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História Resiliência - Como eu fui depois de você


Escrita por: bolodebaunilha

Notas do Autor


FELIZ ANO NOVO! ❤

Desejo muita paz, felicidade, amor, dinheiro e tudo de bom nesse novo ano que está chegando para todos vocês que acompanham Resiliência ❤

Um pouco mais de dois meses atrás, quando tomei coragem para postar aqui minha primeira fic, não esperava nunca que tantas pessoas acompanhassem! Estou cada dia mais encantada e emocionada com todo o carinho que vocês tem por mim e por minha história, e só posso agradecer! ❤

Cada favorito (Já somos 494!!!!!) e comentário eu fico mais feliz e agradecida! Gostaria de ter como abraçar cada um de vocês, mas a única coisa que posso fazer é agradecer e me empenhar cada vez mais para continuar melhorando minha escrita, e assim fazer capítulos cada vez melhores para vocês :)

Final de ano é tão corrido que infelizmente ainda não tive como responder aos comentários maravilhosos (gente, teve alguns que até chorei ao ler!) e peço mil desculpas por isso! As vezes prefiro priorizar a escrita dos capítulos e acaba não sobrando tempo para me dedicar a responder o que vocês comentam (uma das desvantagens da atualização semanal) e espero que vocês não achem que estou ignorando ou fazendo pouco caso das palavras maravilhosas que vocês deixam por aqui. Já li todos os comentários e prometo que assim que tiver tempo vou responder com todo o carinho que vocês merecem ❤
Obrigada por terem paciência comigo :)

E, não posso esquecer dos agradecimentos especiais:
Arishia e tamy uchiha que deixaram recomendações maravilhosas lá no Nyah! Nem sei o que dizer para agradecer tudo que vocês escreveram! ❤
GENTE! Devia ter como responder recomendações ou sei lá porque aaaah, eu espero de verdade que vocês saibam o quão agradecida estou ❤❤❤❤
E sempre tenho citado aqui quando mencionam Resiliência lá no grupo do Facebook, mas estou com medo de deixar alguém de fora dos agradecimentos e por isso dessa vez não vou citar ninguém! Mas saibam que vocês estão guardadas no meu coração por sempre lembrarem da minha fic por lá ❤
AH, e fiquei sabendo que muita gente do twitter acompanha Resiliência e sempre comenta por lá, então um beijo para vocês também! ❤
OBRIGADA ❤

Enfim, assim como essa nota o capítulo de hoje está gigante e com muitos diálogos. Ele é bem parado comparado aos anteriores, mas espero que vocês gostem!

Obrigada mais uma vez e nos vemos no ano que vem! :D
Boa leitura :*

OBS: Apenas para lembrar dos links nas notas finais com explicações e referencias.

Capítulo 13 - Como eu fui depois de você


Fanfic / Fanfiction Resiliência - Como eu fui depois de você

Cinco anos atrás havia sido obrigado a tirar um dia de folga.

Sempre tão ocupado e cheio de preocupações não sabia lidar com um simples tempo livre em sua agenda.

Acabou parando em um pequeno Café perto do centro de Tóquio e foi lá que sua vida mudou completamente.

Lembrava perfeitamente da calma que o atingiu, e que como em um passe de mágica ao ouvir a voz doce dela suas preocupações sumiram.

O sorriso que o encantou naquela ocasião estava lá até segundos atrás, quando percebeu sua presença.

Os cabelos antes na cintura agora estavam, já cortados de um modo bonito, na altura dos seios, ondulados de uma forma adorável. Como naquela vez também aprovou como o corpo, que ainda se lembrava como era por carrega-la no resgate, ficou no uniforme de garçonete. As cores eram diferentes, mas era como reviver o momento em que havia colocado os olhos nela pela primeira vez.

A reação que ela teve ao olhar em sua direção o fez ter certeza que ainda mexia com ela de alguma forma.

Só precisava descobrir se era de forma positiva ou negativa.

E ao olhar dentro dos olhos verdes e brilhantes dela foi como se nada mais existisse. Os sons sumiram, o Café e as pessoas que estavam por lá, nada mais importava.

Naquele momento queria ser capaz de passar através de seus olhos o tanto que sentia muito por tudo, pois sabia que não conseguiria verbalizar isso. Queria passar para ela o tanto que ela era importante e, mesmo que ainda não o conhecesse, seu filho também era.

– Precisamos conversar – Disse ao encontrar sua voz.

Sakura pareceu levar um choque de realidade ao ouvir a voz rouca dele, e as amigas que a apoiavam assustadas finalmente perceberam sua presença.

– O que você está fazendo aqui?! – Ino perguntou irritada se colocando a frente de Sakura.

– Vim para conversar com Sakura – Informou sério, sem desviar os olhos do rosto dela, que ainda podia ser visto por trás da loira.

– Tudo bem Ino – A Haruno falou antes que a amiga começasse uma discussão com o Uchiha – A gente sabia que esse dia chegaria, não é? Está tudo bem.

– Tem certeza? – Tenten perguntou desconfiada alternando o olhar entre ela e o moreno.

– Sim – Respondeu tentando passar confiança, mesmo que por dentro estivesse apavorada. Ele era mais intimidador do que lembrava.

Mas se recusava a parecer amedrontada na frente dele.

– Sei que vai tomar as melhores decisões – Hinata a apoiou gentil.

– Qualquer coisa você grita que eu quebro a cara desse almofadinha – Ino garantiu confiante olhando de maneira ameaçadora para o Uchiha, que não pareceu minimamente afetado. Inclusive encarou de volta irritado ao lembrar que a loira havia roubado seu cartão.

Sakura então deu um passo a frente pronta para falar com Sasuke, mas teve sua atenção desviada pelo sorriso mais bonito e radiante que já havia visto na vida.

– Sakura-chan! – O loiro chamou seu nome com saudade e ela não conseguiu conter o sorriso.

– Naruto! – Sentiu os olhos enxerem de lágrimas. Como sentia falta daquele que ainda considerava como um irmão.

O Uzumaki se aproximou e sem constrangimento algum envolveu o corpo dela em um abraço de urso. Apertado e caloroso.

Sasuke desviou o olhar incomodado, sem querer admitir para si mesmo que era tolo a ponto de sentir ciumes dela com Naruto.

– Desculpa – Ele praticamente implorou sem solta-la – Desculpa, Desculpa – Repetiu várias vezes e o coração dela se apertou.

– Foi errado o que você fez – Se afastou um pouco limpando as lágrimas do olhos – Achei que pudesse confiar em você.

– Desculpa Sakura-chan – Pediu mais uma vez angustiado – Depois quero conversar com você melhor, mas quero que saiba que eu sinto muito! – Falou sincero e ela se chutou mentalmente por seu coração mole já estar querendo desculpa-lo.

Não havia sido tão grave quanto o que Sasuke fez, mas foi tão errado quanto.

Mas por hora pensaria em uma coisa de cada vez. Precisava resolver sua situação a respeito de Sasuke e Sanosuke para depois conversar melhor com o Uzumaki.

– Ok, conversamos depois que eu resolver o problema – Apontou com a cabeça para Sasuke, que no momento estava rodeado pelas amigas, que o interrogavam e ameaçavam de várias formas.

– Ok – Sorriu abertamente como ela se lembrava – Mas só uma coisa – Se aproximou e abaixou a voz – O Teme, ele errou e errou feio. Ele merece qualquer coisa que você faça com ele, mas por favor, tenha delicadeza em relação aos assuntos do pequeno – Pediu humildemente – Da mesma forma que não consigo nem imaginar como foi difícil os últimos anos para você, a vida dele também não foi fácil. Ele com certeza pagou pelo que fez a você e cara, ele está realmente bem mexido com esse lance de ser pai, então paciência com ele.

E essa era a confirmação que precisava. Sasuke realmente já sabia sobre Sano.

Não é como se não tivesse imaginado esse momento várias vezes, mas era totalmente diferente estar vivenciando a situação. Tinha tanto o que falar e pensar, por mais que quisesse levar o pedido de Naruto em consideração sua prioridade no momento era entender as intenções de Sasuke em relação ao filho.

Obviamente que ainda amargava o acontecido de cinco anos atrás e junto aos sentimentos que guardava pelo moreno a faziam ter o pé atrás com ele, mas não achava justo apenas acusa-lo e descontar nele suas frustrações e dificuldades como mãe solteira. Escutaria o que Sasuke tinha para dizer e depois decidiria o que fazer.

– Vou tentar – Disse por fim, suspirando.

– Obrigado – Beijou a cabeça dela com carinho.

Se afastou de Naruto e se aproximou da rodinha de “intimidação ao Uchiha”.

– Sasuke – Chamou e imediatamente teve a atenção dele – Vamos até o escritório de Tsunade conversar.

Sem dizer nada e o mais delicadamente possível saiu do meio das mulheres, que o olhavam como se dessem um aviso, “pise na bola que a gente te castra”.

– Se você machucar minha amiga de novo, eu ‘tô pouco me fodendo para o seu nome ou quem você é, vou chutar tanto a sua cara que nem sua mãe vai te reconhecer! – Ino ameaçou em voz alta quando já se afastavam para os fundos do Café.

Sakura olhou alarmada por cima do ombro para o homem que andava um pouco atrás, mas ele parecia indiferente a ameaça da loira.

Sasuke seguiu Sakura para o fundo do Café sem conseguir controlar a olhada que dava hora ou outra no bumbum farto marcado pela saia do uniforme. Desceu os olhos para as pernas apreciando a visão e praguejando baixo o tanto que ainda a desejava.

Sua vontade era de agarra-la ali mesmo e isso era ridiculo visto a seriedade do assunto a ser tratado.

Por fora estava inabalável como uma rocha, mas por dentro se sentia perdido. Estava a caminho de uma conversa que, por mais que tivesse pensado muito a respeito, ainda não sabia as palavras certas para usar.

Simplesmente não sabia como verbalizar sentimentos ou parecer menos indiferente.

A Sakura de anos atrás o entenderia sem que precisasse abrir a boca, mas e essa? Ela ainda mantinha a doçura que lembrava, mas com certeza a maternidade a amadureceu.

Como em poucas vezes em sua vida, Sasuke não sabia o que fazer.

Preferia enfrentar a Akatsuki sozinho do que estar a frente daquela mulher que tanto machucou.

Ainda em silêncio entraram por um porta nos fundos do Café. Era pequena e tinha apenas uma mesa de escritório, uma cadeira e um computador. Na parede algumas fotos das funcionárias e recortes de jornal emoldurados noticiando o sucesso que o Byakugou vinha fazendo em Konoha.

Sakura fechou a porta e suspirou. Seja lá o que fosse discutido ali dentro só dizia respeito aos dois.

– Sinto muito por Ino – Resolveu falar para quebrar o silêncio – Ela se preocupa muito comigo.

– Eu sei – Respondeu lembrando da cena protagonizada pela loira no saguão de entrada da Uchiha Corp.

Custou muito trabalho à sua assessoria de imprensa abafar o caso e impedir que os videos gravados viralizasem.  

E novamente o silêncio incomodo.

