História Repressed Love - Second

Mel~

“Triiiiiiiiim” “triiiiiiiiim”- soou o maldito despertador de meu celular, fazendo com que eu acabasse tombando no chão por conta do susto, agradeci mentalmente, pois estava tendo um pesadelo, mas não por muito tempo, o maldito tombo me deixou com as costas, bunda e cotovelo doloridos, esbravejei algumas coisas e levantei.

Peguei meu celular de cima da mesinha que se tem ao lado de minha cama, no mesmo instante em que bateu a luminosidade em meus olhos, parecia que iria explodir meus miolos, estava marcando 5:30, sim, eu ponho para despertar de 00:30 em 00:30 hora, pois eu nunca consigo acordar na hora certa. Sendo 5:30, significava que eu ainda poderia dormir até as 7:00 horas, então voltei a me deitar toda dolorida, mas não consegui dormir mais, havia perdido o sono por conta do susto.

-“Triiiiim” - soou aquele barulho extremamente irritante pela terceira vez, eu havia esquecido de desativar, já que não havia conseguido dormir novamente. Levantei meu tronco ficando sentada na beira da cama, calcei meus chinelos e andei em direção a porta que dava para o corredor do banheiro.

Pelo corredor, pude sentir que estava muito frio, ele estava bastante escuro por conta das janelas da casa estarem todas fechadas, entrei no banheiro, fiz minhas higienes, e sai.

Voltei para o quarto, fui até o guarda-roupas escolher algo, mas digo escolher por força do hábito, pois não há muito o que escolher nele, meu guarda-roupas se baseia em apenas moletons calças jeans, mais moletons e camisetas.

Peguei o primeiro que havia em minha frente, um moletom cinza claro sem nenhum desenho, e uma calça jeans cós-alto, eu achava esses tipos de calça as mais bonitas, e um tênis casual.

Penteei meu cabelo e sai. Não comi nada, estava com preguiça e também já havia dado a hora de sair para a escola.

Sai de casa o caminho para escola demorava cerca de 20min, nesse mesmo caminho fica a casa de Sofia, aliás não é uma simples casa é uma MANSÃO, extremamente linda por sinal.

-Talvez um eu possa ter uma dessas. - pensei em voz alta, soltei um longo suspiro, pois sei que isso é um tanto impossível, ou mesmo extremamente difícil, teria de estudar bastante, e bom, eu odeio estudar. Acordei de meus pensamentos com alguns pingos grossos e pesados que se chocavam em minha pele levemente morena, comecei a correr feito alguém que acabara de cometer algo muito sério, eu já estava pra mais da metade do caminho, faltava apenas uma quadra para chegar na maldita escola, a essa altura já estava com uma enorme vontade de voltar para casa, além de estar muito frio, eu estava toda molhada.

Por conta da chuva não havia ninguém na frente da escola, em compensação, quando adentrei o primeiro corredor, tive a impressão de que não iria conseguir chegar até meu armário, fui empurrando uns, me enfiando onde houvesse uma brecha, alguns me xingavam, outros me cumprimentavam, o que pra mim, tanto fazia, não que eu seja mal educada, mas eu já acordei caindo um tombo, não tive tempo de tomar café e ainda tomei um banho de chuva logo no início da manhã, quem iria ficar de bom humor?! Mas m finalmente cheguei no armário, peguei o que precisava e corri em direção à sala,estava alguns minutos atrasada, o caminho para sala já estava imaginando a bronca, e todas as risadinhas sem graça.

- hmm, com licença professor. - disse em um ato rápido abrindo a porta.

- Qual o motivo do seu atraso Srta.Wilker? - perguntou o homem de meia idade na minha frente, ele estava com os olhos curiosos sobre mim, também não o culpo, estava eu, parada em sua frente toda encharcada, e com uma expressão no rosto digamos, um tanto estranha.

