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História Resiliência - Aquele que quase ocupou o seu lugar


Escrita por: bolodebaunilha

Notas do Autor


Olá, tudo bem com vocês? :)

Eu já estou consideravelmente melhor daquela falta de inspiração que me abateu semana passada. Ainda não estou 100% e talvez vocês percebam isso lendo o capítulo (ou talvez pelo tamanho), mas acredito que aos poucos eu volto ao ritmo novamente, não é mesmo?
Quero aproveitar para agradecer o apoio que recebi de vocês através dos comentários. Eu estava realmente desanimada e cada palavra que eu li me ajudou a não desistir e continuar seguindo em frente. O carinho que recebo diariamente de vocês que acompanham Resiliência é tão lindo, que me vejo emocionada sempre!
Muito obrigada por isso gente, se ainda estou aqui é por vocês ❤

Aproveito esse momento para agradecer os 1074 FAVORITOS YAAAAAAAAAAAAY :D
É tanta gente acompanhando que é até difícil de acreditar ❤❤❤❤
É muita emoção, e sou verdadeiramente agradecida por todos que tiram um tempo para ler e comentar minha fic ❤
Queria conseguir retribuir tudo isso, e espero que vocês não fiquem chateados com minha falta de tempo! Eu tenho dado prioridade a cumprir meu combinado com vocês de postar todo domingo e acabo não tendo tempo para outra coisa, já que faço isso em meu tempo livre. Agradeço de coração a compreensão e, como sempre falo, vocês são os melhores e mais pacientes leitores do universo! ❤

Agora vamos ao capítulo que sei que é o que vocês estavam esperando ansiosos ❤
Obrigada por lerem! ❤

Capítulo 24 - Aquele que quase ocupou o seu lugar


Fanfic / Fanfiction Resiliência - Aquele que quase ocupou o seu lugar

De sua janela do último andar da Uchiha Corp. Sasuke observava a cidade. 

O movimento intenso nas ruas, o sol brilhando alto no céu e o vidro grosso que o separava de tudo isso, onde sua mão esquerda estava espalmada a algum tempo, como se pudesse segurar toda Tóquio.

Os últimos dias foram agitados, entre reuniões e a introdução de Sakura na Sharingan. Se sentia cansado, com tantas responsabilidades em seus ombros, tantas preocupações e decisões a serem tomadas.

Agora carregava não apenas o peso da vida de outras pessoas em suas mãos, como o de sua nova família também. 

Desde a invasão à sua casa, cada telefonema era como se seu coração parasse de bater por alguns segundos. Enquanto Orochimaru ainda estivesse vivo, Sasuke tinha a constante sensação que sua família corria perigo. Mesmo com a segurança reforçada, com todo o cuidado de aumentar a rigidez na entrada do país, parecia que a qualquer momento receberia a noticia de que sua esposa e filho estavam mortos.

Conseguiu se distrair um pouco com o casamento e principalmente com a notícia da gravidez, mas quando finalmente parou para pensar no assunto, a preocupação voltou pior. Tinha pesadelos, em que Orochimaru os matava em sua frente, e só se acalmava ao acordar e ver Sakura dormindo ao seu lado. 

O sol refletiu o brilho dourado da grossa aliança em sua mão esquerda, e automaticamente todo os pensamentos negativos ficaram em segundo plano. Sakura estava se mostrando mais forte que ele nesse sentido, olhando tudo com otimismo e confiando cegamente na segurança que lhe é proporcionada. 

Nunca imaginou que seria justamente a doce e delicada Sakura que o manteria no que realmente importava. Ela o compreendia de uma forma que parecia loucura, e sempre sabia quando e o que falar para acalma-lo. 

Ela ainda tinha muito o que aprender, mas o deixava orgulhoso vê-la andando pela Sharingan, aprendendo e fazendo o que podia para ajudar. Nem em seus mais loucos sonhos pensou que ela estaria tão disposta assim a entrar na Yakuza

E isso só o fazia concluir que, apesar de toda ameaça e responsabilidades que tinha como Oyabun, era um homem de sorte.

– Teme, vamos almoçar! – Naruto escancarou a porta como de costume, anunciando sua fome para quem quisesse ouvir – Se eu não comer algo nesse momento, vou morrer! Com certeza! – Foi dramático, se apoiando na porta.

Deixando a vista da cidade para trás, Sasuke virou na direção do amigo, lhe lançando um olhar nada amigável. Sem falar nada andou até o pequeno bar no canto da sala. De dentro da mini geladeira retirou o bentô embrulhado cuidadosamente em um pano com estampa de gatinhos. 

– Cara, que calor! – Naruto largou o próprio bentô na mesa e retirou o paletó – Deixa eu diminuir esse ar, que hoje não ‘tá fácil! – Pegou o controle do ar condicionado e apertou o botão várias vezes.

– A temperatura estava boa – Sasuke retruca também retirando o paletó e sentando ao lado do melhor amigo – Lá fora está bem pior – Comentou, lembrando como odiou sair de casa naquela manhã, quase correndo para dentro do carro antes que o sol o fizesse transpirar no terno.

– Sua frieza que não te deixa sentir calor – Alfinetou, cutucando o braço de Sasuke com os hashis, antes de voltar os olhos azuis para as mãos do moreno abrindo o almoço – O que a Sakura-chan preparou para você hoje? – Perguntou interessado, já pensando em roubar alguma coisa.

“Bom almoço, te amo muito ❤” , estava escrito na delicada letra de Sakura.

Leu o bilhete ouvindo a voz dela em sua cabeça e acabou sorrindo, antes de deixa-lo separado para colocar junto com os outros que guardava secretamente em uma gaveta em sua mesa.

O bentô tinha a mesma decoração que ela fazia para Sanosuke levar para a escolinha, mas se viu não se importando de comer onigiris em formato de ursinho, desde que fossem feitos por ela. 

Eram gostosos, feitos com carinho e valiam cada zoação vinda de Naruto.