O clima ali dentro era pesado, denso e entre as trocas de olhares, não sabiam por onde iniciar aquela conversa que decidiria o futuro dos dois.

Dos três, já que Sano era o motivo de tudo.

Sakura mexia as mãos inquieta na barra da saia tentando criar coragem para pelo menos exigir uma explicação para tudo o que ele a fez passar, mas se sentia sufocada pelo olhar intenso dele. Parecia que tudo que fazia era observado com atenção por aqueles olhos ônix.

– Você foi embora – A voz rouca de Sasuke quebrou o silêncio, fazendo com que ela arrepiasse até o último fio de cabelo.

– Você me enganou – Retrucou com mais firmeza na voz do que achou que teria.

Ele estreitou os olhos um pouco surpreso. Não imaginava que ela teria coragem de falar com ele daquela forma.

Não a Sakura de cinco anos atrás.

– Você sabia que estava grávida quando foi embora? – Resolveu mudar a abordagem. Não queria começar um discussão logo no inicio.

– Não – Ela respondeu esfregando as mãos e torcendo os dedos nervosa – Descobri um tempo depois que cheguei aqui.

– Ele...  –  Passou as mãos pelos cabelos nervoso. Por mais que já fosse obvia a resposta precisava fazer a pergunta – Ele é meu filho mesmo?

Não apenas pela aparência, mas graças a Minato já havia descoberto tudo sobre a vida de Sakura em Konoha. Tudo o que naquela época Yamato não conseguiu por violar o acordo entre os clãs, agora já havia sido lido e relido várias vezes.

14 de fevereiro, às 13h15 de um dia relativamente frio no hospital de Konoha, através de parto normal e pesando saudáveis  2.700g, nasceu Haruno Sanosuke.

Seu filho chamava Sanosuke e não conseguia imaginar nome melhor.

O espaço vazio na certidão de nascimento dele, referente ao pai, o fez amargar umas noites sem dormir.

Com Neji já devidamente avisado e com tudo preparado, precisava apenas de um “sim” de Sakura para reverter isso e o filho se tonar um Uchiha oficialmente.

E era por esse motivo que estava ali frente a frente com ela.

Pois sabia que não seria agora que teria a oportunidade de reconquista-la como pretendia, e antes de resolver essa parte teria que focar no único laço que os unia no momento.

Sakura soltou todo o ar preso em seus pulmões e se mexeu desconfortável no lugar, alternando o peso de uma perna para a outra.

– Sim – Sua voz saiu baixa mas ele escutou.

Sasuke sentiu todos os músculos de seu corpo ficarem tensos e o coração disparar. Escutar a confirmação vinda da boca dela foi como levar um tiro.

Parece que só se tornou oficial naquele momento.

– Como aconteceu? – Perguntou o que vinha martelando em sua cabeça desde que descobriu – Quero dizer, eu via você tomando o remédio – Resolveu acrescentar pensando em como pareceu estúpida a pergunta

– Também fiquei confusa – Admitiu – Sempre tomei direitinho o anticoncepcional já que não usávamos nenhuma proteção – Suas bochechas coraram pelo assunto – E quando descobri a gravidez questionei minha médica a respeito. Ela me explicou diversos fatores que poderiam causar a falha da medicação – Explicou ainda um pouco sem jeito por falar de algo tão intimo – Pelo tempo da gravidez logo concluímos que foi na época que fiquei doente. Os antibióticos que tomei eram fortes e cortaram o efeito do anticoncepcional.

Sasuke lembrou do dia que ela ficou doente. Como, sem perceber, ficou preocupado com ela e até mesmo cuidou para que ela se sentisse melhor. Por fim, lembrou que realmente terminaram aquela noite na cama de uma forma muito prazerosa.

Então havia sido naquela dia.

Se remexeu um pouco incomodado por aquela simples lembrança já o deixar excitado. Não era o momento para pensar sobre isso, então voltou a focar no assunto principal: Seu filho.

– Entendo – Parou por um tempo para pensar no que falar a seguir. Tudo era calculado e extremamente pensado antes de ser verbalizado por ele – Por que não me procurou?

Sakura se sentiu mais nervosa do que estava. Teria que falar sobre coisas que ainda a machucavam e revelar sentimentos.

Era complicado.

Mesmo cinco anos depois ainda tinha sentimentos por ele e, depois de tudo que aconteceu, não se orgulhava mais por isso. Não sabia se ainda o amava, era difícil entender o que sentia em relação a alguém que a fez tão mal e ficou longe tantos anos.

Foi enganada, engravidou, cuidou do filho sozinha, foi sequestrada... Uma lista relativamente grande de coisas causadas por ele.

– Eu poderia falar que foi por você ser casado e por você ter sido um canalha comigo – Ela começou a explicar tentando encontrar as palavras certas – Mas eu não sou assim –  Suspirou rindo sem humor – Eu fiquei magoada, chateada, triste, decepcionada... Enfim, só precisava ficar longe de você – Admitiu e o viu se mexer incomodado – Mas eu nunca impediria meu filho de ter um pai – Falou com certeza em sua voz e ele arqueou a sobrancelha confuso, afinal foi exatamente o que ela fez – No dia que descobri da gravidez conversei com Ino e Tsunade, e chegamos a conclusão que o certo era procura-lo e contar tudo. Eu não esperava que você voltasse comigo ou me amasse, só pensava no melhor para o bebê, já que diferente de você eu não tinha condições de cria-lo muito bem – Explicou e ele viu os olhos verdes se desfocarem como se estivesse mergulhada em lembranças – Estava literalmente com o telefone na mão quando começou na televisão aquele programa de fofocas – Sasuke soltou um palavrão em voz alta e cruzou os braços já prevendo a merda – Foi chocante ver a sua esposa falando coisas tão ruins sobre você – Sakura parecia realmente chateada e ele amaldiçoou Karin em pensamentos – Eu já pensava que não te conhecia de verdade e depois de tudo que ela falou eu só conseguia pensar em que espécie de monstro você era – Os olhos verdes marejaram mas nenhuma lágrima caiu – Na mesma hora decidi que não te contaria nada. Afinal, se você pediu aborto para sua própria esposa, imagina o que faria comigo? – Sua voz saiu mais acusadora do que pretendia, mas não teve como impedir. Anos de magoa acumulada e finalmente podia falar para ele tudo que guardou.

Parado à sua frente era Sasuke, o homem que namorou por um ano, mas ao mesmo tempo era um homem que não conhecia de verdade.

Seria ele da forma que se mostrava para ela? Ou quando com a esposa ou na empresa agia diferente?

Sasuke xingou um palavrão nervoso fechando os olhos e Sakura reparou como o corpo estava rígido e o maxilar comprimido com força

– Aquela desgraçada – Apertou as mãos imaginando ser o pescoço de Karin, que não feliz em acabar com sua vida anos atrás ainda fodeu mais sua relação com Sakura. Não acreditava que havia perdido a oportunidade de participar dos primeiros anos de vida do filho por conta daquela mulher – Se você viu esse programa de fofoca, sabe que ela me traiu – Sakura confirmou com um movimento da cabeça – Aquela... Aquela mulher, tudo o que ela falou naquela merda de programa era mentira – Explicou sério – Ela não poderia estar grávida de mim já que fazia meses que nem em casa eu dormia direito. O filho era de Suigetsu e eu sabia – Sakura arqueou as sobrancelhas meio desacreditada e Sasuke bufou – Mas como a opinião pública estava a favor dela, ainda mais com Karin insinuando sobre aborto e outras merdas que eu não falei para ela – Resolveu deixar claro essa parte e viu Sakura suavizar a expressão – Tive que assumir a paternidade. A gravidez era de risco e ela conseguiu na justiça que não precisasse fazer o exame de DNA até o nascimento da criança. Nesse tempo ela ficou na casa que morávamos, mas eu não estava lá com ela. Só fui vê-la novamente no dia do parto, onde comprovei ao ver o bebê que definitivamente não era o pai – Lembrava perfeitamente dr Karin desesperada por ser pega em sua própria mentira – A criança era a cara de Suigetsu – Explicou lembrando do bebê de cabelos claros – Mas apenas para confirmar mesmo ainda fiz dois exames e bem, não tinha filho nenhum... Até agora, não é?.

Sakura tinha os olhos arregalados e sentiu até um pouco de tontura. Sasuke vendo a situação se apressou em puxar uma cadeira e coloca-la sentada com delicadeza.

– Eu não sabia – Ela falou tremula – Depois disso eu não queria escutar mais nada sobre você e por isso não soube – Justificou olhando para ele com o rosto contraído em agonia – Desculpe-me se te julguei mal nesse sentido.

Foi inevitável para o Uchiha não sorrir minimamente ao vê-la sendo bondosa como sempre foi.

Mesmo tendo feito tudo o que fez, ela ainda conseguia ser a pessoa altruísta e amorosa que o encantou.

– Você não precisa se desculpar por nada – Disse sério – Eu que errei e não é algo que me orgulhe – Sakura viu o quanto verbalizar o arrependimento era difícil para Sasuke, e que ele estava sendo sincero naquelas meias palavras – Os erros que cometi são irreparáveis, mas quero compensar tudo o que passou – Respirou fundo – Também quero assumir o... O nosso filho.

O coração de Sakura disparou acelerado. Era tão surreal para ela ouvi-lo falar “nosso filho” que sabia estar olhando para ele como um idiota.

Mesmo que as palavras não tenham sido usadas, ela sabia que aquilo havia sido um pedido de desculpas. Conhecendo Sasuke como achava que conhecia a fazia ter certeza que aquilo era o máximo que ele conseguiria.

Sabia também que Sasuke não esperava uma resposta. O que ele fez foi sério demais, não é algo fácil de perdoar ou esquecer e ele tinha consciência disso.

Foram cinco longos anos separados, amargando erros, mentiras e um amor tão intenso que sentia até hoje. Não o bastante, também havia a existência de um filho.

E mesmo que seu coração estivesse disparado com a presença dele, não era o momento de pensar em amor.

Por enquanto o foco teria de ser Sanosuke, para depois pensarem se ainda existia espaço para um perdão.

– Sanosuke sabe sobre você – Ela informou com um sorriso meigo focando a conversa no pequeno – Não contei nada ruim, apenas falava que você viajava muito por conta do trabalho – Explicou e Sasuke ficou positivamente surpreso – Eu tinha uma foto sua guardada e foi o que mostrei para ele. Ele sabe seu nome e algumas histórias bobas que contei sobre coisas que fazíamos juntos – Colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha um pouco envergonhada – Ele gosta bastante de você apesar de não conhece-lo – O Uchiha arregalou levemente os olhos – Ele é bem esperto e acho que vocês vão se dar bem.

Sasuke teve que puxar uma cadeira para sentar também. Era muita coisa de uma vez, uma enxurrada de informações e sentimentos, e o sempre indiferente Oyabun não estava sabendo lidar com tudo isso.

Deveria ter dado mais crédito para Sakura.

Havia passado a semana preocupado em como se apresentar para o filho ou qual seria sua reação, mas em toda a sua bondade Sakura conseguiu transforma-lo de um monstro para um pai.

