que fosse por poucos dias, mas talvez não tenha sido num todo ruim. Hoje enquanto andava pela rua eu conheci uma bela mulher dona de olhos tão negros quanto seus cabelos e um senso de humor incrível que me envolveu de tal forma que não sou capaz de explicar. 
Se eu acreditasse em amor a primeira vista, eu diria que estou apaixonada por ela mesmo sabendo que seria proibido. Eu e ela nunca poderíamos ficar juntos. É contra as regras da família e se eu as desrespeitar, jamais poderia imaginar qual destino esperaria por mim. Por isso, prefiro acreditar que eu somente fiquei encantado pela moça, apenas isso e nada mais. 
Preciso resolver algumas coisas e não sei que horas irei voltar, só espero conseguir esquecer toda essa história. 
Como eu gostaria que as coisas fossem diferentes, mas elas são do jeito que são e não há nada que eu possa fazer. 
                                                                                                                                            A.T

 

.

Abaixo o diário pensativo. Essa mulher que ele conheceu seria a minha mãe provavelmente, mas porque eles não poderiam ficar juntos? Que tipo de regras os impediriam de ficar juntos? Porque a família dele não aprovaria?
Olho para o diário na minha mão e vejo que tinha uma coisa saindo dele, um papel talvez, eu o pego e o abro. Era um recorte de jornal.

23 DE DEZEMBRO DE  1998 
DUAS PESSOAS SÃO ENCONTRADAS MORTAS POR ATAQUE DE ANIMAL EM FLORESTA NOS ARREDORES DE SHADOWHILLS. 

Esse recorte era de dois dias depois do meu nascimento, isso não podia ser coincidência, talvez pudesse ser uma pista e eu não podia deixar essa passar. 

Se eu tivesse um computador ou pelo menos internet, eu poderia investigar isso, mas como eu havia acabado de me mudar, eu ainda não tive tempo de ver essas coisas. Ao não ser que...

Olho às horas no meu relógio, eram 18:30 ainda e a biblioteca pública fechava às 20:00. Se eu corresse, eu conseguiria chegar a tempo.

Levanto de supetão da cama e coloco uma roupa o mais rápido que consigo, pego o recorte de jornal e saio de casa.

†††

Chego em menos de 20 minutos na biblioteca e confesso que teria demorado menos se soubesse ao certo aonde ficava o lugar, mas eu ainda estava conhecendo a cidade, por isso acabo demorando mais do que esperava. 

Ao chegar na recepção da biblioteca, pergunto a bibliotecária aonde fica os computadores e ela me diz que ficava atrás da sessão de livros de mistério. O que eu levemente irônico levando em conta toda essa história que eu estava passando. 

Vou até onde ficava os computadores e me sento na frente de um deles. 

Suspiro e começo a pesquisar sobre assassinatos que aconteceram nos arredores de Shadowhills no ano de 1998 e me surpreendo em descobrir que haviam sido muitos. 

Demoro um pouco até finalmente encontrar um que me chama-se a atenção até que finalmente encontro a notícia que me interessava. 

Pego o recorte de papel que eu guardava no bolso, só para confirmar se essa era a mesma notícia que constava no computador. 

23 DE DEZEMBRO DE 1998 
DUAS PESSOAS SÃO ENCONTRADAS MORTAS POR ATAQUE DE ANIMAL NA FLORESTA AOS ARREDORES DE SHADOWHILLS.

Era essa, eu tinha certeza. 

Na tarde de ontem, casal de mochileiros faziam trilha numa floresta dos arredores de Shadowhills quando se depararam com uma cena de filme de terror. 
Ontem por volta das 14h da tarde Troye Patterson e Beth Miller estavam fazendo uma trilha quando encontraram dois corpos, um homem e uma mulher, até agora sem identificação, mortos com marcas de garras e mordidas, haviam sinais de luta por todo o lugar, a polícia local soltou um alerta pra população ficar atenta a atividade de lobos e ursos pelos arredores da cidade, mas ainda não se sabe que tipo de animal os matou.
 A polícia deu uma declaração de que vão fazer um retrato falado das vítimas pra tentar identifica-las e que vão patrulhar a cidade a noite para se certificar de que não há animais selvagens invadindo a cidade, a recomendação é de que as pessoas não fiquem fora de casa a noite e mantenham lixeiras fechadas. 
A população está amedrontada, mas espera que este seja só um caso isolado. "

 

 

Porque meu pai teria guardado um recorte de jornal sobre um assassinado causado por animais no seu diário? Quem era esse casal morto, afinal? Seria algum conhecido dele? Porque essa notícia era de três dias depois do meu nascimento? Como isso poderia estar interligado? 