- É que...eu estava à caminho da escola e na metade do caminho desabou a chuva, e como eu venho a pé, acabei tomando um banho, quando cheguei os corredores estavam lotados então tive um pouco de dificuldade em pegar meus materiais.- disse um tanto receosa, pois a turma inteira estava prestando atenção em nosso diálogo, tirando alguns que cochichavam algo sem importância sobre mim, também haviam alguns olhares espantado direcionados a mim, mas pouco me importava. Pude perceber que Haissa não estava dentre os mesmos, vadia.

- Sinto muito Srta.Wilker, pode tomar o seu acento. - disse ele com um olhar de pena, e ao mesmo tempo divertido.

- Obrigada. - disse sem muita importância. havia uma cadeira vaga ao fundo, então me direcionei até a mesma, no caminho pude ouvir risada vindas de Sofia e alguma de suas amigas, apenas revirei os olhos e continuei. O Sr.Valmer começou a explicação sobre o  conteúdo que estávamos tendo, mas eu não estava prestando muita atração, Haissa havia faltado e nesse momento fiquei observando algumas pessoas da sala, pude ver que não era só eu que não estava prestando atenção, muita gente estava só.mesmo modo e parece que Cameron também, já que estava sentado perto de seu grupo em que podemos incluir Sofia. Tinha uma expressão entediante, suas pernas estavam esticadas, e parecia estar brincando com algo, talvez um lápis ou algo assim, usava um moletom branco e uma calça jeans de lavagem clara, e nos pés calçava um vans preto, estava realmente lindo, na verdade ele sempre está, o olhando assim nem chegaria a imaginar o modo como ele é, o modo que é totalmente desprezível por mim, ele respirou fundo e então passou o olhar pela sala, seu olhar cruzou com o meu no instante em que percebeu que eu o observava,  me virei no mesmo instante e fiquei me culpando por sempre acabar fazendo isso.

Depois de alguns segundos me virei para me certificar se ele ainda não estava olhando, e pude ver que ele estava debrusado sob a messa, enquanto os demais davam algumas risadas e conversavam sobre algo.

O grupo em que Cameron andava se resumia em Nash seu melhor amigo, Taylor, Shawn que também é um dos meus amigos, Shawn e eu gostamos das mesmas coisas e além de tudo ele é muito gato, mas diferente dos outros, ele não se acha por isso como Cameron e os demais, ele é o tipo romântico delicado, acho isso uma de suas maiores qualidades, entre muitas e claro, algumas vezes na semana, nós nos encontramos para tocar violão, ele me ajuda além de me dar algumas dicas para melhorar, também é um ótimo professor, mas não o vejo de modo diferente, além de um amigo. Continuando Matt, Carter, os dois jacks, e algumas meninas que ela supostamente estariam pegando, algumas só ficavam por um tempo até eles darem um pé em seus trazeiros, e elas ficarem se perguntando o porquê, e se menosprezando, achando que há algo de errado nelas, quando é justo o contrário.

Há também outras digamos “fixas” que estão sempre junto a eles, ou melhor, no pé deles, Sofia, Beatriz, jellye, e Magna, todas elas são realmente lindas, por mais que eu não as suporte não vejo problema de comentar sobre suas respectivas beleza, sim elas são extremamente lindas e femininas ao contrário de mim, mas não tenho inveja, pois tudo que você enxerga de bonito e exuberante por fora, você não encontra por dentro, é algo superficial, chega a ser ridículo o jeito como elas mesmas se rebaixam, seja pela atenção dos populares, ou para manterem essa fama, de populares e mais desejadas da escola, tendo que pagar um preço que eu acho muito caro, sendo esses, usar minissaias que eu não ousaria pôr nem para dormir coberta, mini blusas dentre outros, resumindo tudo mini, coisas muito vulgares que não são necessárias, pois com o corpo que elas possuem, até as roupas da minha avó iriam ficar perfeitas.

Chegou a hora do almoço, e como haissa havia faltado, imagino que pela chuva, ou por outro motivo qualquer, eu estava sozinha, sim conheço muitos pessoas aqui, mas não é algo que eu possa chegar para conversar e bater um papo, é algo para algum momento específico, sendo esse o qual eu os ajudo em alguma coisa, ou meros clientes conhecidos da lanchonete.

