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História Repressed Feelings - One second


Escrita por: jm0parrilla e mdsingrid

Notas do Autor


Oi, nenês.
Eu sei, demoramos. Mas estamos aqui, como prometemos!
Nesse capítulo, adoraria que escutassem a música Dive, do Ed Sheeran. Acho muito envolvente e a letra é encantadora. Mas é opcional, ok?
Aproveitem e comentem! ❤

Capítulo 5 - One second


POV Ana Paula

- Atrapalho?

Tento manter o controle, minha vontade mesmo é perguntar “Mas que porra é essa?”. Seria irracional da minha parte, claro. Vejo Paola praticamente empurrar a ridícula, se desfazendo daquele beijo nojento. Ela está assustada.

- Ana! – Paola vem em minha direção sem graça. – Que bom que você veio, a noite não é a mesma sem você. – Sorri me abraçando.

- Parece que pra você a noite já estava completa, né? – Falo me desvencilhando do abraço apenas para Paola ouvir. –

Aceno em cumprimento a loira azeda, porque sou um doce e fui educada muito bem. Vou até o bar e não dou nem o trabalho de direcionar o olhar a Paola novamente.

- Um uísque, por favor! – Coloco as mãos sobre o rosto frustrada. Logo sinto algo em meus ombros. 

- Ana? Sua dor melhorou? – Minha dor melhorou? Sério? A encaro como se pudesse feri-la com meus olhos. Ela se senta ao meu lado e pede um caipirinha. –

- Sim. – Minto. - Cadê sua amiguinha? – Não queria me importar, não queria demonstrar que me importo. Merda! Minha bebida chega e eu a tomo de uma só vez na esperança de ficar bêbada o suficiente para esquecer tudo isso. Paola me olha com as sobrancelhas arqueadas e os olhos mais abertos que o normal, a vejo abrir a boca na tentativa falha de pronunciar alguma palavra. Ela respira fundo e me responde:

- Não sei, deve estar beijando outra pessoa. Pouco me importa. – Dá de ombros. –

- Não sabia que você fazia parte dessa moda. “Pego mais não me apego.” – Digo fazendo aspas e ela ri. –

- Não faço. Ela só me pegou desprevenida e eu não ia recusar um beijo. – Peço outra dose de uísque. – Mas eu sou difícil, viu? – Ri e eu não esboço nenhuma emoção. – Vamos pra mesa, esses bancos são desconfortáveis. – Ela faz uma careta e eu reviro os olhos. –

- Olha Paola, eu prefiro ficar aqui mesmo, se você quiser ir... – Tento demonstrar o máximo de descaso possível. –

- Então eu vou ficar aqui com você. – Suspira e acena para o garçom. – Dois uísques, por favor! – Sorri e quando volta seu olhar pra mim ele se desfaz na hora. – Por que mentiu sobre a dor?

- Eu não menti. – Insisto na mentira. Burra? Eu mesma. –

- Ana...

- Com mais três doses de uísque não vou lembrar nem meu nome Paola, quem dirá dor nas costas. – Ela balança a cabeça negativamente e não fala mais nada. Melhor assim. –

- Você quer dançar? – Ela olha a pista e de repente me encara. Perco-me na poesia que vem de seu olhar misterioso. Meu corpo reage, sinto um calafrio passar por toda extensão de meus braços até a nuca. –

- Não, obrigada. Tem muita gente. – Encolho os ombros e desvio meus olhos para a pista. –

- Ok...

- Sou uma péssima companhia hoje, Paola. É melhor você voltar pra sua loira. Eu não deveria nem ter vindo. – Sinto um desconforto quando me lembro daquela cena que presenciei há pouco. Vejo Paola olhar para o nada e suspirar, ela volta seu olhar para o meu sustentando-o por alguns segundos enquanto degusta seu uísque com gelo. –

- Você nunca vai ser uma má companhia, Ana. E saiba que prefiro morenas. – Joga os cabelos pra trás e cruza as pernas. –Você quer conversar sobre o motivo de você estar bebendo tanto?

Você é um dos motivos, não vê?

- Walter... – Suspiro e empurro levemente seu ombro sorrindo fraco. – Acho que estou solteira.

- Como assim? Você está bem? – Paola demonstra preocupação e coloca uma das mãos em cima da minha coxa. –

- Ele pediu o divórcio. Quer dizer, tecnicamente. Sei lá, ainda não conversamos. – Bebo minha quinta dose. – Vou resolver isso amanhã, hoje eu só quero fazer companhia ao meu amigo aqui. – Digo mostrando o copo. –

- É melhor ir com calma, Ana. Você toma remédios muito fortes, acredito que não poderia nem estar bebendo, não é?

Abro a boca para respondê-la, mas sou interrompida por uma voz feminina. Quando viro meu corpo em sua direção, reviro meus olhos instantaneamente. Que mulherzinha chata!

- Desculpa interromper. 