Mas acima de tudo, como meu pai poderia ter deixado esse recorte no seu diário quando essa notícia é de dois dias depois de sua morte? Isso é impossível...

 

Isso tudo era demais para mim, eu precisava pensar, mas eu precisava mais dormir. Por isso, desligo o computador e resolvo voltar para casa para descansar. 

†††

No outro dia, peço para o Senhor Louis para sair mais cedo e vou direto para a biblioteca. 

Eu precisava de respostas e como nós não podemos consultar os mortos, nós temos que falar com os vivos. Logo, hoje mais calmo e com a cabeça mais aberta, me sento na frente do computador da biblioteca e pesquiso o nome do tal casal que encontrou os corpos do artigo. 

Pesquiso Troye Patterson e Beth Miller e  encontro um número de telefone, o anoto e desligo o computador. 

Eu ainda não tenho as respostas que preciso, mas pelo menos agora tenho um ponto de partida mesmo que no final, ele não de em nada. 

†††

Ao chegar em casa, pego meu celular no criado mudo e o papel que eu tinha anotado o número, e disco. Depois de um tempo, uma voz masculina atende. 

-Alô?- diz a voz no outro lado do celular.  

Sua voz denunciava que ele não deveria ter mais 30 anos. 

-Alô...Com quem eu falo?- pergunto. 

-Troye- responde a voz. 

-Troye Patterson?- pergunto para ter certeza. 

-Isso. Quem é?- ele pergunta meio confuso. Eu não o julgava, deve ser estranho receber uma ligação de um estranho e ele saber seu nome. 

- Oi, Troye, aqui é William Allen e eu gostaria de fazer algumas perguntas para você- falo tentando soar o menos estranho e perturbador possível. 

- E sobre o que seria essas perguntas? Porque se for algum quiz, já vou dizendo que não tenho interesse- diz Troye vacilando com a voz. 

-Eu estou fazendo uma...uma pesquisa e eu encontrei um artigo de jornal,   que dizia que há 19 anos você e sua... namorada encontraram duas pessoas mortas numa floresta em Shadowhills- explico e Troye fica em silêncio por um estante antes de falar.  

-Que tipo de pesquisa é essa que você precisaria saber sobre isso? 

-Er... bem... é pesquisa sobre comportamento animal- minto e ouço quando Troye suspira na outra linha.

-Olha, sem querer ser rude, mas esse assunto é meio delicado, eu e a minha namorada na época demoramos muito tempo para conseguir superar esse...evento, e eu realmente não quero voltar a falar sobre isso...nunca mais. 

- Por favor, é importante...- suplico. 

- Na época, eu respondi várias perguntas a respeito disso, talvez se você pesquisar bem, encontre as respostas que você precisa- ele diz calmo- Desculpa, mas eu não posso te ajudar- ele diz com a voz abafada. 

Ele estava prestes a desligar quando eu disse. 

-Senhor Patterson, Troye, por favor eu só vou fazer algumas perguntas e depois te deixo em paz...- falo com a voz baixa. 

Há um silêncio quase que sufocante depois disso. 

- Tudo bem, o que você quer saber?- ele diz por fim e eu quase não consigo conter um sorriso. 

- Obrigada, mesmo- agradeço e sem perder tempo, vou direto ao ponto-  Quando vocês viram a...cena tiveram certeza que foi um animal?- pergunto. 

- Certamente,- ele afirma- eu reconheceria marcas de garras e presas em qualquer lugar. Meu pai costumava caçar e talvez eu tenha aprendido algumas coisas com ele. 