Quando conseguiria imaginar que seu filho já o conhecia e amava? Era surreal!

– Como ele é? – Perguntou sem conter a curiosidade. Era estranho ter que perguntar sobre seu próprio filho mas tinha certo em sua cabeça que compensaria todo o tempo perdido. Logo teria suas próprias memórias sobre o pequeno.

– Ele é incrível! – Abriu um sorriso lindo nos lábios – Apesar de ter apenas quatro anos é bem esperto e inteligente. Aprende as coisas com facilidade e já faz várias tarefas sozinho como ir ao banheiro, vestir as roupinhas e comer a comida sem derrubar do prato – Falava com carinho – É todo independente e vive querendo fazer tudo sozinho na verdade – Riu divertida – Ele fica falando que é um menino grande e recusa ajuda sempre, até parece que é tudo isso! – Sasuke não conseguia conter o sorriso ao vê-la falando com tanta ternura sobre o filho – As vezes se embola nas palavras mas já fala direitinho e é muito tagarela – Alertou sorrindo – Você vai ter que ter paciência com isso – Sasuke não tinha experiência com crianças. Apenas com seu sobrinho, mas esse ainda não falava então não sabia muito bem com o que teria que lidar. Mas independente do que fosse estava disposto a enfrentar – Não vou te iludir falando que ele não é bagunceiro. Tem momentos em que quase fico louca em meio aos brinquedos e manhas dele! – Sano podia ser muito atentado quando queria e só de imaginar Sasuke tendo que lidar com isso tinha que reprimir algumas risadas – Ah, é tanta coisa para falar que eu poderia ficar horas falando sobre o Sano! Então acho melhor você conhece-lo para tirar suas próprias impressões.

Antes que Sasuke pudesse planejar um possível encontro com o filho a porta foi escancarada, e uma Tsunade segurando uma vassoura entrou como um furacão no escritório.

– CADÊ ESSE DESGRAÇADO?! – Gritou sacudindo a vassoura para os lados.

– Meu Deus, Tsunade! – Sakura exclamou se levantando e impedindo a tia de acertar a vassoura na cabeça de Sasuke, que não parecia minimamente afetado com as ameaças – Está tudo bem – Tentou tranquiliza-la – Estamos apenas conversando.

A loira percorreu o escritório com os olhos até parar na figura másculo de Sasuke, que a olhava sério sem mostrar reação alguma com sua entrada.

O maldito era a cara de Sanosuke mesmo e por uns segundos pensou no quanto Sakura iria sofrer com as garotas correndo atrás do filho. Se Sano ficar qualquer coisa próxima aquele belo exemplar masculino com o plus de olhos verdes, as mulheres não vão ter chances.

– Tem certeza? – Olhou desconfiada para os dois estreitando os olhos – Estou de olho em você – Apontou para o moreno e por fim saiu da sala tão repentinamente quanto entrou.

“Que merda foi essa?”, Sasuke se perguntou tendo certeza que Tsunade era completamente maluca.

Junto com o que já havia visto da tal Ino só pode concluir que Sakura e seu filho estavam cercados por loucas.

– Caramba – Sakura sentou constrangida de volta na cadeira – Peço desculpas, ela é bem enérgica.

– Está tudo bem – Disse dando de ombros – É bom que você tenha pessoas boas ao seu lado – Se referia a Tsunade e as amigas que o ameaçaram quando chegou.

– Tsunade, Ino, Hinata e Tenten são maravilhosas – Sorriu pensando nas mulheres de sua vida – Sem elas eu não teria conseguido.

– Me conte sobre você – Sasuke pediu – Como foi sua vida nesses últimos cinco anos?

O sorriso de Sakura vacilou e ela se mexeu incomodada na cadeira.

– Teve altos e baixo mas fui feliz – Falou incomodada. Não queria se fazer de coitada ou que ele pensasse que ela era uma pobre mulher sofrida. Mas de qualquer forma não omitiria a verdade. Falar da vida dela era falar de Sano, e pelo visto Sasuke estava realmente interessado no filho – Não te contei na época mas fui aceita na faculdade de medicina – Sorriu orgulhosa lembrando do esforço nos estudos e de suas notas altas – Mas infelizmente não pude fazer o curso por conta de todos os acontecimentos. Tinha acabado de descobrir a gravidez, precisava trabalhar e não tinha dinheiro nenhum comigo – Explicou fazendo uma careta.

De fato não havia se preparado para uma situação de emergência. Sua carteira estava quase vazia e não tinha conta em banco nenhum, todo salário que ganhava de Shizune guardava em casa mesmo e usava para pagar as contas e comprar o que precisava.

Sasuke já tinha conhecimento de tudo isso agora que havia pedido para Minato investigar a vida dela, mas precisava ouvir da própria Sakura tudo que passou nesses cinco anos.

– Por mais que Tsunade e Ino se oferecessem para me ajudar financeiramente, não achei justo. – Continuou. Teria sido mais fácil, com certeza. Mas Sakura nunca se sentiria bem dependendo de outras pessoas. Tinha que começar a aprender a cuidar de si mesma já que viraria mãe em pouco tempo e foi o que fez – Durante toda a gravidez trabalhei no Café da minha tia de manhã e a tarde, e a noite trabalhava em um bar perto do centro de Konoha – Sasuke fez uma careta desgostosa pensando em Sakura, grávida de um filho seu, trabalhando em um bar noite a dentro – Não ganhava muito bem, mas foi o suficiente para comprar tudo o que um bebê precisaria em seus primeiros anos. Também consegui, junto de Ino, comprar a casa em que moramos – Contou empolgada lembrando do tempo em que passou com a melhor amiga visitando casas até encontrar a perfeita – Então alugamos dois quartos para Tenten e Hinata, e assim garantimos um dinheiro extra – Parou para tomar folego e sorriu – Quando Sano nasceu eu já tinha um dinheirinho guardado, então larguei o trabalho no bar e me dediquei a ele, podendo tirar uma licença maior do Café. Acho que foi até o quinto mês dele que fiquei apenas em casa – Colocou o dedo no queixo olhando para cima tentando lembrar mas por fim deu de ombros – Então voltei para o Café, mas levava ele junto comigo. Foi bem cansativo de principio mas eu não tinha com quem deixa-lo – Justificou lembrando da época em que andava com o filho preso em seu corpo pelo canguru. Era difícil atender as mesas e muitas vezes ele fazia com que ela derrubasse alguma coisa no chão, mas não teria tido como trabalhar de outra forma – Quando ele fez um ano eu coloquei ele na escolinha que fica aqui em frente e as coisas ficaram menos agitadas – Lembrou do sofrimento que foi ficar longe do filho nos primeiros dias – Mas também o dinheiro apertou mais já que a escolinha é particular e bem cara, então para complementar a renda comecei a fazer bolos e doces sob encomenda. Não vendo horrores mas tenho clientes fiéis que sempre procuram meu serviço – Sorriu confiante e ele a achou maravilhosa naquele momento.

A imagem que carregou dela durante todos os anos que passaram era de uma jovem completamente vulnerável, que o fazia sentir necessidade de cuidar e proteger. Mas mesmo ainda mantendo toda a doçura, a sua frente era uma versão mais forte e decidida de Sakura.

Nunca imaginaria que ela passou por tudo aquilo. Se sentia culpado, não só por tudo que fez a ela, mas por pensar que se estivessem juntos ela não teria precisado se esforçar tanto, largar o sonho de ser médica e abrir mão de várias outras coisas.

“Trabalhar na merda de um bar”, seu lado ciumento rosnou mas resolveu ignorar.

Vendo como ela falava orgulhosa de suas conquistas, tinha certeza que ela não se importava, mas não deixava de pensar que se estivessem com ele, Sanosuke teria tudo o que o dinheiro poderia comprar para uma criança e Sakura nem trabalhar precisaria.

Mas mesmo pensando nisso, não deixou de sentir orgulho por ela.

Era tão delicada, frágil e pequena, mas se mostrou mais forte do que ele esperava. Conquistou tudo que tem sozinha e criou o filho bem.

Sakura havia se tornado uma mulher admirável.

– Fico feliz que tenha criado Sanosuke tão bem apesar de todas as dificuldades – Começou a falar sem saber como expor suas intenções – Mas quero que saiba que a partir de agora nada mais faltara para vocês – Passou as mãos pelos cabelos incomodado com sua falta de jeito para essas coisas – O que eu quero dizer é que, quero participar da vida dele e também dar tudo que ele precisa – Tentou explicar.

Sakura sorriu vendo o homem grande e imponente a sua frente ficar constrangido, mas ainda a preocupava saber exatamente o tanto que Sasuke estava disposto a participar da vida do filho.

– Não é do seu dinheiro que o Sano precisa. Ele é um criança carinhosa e com muita energia. É inteligente, dedicado e está sempre curioso sobre coisas novas – O sorriso que abria quando falava do pequeno era involuntário – Ele precisa que você seja pai – Olhou fundo naqueles olhos ônix que ainda a deixavam hipnotizada – Você será capaz de ser o pai que ele precisa?

Sasuke não desviava os olhos dos dela. Totalmente diferente do olhar amoroso que possuía cinco anos atrás, essa Sakura a sua frente era uma leoa pronta para defender seu filhote.

E no momento ele era a ameaça.

– Sim – Respondeu depois de um tempo. Não havia incerteza em sua voz.

– Você não pode entrar na vida dele agora e depois se arrepender – Insistiu ressabiada – Uma vez que ele colocar os olhos em você não vai ter volta. Você vai ser tornar a pessoa preferida dele no mundo.

E disso ela tinha certeza. Todas as vezes que o pequeno olhava sonhador para a foto de Sasuke ao lado de sua cama ou então pedia por histórias sobre seu papai, deixava claro o quanto o menino veria o Uchiha como um herói.

Diferente do que achou, não sentiu ciúmes ao pensar sobre isso. Na verdade estava ansiosa para ver a interação entre os dois. Tinha certeza que o filho ficaria muito feliz e que a presença masculina faria muito bem.

– Sabe Sakura, eu não levo jeito com crianças – Começou a falar depois de pensar um pouco – O mais próximo que cheguei foi meu sobrinho que ainda nem sabe falar – Explicou se lembrando do pequeno Ryou – Sei também que pareço assustador aos olhos delas e que por muitas vezes vou errar – Estreitou os olhos, sério – Porque eu vou – Tinha certeza que era o que mais faria em meio a sua falta de conhecimento quanto a paternidade – Mas se eu estou aqui a sua frente disposto a fazer o que você me pedir por ele, é porque quero sim ser um pai para o Sanosuke – Se aproximou um passo dela – E eu vou ser.

– Eu fico muito feliz em escutar isso – Sakura sorriu verdadeiramente feliz – Tudo o que Sano mais precisa é de um pai e ele vai ficar muito feliz com qualquer tentativa que você fizer de ama-lo.

Sasuke arregalou um pouco os olhos e virou o rosto escondendo o constrangimento.

Dizem que é o amor de um pai para com seu filho é incondicional e inexplicável. Para o Uchiha, que até poucos anos atrás não sabia como amar, pensar no filho que mal conhecia já o fazia ter certeza que o que dizem é verdade. A criança que era sangue do seu sangue, já ocupava um espaço gigante em seu coração de pedra. E ele nem o havia visto ainda!