Não gosto muito de sentar junto a pessoas digamos desconhecidas, eu sou um tanto não muito sociável, então preferi pegar uma mesa isolada ao fundo do refeitório, até porque não me sinto mal em ficar sozinha, já que passo a maior parte do tempo assim, meu pai sai para trabalhar antes que eu acorde e só volta ao entardecer, poucos nos falamos, basicamente o necessário, e as broncas que ele acha que tem moral para me dar, já que nunca foi realmente o pai que eu esperava, e que via na casa de algumas pessoas, então acho que ele não tem o direito de vir me cobrar ou me dar algum sermão, sendo que praticamente ele não sabe nada sobre mim, e nem faz questão alguma disso, só me dá bronca ou sermão para suprir seu próprio ego, parara tentar fazer a sua parte, mas é tudo forçado, eu sempre acabo o deixando falar para as paredes.

Já tinha acabado de comer meu lanche, e estava pensando no trabalho que teria daqui a algumas horas, quando pousou uma mão delicada sobre meu ombro me fazendo virar.

-Hmm, oi Mel! - disse Shawn já se sentado em um espaço vago no mesmo bando em que eu estava.

- Há..oi Shawn! - disse em um suspiro.

- Bem, eu vi que você estava aqui sozinha, parece que houve algo com haissa não é?! - disse ele risonho, um tanto engraçado.

- Parece não é, acho que por conta da chuva ou por ser preguiçosa mesmo! - disse soltando uma risada na qual Shawn me acompanhou, já sabendo que o que eu acabara de dizer fazia sentido.

- Então, queria saber se você vai ir treinar comigo hoje, você faltou algumas das nossas aulas, e eu tenho algo novo que quero te ensinar, e também uma música que eu fiz, queria sua opinião já que você assim como eu entende bastante do assunto. Então? - disse entre pausas, um tanto preocupado, e convidativo, estava curiosa para ver sua música ele realmente compõe muito bem, não só compõe bem, mas assim como toca e canta maravilhosamente, ele tinha razão, acabei por não ir em algumas de nossa aulas pois estava muito ocupada com meu trabalho na lanchonete e provas, outra culpada era a minha preguiça, pois no meu tempo livre eu apenas queria descansar, e relaxar pois o estresse do dia-a-dia acabava e acaba me matando.

- Claro, não tenho como dizer não, ainda mais para ouvir uma música sua, e também teria de ter uma boa desculpa, pois faz alguns dias que não apareço por lá.

- Ta ótimo, mas me diga, que hora você estará livre? - me questionou, teria hora livre depois do trabalho, de tardinha, o bom é que a casa onde ficava o pequeno estúdio, não ficava muito longe.

- Estou livre depois que sair da lanchonete, as 5:00 horas ta bom pra você? - perguntei,  com medo, vai que ele tenha algum encontro ou compromisso com a família eu não quero atrapalhar.

- Pode sim, passo lá então. - ele disse, e então não pensei duas vezes para respondê-lo.

- Não, pode deixar que eu ou vou a pé! - respondi um tanto rude, mas foi no impulso. - Me desculpe, não foi intencional, não queria ter soado rude. - disse tentando amenizar, mas ele nem pareceu dar muita importância.

- Não! Tá tudo bem, como você quiser, vou estar te esperando, e dessa vez leva sua palheta junto, pois você perde todas as que eu te empresto! - disse divertido soltando uma gargalhada zombando da minha cara, pois das últimas duas vezes que fui, esqueci minha palheta em casa e então pedi a dele emprestada, mas toda vez que largava o violão para fazer algo acabava perdendo, tenho que admitir que tenho um sério problema com palhetas, por isso quase sempre opto por tocar sem.

- Muito engraçado! - disse fazendo uma careta em sua direção. - Pode deixar, irei levar a minha. - lhe disse em confirmação.