– Coma a comida que sua esposa preparou para você, não venha querer roubar a da minha! – Sasuke alertou, quando viu os hashis de Naruto se aproximando perigosamente de uma salsicha em formato de polvo.

– Vou falar para a Sakura-chan como você é egoísta! – Ameaçou se fazendo de ofendido – Aposto que ela vai te mandar trazer um só para mim!

– Vou falar com a Hinata então que você não está satisfeito com seu almoço –  Retrucou enquanto travava uma batalha de hashis com o Uzumaki.

– NÃO! A comida da minha doçura é a melhor do mundo! – Largou os hashis na mesa e praticamente abraçou a vasilha onde estava o almoço – Eu só estava brincando, não precisava apelar – Resmungou.

Na noite do casamento mesmo Naruto embarcou junto com Hinata para os Estados Unidos. Se casaram em Las vegas, com direito a uma foto abraçados ao Elvis logo após a cerimônia – Foto essa que está pregada na parede do antigo apartamento de solteiro de Naruto, que agora era do casal.

Quando voltaram para o Japão Hiashi os esperava no aeroporto. 

Hinata aquela altura já sabia de tudo e apesar de mais assustada que Sakura com a Yakuza, resolveu que o amor que tinha por Naruto era muito maior que qualquer receio que tivesse. E foi olhando nos olhos do pai que ela agradeceu toda a preocupação, mas deixou claro que pretendia seguir seu coração.

E assim Hyuuga Hinata virou Uzumaki Hinata, esposa do braço direito do Oyabun.

Sasuke resmungou um palavrão, impaciente diante do drama feito por Naruto por conta de um simples bentô, mas logo deixou para lá e aproveitou seu próprio almoço, preparado por sua esposa com tanto carinho.

•  •  •  •  •  •  •

O rolls-royce estacionou em frente à Universidade de Tóquio.

Sakura se sentia incomoda com aquilo tudo, a maneira como todos paravam para vê-la entrar no carro ou então como já haviam tentado se aproximar dela por ser esposa de alguém tão importante. Ela só queria passar despercebida e se Sasuke não fizesse tanta questão de toda aquela segurança ela andaria tranquilamente de metrô.

Suspirou e sorriu para as duas amigas que havia feito desde o inicio das aulas e entrou no carro. Nem havia se acomodado direito quando sentiu a mão grande deslizar por sua barriga, ainda pequena mas já aparente na roupa que usava. 

Era algo que Sasuke fazia com frequência e ela achava incrivelmente fofo da parte dele.

Que ele nunca soubesse que ela pensava aquilo.

– Como está? – Ele perguntou sem parar o carinho, e Sakura se acomodou perto dele, aproveitando que dentro do carro estava fresco por conta do ar, e ele não resmungaria quanto ao calor. 

– Estamos bem – Sorriu e o viu retribuir, mesmo que apenas um simples repuxar de lábios – Está ansioso? – Perguntou brincalhona.

– Hn – Teve como resposta um resmungo, mas ela sabia que ele estava surtando de ansiedade por dentro.

O carro estacionou agora em frente a uma escola, e Sakura achou graça do marido comentando como as crianças gritavam e corriam para todos os lados, o que ela retrucou lembrando que tinham um filho que adorava fazer o mesmo. 

E como para comprovar, Sanosuke pulou para dentro do carro assim que a porta foi aberta, gritando empolgado e praticamente atropelando Sakura, que apenas ria e tentava controlar as perninhas do filho.

– Cuidado com sua mãe! – Sasuke alertou, vendo as pernas de Sanosuke acertarem próximo a barriga – Sanosuke! – Repreendeu o pegando com as duas mãos e colocando sentado de maneira correta entre os dois, o cinto de segurança bem preso.

– Tem que ter cuidado com a barriga da mamãe – Sakura falou com o filho, que emburrou por odiar ser repreendido por Sasuke – Já falamos sobre isso, não é? – Sanosuke balançou a cabeça positivamente.

– Desculpa – Pediu um pouco manhoso e ganhou um beijo na cabeça vindo de Sakura. Não havia sido por querer afinal.

– Só tome cuidado – Alertou Sasuke, mas mesmo assim fez um carinho nos cabelos rebeldes do filho.

Um pouco depois estavam entrando juntos no hospital do clã. Ficava na parte de trás da sede da Sharingan, dentro da propriedade. Era o mais bem equipado do país, mas apenas membros do clã podiam ser atendidos. Normalmente tratava de ferimentos a bala ou katanas, mas também contava com outras alas e assim que descobriu a gravidez da esposa, Sasuke fez questão de reforçar a obstetrícia, mandando reformar e deixar tudo preparado para a chegada de seu futuro filho.

Oyabun-sama – A médica que vinha acompanhando Sakura desde o inicio da gestação fez uma mesura assim que viu Sasuke – Hime-sama – Repetiu o gesto com Sakura – Sanosuke-sama – E por último com Sano.

– Será que hoje vamos saber o que é? – Sakura perguntou empolgada.

– Acredito que sim! – A doutora respondeu gentil e conduziu os três até sua sala, onde tudo já estava preparado esperando apenas por ela.

– Sanosuke, não mexa – Sasuke alertou, quando viu o filho interessado no equipamento de ultrassom.

Sakura tagarelava empolgada sobre tudo o que estava sentindo, aproveitando para tirar dúvidas com a médica. Sasuke observava tudo, cada detalhe do que era feito com sua esposa. 

A médica levantou a blusa, deixando exposta a barriga de poucos meses da Uchiha. Sasuke sempre sentia o coração acelerar quando via a barriga de sua esposa daquela maneira, um orgulho que não cabia em seu peito e inconscientemente segurou a mão pequena dela entre as suas, a vendo resmungar um pouco pelo gel gelado que foi passado.

Não queria admitir, mas estava nervoso. Era a primeira vez que participava daquele momento, já que por ter negligenciado tanto o trabalho não podia mais tirar dias de folga, mas naquele tarde havia adiantado tudo na Uchiha Corp. apenas para estar com sua esposa e poder descobrir o que estava por vir. Aquela criança era uma chance de fazer certo, de compensar tudo o que perdeu com o primeiro filho.