Era tão confuso, sentia uma necessidade de cuidar tanto do pequeno quanto de Sakura. Não sabia porque sentia isso ou se tinha explicação. Apenas precisava vê-los bem.

E isso o levava a outra questão muito importante, Sakura o deixaria aproximar não apenas como pai, mas como homem?

Não era muito, mas ela estava sim diferente. Ainda sorria muito e se envergonhava fácil, mas não parecia insegura ou tão ingênua mais. Teria que ir com calma, e por enquanto estudar o terreno antes de mostrar suas intenções para com ela.

Por mais que o momento fosse sobre Sanosuke, não desistiria de tê-la de volta.

– Gostaria de conhece-lo – Informou o motivo que o fez largar a empresa e a Sharingan as pressas.

– Imaginei isso  – Ela sorriu – Gostaria de jantar lá em casa essa noite?

– Sim – Respondeu sério, não queria que ela percebesse a ansiedade que o dominou apenas com o pensamento de que estaria a frente de sua família pela primeira vez naquela noite.

Sakura olhou rapidamente para o relógio que ficava na parede próximo ao mural de fotos e percebeu o quanto a conversa havia sido longa.

– Nossa, demoramos muito por aqui – Ela exclamou levantando da cadeira – Preciso voltar ao trabalho – Informou se aproximando da porta sob o olhar atento dele – Vou te aguardar umas 19h, já que Sano não dorme tarde e...

– Sakura – Chamou, interrompendo a fala dela.

Sabia que ela estava fugindo, já que finalizado os assuntos sobre Sanosuke só lhes restava falar sobre o que aconteceu entre eles. Mas não estava disposto a deixa-la ir sem saber se poderia ter qualquer tipo de esperanças de ter ela de volta.

Percebendo que não teria como escapar ela parou de falar e encostou a testa na porta de madeira, suspirando.

O silêncio voltou a dominar o escritório, tenso como no inicio da conversa.

– Eu vou tentar – Tornou a falar sério, se referindo ao relacionamento dos dois   – Eu posso?

Sakura nada respondeu, perdida em pensamentos confusos sobre o que aquilo significava.

O deixaria se aproximar novamente? Ele merecia?

Não era algo que ela soubesse responder naquele momento.

Claro que seu coração disparava somente com a possibilidade dele ainda a querer, mas dessa vez tinha muito mais a perder. Não poderia cair facilmente uma segunda vez.

Ainda tinha que conhecer esse novo Sasuke e só assim decidir o que fazer.

Entretanto, não seria hipócrita em falar que não sentia mais nada por ele. O que lhe restava é deixar que ele tomasse suas próprias conclusões e ver no que isso tudo daria. Tendo a certeza que só cabia ao tempo responder suas dúvidas, permaneceu calada.

E ele tomou o silêncio dela como um sim.

Por mais que o foco no momento fosse Sanosuke, não mediria esforços para conquistar aquela mulher e finalmente ter sua família.

•  •  •  •  •  •  •

Minato havia ido embora e Naruto ficou para esperar Sasuke. Sentado na mesa que anteriormente era ocupada junto aos outros, o loiro observava o movimento do Café.

Curiosamente percebia os olhares, em maior parte hostis, das amigas de Sakura. A loira de olhos azuis parecia particularmente decidida a arrancar sua cabeça com a força do olhar. Já a morena de olhos claros ficava tão vermelha quanto um tomate toda vez que seus olhares se encontravam.

“Uma doçura essa morena”, pensou sorrindo galante quando ela passou próximo a sua mesa. E isso foi o suficiente para ela corar violentamente e tropeçar nos próprios pés sendo obrigada a apoiar em uma mesa para não ir ao chão.

– Tudo bem com você? – Perguntou levantando de seu lugar e se aproximando dela, que ao ver seu movimento apenas arregalou os olhos e balançou a cabeça freneticamente antes de correr para perto do balcão, como se fugisse de uma doença contagiosa.

Naruto ficou olhando sem entender, mas deu de ombros voltando ao seu lugar. Sakura tinha umas amigas bem estranhas mesmo.

– O movimento diminuiu – Ino informou ao deixar a bandeja que usava para transportar os pedidos na bancada – Vamos ver como anda a conversa! – Anunciou já marchando em direção aos fundos do Café.

– Isso é errado! – Hinata alertou, mas mesmo assim acompanhava os passos da amiga.

– Vamos garantir que aquele urubu não esteja fazendo nada com a Sakura – A Yamanaka retrucou decidida.

– Concordo – Tenten apoiou ao se certificar que o último cliente havia passado pela porta.

– Vou também – Naruto se intrometeu na conversa assustando as mulheres e fazendo Hinata soltar um gritinho.

– Você é amigo do inimigo! – A loira acusou estreitando os olhos.

– Ele não é inimigo – Defendeu o amigo – E de qualquer forma, também estou curioso.

– Que seja! – Resolveu deixar para lá e se abaixou encostando a orelha na madeira da porta – Não ouço nada! Será que estão transando? Que aquela testuda não ouse fazer isso!

– INO! – Hinata repreendeu chocada e Tenten colocou a mão em sua boca.

– Fala baixo – Pediu também se aproximando da porta, assim como Naruto.

•  •  •  •  •  •  •

– A noite estarei na sua casa – Informou logo após consultar o relógio rolex em seu pulso. Já havia recusado dez ligações de Itachi e fingir por mais tempo que não tinha responsabilidades não era algo que podia fazer – Preciso ir.

– Tudo bem – Ela respondeu um pouco sem graça por não saber mais como agir perto dele. Era inevitável não se sentir desconfortável, nem parecia que algum dia tiveram algum tipo de intimidade.

Respirou fundo e desencostou da porta, sem coragem para olha-lo abriu de uma vez querendo fugir da presença tão intimidante.

Na mesma hora vários corpos caíram um por cima do outro para dentro da sala resmungando e xingando. Sakura deu um pulinho para trás tropeçando nos próprios pés tendo os ombros sustentados pelas mãos grandes de Sasuke.

Ino, Tenten, Hinata e Naruto estavam amontoados e embolados no chão tentando levantar.

Claramente escutavam a conversa atrás da porta.

– Saí de cima de mim seus gordos! – Reclamou Ino jogando Hinata para o lado sem delicadeza alguma.

A morena caiu por cima de Naruto, que a segurou fazendo com que ela corasse até o último fio de cabelo. Era o homem mais bonito que já havia visto na vida e o achou muito simpático. Depois teria que perguntar para Sakura sobre ele.

– O que vocês estão fazendo? – Sakura perguntou ainda sentindo as mãos de Sasuke, agora apoiando suas costas com leveza.

– Nada – Tenten respondeu sorrindo amarelo, já de pé e ajeitando a saia do uniforme.

– Nada não Sakura-chan – Naruto sorriu e coçou a cabeça descontraído. Hinata permanecia corada ao fundo olhando vez ou outra para o loiro.

– Estávamos vendo se esse lorde das trevas não estava te fazendo mal – Ino respondeu fuzilando o moreno com os olhos, e Sasuke arqueou a sobrancelha pelo apelido.

– Meu Deus – Sakura colocou as mãos no rosto envergonhada e Sasuke a soltou um pouco a contra gosto, colocando as mãos nos bolsos da calça social – Está tudo bem gente, somos adultos e civilizados – Falou ainda sem graça.

– O Sasuke? Civilizado? – Naruto perguntou apontando para o moreno e rindo em seguida. Sasuke apenas estreitou os olhos e, sem que as mulheres percebessem, enviou seu pior olhar ao Uzumaki, que engoliu em seco e murchou o sorriso imediatamente.

– Naruto, venha jantar lá em casa essa noite também – Sakura convidou sorrindo e o loiro retribuiu feliz.

– Mas é claro! – Exclamou empolgado – Você vai cozinhar né? Não perco por nada!

Sakura riu e Sasuke resmungou odiando a ideia.

Era seu momento com o filho e já conseguia visualizar o loiro roubando toda a atenção da criança.

Mas nunca admitiria que isso na verdade já era ciúmes do filho.

O grupo andou até o salão onde Tsunade batia os pés irritada vendo todas as garçonetes juntas e as mesas lotadas sem atendimento.

Aparentemente enquanto todas estavam bisbilhotando a conversa alheia o Café encheu.

– Opa – Tenten suspirou e junto de Ino e Hinata correram ao trabalho.

Sakura acompanhou Sasuke e Naruto até a porta trocando um breve olhar tranquilizador com Tsunade.

– Nos vemos mais tarde então – Disse aos dois que já estavam do lado de fora do Café.

– Até mais tarde Sakura-chan! – Naruto acenou com a mão empolgado e foi em direção ao carro.

Sasuke olhou por um tempo para a mulher que o tirava de orbita e sorriu de canto.

– Até – Disse por fim se virando e indo embora antes que a puxasse para seus braços.

Definitivamente ainda amava aquela mulher.

•  •  •  •  •  •  •

– Você sabe que não pode ficar muito mais tempo, não é? – Naruto questionou quando Sasuke saiu do banheiro já arrumado para o jantar.

– Hn – Resmungou em resposta enquanto ajeitava a gravata em frente ao espelho – Tenho tempo, Itachi está cuidando de tudo.

– Itachi não é o Oyabun – Alertou preocupado – Seu tempo aqui em Konoha está acabando.

– Se tudo der certo logo estou voltando para Tóquio – Falou tranquilo.

– Sasuke – Chamou mais sério dessa vez tendo total atenção do Uchiha – Você vai contar para ela sobre quem você é?

O Uchiha parou a caminho da porta e permaneceu ali perdido em pensamentos.

Havia decido reconquistar Sakura e ter sua família, e por isso sabia que não poderia mais ter segredos. Tudo havia dado errado no passado por ter escondido coisas dela, e agora se via em uma situação parecida.

Mas como revelar tudo sem assusta-la?

Tinha medo que assim que ela soubesse quem na verdade era e o que estar juntos representava, se afastasse com o filho.

Como fazer uma mãe preocupada aceitar um mundo de perigos a volta de seu filho? 

A partir do momento que decidiu por sua família sabia que faria o que fosse preciso para mante-los seguros. E de fato já estava fazendo, a rua onde Sakura morava nunca fora tão segura e bem vigiada. 

Ninguém se aproximaria de sua família.

E o que lhe restava fazer é aguardar o momento certo para revelar seu titulo de Oyabun.

Só esperava que conseguisse conquista-la até lá.

– Por enquanto não – Disse por fim e Naruto balançou a cabeça inconformado. 

– Você já deve imaginar minha opinião a respeito, não é? – Perguntou.

– Sim – Respondeu dando de ombros – Mas já tomei minha decisão – Disse em tom firme finalizando a conversa. 

Conferiu mais uma vez a hora e viu que já era aceitável chegar na casa de Sakura. Gostava de ser pontual.

Se saíssem agora teria tempo para chegar tranquilamente no horário e até comprar o que precisava no caminho.