-Entendo. E havia rastros de animal por perto? 

Troye parece pensar. 

- Pegadas, eu lembro de ter visto algumas pegadas do que parecia ser um lobo, embora eu tenha certeza de que vi pegadas humanas...-diz Troye vagamente. 

- Poderiam ser antigas, alguém podia ter passado por lá um pouco antes do assassinato...- sugiro e Troye faz um muxoxo. 

- Foi o que os policias disseram, antes de dizerem que eu estava em choque e talvez estivesse vendo coisa aonde não tem- ele diz com uma certa amargura na voz. 

- Entendo,- falo meio receoso- Você e a sua namorada, estavam fazendo uma trilha naquela noite, certo? Por acaso vocês não teriam ouvido algumas coisa? Algum barulho estranho talvez...

-A maior parte da noite foi tranquila...espera...houve algo sim... lá pelas 23h da noite ouvimos uivos, pareciam lobos, a maioria parecia tensa, mas teve um uivo que se destacou- diz Troye.

-Se destacou? Porque?- pergunto curioso.

-Porque parecia um uivo de total sofrimento. 

Fico em silêncio por alguns segundos pensativo.

- E o casal? Como eles eram? Digo de aparência?- pergunto e engulo em seco. 

- Cara, na real, quando você encontra dois corpos numa floresta, você tenta ao máximo não olhar para eles...-Troye ri- Mas eu me lembro de ter reparado que os dois tinham cabelos bem pretos e lisos- ele diz. 

- Não se lembra de mais nada?- pergunto esperançoso. 

- Eu lembro de ter visto que o homem estava de olhos abertos, eram num tom de azul e pareciam vazios...É meio mórbido falar sobre isso- confessa Troye. 

Fico em silêncio por alguns segundos ao pensar sobre a cena que Troye e sua namorada tiveram de passar. Deve ter sido horrível. 

- Você ainda está aí ?- pergunta Troye. 

- Sim, claro- falo.

- Você deve estar achando que eu sou um lunático agora, mas eu juro que não estou mentindo- comenta Troye num suspiro.

- Eu acredito em você- afirmo sem delongas- Mais alguma coisa que você gostaria acrescentar?- pergunto. 

- Sim, faz muito tempo que tudo isso aconteceu, mas eu meu lembro de ter visto uma cabana perto do local onde nós encontramos os corpos- ele conta- Não sei se isso pode ajudar em alguma coisa, mas achei que pudesse lhe interessar. 

- Você ajudou muito, obrigado mesmo- falo sincero. 

- Não a de que, espero que consiga fazer a sua pesquisa, boa sorte- ele diz. 

- Obrigada mesmo, até mais- falo e Troye desliga a ligação. 

Agora eu tinha algumas respostas, mas mesmo assim, eu sentia que depois daquela ligação ao invés de ter andado vários passos para finalmente descobrir sobre o meu passado, eu havia voltado vários passos para trás e agora estava mais confuso e perdido do que nunca. 

Eu estava em pé na frente da janela da sala que dava para a casa de Nathan. 

Olho pela janela e vejo que Luka estava chegando do trabalho. Penso em ir falar com ele, mas eu não estava em boas condições para isso. 

No momento que Luka entra dentro de casa, um carro preto estaciona na frente da casa deles. Eu não conseguia identificar quem estava dentro do carro, mas de uma coisa eu tinha certeza. Quem quer que estivesse dentro daquele carro estava observando Luka e eu precisava contar para ele. 

Como se as coisas já não estivessem estranhas demais, isso acontece e me prova que não tem nada ruim que não possa piorar. 

Passo as mãos pelo meu cabelo e vou para o meu quarto decido de que eu precisava de uma boa noite de sono e amanhã pela manhã contaria para Luka sobre o carro preto.

✓ E então, o que achou do capítulo de hoje? Deixe suas opiniões e teorias nos comentários !!!
 


Notas Finais


O próximo capítulo não já está em desenvolvimento, e o que posso lhe garantir é que será ainda mais misterioso e nele poderemos conhecer mais os assuntos dos lobisomens...

Beijinhos dá Tia Ana :)


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