– Eu quero ver, quero ver! – Sanosuke pediu, dando pulinho tentando enxergar a tela. Sasuke o pegou no colo com a mão livre e os três aguardaram ansiosos.

A doutora deslizou o transdutor pela barriga de Sakura e logo a imagem estava na tela. Sasuke e Sanosuke não entendiam nada, olhando com afinco para o borrão na esperança de ver algo que fizesse sentido, já Sakura chorava emocionada, mesmo ainda não tendo visto o que era.

A sala silenciosa de repente se encheu com um som que logo Sasuke percebeu o que era. A voz da médica estava em segundo plano, falando sobre tamanho, sobre o bebê estar saudável e indicando onde estava o rosto, mas tudo o que ele conseguia assimilar era o batimento do coraçãozinho de seu filho.

Se sentia o pior dos homens por não ter participado daquele momento com Sanosuke. Como reflexo do pensamento, acabou por apertar mais o filho em seu braço esquerdo. Não cometeria o mesmo erro novamente.

– As perninhas estão em uma posição ótima – Conseguiu escutar a voz da médica, mas ainda estava atordoado com o som que indicava que seu bebê estava realmente na barriga de sua esposa – É uma menina! – Anunciou e Sasuke achou que fosse cair com o filho nos braços.

Seria pai de uma menina. 

Uma garotinha, um pedaço de gente que talvez tivesse o sorriso de Sakura, ou seus cabelos, ou seus olhos... Uma menina.

Seu coração estava tão acelerado e se sentia tão aquecido como no dia que descobriu que Sakura estava grávida.

“Minha filha”, repetia em pensamentos, sentindo a emoção o dominar de uma forma que achou que não aconteceria.

– Sasuke-kun? – Sakura chamou, apertando levemente a mão de Sasuke, que olhava estático para o monitor, em seus olhos verdes lágrimas de alegria  – Está tudo bem? – Perguntou já preocupada, o marido parecia mais pálido que o normal.

– Ela está se desenvolvendo muito bem – A médica continuou falando, atraindo a atenção de Sakura que voltou a olhar a tela – Veja aqui é....  – E Sasuke já não escutava mais, vendo o que seria o rosto de sua filha aparecer no monitor. Conseguia ver o contorno do nariz, da boca e as mãozinhas juntas próximas ao rostinho. O barulho do coração voltou e Sasuke achoou que não ia aguentar.

– Papai! – Sanosuke exclamou, mas Sasuke levou o dedo aos lábios, pedindo segredo e para sua sorte o pequeno entendeu – Não chora papai – Falou mais baixo dessa vez, um sussurro que apenas o mais velho escutou e então enxugou a única lágrima que escorreu com sua mãozinha.

Era a primeira vez que via seu pai chorar.

– Sasuke-kun! – Sakura chamou com a voz embargada, sem tirar os olhos do monitor – Nossa menininha, olha como é linda! – Falou encantada, alternando o olhar rapidamente para ele, antes de voltar a encarar a imagem – Tão linda!

Sasuke inspirou e expirou algumas vezes, para se acalmar, beijou a cabeça do filho, o colocando sentado aos pés de Sakura e se aproximou da esposa, ainda com a mão dela entre a sua.

– Nossa filha – Ele murmurou, com orgulho em sua foz, antes de abaixar e beijar os lábios dela, pouco se importando com a presença da médica – Obrigado – Agradeceu, tão baixo que apenas Sakura escutou.

Emocionada, e sem conseguir conter as lágrimas que agora saiam em grande quantidade de seus olhos, Sakura envolveu o pescoço do marido com os braços e o abraçou forte, enterrando o rosto no peito dele. Sanosuke, querendo participar, também abraçou os pais e os três ficaram por um tempo ali, felizes por serem uma família.

•  •  •  •  •  •  • 

– Olha minha irmãzinha! – Sanosuke corria pelos corredores da Sharingan com a foto do ultrassom nas mãos, mostrando para todos que encontrava pelo caminho.

Sasuke e Sakura vinham logo atrás, sendo parabenizados por todos que eram informados da novidade pelo pequeno.

Sanosuke havia aceitado bem a novidade de que teria uma irmãzinha. Ao contarem, logo após voltarem da lua de mel, apenas tiveram que lidar com algumas perguntas embaraçosas a respeitos de como havia acontecido e porque estar na barriga de Sakura, mas foi fácil distrai-lo falando sobre as brincadeiras divertidas que poderiam acontecer e como ele ia gostar de ter alguém para brincar.

O pequeno Uchiha era uma criança bem tranquila e compreensiva afinal, e talvez ele ainda não tivesse se dado realmente conta de como as coisas iriam mudar com a chagada de um bebê.

– Uma netinha?! – Viram Mikoto quase abraçar a foto e a cabeça de Sanosuke ao mesmo tempo. O pequeno olhava suplicante para o avô parado ao lado da esposa – Fugaku vamos ter uma netinha! – Entregou a foto para o marido, e tendo as duas mãos livres de dedicou a apertar mais ainda o neto entre os braços amorosos.

– Fugaku-san, Mikoto-san – Sakura cumprimentou com uma mesura, assim que alcançaram o casal – Estávamos indo agora mesmo contar a novidade!

A nova Hime parecia especialmente radiante naquela tarde. Não parava de sorrir e a aura de felicidade em volta dela parecia tão forte, que contagiava até Sasuke, que tinha a expressão relaxada e os olhos normalmente tão escuros e misteriosos, brilhando como nunca antes.

– Será a primeira Uchiha mulher dessa geração – Fugaku comentou com certo orgulho em sua voz, analisando a foto em suas mãos – Que venha com saúde – Desejou, entregando a foto para Sakura, que sorriu encantada com as palavras do sogro.

– Vai ser linda! – Mikoto sonhava, praticamente sacudindo Sanosuke de um lado para o outro – Estou tão ansiosa!

– Eu também – Sakura concordou, alisando a barriga com carinho – Não é Sasuke-kun.