Desceram o elevador do hotel com Sasuke encarando os números no painel digital. O pé batendo no piso repetida vezes.

Naruto conseguia ver o tanto que ele estava ansioso e isso era engraçado, já que o Uchiha não era alguém que demonstrava tal coisa com facilidade.

Sasuke pegou a chave com o manobrista e entrou, enquanto o Uzumaki ocupava o assento de passageiro.

Não demorou para que já estivessem percorrendo as ruas de Konoha em direção a casa de Sakura.

– Estou ansioso para conhecer o mini Teme – Naruto comentou com um sorriso nos lábios, que apenas alargou ao ver a carranca de Sasuke pelo modo que chamou o pequeno.

– Vá a merda – Fuzilou o loiro com os olhos frios e freou o carro com tudo, fazendo Naruto quase voar do assento, se não estivesse com o cinto de segurança.

– Mas que porra?! – O Uzumaki olhou atordoado Sasuke sair do carro e entrar em uma loja de brinquedos – Não acredito – Sorriu feliz.

Era a primeira vez que via o Sasuke pai em ação e sentiu até vontade de tirar uma foto para guardar de recordação.

Um tempo depois Sasuke voltou para o carro com um embrulho colorido nos braços. Jogou para o colo de Naruto e voltou a dirigir em alta velocidade. Estava quase na hora do jantar e não queria atrasar.

– O que comprou? – Naruto perguntou sacudindo o embrulho e apertando um pouco. Era fofo.

– Nada que seja da sua conta – Resmungou buzinando quando o sinal abriu e o carro da frente não arrancou.

Na velocidade em que dirigiu, em pouquíssimo tempo já estavam em frente a casa. As janelas estavam fechadas mas as cortinas abertas, e da chaminé fumaça saía.

Subitamente Sasuke se sentiu tenso. Iria conhecer seu filho, que o admirava e amava mesmo sem conhece-lo. Não sabia se era capaz de ser um bom pai, apesar de sempre ter o desejo de ter filhos. Não teve um exemplo muito bom. Fugaku tinha tanta dificuldade de demonstrar sentimentos quanto ele tem hoje em dia. Não era um pai muito presente ou que brincava com os filhos. Não que o maltratasse ou não demonstrasse amor, só era muito rígido e sem jeito com crianças. Tinha medo de repetir os erros do pai com seu filho e decepciona-lo.

Durante as noites em que não conseguia dormir naquela semana, fez algumas pesquisas sobre crianças de quatro anos e descobriu que normalmente ela se espelham nos pais, os tomando como exemplo e heróis.

Definitivamente não era um bom exemplo.

Mas queria ser. Queria uma família.

Queria Sakura e Sanosuke.

Passou as mãos pelos cabelos algumas vezes sob os olhos atentos de Naruto e por fim saiu do carro.

Naruto entregou o embrulho para Sasuke que se sentiu meio ridiculo por carregar aquilo, mas considerou que fazia parte dessa coisa de ser pai.

Passou a mão no cabelo novamente dessa vez tentando ajeita-lo, fechou os olhos por um momento, olhou para os lados e por fim encarou a porta cor de rosa, momentaneamente sem coragem para tocar a campainha.

– Toca logo! – Naruto exclamou e apertou a campainha.

Sasuke olhou com seu pior olhar para o loiro antes de escutar o barulho da porta se abrindo.

– Olha se não é o papai do ano! – A loira, Ino, amiga de Sakura que atendeu. Os olhos azuis olhavam com irritação para o moreno e os braços estavam cruzados, em uma tentativa de intimidação.

Apoiava Sakura em qualquer decisão que tomasse, mas nem por isso facilitaria as coisas para o Uchiha.

Sabia como a amiga era bondosa e estava de olho caso o coração mole dela falasse mais alto. Pretendia ficar de olho até saber das reais intenções dele.

– Oi – Naruto cumprimentou sorridente e simpático – Como vai?

– Vou bem – Ela suavizou um pouco a expressão e por fim deixou os dois entrarem.

Sempre observou a casa pelo lado de fora, então não teve como conter a curiosidade de observar todo o lugar onde sua família morava.

Não era nada luxuoso, mas era organizado e colorido. O cheiro de comida caseira estava por todo o cômodo. Era aberto, apenas um balcão dividia a cozinha do resto. Tinha conforto e parecia um bom lugar para morar.

O sofá era espaçoso de aparência confortável e na mesinha de centro alguns brinquedos dividiam espaço com a decoração.

E lá estava ela. A mulher mais linda do mundo. De uma forma que ele achou que nunca mais a veria.

Por cima da blusa de frio e da legging preta, ela usava um avental de babadinhos. Tinha o cabelo preso no alto da cabeça e as mãos cobertas por luvas de cozinha tiravam do forno a maravilhosa torta de tomates que Sasuke sentia tanta saudades. O cheiro era nostálgico.

Era como estar vivendo um dos sonhos que tanto o fizeram amargar a saudade durante esses anos que passaram.

Seus lábios inconscientemente se repuxaram em um sorriso com a cena e ele se sentiu por alguns segundos de volta à cinco anos atrás, em seu refúgio.

– Bem vindos – Ela sorriu gentil colocando a luva de lado e tirando o avental quando viu os convidados  – Pode terminar de colocar a mesa para mim, Ino? – Pediu para a loira que prontamente começou a organizar tudo.

Sentada no sofá a outra amiga, que chamava Tenten, jogava video game mal se importando com as visitas.

– O que ‘cê tá jogando? – Naruto pulou no sofá como se já fosse de casa.

Call of Duty – Ela respondeu concentrada na tela sem ligar para a folga do rapaz. E o loiro ficou ali interessado no jogo, comentando vez ou outra.

Sasuke ainda de pé, segurando o embrulho colorido, olhava os detalhes da sala. A estante cheia de livros, boa parte de confeitaria e medicina, e a parede cheia de fotos.

Os olhos ônix pararam em algumas onde Sakura aparecia com sua versão menor. Pareciam felizes e o sorriso do pequeno era tão lindo quanto o dela.

Por um momento quis estar naquelas fotografias também.

– Vou chamar o Sano – Ela se aproximou de Sasuke um pouco sem jeito – Quando contei que você vinha hoje, ele não parou quieto de tanta empolgação – Alguma coisa se aqueceu no coração de Sasuke com essas palavras – Então ele está dormindo depois de gastar toda a energia pulando pela casa, mas logo logo já desço com ele.

Respondeu com um movimento da cabeça vendo a Haruno subir a escada, ao mesmo tempo que uma morena de olhos claros descia. Tinha traços familiares, mas ele não se atentou nisso no momento, só conseguia pensar no filho. Ela o cumprimentou educadamente e quando viu Naruto ficou tão vermelha que o Uchiha achou por um momento que ela iria desmaiar.

“Mulher estranha”, pensou arqueando a sobrancelha.

– Me ajuda aqui Hinata – Ino pediu apontando para a mesa e a morena correu para lá como se fugisse de uma doença altamente contagiosa.

Um tempo depois que a comida já estava na mesa e Naruto já havia dado um jeito de se incluir no jogo de Tenten, Ino perdeu a paciência e foi até a escada gritando que se Sakura demorasse mais um pouco todos morreriam de fome.

– Calma, já estamos indo! – Sasuke ouviu a voz doce e viu ela surgindo pelo corredor com o pequeno Sanosuke no colo.

O menino estava com os cabelos levemente molhados e bagunçados, provavelmente recém saído do banho meio escondidos pelo capuz do agasalho. Vestia um conjuntinho de moletom do Batman e um pequeno par de all stars no pézinhos que balançavam animados.

Ele tinha um sorriso tímido no lábios e a bochecha um pouco coradas, olhando com certa curiosidade para Sasuke que não conseguia desviar os olhos do filho. Era perfeito!

Sakura o colocou no chão e um pouco sem jeito o pequeno segurou na perna da mãe, se escondendo um pouco ali mas sem parar de olhar com curiosidade para Sasuke.

Naruto ao ver o que acontecia pausou o jogo e até as meninas se aproximaram para ver a cena.

Não sabendo muito bem o que fazer, Sasuke se aproxima um pouco, agachou para ficar mais próximo da altura do pequeno, apertando com força o embrulho colorido com as mãos.

Estava nervoso.

– É ele sim – Sakura disse sorrindo, quando Sano olhou em sua direção em uma pergunta muda.

– Ele tem cara de malvado – Falou baixinho, mas alto o suficiente para todos escutarem. Olhava vez ou outra para o pai um pouco desconfiado.

Sasuke arqueou a sobrancelha incomodado e Naruto segurou a risada junto de Tenten.

“Esse garoto é esperto!”, o Uzumaki concluiu bem humorado.

– É só a cara mesmo, mas ele é legal – Sakura falou baixinho também, como se contasse um segredo – Vai lá cumprimentar ele. Você não estava ansioso para ver seu papai?

O pequeno piscou algumas vezes, e soltou da perna da mãe dando passos inseguros em direção a Sasuke, que não perdia um movimento dele.

Olhou mais um pouco no rosto do mais velho e Sasuke se esforçou ao máximo para suavizar a expressão rígida que sabia ter constantemente no rosto.

E pareceu ter resultado, já que Sano aos poucos foi abrindo um sorriso adorável.

PAPAI! – Gritou de repente, empolgado ao correr na direção de Sasuke, que mesmo surpreso abriu os braços para receber o corpo pequeno do filho. Apertando os braços e sentindo pela primeira vez a sensação de ser de fato um pai.

A voz do pequeno o chamando de “papai” ficava ecoando em sua cabeça, e era incrível a satisfação que isso trazia. Foi uma das melhores coisas que já haviam acontecido em sua vida. Não imaginava que sentiria tudo isso com algo tão simples. Era loucura.

Era seu filho ali.

Em seus braços grandes e fortes, Sanosuke parecia muito pequeno. Era quentinho e tinha cheiro de bebê, misturado com pêssego. Sua memória olfativa computou o aroma como o seu preferido junto ao perfume de baunilha de Sakura.

A Haruno olhava a cena com lágrimas nos olhos. Mesmo depois de tudo as vezes imaginava um dia que veria os dois juntos. E definitivamente não esperava que Sasuke fosse tão receptivo.

Mesmo o rosto ainda sério, o brilho nos olhos ônix dele entregavam a emoção que sentia por ter o filho à sua frente pela primeira vez.

E ali, Sakura teve certeza que estava fazendo a coisa certa e que não se arrependeria de ter permitido esse encontro.

– Você demorou! – Sano falou ao sair dos braços de Sasuke, mas sem afastar muito. Os olhinhos verdes brilhando em curiosidade, observando cada detalhe do rosto do mais velho.

– Eu sei – Se esforçou para que seu sorriso saísse o mais natural possível – Mas agora não pretendo mais ficar longe.

– EBA! – Jogou os bracinhos para o alto comemorando e voltou a abraçar o pai quase fazendo Sasuke se desequilibrar – Tem tanta coisa 'pra contar papai – Falou saindo novamente do abraço.

– Antes – Sasuke falou meio sem jeito mostrando o embrulho para o filho.

Os olhos de Sano até brilharam ao ver o papel de presente colorido.