- Okay então! Te vejo mais tarde. - disse se despedindo e indo até a mesa onde estavam Sofia junto a Cameron, Nash, os jacks, Carter, Matt, Jellye e Beatriz e Magna.

- até! - respondi sem muita importância.

Já estava na hora de ir para casa e agradeci por não estar chovendo, eu não estava em um pouco afim de ir para casa, não por preguiça mas porque eu ainda estava com a mesma roupa molhada, e já não bastava ter passado a manhã toda assim eu não iria voltar a pé do mesmo jeito, também estava ventando muito, e decidi pegar um ônibus, na saída vi Sofia e jellye, estavam saindo com o carro da vaga.

-Eu até te daria carona, mas não transporto lixo no meu carro, não vai ser possível. Só o banco o qual você sujaria, daria pra comprar sua casa. - disse entre gargalhadas, enquanto Jellye fazia o mesmo, eu não ligava a mínima para o que ela estava falando, se ela é rica, sorte a dela. Apenas lhe dei o dedo do meio, e continuei meu caminho até o ponto de ônibus. Enquanto ela saiu me esbravejando, chega ser engraçado como as pessoas ficam extremamentes irritadas quando você não demonstra nada e as ignora.

O caminho de volta foi tranquilo, cheguei em casa e fui tomar um banho, me despi e liguei o chuveiro o máximo de quente que consegui, meu corpo todo estava gélido, me senti relaxada ao entrar debaixo d’água, o contato da água quentinha com meu corpo, fazia parecer com que todo e qualquer resíduo fosse embora, sai do banho e fui procurar algo para vestir.

Peguei um moletom preto, e uma calça jeans simples, vesti um tênis all stars e fui comer algo, estava com bastante fome, mas não tinha tempo para cozinhar algo, então comi um sanduíche com café, e sai rumo a lanchonete, essa sim era longe, então precisaria pegar um ônibus, eu já não aguentava mais isso, ir a pé, pegar ônibus, estava trabalhando e juntando dinheiro para comprar meu próprio carro, que se Deus quiser consigo ainda esse mês, já que estou a um bom tempo juntando dinheiro.

Mal cheguei na lanchonete e ela estava lotada, Ester nem me deixou respirar e já me mandou pôr o uniforme, até que ele não era tão feio assim, era preto com branco, uma camisa branca com uma calça preta, ambos com a marca da lanchonete.

Mal cheguei na bancada e já me entregaram duas bandejas, sai quase derrubando por conta do peso.

Já vi que hoje eu iria acabar morta, e que foi péssimo ter aceitado ir na casa de Shawn.

Já eram 4:45 estava levando a última bandeja, não que o pessoal tinha ido embora, pelo contrário, continuava lotada, mas sim que há tinha dado a minha hora e Emma iria me substituir, eu falei a Shawn que iria estar às 5:00 lá mas na verdade a essa hora eu apenas estaria saindo daqui, então vou chegar uma 00:30 atrasada, espero que ele não fique chateado, pois ainda teria de passar em casa pegar meu violão, e mais algumas coisas. Sai da lanchonete me despedindo de todos, dei um breve abraço em Emma, nós tínhamos a mesma idade, e ela parecia ser uma garota muito legal, pena não termos tempo para conversar, já que as únicas palavras trocadas eram sobre o trabalho, raramente eram coisas aleatórias.

Já estava saindo de casa, a essa altura já eram umas 5:45 pelo que olhei a última vez no celular, pude ver que havia algumas mensagens de Shawn, mas não abri, estava com um pouco de pressa.

Ao chegar na casa de Shawn, parei perto da porta, e então pude perceber que  não estava sozinho, algumas gargalhadas soavam por dentro da casa, algumas vozes conhecidas, e uma delas era de Cameron. Hó meu Deus! ~corre~ Na hora meu coração acelerou e eu não consegui fazer nenhum movimento, quando consegui,  estava virando para trás, para ir embora, e escuto passos vindo em direção a porta, no mesmo instante em que ela é aberta