– Sim – Concordou, sem conseguir falar outra coisa, completamente envolvido pela felicidade da esposa.

– Então vem uma menina? – Naruto chegou junto com Itachi perto do grupo –Tomara que seja igual a Sakura-chan! – Opinou, aceitando a foto do ultrassom que Sakura lhe estendia – Acho que o nariz é dela, olha aqui – Comentou, realmente analisando as feições pouco definidas.

– Se for bonita que nem minha cunhada, vai dar uma dor de cabeça para o meu irmãozinho – Itachi falou, tirando com a cara de Sasuke, que deixou a expressão leve de lado em poucos segundos – Imagina os namoradinhos!

– Mas que merda Itachi, minha filha nem nasceu e você já está falando da porra de namorados?! – Sasuke esbravejou realmente irritado. 

– Mamãe, papai falou aquelas palavras feias! – Sanosuke tratou de avisar, esperando que ele também levasse bronca.

– Sasuke! – Sakura chamou a atenção do marido, que estava em uma discussão cheia de xingamentos com o irmão.

– Quando você menos esperar, os garotos vão estar beijando sua menininha – Naruto aproveitou para provocar também.

– E então ela vai fugir para vegas e casar com um idiota – Sai surgiu atrás do grupo, dando sua opinião.

– Vai à merda! – Naruto praticamente gritou.

– Caralho! – Sasuke passou as mãos pelos cabelos irritado, vendo o Uzumaki começar a discutir com Sai.

– E aí ela vai aparecer grávida, e o cara vai ser casado! – Itachi emendou a provocação, mas se arrependeu em seguida, pois Sasuke já estava indo para cima dele.

– SASUKE! – Sakura falou mais alto dessa vez, atraindo a atenção de todos, que congelaram no mesmo lugar – Gente, podemos deixar para pensar nessas coisas quando ela estiver nessa idade? – Perguntou com as mãos na cintura, sentindo uma irritação pouco normal, mas que sabia ser culpa dos hormônios – Ela nem nasceu ainda!

Um pouco intimidados com a forma que Sakura falou e pouco acostumados a vê-la daquela forma, os quatro se afastaram, parando na mesma hora com as provocações.

Mikoto já começava um discurso sobre não estressar mulheres grávidas, enquanto Fugaku concordava com Sasuke, que namorados apenas após os 30 anos, quando a voz de Sanosuke atraiu a atenção de todos.

– Caralho! – Ele falou sorrindo, e vendo o olhar que Sakura lhe lançou apenas completou – Papai falou então eu também posso!

E naquela tarde Sasuke descobriu que mesmo sendo a pessoa mais bondosa do universo, sua esposa também poderia ser assustadora quando queria.

•  •  •  •  •  •  • 

Era a primeira vez que estava participando de uma reunião da Sharingan

Sentada ao lado esquerdo de Sasuke, sentia as mãos suarem e os dedos se entrelaçarem em nervosismo. Por um momento preferiu estar com Izumi e Sanosuke nos jardins, talvez ainda estivesse pronta para fazer o que era esperado que fizesse.

Quase gritou quando sentiu uma mão na sua, e olhou apreensiva para uma sorridente Mikoto. 

– Fique calma, você vai se sair bem – Sussurrou carinhosa, apertando levemente a mão que envolvia a sua – Lembre-se de todas as dicas que eu te dei, e qualquer coisa Sasuke te ajudará, ele pode não demonstrar mas está muito feliz que você esteja aqui.

Como para se certificar, olhou na direção do marido e o viu aparentemente entediado, mas não demorou para retribuir o olhar e ela viu a satisfação brilhar nos olhos dele. 

– Obrigada – Agradeceu, voltando a olhar para a sogra. Foi como se um peso tivesse sido tirado de suas costas, e conseguiu até respirar um pouco mais aliviada – Acho que ainda tenho que me acostumar com tudo isso – Confessou.

– Você vai se sair bem – Mikoto garantiu confiante – Também estou aqui qualquer coisa.

Trocaram mais um sorriso antes que Itachi chamasse a atenção de todos, que ficaram em silêncio aguardando.

– Antes de inciar, quero avisar que já temos alguns dos nossos em Otogakure analisando a situação – Informou e todos assentiram – E aproveitando esse assunto, sugiro que a primeira coisa a ser resolvida seja tirar qualquer um com influência de Orochimaru de Tóquio.

– Ele ainda tem negócios aqui? – Kakashi perguntou, e era uma dúvida que muitos tinham.

– De acordo com uma investigação feita por Yamato, existem duas casas noturnas que costumavam estar sob o comando da Akatsuki – Colocou duas folhas no meio da mesa – Por via das dúvidas sugiro colocarmos elas abaixo, para que não tragam problemas no futuro. E também tirar todas as informações sobre o antigo Oyabun de Oto.

– Eles podem facilitar a entrada e Orochimaru no país – Fugaku opinou – E com certeza podem falar mais sobre os planos dele.

– Também acho – Madara concordou – Oyabun-sama? – Chamou, aguardando a aprovação.

– Coloquem abaixo – Ordenou sem precisar pensar muito. Não arriscaria manter ninguém suspeito em sua cidade. 

Na atual situação de sua vida, não correria risco algum.

– São dois homens, que estão todas as noites em seus respectivos estabelecimentos – Itachi colocou duas fotos na mesa.

– O que será feito? – Obito perguntou – Obtenção de informações? Os dois vivos?

– Apenas um já é o suficiente – Sasuke respondeu com tranquilidade, e Sakura não conseguiu se impedir de tremer levemente com o tom de voz do marido.

Ainda era estranho para ela ouvir algo tão grave ser discutido de forma banal.

– Eles tem família? – Madara perguntou – Podemos usar para conseguir respostas.

– Os dois tem esposa e filhos – Itachi falou, tirando da pasta preta mais algumas fotos – Aqui estão eles, assim como seus funcionários.

– Não podemos deixar ninguém – Madara comentou e foram ouvidos murmúrios de aprovação – Conseguir informações e depois é só limpar a sujeira – Fez um movimento com as mãos, indicando as fotos.