– Olha mamãe, papai trouxe presente! – Balançou o embrulho na direção de Sakura que sorriu amorosa para o filho.

– Abra para ver o que é – Sugeriu se ajoelhando no chão para ficar perto dos dois.

Sanosuke sentou no chão e rasgou a embalagem com a empolgação que apenas uma criança pequena poderia ter ao receber um presente.

– DINOSSAURO! – Exclamou abraçando a pelúcia com um sorriso gigante nos lábios.

– Você acertou – Sakura sussurrou para Sasuke atraindo sua atenção – Ele ama dinossauros!

Sasuke sorriu de canto para a rosada se sentindo orgulhoso por ter acertado no presente, e por também ter algo em comum com o filho.

– Eu também gostava quando criança – Explicou voltando a olhar para Sanosuke que agora fazia barulhos que ele considerava de dinossauro enquanto mexia o bichinho com as mãos.

– RAAWR – O pequeno dava uns pulinhos no mesmo lugar agitando o braço da mão que segurava o dinossauro.

– Sano – Sakura chamou e o pequeno veio dando pulinhos e grunhidos em sua direção, fazendo uma careta como se fosse feroz – Já agradeceu seu pai pelo presente?

O pequeno desfez a careta na mesma hora e abriu um sorriso virando para o pai que ainda estava agachado no chão.

– Obrigado papai! – Abraçou Sasuke mais uma vez, e o Uchiha sentiu o coração se aquecer.

Sasuke bagunçou os cabelos já rebeldes do filho. Levantou da posição em que estava e por fim ajudou Sakura a ficar de pé também, apreciando como a mão dela fica pequena e delicada entre as suas.

– Olha meu dinossauro! – Sano corria pela sala mostrando o bichinho para quem aparecesse no caminho – RAAWR!

Ao chegar perto de Naruto percebeu que não o conhecia, e por isso procurou a mãe com os olhos.

– É meu amigo – Sasuke quem respondeu se aproximando do filho e do loiro que olhava encantado para a criança – Naruto.

– Oi! – Cumprimentou com um sorriso mais contido, mas mostrou o brinquedo de qualquer forma – Olha meu dinossauro, tio Naruto!

O Uzumaki abriu um sorriso gigante e seus olhos azuis brilharam vendo o moreninho o chamar de tio. Podia jurar que sentia seus olhos marejarem, era muita emoção ver o que seria equivalente a um sobrinho.

– EI CAMPEÃO! – Sem se conter pegou o pequeno no colo e começou a joga-lo para cima, fazendo Sakura soltar uma exclamação surpresa e Sano soltar gritos de alegria – Que sorte que você puxou a sua mãe e não é mau humorado que nem o seu pai.

Sasuke estreita os olhos na direção de Naruto estendendo os braços em um pedido mudo pelo pequeno, que sem pensar duas vezes pulou para o colo do pai.

– Esse é o Batata – Ergueu o dinossauro na altura do rosto do Uchiha que carregava o pequeno com facilidade. Podia ser por ser grande e alto, mas ele parecia bem pequeno em seus braços.

– Batata? – Sasuke perguntou.

– É! Eu gosto de batata frita, mesmo mamãe não deixando eu comer – Explicou todo entendido.

Sasuke não conseguiu não rir, mesmo que baixo, da fala do filho. Definitivamente havia puxado muito de Sakura.

– Vamos comer? – Sakura perguntou – A comida está esfriando – Apontou para a mesa já posta e recheada com uma grande variedade de comidas.

Como se fosse um sinal, a fala da Haruno atraiu Fluffykins que desceu de modo preguiçoso as escadas e logo chegou à sala olhando sonolento para os lados.

O Uchiha colocou o filho no chão, que ainda parecia encantado com o dinossauro, e mesmo se achando idiota por isso, se aproximou do gato que, ao ver o moreno, começou a miar e se esfregar em suas pernas. Sasuke não se importou com a calça social se sujando de pelos, apenas abaixou e acariciou por alguns segundos as orelhinhas do gato que ronronou agradecido.

– Hn – Sorriu de canto se achando ridiculo por sentir saudades de um gato. Mas estava feliz de ver aquela bola de pelos novamente.

E isso o lembrou de Aoda, que provavelmente não estava nada feliz por ter sido deixado aos cuidados de Itachi e Izumi.

Todos sentaram para jantar, o cheiro estava maravilhoso e a fome já dava sinais.

Sano, que já estava acostumado a sentar em cadeira de “gente grande”, insistia que queria sentar no colo do pai, que foi onde subiu sem a menor vergonha.

– Sanosuke! – Sakura repreendeu fazendo o pequeno inflar as bochechas emburrado.

– Tudo bem Sakura – Sasuke falou acomodando melhor o filho em seu colo – Posso dividir um prato com ele.

A Haruno mordeu o lábio ainda olhando para Sano, mas por fim preparou um prato cheio com tudo que sabia que os dois gostavam. Ainda lembrava do que Sasuke comia e esperava que ele ainda tivesse as mesmas preferências.

Sasuke alternava sua atenção entre o filho que tagarelava em seu colo e em Sakura, que preparava seu prato como costumava fazer antigamente.

Quando ela colocou a refeição em sua frente sentiu a boca encher de água ao ver tudo que gostava. A fatia generosa de torta de tomate parecia chama-lo.

– Eba, torta de tomate – O pequeno comemorou e Sasuke bagunçando os cabelos do filho com as mãos. Tinham realmente muito em comum.

– Também gosto – Comentou e o pequeno sorriu em direção ao pai.

– Somos iguais – Falou alargando o sorriso.

– Vocês são iguaizinhos! – Naruto falou já com um bocado de comida na boca  – Cara de um focinho de outro!

– Pior que é mesmo – Ino concordou olhando os dois que tinham os rostos próximos – Por foto já era idêntico, pessoalmente parece que Sakura nem participou.

– Ele tem meus olhos! – Protestou a Haruno indignada arrancando risadas de todos na mesa – Poxa – Inflou as bochechas de um jeito muito parecido com o que Sano havia feito a pouco.

– Eu gosto dos meus olhinhos – Sanosuke falou sorrindo para a mãe – Mas também gosto de parecer o papai – Olhou para Sasuke e o Uchiha retribuiu com um sorriso de lado.

– É uma mistura muito bonita dos dois – Hinata disse gentil e Sakura sorriu agradecida.

Sanosuke já tentava pegar um pedaço da torta com sua colher mas estava tendo dificuldades. Mesmo um pouco sem jeito Sasuke o ajudou cortando com a faca e levando com o garfo até a boca do pequeno. Não arriscaria usar hashis naquele momento.

Logo o pequeno deixou a colher de lado, já que o Uchiha comia uma garfada e outra dava para o filho. Sakura hora ou outra limpava a boca de Sano que não conseguia parar de tagarelar sentindo a necessidade de contar ao pai tudo que aconteceu enquanto este esteve fora.

Naruto matava a saudades da comida de Sakura, mas não teve como se impedir de deixa-la um pouco de lado para discretamente tirar uma foto dos três que estavam do outro lado da mesa.

“Família de comercial de margarina :)”, foi o que digitou na mensagem enviada à Itachi com a foto anexada.

Não demorou nem dois segundos e tinha a resposta, “Caralho é a cara do Sasuke!!!!!” e vários emoticons chocados.

– Então Uchiha – Ino atraiu a atenção de todos na mesa – Agora que você é da família, podia arranjar uns celulares de graça – Falou sem vergonha alguma.

– INO! – Sakura repreendeu horrorizada.

– Uchiha-san é o dono da Uchiha Corp., não é? – Hinata perguntou interessada. Não tinha contato com a família por parte de pai, mas sabia que eles constantemente trabalhavam junto com a empresa famosa pelos produtos eletrônicos.

Sasuke arqueou uma sobrancelha tirando os olhos do filho e focando nas duas mulheres que tinham um olhar curioso.

– A Uchiha Corp. pertence a minha família – Explicou sério – Acredito que seria mais certo dizer que meu pai é o dono.

– E pode deixar que a gente descola uns celulares para vocês! – Naruto acrescentou piscando para Hinata, que corou instantaneamente e abaixou o rosto voltando a atenção para a comida.

– Estou realmente precisando trocar o meu – Tenten comenta mostrando o próprio celular. Um Uphone 5.

– Olha, é o modelo do ano retrasado – Naruto comentou ao ver o aparelho.

– Sim – Sasuke respondeu puxando do bolso seu próprio aparelho – Esse aqui é o modelo mais novo – Mostrou o celular de última geração que até brilhava de tão novo e moderno.

Num piscar de olhos Sano já tinha o celular do pai em mãos. O Uchiha não se importou, abrindo a parte de jogos e deixando o filho mexer a vontade. Já Sakura olhava preocupada aquele objeto tão caro nas mãozinhas descuidadas do pequeno.  

– Caramba – Os olhos de Tenten brilharam.

– Essas porcarias são muito caras – Alfinetou Ino.

– Poderia lhe falar uma infinidade de motivos, material e outros detalhes que tornaram o valor mais do que justo – Sasuke começou a falar calmamente – Mas acho que não é o momento – Ino fez uma careta matando o moreno de várias maneiras em pensamento – De qualquer forma se quiserem posso conseguir do novo modelo para vocês – E a loira arregalou os olhos.

– CELULAR DE GRAÇA?! – Exclamou chocada – Você pode realmente fazer isso?! – Havia pedido de brincadeira, nunca imaginaria que realmente iria ganhar.

– Como você mesma disse – Bebeu um gole de seu suco – Sou o dono da empresa.

Ino praticamente desfaleceu na cadeira sendo abanada por Hinata.

– Eu quero! – Tenten se apressou em falar.

– Tenten! – Sakura repreendeu.

– Preocupa não Sakura-chan – Naruto falou achando graça da situação – Isso não é nada para o Teme.

– Ele é tão rico assim?! – Hinata perguntou um pouco tímida. Aqueles celulares eram absurdamente caros!

– Sim – Sasuke respondeu depois de um tempo, como se não fosse nada.

– Esse cara é o homem mais rico do Japão – Ino falou já um pouco mais calma – Ele deve nadar em dinheiro – Acusou lembrando do prédio luxuoso da Uchiha Corp. e do tanto que conseguiu gastar no cartão dele.

Sorte que ele não cobrou esse dinheiro. Talvez a quantia tenha passada despercebida diante de toda a fortuna que ele aparentemente tinha.

– Papai, eu quero nadar em dinheiro também – Sano pediu olhando para Sasuke.

Naruto e Tenten quase caíram da cadeira em um ataque de riso enquanto Sakura tinha o rosto escondido nas mãos não acreditando naquela situação toda.

– No dinheiro não da para nadar – Sasuke respondeu. Era complicado conversar com crianças, definitivamente tinha muito o que aprender ainda – Mas eu tenho uma piscina com água e escorregador.

– TEM? – O pequeno perguntou maravilhado com os olhinhos brilhando.

As mãozinhas soltaram o celular de uma vez e ele teria ido ao chão se Sakura não tivesse se contorcido toda para segura-lo.

– Sim – Respondeu olhando curioso para Sakura que quase se jogou da cadeira para pegar o celular.

