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História Renovação - Sem crer


Escrita por: LULUNATIC_ e LULUNA2R

Capítulo 4 - Sem crer


 

 “Como aquilo era possível? Aquela voz, aquele rosto, aquela cicatriz. Como isso poderia estar acontecendo?” Pete pensou consigo enquanto sentia seu estômago embrulhar.

    Gary Smith. O próprio.

   Ele não conseguia crer no que via. Como era possível? Como Gary voltou? Alguns boatos diziam algo sobre ele ter sido mandado diretamente para Happy Volts depois de sua expulsão óbvia, e era no que todos realmente acreditavam. Ele era um louco sádico que quase conseguira colocar a escola em um caos absoluto, e se não fosse por Jimmy, isso realmente teria acontecido.

   Gary olhava para os dois à sua frente com um sorriso estampado no rosto. Um sorriso vitorioso combinado a um olhar sarcástico e uma sobrancelha erguida.

— Por que estão me encarando tanto? Tirem uma foto, vai durar mais tempo.

   Jimmy se mantinha parado olhando diretamente para o cicatrizado em uma carranca de raiva sem acreditar no que estava acontecendo. Ele controlava os punhos fortemente fechados quase a beira de leva-los diretamente a cara do adolescente maior que estava logo a sua frente sem nenhum pingo de medo da presença de Jimmy.

— Desgraçado... Como você conseguiu voltar? Como isso é possível?

   Gary parecia muito calmo e seu semblante sarcástico permanecia em seu rosto sem se dissipar por nenhum segundo.

— James, James... tem uma ótima memória. Fico feliz que ainda lembre de mim tão... carinhosamente.

    Jimmy agarrava o cicatrizado pela gola de sua camisa e estava a ponto de dar um soco em seu rosto risonho, mas pensando duas vezes antes de agir preferiu segurar suas vontades repetindo a pergunta.

— Pare de enrolar e me responda logo. Como conseguiu voltar pra cá?

    Gary simplesmente empurrou as mãos de Jimmy e ajeitou sua camisa calmamente sem nenhuma pressa em respondê-lo. Voltou sua atenção para o jovem de cabeça raspada e lhe deu um meio sorriso desafiador.

— Não é da conta de vocês.

   Fora a Gota d’água. Jimmy derrubou Gary no chão com um soco forte e estava pronto para continuar se Pete não tivesse se metido no meio da discussão.

— Jimmy, não faça nada agora sem saber o que está acontecendo... podemos ser suspensos.

    James respirou fundo na tentativa de se acalmar, mas a cada olhar que trocava com o adolescente cicatrizado que não fazia questão de esconder o quanto estava se divertindo com aquela situação, o fazia querer soca-lo mais e mais vezes até que seu sorriso ficasse sem dentes para exibir.

— Escute seu namorado, ele tem razão. Eu posso entregar ao diretor essa agressão sem motivos que recebi de você... Soube que você foi punido hoje, quer mais uma punição? — Disse se levantando calmamente batendo a poeira do uniforme.

   A vontade de bater em Gary a ponto de desmaia-lo aumentava mais e mais. Jimmy queria poder amarrá-lo junto aos sinos do telhado da escola para que os boatos de que ele morasse lá em cima fossem reais, mas de certo modo, Pete tinha razão. Gary era manipulador, uma cobra traiçoeira que podia facilmente acabar com sua reputação e com a escola novamente em um estalar de dedos.

— Eu fui liberado por boa conduta e não foi difícil me realocarem aqui. Uma mera esmola pela indulgência...

  Jimmy estava confuso com a informação e muito mais por não saber o que significava certas palavras que saíam da boca de Gary.

— Indu... o quê?

  Pete abriu a boca em um suspiro de decepção, agora ele compreendera o modo como a academia operava e de como o dinheiro movimentava o mundo.

— Indulgência, Jimmy. Crabblesnitch provavelmente aceitou uma oferta para que ele voltasse.

  E foi assim que Jimmy deixou a raiva fluir pelo seus corpo. Fechando seus punhos ele saiu com passos pesados pelo corredor do dormitório seguindo para fora com um olhar medonho de quem poderia facilmente acabar com qualquer um que se metesse na sua frente.

— Jimmy, espera, o que você vai fazer? Se acalme ou você vai nos meter em proble...

     Pete fora puxando pelo braço e empurrado contra uma das paredes do quarto por Gary que agora mantinha uma expressão ameaçadora contra o menor surpreendido.

— Me solta!

— Você sentiu minha falta, não é mesmo?— Gary pressionava Pete contra a parede sem largar seu braço, ele apertava cada vez mais forte e inclinava a cabeça próximo ao seu ouvido.

— ...Tá me machucando. Me solta!

— Não irei te fazer nada, meu pequeno Petey, mas se você quer tanto assim ir atrás do seu namoradinho, por que não grita por ele? Talvez ele ainda possa te ouvir e voltar para te salvar dos braços do tão malvado Gary, já que você não pode fazer isso sozinho.

— Cala a boca, Gary! — Pete o empurrou na tentativa de se soltar, mas Gary o apertava com mais força ainda. Foi nessa hora que Pete explodiu com sua falta de controle sobre a situação.

— Me solta, eu não vou repetir. — Pete disse com firmeza.

  Obedientemente, Gary soltava o aperto de seu braço, apenas recuando para trás com um meio sorriso formado nos lábios. Pete aproveitou a trégua dada pelo adolescente cicatrizado e não pensou duas vezes antes de se afastar apressadamente. Ele seguiu para fora do dormitório com determinação, na esperança de que aquilo fosse tudo uma brincadeira de muito mau gosto.