– É arriscado mesmo – Fugaku confirmou.

– Sugiro que sequestrem a esposa e mate todos os outros – Madara falou sem remoço algum.

Continuaram discutindo estratégias, mas Sakura já não prestava atenção. As vozes masculinas foram ficando abafadas no fundo e tudo o que ela conseguia enxergar era a foto das crianças. Uma delas não deveria ter mais que três anos de idade, era uma garotinha sorridente. A foto foi tirada a distância, e ela estava brincando em um parque. 

Inconscientemente pousou a mão na própria barriga, imaginando que aquela garotinha seria morta. Uma garotinha assim como a sua.

Isso não é certo, não deveria acontecer.

Essas crianças não são mafiosas, ou traidoras ou qualquer coisa assim, são apenas filhos das pessoas erradas, não tem culpa de nada.

– Sakura querida, está tudo bem? – Mikoto perguntou preocupada, vendo a nora ficar cada vez mais pálida – Você está gelada! – Constatou ao encostar no braço da Hime.

– Sakura? – Sasuke chamou, sem conseguir esconder a preocupação em sua voz. O corpo já todo inclinado para o lado da esposa.

– Isso está errado – Ouviram ela falar baixo – Não deveria ser assim... São apenas crianças, não são más pessoas.

– Do que está falando? – Itachi perguntou, e só então os três repararam que eram o centro das atenções da mesa.

– Peço desculpas, mas isso está errado! – Sakura falou mais alto dessa vez, e milagrosamente sua voz não saiu embargada. Sentia que poderia chorar ou desmaiar a qualquer momento – São apenas crianças! Como vocês podem discutir sobre a morte delas dessa forma? – Questionou tentando não elevar a voz.

A mesa ficou em silêncio e todos os olhos estavam voltados para ela. Sakura sentiu as bochechas esquentarem pela vergonha, mas se manteve firme, encarando alternadamente cada um dos rostos ali.

– Isso é necessário para garantir a segurança do clã – Madara foi o primeiro a falar, já sem paciência. Todos ali sabiam a opinião dele sobre a nova Hime – Sempre foi feito dessa maneira,

– Mas não devia – Ela rebateu na mesma hora – São apenas crianças inocentes.

– Que podem virar um problema no futuro – Falou irritado.

– Madara – Sasuke alertou.

Hime-sama, Madara está querendo dizer que é perigoso as crianças crescerem almejando vingança – Kakashi falou, e como raramente acontecia estava prestando total atenção na conversa, e não em seu livro.

Infelizmente casos como aquele não eram raros, e já tiveram muitos problemas por conta de gente querendo vingança.

– Você sugere que a gente espere elas voltarem querendo vingança? – Madara perguntou zombeteiro, nem percebendo a falta do título respeitoso – Não seja ingênua.

– Madara! – O alerta de Sasuke foi em voz mais alta daquela vez.

Sakura sentiu os olhos encherem de lágrimas, mas se recusava a deixa-las cair. Estava sendo mais difícil do que imaginava, e por mais que não quisesse aceitar aquilo, não via como argumentar com aqueles homens. 

Entretanto, se recusava a ver crianças sendo sacrificadas naquela violência da máfia japonesa. Se algo daquele tipo continuasse acontecendo, não conseguiria fazer parte. Como poderia viver sabendo que estava sendo conivente com a morte daqueles seres inocentes, tão inocentes quanto Sanosuke, quanto sua futura filha?

Tinha que ter uma solução. Apenas uma forma que essas crianças pudessem crescer de maneira certa, sem serem afetadas por tudo isso. Com o acompanhamento certo, talvez elas pudessem virar adultos centrados e corretos. 

Como se uma lâmpada tivesse acendido em sua cabeça, Sakura levantou o rosto e todos naquela sala conseguiram enxergar a determinação em seus olhos verdes.

– Com o acompanhamento certo, essas crianças vão poder crescer da melhor forma possível – Falou confiante – Tenho certeza que se for algo bem planejado, com os profissionais certos, pode funcionar!

– O que vo... A senhora está querendo dizer? – Madara perguntou sem paciência.

– Eu quero dizer que essas crianças teriam uma boa oportunidade na vida se existisse alguma especie de apoio psicológico, alguém responsável por cuidar deles e os guiar para o rumo certo – Argumentou pacientemente, não se mostrando abalada com Madara – Uma clinica especializada nisso, talvez? – Sugeriu esperançosa.

Em sua cabeça conseguiu até formular algo, talvez pedisse a ajuda de Ino e Hinata que haviam acabado de se formar, e a ex-Hyuuga inclusive poderia cuidar da parte de apoio psicológico.

– E acha que temos como fazer isso? – Madara esbravejou atingindo seu limite – Isso aqui não é uma creche! Não fazemos caridade com o filho dos inimigos! – Apontou o dedo na direção de Sakura, e ela sentiu Sasuke ficar rígido ao seu lado – Se está esperando um conto de fadas, está no lugar errado! – Cuspiu as palavras, não se importando mais com quem falava.

E como uma panela de pressão, Sasuke estourou. Foi necessário Naruto e Itachi para segura-lo. Se algum tempo atrás ele havia batido em Madara, agora todos tinham certeza que ele seria assassinado.

– Madara-san – A voz de Sakura foi alta o suficiente para passar por cima dos grunhidos irritados de Sasuke e os xingamentos de Madara – Entendo que o senhor seja alguém muito importante aqui e que eu tenha acabado de chegar – Suspirou tentando fazer com que suas mãos parassem de tremer, principalmente que o Uchiha mais velho agora a olhava com raiva – Mas até onde me foi informado, eu tenho mais autoridade que o senhor aqui e... – Olhando para Mikoto em busca de apoio, e tendo como resposta um sorriso confiante – Isso me da a certeza que se eu quiser fazer uma clinica para ajudar essas crianças, ela será feita – Falou com tanta firmeza que até se surpreendeu.

Mais uma vez o silêncio tomou conta da sala de reuniões, e Sasuke já havia sido solto e agora olhava com admiração para a esposa.