Que desculpa o que, vaza daqui minha filha! 

- Não tem problema. – Paola sorri. –

Eu mereço mesmo Deus, eu mereço! 

- Eu já vou indo. Só vim me despedir e dizer que vou te ligar. – Ela sorri toda arreganhada e Paola retribui. –

- Foi um prazer Cecília e obrigada pelo drink. – Agora a demônia tem nome. E o telefone da Paola. Ela sai rebolando dentro de um vestido todo apertado, quase aparecendo à polpa da bunda. Depravada! –

- Você deu seu número pra ela? Achei que fosse difícil. – Eu conheço muito bem esse sentimento e o odeio muito. –

- Dei sim, algum problema? – Ela me lançar um olhar desafiador e cruza os braços. –

- Nenhum. Só não sabia que você gostava de mulheres. – Ela arqueia as sobrancelhas e logo me defendo. – Nada contra! Você sabe que sou super a favor e respeito todos. Eu só... Fiquei surpresa. – Viro o resto da minha bebida e fico brincando com o copo. –

- Tem muitas coisas que você não sabe sobre mim, Ana. – Sua voz sai rouca, sensual e sinto novamente meus pelos criando vida. Não a respondo, estou absorta demais aproveitando cada sensação que ela me proporciona para fazer isso. – Vai dormir lá em casa, né?

- Eu? – Arregalo os olhos. Dormir na casa da Paola? Estou ferrada, meus amigos. –

- Lógico que é você, Ana Paula! Tínhamos combinado, lembra? E nem vem me enrolar porque eu não vou deixar a senhorita voltar pra casa sozinha depois de todos esses drinks, ainda mais tomando remédio. E, além disso, eu avisei a Fran que tomaria café conosco amanhã. Ela ficou tão feliz, você não quer decepcionar a princesa do espelho, não é? – Ela está me chantageando com uma criança! A criança mais fofa do mundo, inclusive. –

- Tá bom, eu vou! Mas só pela Fran. – Ela me olha sorrindo com os olhos semicerrados esperando mais uma resposta. – E pela sua tapioca! – Confesso. –

- Então vamos, estou exausta!

- Com prazer, senhorita. – Pagamos a conta e fomos em direção à saída. No caminho nada é dito, pegamos um táxi, nenhuma das duas estava em condições de dirigir. Encosto minha cabeça no vidro e logo começo um passeio reflexivo sobre a minha vida conturbada, mais precisamente sobre o meu coração.

POV Paola

Quando chegamos em casa, ligo as luzes do primeiro andar e deixo meu casaco e bolsa no sofá, Ana faz o mesmo.

- Fique a vontade, você quer comer alguma coisa? – Ela se senta no sofá. –

- Eu estou sem fome. – Faço uma careta. –

- Você sempre está sem fome, já percebeu? – Me sento ao seu lado e ela sorri. – Acho que você não gosta da minha comida. – Faço uma feição triste. –

- Não, não! – Se apressa em dizer. – Sua comida é divina! – Sorrio pra ela que retribui. – Cadê sua princesinha?

- A Fran está com o pai. Mas amanhã cedo já estará em casa pra tomar café conosco. – Ela concorda e se instala um silêncio. Respiro fundo e tomo coragem. – Você quer dançar? Aqui não tem muita gente. – Ela ri. Me levanto e ligo o som. – Vem? –

Levo minha mão até a sua. Ela segura delicadamente, um pouco relutante. Passo meus braços devagar em sua cintura delicada. Ana hesita, mas logo sinto suas mãos entrelaçando meu pescoço. As primeiras notas se fazem presentes, nos movemos devagar, passos quase imperceptíveis. Por ser menor que eu, ela aninha devagar sua cabeça sobre meu peito e por lá fica, me dando o privilégio de sentir a maravilhosa fragrância doce que emana de seus cabelos. No refrão, ela se afasta me girando delicadamente, eu a puxo de volta pela cintura. Ana me encara, seu olhar é capaz de me despir de uma só vez. Ela sorri e eu me desmancho. A música acaba e nós permanecemos na mesma posição. Dios Santo! Como é linda! Levanto uma das mãos até seu rosto angelical, ela pende a cabeça levemente sobre a minha mão e solta uma risada contida.

- O que estamos fazendo, Paola? – Ana sussurra e quando percebo, estamos próximas demais. Sinto seu hálito quente, seus lábios estão entreabertos e úmidos. Minha sanidade já está jogada em alguma parte dessa sala. Me aproximo. Cada vez mais. Quando o espaço entre nós é quase inexistente, Ana tem uma vertigem e se não fosse eu, tão próxima, ela teria caído.