  Pete corria atrás de Jimmy em desespero, seu amigo não era muito bom em manter o controle da raiva e algo poderia dar errado para os dois. Ele não o alcançou durante a corrida, mas sabia que seu destino era a procura pelas respostas do diretor, não foi difícil encontrá-lo.

  O diretor já havia retornado a sua sala no prédio principal e Jimmy já subia as escadas apressadamente com uma postura pesada, estava furioso e quando Pete reconheceu sua silhueta chegando perto as grandes portas da direção ele não pôde deixar de suspirar com os primeiros berros que ouviu.

— SEU VELHO, VOCÊ ESTÁ FICANDO LOUCO?

  Pete conseguiu o alcançar e rapidamente colocou uma das mãos sobre o ombro de Jimmy que o encarava irritado.

— Jimmy... eu sei que você está irritando, mas ele ainda é o diretor e ainda pode nos expulsar. Se acalma. — Pete cochichou olhando seriamente para Jimmy que suspirava na tentativa de se acalmar.

— Do que você me chamou? — Crabblesnitch perguntava em uma carranca nada agradável.

— Nada, Senhor. De Nada. — Respondeu

  O diretor os encarava, esperando uma explicação pela entrada tão bruta em sua sala.

— Então, o que vocês querem?

    Ele imaginava o motivo pelo qual os dois estivessem lá, mas simplesmente não se importava. Sua decisão estava tomada e ele não voltaria atrás.

— Você deve saber o motivo. — Jimmy disse com um tom de aborrecimento quase a ponto de surtar novamente e xingar a todos os responsáveis pela escola. Havia sido a coisa mais absurda que o diretor pôde aceitar na academia novamente.

— Do que você está falando? Seja mais detalhista.

— Detalhista? Você quer detalhes? Ok. O motivo de nós estarmos aqui é que o Senhor, de algum modo, aceitou um “novo” aluno na escola, mas isso não é tudo. Apesar desse “novo” aluno não ser novo, ele também é um manipulador que quase acabou com a escola há alguns meses.

    O diretor olhou de uma forma surpresa tentando esconder sua culpa arrumando uma desculpa justificável.

— Ah sim, você deve estar falando do jovem Smith. Bem, recebi informações de que ele foi liberado por boa conduta.

    Jimmy já estava quase avançando com raiva novamente, mas Pete batia levemente em seu braço em uma tentativa de dizer, “não faça besteira”.

— Isso não é motivo para aceitá-lo de volta aqui, você não se lembra do que ele fez?

— Meu jovem, ouça. Eu estou no comando. Smith pode ter feito coisas ruins no passado, mas tudo por motivos de falta de vigilância. Ele parou de tomar seus medicamentos sem que nós estivéssemos sabendo.

— Isso é um bom motivo para mantê-lo em vigilância na porra de uma terapia.

— JÁ CHEGA, eu entendo que vocês estejam preocupados, mas agora tudo está sob controle. Ele será vigiado para que não deixe de tomar seus remédios. Agora peço que vocês saiam, tenho muitas coisas a fazer. — Disse em um tom nada interessado no assunto em questão, guiando os dois adolescentes para a porta de sua sala para que se retirassem.

   Um pouco relutante os dois se retiraram sem acreditar no que estava realmente acontecendo. Eles seguiram para as portas principais do colégio rapidamente. Pete sentia cada vez mais a ansiedade percorrer sua mente enquanto Jimmy xingava palavras feias ao vento. Já estava tarde e todos os alunos se recolhiam, e em gotas finas a chuva começou a cair rapidamente, foi quando os dois decidiram se render correndo para o dormitório, já que não havia nada que pudesse ser feito a respeito do “Sr. Sociopata”; pelo menos não pelo diretor, mas talvez por ameaças de Jimmy.

   A situação era a mesma dentro dos dormitórios. Ninguém se encontrava fora dos quartos, tudo estava vazio e Gary se encontrava de pé na frente da janela do quarto de Pete olhando para fora, quando perdeu sua atenção ao perceber que seus “amigos” haviam voltado um tanto abalados.

— Então, satisfeitos com a situação? Sem nenhuma dúvida? — Dizia com um grande sorriso como se ganhasse um prêmio de valor.

— É... você está de volta e todos ficaram loucos. Que maravilha. — Jimmy olhava com desgosto para o adolescente cicatrizado. — Pois bem, só tenho um aviso à você, Gary. Tente as suas loucuras novamente e eu não pensarei duas vezes em acabar com a sua cara, estamos entendidos?

    Gary continuava com seu ar de sarcasmo levantando as mãos em modo de rendição.

— Claro que sim, estamos super entendidos. Eu me comporto e você não me chuta, tanto faz, mas agora, se me dão licença, eu preciso ter um momento de privacidade. Se não notaram, já está bem tarde.

    Jimmy respirou fundo seguindo para seu próprio quarto enquanto deixava um Pete totalmente perdido parado em frente a porta olhando para Gary.

— O que você quer? Um beijo de boa noite? Uma canção de ninar?

— Eu só quero que você saia do meu quarto.

   Gary caminhou até Pete com um olhar malicioso e um pequeno sorriso nos lábios, inclinando sua cabeça para que chegasse a altura do ombro de Pete, sussurrando em seu ouvido.

— Ah! Você quis dizer, Nosso quarto.




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