Nunca a viu tão autoritária... E maravilhosa.

– Eu posso, não posso? – Perguntou para o marido.

– Sim – Respondeu simplesmente, voltando a sentar ao lado dela – Se é sua vontade então será feito.

– Então eu vou providenciar isso – Falou tentando passar autoridade em sua voz – E eu não quero que nada seja feito contra essas crianças – Apontou para a mesa, onde as fotos ainda estavam dispostas, mantendo a expressão séria, como Sasuke fazia ao dar uma ordem.

Mesmo que alguns murmúrios fossem ouvidos, a maioria assentiu. Ainda estavam impressionados com tudo o que havia acabado de acontecer.

Já Sasuke, viu encantado Sakura se colocar como Hime à frente do clã pela primeira vez e, se isso fosse possível, ficou mais apaixonado ainda por aquela mulher.

•  •  •  •  •  •  •

Do lado de fora da sala de reuniões, Sakura aguardava Sasuke terminar de discutir com Madara. Não estava confortável por ter causado aquilo, mas não se arrependia. Enquanto fosse Hime nenhuma criança sofreria ou seria morta por aquele clã, e isso era uma certeza que tinha,

– Você arrasou Sakura-chan! – Naruto chegou empolgado, beijando a testa dela com carinho – Que orgulho.

– Isso vai dar muita dor de cabeça para o Oyabun-sama, mas achei uma escolha sábia – Sai deu sua opinião sincera – Além disso, li certa vez que não devemos contrariar mulheres grávidas! 

– Obrigada gente, é muito importante para mim ter o apoio de vocês – Sorriu agradecida.

– Não ligue para o Madara – Itachi se juntou ao grupo – Ele é um homem amargurado e infeliz – Comentou com pesar – Ele não é má pessoa.

– Ele provavelmente está a muito tempo sem uma relação sexual prazerosa – Sai falou com toda a sua estranha certeza – Até a terceira idade precisa de sexo regularmente, acredito eu.

– Terceira idade? – Ouviram a voz de Madara resmungar – E você precisa aprender a não falar merda, garoto – Falou antes de passar pelo grupo irritado.

– Deve ter pinto pequeno – Sai concluiu vendo o mais velho sumir pelo corredor. Era o único que ainda não havia visto no banho coletivo, então só podia ser isso.

Os homens riram e começaram a fazer piadas, enquanto Sakura decidiu falar com o marido.

– Eu sinto muito pela confusão, mas não me arrependo! – Já foi falando tudo, antes que perdesse a coragem – Eu vou mesmo tentar organizar isso e...

– Tudo bem – Sasuke falou antes que ela pudesse terminar a frase – Vou te ajudar no que precisar.

Sem conseguir se conter, Sakura abraçou o Oyabun empolgada e feliz por poder fazer pelo menos aquilo.

– Vou dar o meu melhor – Garantiu confiante e Sasuke assentiu. Por conta dessa ideia, que mesmo tão vaga ainda, poderia tirar um dos pesos que carregava constantemente nas costas. E a vida de crianças era umas das coisas que mais pesavam em sua conta de pecados.

Ficaram se olhando por mais um tempo até que viram Shisui caminhando na direção deles.

– Temos visitas! – Ele passou anunciando – Devo mandar preparar a sala novamente? – Perguntou descontraído.

– É algo sério? – Naruto que perguntou.

– Não, visita de cortesia para conhecer a Hime-sama – Deu de ombros.

– Será Rock Lee novamente? – Sasuke perguntou fazendo uma careta. O rapaz era um conhecido seu da época que era criança, e tinham uma boa relação, mas o olhar de admiração que ele lançou para Sakura deixou o Oyabun louco de ciúmes.

– Não, é de Suna – Shisui falou e saiu, acompanhado por Obito e Kakashi. Já o resto ficou comentando sobre as visitas que já haviam recebido por conta da nova Hime. Sakura inclusive resmungando sobre estar desarrumada para isso.

Oyabun-sama – Uma voz masculina chamou a atenção de todos, e naquele momento Sakura achou que fosse realmente desmaiar. 

Parado na frente deles estava um homem que ela conhecia muito bem. Os cabelos ruivos e os olhos castanhos, sempre tão gentis, agora estavam surpresos. Devia fazer um ano que não o via pessoalmente, e bons meses que não conversavam, mas Sasori continuava o mesmo.

– Sakura? – A voz dele saiu incerta. 

Os olhos dele passavam várias vezes pelo grupo, antes de voltar para ela, analisando o rosto e arregalando consideravelmente ao descer um pouco e ver a barriga marcada na roupa.

– Sasori – Sakura estava tão nervosa que sentia as pernas falharem, as mãos de Sasuke que apoiaram imediatamente seu corpo eram seu único apoio – O que faz aqui?

Reparando no modo que o ruivo olhava sua esposa e a forma informal que a chamou, fez com que um alarme disparasse na cabeça de Sasuke, que instintivamente colocou Sakura atrás de seu corpo, estufando o peito, sentindo a necessidade de lembrar Sasori de quem ele era.

Que palhaçada era aquela?

– O que está acontecendo aqui? – Perguntou sério, vendo o ruivo continuar tentando olhar para Sakura – Você conhece minha esposa? 

Sasori parecia ter tomado um choque, os olhos arregalados e a boca entreaberta, alternando o olhar de Sakura para o Oyabun.

Entretanto, antes que pudesse falar alguma coisa, escutaram gritos empolgados e passinhos correndo pelo corredor.

– SASORI, SASORI! – Era Sanosuke, que não pensou duas vezes antes de pular no colo do ruivo.

– Olha se não é o pequeno encrenqueiro – Abraçou Sano com carinho, afagando os cabelos rebeldes dele – Como cresceu, está quase maior que eu!  – Falou o colocando no chão, vendo o pequeno sorrir orgulhoso, mesmo que não chegasse nem perto da cintura do mais velho.

– Estou grandão, que nem o papai! – Anunciou sorridente e apontou para Sasuke – Você viu? Meu papai me achou!