- Ana! Meus Deus! Você está bem? – A sento no sofá mais próximo. –

- Acho que você estava certa sobre misturar bebida com remédio. – Ela sorri mas isso me deixa ainda mais preocupada. –

- Eu vou pegar uma água pra você. – Quando retorno ela parece mais corada, suspiro um pouco aliviada. –

- Obrigada! – Ela sorri e me entrega o copo. –

- Você não acha melhor irmos até um hospital? – Ela nega com a cabeça e passa a mão pelo rosto. –

- Não é necessário. Eu só preciso me deitar. – Deixo o copo na mesa de centro e a apoio pela cintura, ajudando-a se levantar. –

- Se importa em dormir comigo? Estou com receio de te deixar sozinha. – Ela me analisa por alguns segundos e a encaro com a melhor feição de súplica. –

- Está bem! Mas já aviso que eu durmo sem roupa. – Nesse momento tenho certeza que minha cara está bem parecida com a da Nazaré em um gif que vi esses dias no twitter. –

- Eu... É... Você pod...

- Estou brincando, Paola! – Ana solta uma risada divertida e eu suspiro, não sei se aliviada ou frustrada. –

Já no quarto, deixo Ana sentada enquanto pego algo apropriado para dormirmos.

- Você pode se trocar aqui no meu banheiro, eu me troco no do corredor. – Ela apenas afirma com a cabeça e pega o pijama que lhe ofereço. – Tem certeza que está bem?

- Tenho sim, fique tranquila. Qualquer coisa eu chamo, prometo!

- Ok. Já volto!

POV Ana Paula

Coloco o pijama de seda azul marinho que Paola me emprestou e me olho no espelho. Ficou largo nas pernas, também com aquela bunda que ela tem. Solto um riso de minha própria observação e balanço a cabeça negativamente tentando afastar tais pensamentos.

Antes de abrir a porta para voltar ao quarto, sinto minhas mãos suarem e um leve tremor dominar meu corpo. Quando Paola me disse que íamos dormir juntas, de imediato fiquei muito feliz, porém, já com o teor alcoólico baixo no momento, um nervosismo absurdo me domina. Me encaro uma última vez no espelho e abro a porta.

- Não é que ficou bom em você? – Me olha de cima a baixo e sinto um leve desconforto no meio das pernas. –

- Mais ou menos, né? Olha o tamanho da sua bunda e olha o tamanho da minha! – Solto de uma vez e logo depois de concluir a frase, sinto meu rosto queimar. Paola parece se divertir com isso e me responde olhando para a própria bunda:

- Quer dizer que você repara na minha bunda, Ana? – Seu olhar volta para o meu, havia uma certa malícia ali. –

- Bom, eu não disse... Eu não disse isso!

- Mas deu a entender. – Respondeu rapidamente. Mas que droga! –

- Ai Paola, você entende tudo errado! – Reviro os olhos e vou até minha bolsa pegando meu carregador, sinto seu olhar sobre meu corpo e o incômodo nas pernas aparece novamente. –

- Eu também reparo na sua bun...

- Qual lado você quer dormir? – A corto antes mesmo de concluir a frase, já sabendo exatamente o que ela iria falar. Paola ri divertida e se aproxima da cama. –

- Ah, tanto faz! – Me sento na ponta da cama e ela faz o mesmo. Nos deitamos de frente para a outra. Paola sorri e seus olhos ficam pequenininhos. Ela coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, delicadamente.

- Por que me olha assim? – Ela sussurra. –

- Assim como? – Pergunto no mesmo tom. –

- Assim... Como se conseguisse ler meus pensamentos.

Sorrio e ela me acompanha.

- Queria ter esse dom.

Conversávamos ainda sussurrando, como se estivéssemos compartilhando o maior dos segredos.

- Eu estou com sono. – Sua voz sai quase inaudível, seus olhos estão quase se fechando. –

- Pode dormir, meu bem. – Passo a mão delicadamente sobre seu rosto, passeio meu polegar sobre sua sobrancelha direita, passando pelo nariz e parando nos lábios, esses, entreabertos. Tão convidativos.

- Ana... – Retiro minha mão assustada, não por ela ter “acordado” e sim por ter tido essa atitude. –

- Oi, estou aqui.

Silêncio. Acho que voltou a dormir. Me perco novamente em seus traços tão particulares. Poesia pura.

1 segundo.

Foi exatamente esse o tempo que levou para eu entender. Para aceitar.

Nos segundos seguintes, pensei em todo caminho que me trouxe até essa certeza. Todos os olhares, as brincadeiras com fundo de verdade. Os toques quentes, mas ao mesmo tempo tão sutis. Eu sei, foi tudo muito rápido, né? Mas a vida tem dessas coisas mesmo, as vezes acontece em anos, as vezes em um segundo. Tempo é um detalhe perto de todo esse mar de poesia, de amor.

- Eu acho que estou me apaixonando por você. – A voz rouca de Paola preenche o ambiente e também o meu coração. –

Felicidade.

- E eu estou apaixonada por você. 


Notas Finais


E aí, cheros?
Valeu a pena à espera?
Vamos tentar postar com mais frequência, ok?
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Obrigada pelos comentários, baby's. ❤️


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