– EBAA! – O pequeno comemorou empolgado.

– Filho, cuidado com as coisas do seu pai – Sakura repreendeu mostrando o celular.

– Desculpa mamãe – Pegou o aparelho com as duas mãos e voltou a jogar. Sakura olhou intrigada como o filho mexia facilmente no aparelho que era mil vezes mais moderno do que o que ela tinha.

De fato era uma negação para tecnologia.

Sasuke se perdeu um tempo dos assuntos da mesa observando o filho entretido com um joguinho da memória. Os dedinhos se moviam pela tela com agilidade e ele ficou surpreso ao ver como ele era inteligente. Passava as fases do joguinho rapidamente e sem dificuldade.

– E você? – Ino dessa vez perguntou para Naruto – O que você faz?

– Eu trabalho com ele – Apontou para Sasuke que nem prestava atenção de tão concentrado em cada ação do filho – Sou o diretor geral da Uchiha Corp.

– Um cargo importante – Comentou Hinata. As bochechas dela se avermelharam logo em seguida, quando Naruto sorriu em sua direção.

– É sim! – O Uzumaki disse orgulhoso – Se bobear faço mais coisa que esse cara aí – Apontou para o Uchiha.

– Vamos fingir que sim – Retrucou sem nem olhar na direção do loiro que fez uma careta.

– Mas e vocês? – Perguntou interessado – O que fazem?

– A gente trabalha no Café – Ino respondeu – Eu faço faculdade de medicina junto com a Hinata – Apontou para a morena que vez ou outra olhava para Naruto com os olhos perolados brilhando.

– Eu faço Educação Física – Tenten falou animada.

– Eu não tive oportunidade de fazer uma faculdade – Sakura comenta – Mas faço bolos e doces por encomenda – Explica feliz.

– Se minha mãe soubesse ia viver encomendando bolos com você – Naruto falou – Sempre tem festas em casa.

– Sua mãe mora aqui? – A Haruno perguntou confusa.

– Eu sou daqui – Respondeu sorrindo. Resolveu não revelar que era filho do prefeito para não causar uma grande comoção e atrapalhar o momento que Sasuke estava tendo.

Sakura sorriu também imaginando se durante sua infância não poderia ter cruzado com o loiro em algum lugar. Talvez tivessem até se esbarrado pelas ruas e nem sabiam.

A vida era cheia de coincidências mesmo.

O jantar terminou e as meninas tiraram a mesa enquanto Naruto se apossou do vídeo game novamente.

Sakura tirou o celular das mãos do filho antes que ele nunca mais largasse.

– Chega, vai acabar com a bateria – Repreendeu entregando o aparelho para Sasuke.

– Eu quero um também – Choramingou inflando as bochechas emburrado.

– Não – Sakura se apressou em negar vendo que Sasuke abria a boca para oferecer um – Ainda é muito novinho, espera uns anos – Disse mais para o Uchiha do que para Sano.

O menino ficou uns minutinhos emburrado sentado ao lado do pai no sofá, até que resolveu que Sasuke precisava ver todos os seus desenhos e brinquedos.

– Papai vem no meu quarto! – Chamou puxando o Uchiha pela mão escada acima.

Sasuke olhou uma última vez para trás vendo Sakura rir e por fim chegou ao segundo andar da casa.

Era apenas um corredor com várias portas. Todas fechadas e com os nomes das moradoras nelas. Parou na segunda a direita onde estava escrito “Sakura e Sanosuke”.

Sano se colocou na ponta dos pés e abriu a porta entrando empolgado e puxando o pai.

O quarto era espaçoso e bem organizado apesar de alguns brinquedos estarem espalhados pelo chão. Tinha uma cama de casal bem feminina, com lençóis com estampa florida.

Encostado na parede bem abaixo de uma janela havia uma cama branca e pequena, rodeada de enfeites e brinquedos. A parede tinha vários quadros e desenhos pregados, inclusive um mural de fotos.

Sasuke andou um pouco pelo lugar observando os objetos, os brinquedos e os porta retratos. Pegou um em que o filho aparecia. Devia ter nem um ano ainda e era um bebê lindo. Em outra foto Sakura estava grávida e o Uchiha até perdeu o ar, ela ficava linda daquela forma.

Queria ter acompanhado a gravidez e os primeiros anos do filho.

Era algo que ia se martirizar pelo resto de sua vida por ter perdido.

Devolveu o porta retrato para o móvel e olhou mais ao redor. A porta do closet estava entre aberta e por isso conseguiu ver que de um lado roupas ficavam as roupas de Sanosuke e do outro as de Sakura. No chão tinha uma almofada que ele reconheceu como sendo a velha cama de Fluffykins – que ele não usava, pois dormia na cama de Sakura mesmo.

Tudo ali tinha a cara de Sakura e pelo que percebeu de Sanosuke também. Era confortável e aconchegante mas Sasuke não conseguia se impedir de pensar que se Sakura fosse sua mulher, o filho teria seu próprio quarto com todos os brinquedos que quisesse.

De fato, o Uchiha percebeu que não mediria valores para fazer os gostos do filho. E isso já o preocupava pois sabia que não podia mima-lo.

É, seria difícil aprender a ser um bom pai.

– Papai! – Sano, que até aquele momento subia em um banquinho para alcançar o mural, chamou balançado um papel em sua direção – Olha! Olha!

Sasuke se aproximou do filho se xingando mentalmente por não ter reparado no pequeno subindo em um lugar claramente perigoso. Pegou no colo e o sentou na cama.

O pequeno sorriu entregando o papel já um pouco amassado para o Uchiha.

Sasuke olhou com curiosidade e sentiu uma sensação boa preencher seu coração aos poucos.

Não era uma obra de arte nem nada assim. Eram manchas meio rabiscadas mas ele não teve dificuldade em entender o que eram.

– Sou eu e sua mãe? – Perguntou apontando para as formas maiores.

– Aham – Sorriu orgulhoso – E o Fluffykins!

Sasuke olhou para a bolota marrom e sorriu.

– Está muito bom – Passou a mão nos cabelos rebeldes de Sano, que corou adoravelmente com o elogio – Posso ficar?

– Pode! – Respondeu ainda um pouco envergonhado.

Sasuke dobrou o desenho com cuidado e guardou na carteira ponderando se seria muito ridiculo colar aquilo em seu escritório.

– Achei vocês – Sakura abriu a porta sorrindo. Naruto vinha logo atrás olhando interessado para cada canto do quarto.

– Wow cara – Naruto se aproxima de alguns brinquedos atraindo a atenção do pequeno – Você tem umas coisas bem legais aqui!

Enquanto o filho se distraia com o loiro, Sakura se aproximou de Sasuke que olhava a cena encostado na parede com os braços cruzados.

– Acho que precisamos conversar – Disse tímida e em voz baixa para não atrair a atenção do filho.

Naruto mesmo prestando atenção no que o pequeno falava escutou o que a Haruno disse.

– Vamos lá embaixo jogar uma partida de vídeo game? – Convidou empolgado e Sano levantou na mesma hora puxando o loiro pela porta.

– Joga depois comigo? – Perguntou esperançoso para Sasuke antes de sair.

– Sim – Respondeu sério, mas isso não abalou o pequeno que sorriu radiante.

Quando finalmente estavam sozinhos o clima pesou um pouco e Sakura parecia estar claramente sem saber como iniciar a conversa.

– Acho que precisamos conversar sobre o futuro de Sanosuke – Ela finalmente disse.

– Sim – Concordou desencostando da parede e colocando as mãos nos bolsos da calça.

– Temos que ver como vão ser as coisas de agora em diante – Explicou nervosa e Sasuke entendeu o porque de todo aquele nervosismo.

– Antes de qualquer coisa quero deixar claro que não pretendo tira-lo de você – Começou a falar sério e impassível como sempre e Sakura soltou um suspiro aliviado – Mas desejo assumir meu lugar como pai e registra-lo. Quero meu sobrenome em Sanosuke – Falou firme e Sakura sentou na cama um pouco nervosa. Seu filho carregaria um sobrenome de peso e ela não sabia o que sentir a respeito – Sei que deve estar pensando nas implicações que ser um Uchiha traz, e eu devo dizer que não será fácil – Foi sincero, afinal a família Uchiha era a mais rica e tradicional do Japão, sem contar a questão da Sharingan que ainda não tinha coragem de revelar a ela – Mas faço questão de ter ele em minha vida, não só pelo tempo que isso me foi negado como por... – Não conseguiu completar a fala, mostrando toda a dificuldade que sentia em expor seus sentimentos.

Mas Sakura entendeu.

Sasuke já amava o filho.

– E como tudo isso vai acontecer? – Perguntou olhando nos olhos ônix de Sasuke.

– Infelizmente não posso estender por muito mais tempo minha estadia em Konoha – Respondeu sem conseguir esconder seu descontentamento – Então tenho um pedido a fazer – Olhou sério nos olhos dela – Peço que venham comigo para Tóquio.

Sakura quase caiu da cama tamanho o susto.

– Meu Deus, Sasuke – Exclamou quando encontrou a voz – As coisas não são assim – Passou as mãos pelo rosto – Tenho meu trabalho, minhas encomendas e Sano tem a escolinha – Explicou – Não podemos simplesmente abandonar tudo de uma hora para a outra.

– Entendo – Resmungou olhando por um tempo pela janela – Mas, realmente preciso que Sanosuke vá para Tóquio. Já deixei meu advogado avisado e também gostaria de apresenta-lo para meus pais.

Sakura sabia disso e já esperava que ele quisesse resolver as coisas o mais rápido possível. Mas viajar com ele? Talvez fosse demais para ela no momento.

– Eu entendo Sasuke – Ela falou suspirando – Mas realmente tem muita coisa a se levar em conta antes de uma viagem desse porte.

O Uchiha ficou em silêncio por um tempo, pensativo.

– O final do ano está chegando... – Comentou ainda perdido em pensamentos.

A Haruno piscou confusa. 

O ano realmente estava no fim, o inverno já chegava e as pessoas que apreciavam o costume ocidental já decoravam as casas para o Natal. Ela inclusive gostaria de fazer isso, mas não encontrava tempo.

– Sim – Concordou – Mas o que isso tem a ver com nossa situação? – Perguntou interessada. Não conseguia relacionar a chegada do fim do ano com o dilema que enfrentava.

Sasuke voltou a olhar para a mulher que tinha seu coração nas mãos e sorriu de canto confiante.

– Dia 23 começam as férias de inverno – Informou e Sakura arregalou os olhos ao constatar que tinha esquecido totalmente disso – Então acredito que depois dessa data vocês podem ir comigo.

– Eu realmente não sei o que responder – Sakura falou completamente aturdida. Estava tudo indo rápido demais!

Não queria ir e passar algum tempo sozinha com ele, ainda mais agora que sabia que Sasuke tentaria reconquista-la. Mas também não podia ser egoísta, essa viagem era para o bem de Sano e era nisso que tinha que focar.

– Apenas responda que sim – Ele olhou tão intensamente na direção dela, que não conseguiu ter outra reação a não ser balançar a cabeça positivamente.

