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História Renovação - Não pode ser...


Escrita por: LULUNATIC_ e LULUNA2R

Capítulo 3 - Não pode ser...


 

 

      Mais um dia amanhecia com o sol um pouco tímido dentre as nuvens, quase não havia calor. O céu acinzentado ainda pintava a cidade um tanto sombria. Pete havia levantado mais cedo para revisar suas tarefas e tentar se concentrar nos estudos, já que sua mente inquieta não o deixava em paz. Ao terminar o acúmulo de deveres, tentava manter seu quarto organizado da mesma maneira, arrumando sua cama e enfileirando os livros e cadernos de anotações que havia utilizado. Seu uniforme já estava perfeitamente posto em seu corpo e assim ele fez uma última vistoria no quarto antes de fazer sua breve caminhada nos corredores do dormitório seguindo para fora do mesmo. 

 

 

  Ao contrário dos dias sem descanso, hoje ele se sentia disposto, mais descansado e assim caminhava calmamente para o prédio principal para assistir as aulas da manhã. Seguindo pelos corredores ele não pôde deixar de notar o rosto do diretor que passava por ele apressado, sua expressão era de preocupação e Pete resolveu, dessa vez, tentar ignorar os problemas em que a escola se metia, assim se dirigindo para as salas de aula barulhentas.

 

 

   Entre o intervalo das aulas da manhã e da tarde, Pete andava pelos corredores com seu caderno de anotações em mãos e sem muito esforço ele notava o cochicho entre os alunos, ele não queria se distrair e talvez essa "notícia" nem fosse grande coisa, ele decidiu ignorar. Se encostando em uma parede de um local calmo ele folheou seu livro e logo avistava a figura de Jimmy que se aproximava um tanto sério.

 

— Oi, Jimmy! — Cumprimentou acenando para seu amigo que acenava levemente com a cabeça em resposta.

— Quais são as "novas"? todo mundo tá cochichando e me encarando como se eu tivesse feito alguma merda.

— Eu não faço a mínima ideia, já estavam assim desde que saí da aula.

  Jimmy suspirou fechando a cara para as pessoas que o encaravam descaradamente.

 

— Perderam alguma coisa na minha cara? — Disse a um grupo de alunos que logo se dispersava com medo.

 

 "Mas por que encarando Jimmy? algo está acontecendo." Pensou Pete em dúvida.

 

   O sinal para as aulas da tarde tocava e Pete acenava para Jimmy em despedida e logo em seguida corria para a próxima sala de aula, mas uma pessoa lhe chamou atenção novamente, o mesmo homem de alguns dias atrás estava mais uma vez com o diretor, agora no topo das escadas .

 

 "O que ele está fazendo aqui de novo?"

 

 

  Por um momento, Pete ponderou entre ouvir a conversa novamente assim matando aula ou entre ignorar sua curiosidade. Foi quando o homem misterioso olhou diretamente para a sua cara o deixando com medo e fazendo com que sua curiosidade ficasse um pouco de lado dessa vez. Ele rapidamente continuou sua caminhada apressada para sala sem olhar para trás.

 

  A mente de Pete estava totalmente em outro local, totalmente desconcentrado da aula. Ele só olhava para o relógio na parede ansioso para que o tempo estivesse ao seu favor e passasse rápido, algo sobre aquele homem era familiar e Pete não sabia o quê exatamente.

   O sinal tocou e novamente todos se retiraram da sala. Pete acelerou seus passos na esperança de que o homem ainda estivesse em uma longa conversa com o diretor, mas para seu azar, não havia rastro de nenhum dos dois. Um pouco decepcionado ele apenas seguiu para fora do prédio principal, não tinha mais o que fazer já que o motivo de sua ansiedade havia desaparecido.

 Ele acabou avistando um pouco distante dali, Jimmy em frente aos portões da escola, resmungando silenciosamente por alguma coisa que o irritava, Pete resolveu se aproximar sorrateiramente.

 — Oi, Jimmy. Aconteceu alguma coisa?

 

  Jimmy o encarou com uma cara de poucos amigos, e não que Pete já não tivesse visto a mesma cara em várias ocasiões, mas as vezes era interessante saber que ele não era o único com problemas na escola. Até mesmo o “rei” tinha seus problemas.

 

— Aquele velhote do diretor me viu espalhando bolinhas de gude pelas escadas e sem querer um nerd escorregou em algumas delas, então eu tive uns bons minutos ouvindo sermões desinteressantes. Tirando isso, nada de novo, eu acho. — Ele dizia com total desinteresse no ocorrido.

 — “Só” isso? — Perguntou irônico.

 — Não me olhe assim, foi por uma boa causa. — Dizia exibindo uma pequena quantidade de dinheiro na mão que tirava do bolso e rapidamente as guardava de volta em um sorriso cafajeste.

  Pete nunca havia levando nenhuma punição da escola, ele era como o oposto de Jimmy. Uma pessoa tímida e exemplar e nunca teria coragem de bater em alguém com a mesma simplicidade que Jimmy fazia. Pete apenas sorriu balançando a cabeça negativamente em resposta.

 

— Então, Pete. Quer dar uma volta por aí? Não tenho nada pra fazer agora e aqui tá um saco.