Sasori engoliu em seco e desviou o olhar para o Oyabun, que assistia a cena, sem saber o que pensar e sentindo cada canto do seu corpo tremer em ciúmes.

E então Sasori percebeu o obvio.

– Sim, eu deveria ter imaginado – Falou sorrindo, mas sem humor – Vocês são realmente muito parecidos – Olhou mais uma vez para Sakura, que já havia abandonado as costas de Sasuke e agora estava ao lado dele.

– Desculpa – Sakura sussurrou se sentindo culpada. Os olhos de Sasori não escondiam a tristeza que ele sentia – Aconteceu tão rápido, que não pude te avisar.

– Eu entendo, Hime-sama – Usou dessa vez o tratamento formal, mas a voz tinha um tom melancólico – Eu sempre soube que não seria eu.

– Não seria você o que? – Sasuke perguntou, puxando Sakura novamente para trás de seu corpo, e até Naruto olhava de maneira séria para o ruivo – De onde você conhece minha esposa?

– Sasuke... – Sakura tentou falar, mas Itachi segurou sua mão, balançando a cabeça.

Era melhor que ela não se intrometesse naquele momento. Conhecia muito bem seu irmão, e ele estava no limite de sua paciência.

– Podemos conversar em particular, Oyabun-sama? – Sasori perguntou.

Sem dar uma resposta, Sasuke deu as costas para o convidado e marchou até a sala de reuniões, entrando e mantendo a porta aberta, aguardando a entrada do ruivo.

 Sasori afagou mais uma vez os cabelos de Sanosuke, olhou uma última vez para Sakura e seguiu o Uchiha, fechando a porta logo depois de entrar.

Aparentemente a porta batendo foi a gota d’água para Sakura, que foi amparada por Naruto e Itachi, ao sentir tudo girar. 

– Ele vai mata-lo, não vai? – Perguntou angustiada, tendo agora a certeza que seu marido seria capaz de fazer aquilo quando no auge de sua irritação.

Os dois que a seguravam apenas se olharam apreensivos, sem saber o que responder.

•  •  •  •  •  •  •

Dentro da sala de reuniões o clima nunca esteve mais pesado. Os dois homens se mantinham de pé, se olhando de forma intensa.

– Só vou perguntar mais uma vez – E Sasori sentiu o corpo tremer pelo tom usado, se sentindo afetado por toda a imponência do Oyabun – De onde você conhece minha esposa? – Falou cada palavra pausadamente.

O ruivo fechou os olhos, como se para tomar coragem. Tinha consciência que qualquer erro seu durante aquela conversa custaria sua vida. Não havia feito nada errado, mas só de ver a forma como Sasuke parecia furioso sabia que corria risco de vida.

– Sou ex-namorado dela – Falou por fim, aguardando a reação que não demorou a vir.

O Uchiha veio em sua direção enfurecido, com ódio no olhar, o pegando pelo colarinho da camisa social e erguendo de uma fez, o batendo na parede com violência.

– QUANDO? – Rugiu chegando com o rosto bem próximo ao do Akasuna.

– Quando você a abandonou – Falou com dificuldade, sentindo o ar faltar.

– EU NÃO A ABANDONEI! – O Oyabun parecia prestes a espumar de raiva, e Sasori sabia que precisava ter cuidado.

– Me solte, vamos conversar como homens! – Exigiu, tentando segurar os braços do Uchiha – Ela não vai gostar se você me machucar – Apelou, sentindo as mãos do Oyabun se fecharem agora em seu pescoço. Ele ia mata-lo!

Mesmo a contra gosto, Sasuke o soltou.

Estava agindo como um louco. Não existia um motivo para estar fazendo aquilo com Sasori. Conhecia o Akasuna, conhecia Sakura... O que quer que tivesse acontecido foi à muitos anos, mas claramente estava agindo como se tivesse acabado de acontecer, e isso era ridiculo.

Precisava se acalmar.

– Fale – Exigiu, sem olhar para ele, seus olhos raivosos concentrados em uma parede, pois sabia que não havia motivos para direciona-los para o ruivo.

– Namorei com Sakura por alguns anos, não sabia que você era o pai de Sanosuke, ela nunca me falou – Garantiu, esfregando o pescoço e respirando aliviado – A conheci no bar que ela trabalhava em Konoha, ainda estava grávida e inicialmente eramos apenas amigos. Fui eu quem a levou para o hospital quando entrou em trabalho de parto e fui eu quem estive com eles nos primeiros anos de Sanosuke.

Sasuke se sentia mais incomodado a cada palavra, não apenas por Sasori ter namorado Sakura, como por ele mesmo ter perdido a chance de ter sido o único na vida dela. Se não fosse toda a mentira, todos os segredos, ele teria sido o único a estar com ela, o único a viver ao lado dela e teria sido ele a leva-la até o hospital. A participar dos primeiros anos de vida de Sanosuke.

Era como se Sasori tivesse vivido tudo o que não pode viver. Como se ele quase tivesse ocupado seu lugar na vida das suas duas pessoas mais importantes. 

Era tão desesperador pensar que quase havia perdido tudo isso, que tentava respirar com mais calma.

Não tinha motivos para estar daquela forma.

– Você a ama? – Perguntou, fechando os olhos e passando as mãos pelos cabelos.

– Sim – Na mesma hora viu o corpo todo de Sasuke ficar tenso – Mas ela nunca me amou, e por isso não aceitou casar comigo – Garantiu rapidamente. Naquele momento sentia mais compreensão do que medo do Uchiha – E eu sabia que era por amar o pai de Sanosuke – Reforçou sua fala, sabendo que alguém criado para ser um Oyabun, nascido em um dos clãs mais tradicionais da Yakuza, teria dificuldade em pensar com clareza naquela situação. 

"Ela sempre me amou", Sasuke repetia em pensamentos, sentindo voltar ao normal.

Precisava se acalmar.

– Ela nunca falou de mim? – Perguntou, finalmente se sentindo mais calmo após saber daquela informação.