Pelo visto a nova família Uchiha passaria as festas de fim de ano junta pela primeira vez.


Notas Finais


Ufa, foi o maior capítulo de Resiliência até agora!
Peço mil desculpas pelo meu descontrole na hora de escrever, mas não consegui dividir os acontecimentos e também achei uma boa forma de terminar o ano :)
Não sei vocês, mas eu AMO um capítulo gigante ❤ HAHAHAHA
Mas vou tentar me controlar daqui para frente, já que sei que não é todo mundo que tem paciência para ler algo tão extenso.

O capítulo foi mais parado, bem tranquilo mesmo e cheio de informações. Os próximos também vão ser nesse estilo!
Acho justo depois de tanta emoção e... Bem, vai ter mais emoção a frente também então considerem como a calma antes da tempestade! HAHAHA

Agora vamos falar sobre o capítulo:

• Finalmente a conversa tão aguardada aconteceu! Nossa, como deu trabalho escrever!
Eu já tinha um rascunho dessa conversa, mas torna-lo algo suficientemente bom para estar nesse capítulo foi mais difícil do que achei que seria.
Mesmo que eu tenha ficado uma semana trabalhando nisso durante meu tempo livre, ainda não me sinto satisfeita com o resultado. Tentei ao máximo abordar todos os pontos importantes e começar construir a base para a futura reconciliação deles.
Não sei se foi o que vocês esperavam, mas fiz o meu melhor! :)
Acho que foi importante citar alguns pontos que ainda não haviam sido totalmente explicados sobre como foi a vida da Sakura nesses cinco anos. Sei que talvez tenha decepcionado (ou não HAHAH) um pouco pois ela não caiu de amores por ele logo de cara, mas eu tentei ir pelo lado coerente. Foram muitas coisas acumuladas nesses anos que eles ficaram separados e não faria sentido ela já desculpa-lo. A Sakura ainda tem o pé muito atrás em relação a ele, e querendo ou não no momento o único laço que os une é o Sano. E é pensando nele que vou fazer os dois se reaproximarem. Afinal, o que o Sasuke fez foi bem errado e, por mais que eu quera que sasusaku aconteça logo tanto quanto vocês, não posso apressar as coisas.
Enfim, o que tentei fazer nesse capítulo foi começar a construir uma base para esse romance e espero ter conseguido. :)
Ele disse que vai investir e ela meio que deu autorização, então... ❤❤❤

• E sei que vocês devem estar se perguntando: Mas autora, ele não revelou que é Oyabun? Sobre a máfia?
Não, ele escolheu não revelar isso por enquanto.
O motivo é simples: Imagine que você tem um filho de um homem casado que te enganou e agora voltou querendo assumir a criança. Você o deixaria se aproximar se soubesse que ele é mafioso?
Bem, eu não sei vocês mas não consigo imaginar a Sakura levando isso tranquilamente. Pelo menos não agora que ainda tem muita magoa dele.
Minha ideia é construir uma base solida para essa relação e só então inserir a Sakura no mundo da yakuza.
Quando isso vai acontecer? Eu ainda nãos sei HAHAHA

• E vocês perceberam os primeiros sinais de NaruHina? :D
Como já falei algumas vezes, não é minha intenção me aprofundar nos outros casais, mas pretendo pelo menos mostrar como tudo vai se começar a acontecer.
Por enquanto é bem sutil mesmo, a Hinata achou o Naruto lindo e super interessante, enquanto ele a classificou como "Doçura" HAHAHA Não sei de onde tirei isso, mas consigo imagina-lo falando isso perfeitamente! HAHAHA
Por falar em Hinata, muita gente comentou curiosa a respeito dela! Sim, o sobrenome dela é Hyuuga e ela tem, de certa forma, ligação com a yakuza.
Mais para frente isso vai ser melhor explicado, mas como vocês puderam perceber nesse capítulo ela não tem contato com a família por parte de pai, ou seja, ela não tem contato com o lado mafioso dos Hyuuga! Com o tempo esses pequenos detalhes vão ser melhor explicados. :)

• Imagino também que deve ter gente que não gostou de como a Sakura lidou com o Sasuke. Sei que vocês queriam ela sambando na cara dele, mas sempre deixei claro que ela é um amorzinho mesmo. Não consigo imagina-la maltratando ele de qualquer forma. A minha ideia desde sempre foi fazer os dois terem uma conversa madura e tranquila, sem xingamentos ou acusações. Cinco anos já passaram e não fazia exatamente sentido eu coloca-la ainda extremamente ressentida por tudo. Ao escrever eu sempre me coloco no lugar dela, e penso que o tempo passou e ela de certa forma seguiu em frente. Pelo menos é como eu tentaria lidar com as coisas se estivesse no lugar dela!
Também é minha forma de transformar esse clichê todo em algo diferente. O que mais vemos são fics onde a Sakura volta poderosa e vingativa, destratando o Sasuke e odiando ele mortalmente até que acabem se desculpando. Não que eu não goste de ler histórias assim (porque eu leio várias e adoro ❤), mas realmente quis diferenciar e seguindo a personalidade da minha Sakura, ela vai tratar toda a situação com tranquilidade apesar de ainda estar magoada.

• E também tivemos mais do Sano ❤
Vocês estão gostando dele? Estou tendo um pouco de dificuldade já que ainda não me acostumei a escrever sobre uma criança. Ainda mais tão pequena.
Como eu já disse anteriormente, fiz algumas pesquisas para entender melhor o comportamento de crianças de quatro anos e assim não fugir tanto da realidade, mas sei que vou errar um bocado ainda até pegar o jeito.
Tenho sobrinhos nessa idade mas moram longe e só posso contar com minha memória para incrementar as cenas.
Vocês ficariam surpresos ao ver meu sobrinho de cinco anos de idade reclamando por eu ter entregado para ele jogar video game um controle desligado! HAHAHA Com toda a propriedade do mundo ele foi lá e ligou certinho! Essas pequenas coisas que vivi com meu sobrinho que vou tentar passar para o Sano ❤
Ah, e por falar nisso, o que estão achando do Sasuke pai? Foi outra coisa beeeem difícil de escrever! Tudo parecia meloso ou carinhoso demais, e o Sasuke não é assim. Ainda estou pegando o jeito da coisa, mas espero que nos próximos capítulos eu consiga escrever melhor os momentos entre os dois :)

• Por último, quero pedir desculpas por sempre acabar esquecendo os costumes orientais enquanto escrevo. Por mais que me esforce, sempre acaba passando alguma coisa, afinal eu não sou uma especialista. Mas estou fazendo o possível para melhorar isso também!
Eu sempre pesquiso antes de escrever, mas acabei adiantando um pouco as estações do ano! HAHAHAHA Ainda não era para estar nevando no Japão, mas peço que relevem isso! HAHAHA Nesse capítulo eles estão mais ou menos pelo dia 20 de dezembro. As férias começam dia 23 e vão até principio de janeiro, ou seja, Sasuke vai ter esse tempo para reconquistar a Sakura e se aproximar do filho ❤

#GLOSSARIO

Diretor Geral: Dirige, planeja, organiza e controla as atividades de diversas áreas da empresa, fixando políticas de gestão dos recursos financeiros, administrativos, estruturação, racionalização, e adequação dos serviços diversos. Desenvolve planejamento estratégico, identifica oportunidades, avalia a viabilidade e faz recomendações sobre novos investimentos ou desenvolvimento de novos negócios.
Que no caso é o cargo do Naruto.

Call of Duty: (frequentemente abreviado como CoD) é uma série de videojogos na primeira pessoa. A série começou no PC, mais tarde expandindo-se para os vários tipos de consolas. Também foram lançados vários jogos spin-off. Os primeiros títulos têm como cenário a Segunda Guerra Mundial.

Férias de inverno: Ocorre no fim de dezembro e início de janeiro. Tem duração de 3 a 7 dias, sendo que os 3 primeiros dias, a maioria do comércio se mantém fechado. O Ano Novo (Oshougatsu) é uma data muito importante para o povo japonês, cheia de rituais além da confraternização junto à família. Muitos se deslocam de uma ponta a outra no Japão para visitar familiares que moram longe.
(Fonte: http://www.japaoemfoco.com/feriados-nacionais-do-japao-nippon-no-saijitsu/)

#IMAGENSDEREFERENCIA

(muitas delas já foram usadas em outros capítulos, mas achei legal colocar aqui para vocês lembrarem!)

Byakugou Café: http://68.media.tumblr.com/7c3668896c617a3f3394071dc5893cee/tumblr_oi1rf317JQ1vsy478o1_1280.jpg

Uniforme do Café: http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=214065096

Casa das meninas: http://68.media.tumblr.com/d643d325e126f9deb75f1d3816d308bc/tumblr_oi1rf317JQ1vsy478o3_1280.jpg

Roupa da Sakura: http://www.polyvore.com/resili%C3%AAncia_preparando_jantar/set?id=214053015

Roupa do Sano: http://www.polyvore.com/resili%C3%AAncia_jantar_em_fam%C3%ADlia/set?id=214021197

Fluffykins: http://68.media.tumblr.com/9cf5468d44de4a898da1b2dda2fbc7e5/tumblr_oj1mcugoEC1vsy478o1_1280.png

Torta de tomates: http://68.media.tumblr.com/a3c0dbda8954773277366cf847a6230c/tumblr_oj1mcugoEC1vsy478o3_1280.jpg

Jantar preparado pela Sakura: http://68.media.tumblr.com/64847e45ba4e9311aeaf605d28834b8b/tumblr_oj1mcugoEC1vsy478o2_500.jpg
Apesar de só focar na torta de tomates resolvi deixar aqui como referência para vocês algo próximo do que a Sakura preparou.

Quarto Sakura e Sanosuke: http://68.media.tumblr.com/8325fff2cecf485fb9d57704f05f35d3/tumblr_oirtecxJ4b1vsy478o3_500.jpg

Desenho do Sano: http://68.media.tumblr.com/993fca19fa957aa4738ac7039ffae181/tumblr_oirtecxJ4b1vsy478o2_500.jpg

Uphone: http://68.media.tumblr.com/b5fc78e6d72460721c10718c35c6b376/tumblr_oiekf7IcrZ1vsy478o2_500.jpg


✩°̥࿐୨୧


E é isso, mais uma vez peço desculpas pelo tamanho do capítulo e das notas! Eu realmente perco a noção em meio a empolgação na hora de escrever HAHAHAHA
Mas espero que vocês tenham gostado ❤

No próximo capítulo teremos Sakura e Sano chegando em Tóquio, Fugaku e Mikoto sendo informados sobre neto, a repercussão de toda a confusão que Sasuke causou em Otogakure, Itachi sendo um tio babão e mais um pouquinho do Sasuke papai :)

Estou saindo para viajar agora e vou estar sem sinal, mas domingo que vem tem atualização normal, ok?
Desejo a todos vocês um feliz ano novo e que 2017 traga apenas coisas boas para todos vocês ❤

Qualquer coisa errada, dúvidas, sugestões e etc comentem que eu respondo assim que possível!
Obrigada por lerem, beijos e até domingo! :*


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