  Pete olhava para Jimmy com os olhos brilhando, um tanto impressionado com a proposta que seu amigo havia acabado de lhe fazer.

— Está me chamando para andar com você? Sério mesmo?

 

  Jimmy não gostava de ninguém se metendo nos seus negócios, não gostava de ninguém ao seu lado para lhe atrapalhar, então, com toda a certeza, era um evento raro de acontecer e Pete ficou sem acreditar no que acabara de ouvir.

 

— Chamei. E vamos logo antes que eu mude de ideia. — Disse já dando seus passos sem esperar a resposta de seu pequeno amigo.

— Ah, certo, vamos. — Respondeu caminhando apressadamente atrás do adolescente de cabeça raspada.

 

  Os dois adolescentes seguiram para a garagem no estacionamento da escola, pegaram suas bicicletas e pedalaram sem pressa para a cidade. Desviando do caminho de asfalto e seguindo para a areia da praia, em um certo ponto eles simplesmente paravam de pedalar e largavam suas bicicletas em algum lugar perto da casa no farol, andando até o fim do píer mais próximo observando o fluxo de pessoas que iam e vinham pela área.

 

— A escola tá meio estranha hoje, as pessoas estão me encarando sem parar, Pete, e de algum modo tudo está dando errado. — Disse um pouco imerso a paisagem ao redor. Jimmy parecia chateado e irritado com algo.

— Mas o que tem dado de errado pra você hoje? Você sempre consegue o que quer, seja ameaçando, batendo, xingando, humilhando e...

 

— Tá bom, tá bom. Já entendi. sem presentes de natal esse ano..., mas eu não sou um criminoso. — Disse um tanto triste, mas conseguia esconder isso com sua cara sempre emburrada, seus problemas pessoais eram quase um segredo guardado a sete chaves.

 

— Zoe terminou comigo. — Disse simplista

 

  Pete se sentiu meio sem graça ao ouvir aquilo. Ele nunca havia pensado que Jimmy, o grande rei da escola, iria se deixar abater por uma garota. Pete não sabia como ajudar, ele nunca havia ficado com ninguém, então preferiu usar a melhor resposta: o silêncio.

 

[•••]

 

   O resto da tarde fora utilizada em conversas jogadas fora, piadas sem graça, e pedras jogadas nas águas calmas da baía de Bullworth por nenhum motivo, e sem que percebessem já estava tarde até demais. Os dois resolveram voltar e ver se tudo estava mais tranquilo em relação as “novidades” que eles não tiveram a chance de descobrir. Eles então recuperavam suas bicicletas e se dirigiram a caminho de volta a academia em uma pequena corrida até os portões da escola, quando acabaram por se deparar com um carro preto bem elegante estacionado em frente ao colégio. Em curiosidade eles desaceleraram o pedalar das bicicletas observando se havia alguém dentro do carro, mas por puro azar um vidro fumê complicava a visão interna e não se dava pra ver nada nem ninguém. Eles seguiram pedalando pelo caminho para os dormitórios quando mais uma vez paravam e notavam muitos alunos agrupados em frente ao prédio. Os olhares e cochichos aumentavam mais e mais para cima de Jimmy e agora também para Pete que se sentia desconfortável com toda aquela “fama” desconhecida.

 

  — Mas que porra tá acontecendo aqui? — Jimmy perguntava observando cada aluno olhando para ele de um jeito curioso como se ele fosse uma celebridade.

 

   Pete não conseguia ver o que estava acontecendo dentro do dormitório, haviam muitos alunos aglomerados no caminho e por seu pouco tamanho ele preferiu esperar que as pessoas soltassem suas línguas para fofocar sobre alguma coisa que lhe seria útil para entender a situação.

 

 

 — Ele voltou mesmo. — Afirmava um aluno aleatório para outro.

 — Inacreditável, essa escola só piora. — Respondeu o outro aluno.

 

 

 

  E foi com um olhar de espanto que Pete encarou Jimmy que também havia escutado o mesmo. E com certa raiva, Jimmy passou no meio dos alunos puxando Pete pelo braço chegando as portas do dormitório, quando parou repentinamente fazendo Pete bater em suas costas sem entender o que acontecia logo à frente. Eles viam um homem saindo do prédio com o diretor ao lado, então Pete arregalou os olhos e lembrou.

  “Uma pessoa nova... um novo aluno... um psicopata...”

  Os alunos abriam caminho para que o diretor passasse com o homem que estava ao seu lado, seguindo para os portões da escola, e com um puxão Jimmy arrastava novamente o fraco Pete para dentro do dormitório. Eles notaram que ninguém estava lá dentro, e o corredor que geralmente estava sempre tão movimentando mesmo em horário de aulas se encontrava totalmente vazio, mas ao longe escutavam um barulho de coisas sendo jogadas no chão e o barulho vinha de um dos quartos e Pete respirou fundo quando percebeu que vinha em específico de seu quarto. Eles se aproximaram da porta quando repentinamente ela se abriu com um rápido movimento brusco.

 

 

— Ah, Jimmy-Boy e Femme-Boy, sentiram minha falta?

 

 



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