– Muito pouco, por isso nunca desconfiaria de vocês, apesar da visível semelhança com Sanosuke – Também estava mais calmo, vendo a postura do Uchiha relaxar um pouco – Ela evitava falar disso, a deixava incomodada – Agora se culpava por nunca ter se atentado ao detalhes. Sanosuke era a cópia de Sasuke!

– Você tinha esperanças? – Virou agora na direção do ruivo, o vendo sorrir de modo triste.

– Infelizmente não – Deu de ombros – Ela é boa demais, e assim que viu que eu estava seriamente apaixonado, gentilmente me dispensou.

Não existia um motivo para toda aquela crise de ciúmes, e infelizmente sabia ser reflexo da criação que teve para ocupar o cargo de Oyabun. A Yakuza ainda era uma organização machista, e apenas atualmente estavam conseguindo mudar um pouco disso. Sua mãe ajudou assim como outras Himes, e isso era algo que deveria ter em mente. Era um ciúme infundado.

Anos se passaram, e Sakura tinha o direito de estar com outro, assim como ele teve o direito de estar com outas. 

Precisava se acalmar.

– E eu fico feliz por você, por ela e por Sanosuke também – Sasori foi sincero, mesmo que estivesse triste por ter perdido aquela que queria conquistar, mas não mais poderia. Nunca teria coragem de tentar destruir aquela família.

Vendo o olhar angustiado de Sasuke, conseguiu perceber que na verdade todo aquele ciúmes era medo de perder a mulher que amava. Conseguia ver, no modo como o Uchiha falava dela, como se mexia e se comportava, que ele a amava de verdade.

Em sua frente não era o Oyabun, mas um homem com medo de perder tudo o que fazia sentido em sua vida.

"Sakura seria feliz afinal", Sasori pensou de certa forma feliz. Ela merecia toda felicidade do mundo e alguém que estivesse disposto a lutar por ela como o Uchiha parecia mais do que disposto a fazer.

Os dois se olharam por mais um tempo, mas nada mais tinham o que falar.

Estava tudo esclarecido.

Sasuke então abriu a porta, esperando que Sasori passasse por ela. Por mais que conhecesse o ruivo à alguns bons anos, estava com a visão nublada pela irracionalidade. Parecia até que nunca o havia visto antes e não seria bom arriscar ficar mais tempo ali.

Qualquer coisa parecia exagerada ou sem sentido naquele momento, e nem mesmo o Akasuna merecia ser alvo de sua raiva. Era um cara legal no final das contas.

Era um cara legal que cuidou de sua família enquanto esteve ausente.

Estava sendo irracional e precisava se acalmar.

– Faça ela feliz – Sasori pediu, ao passar pelo Oyabun e Sasuke viu o ruivo andar até os três que esperavam ansiosos do lado de fora. Tentou não se incomodar com o modo como os olhos de Sakura passaram por Sasori, como se procurasse algum machucado, mas não conseguiu. 

Mesmo que tivesse completa confiança em sua esposa, não conseguia deixar o ciúmes de lado, e se sentia o pior dos homens por isso. Nunca havia se sentido daquela maneira em sua vida, e talvez por isso não estivesse sabendo lidar com maturidade com o que havia acabado de acontecer.

Precisava respirar.

– Naruto, não os deixe sozinhos – Ordenou sério, sem conseguir olhar para Sakura. Não queria que ela o visse daquela forma. Não queria trata-la mal por não saber se controlar – Leve ela e Sanosuke para casa quando quiserem.

Ela não tinha culpa.

Te vejo mais tarde – Não conseguiu se afastar antes de falar, não queria deixa-la nervosa de qualquer forma, ainda mais estando grávida. Precisava apenas se acalmar.

Ela não precisava ser alvo de sua irritação. Ela não merecia que tivesse uma crise de ciúmes, e por isso andou para fora da Sharingan. A escutou chamar seu nome antes de descer as escadas, mas não parou. Se ficasse ia ser injusto com ela, e isso era algo que não queria fazer.

Não se perdoaria caso a deixasse ver como estava abalado. Como estava ridiculamente e sem proposito algum, enciumado.

Precisava se acalmar para não ser injusto com a pessoa que menos merecia sua raiva.

Ela não tinha culpa alguma.

•  •  •  •  •  •  •

Sakura colocou o filho na cama, já era tarde e ele estava completamente esgotado depois de passar horas conversando e brincando com Sasori. O ruivo de certa forma foi uma referência masculina para o pequeno, que o via com admiração e muito carinho. Nunca contaria aquilo para Sasuke, mas Sanosuke já pediu que Sasori fosse seu pai certa vez. Sorte que nunca escondeu a existência do Uchiha, e na ocasião garantiu ao pequeno que aquilo não seria possível, já que já tinha um pai esperando por ele.

Cobriu o filho, beijou sua testa com carinho e ficou de pé, suspirando chateada.

Deveria ter conversado a respeito com Sasuke antes, mas nunca imaginaria que Sasori seria membro da Yakuza.

Ele era um homem tão gentil e pacifico, que se assustou ao escutar o mesmo contando que era primo do Oyabun de Suna. Não conseguia imagina-lo naquele mundo, mas já não duvidava de mais nada, afinal até Mikoto e Izumi eram.

Quem mais séria? Até o moço que a atendia na padaria parecia suspeito agora.

Fechou a porta do quarto com cuidado, afagou o pelo de Aoda e Fluffykins, e subiu as escadas para a cobertura. Como imaginava, Sasuke estava escorado no parapeito, admirando a vista e com um cigarro nos lábios.

Era uma bonita visão, quase uma pintura. A forma como as estrelas e as luzes de Tóquio compunham o cenário como plano de fundo. A fumaça subindo e sendo levada pelo vento. Havia algo poético no modo como ele tragava o cigarro e depois levantava a cabeça para soltar a fumaça.

Fazia muito tempo que não o via com aquele vicio, e se sentiu culpada por ter a certeza que ele só estava fumando por ter ficado nervoso com toda a situação.

– Sasuke-kun? – Chamou incerta. Não sabia se ele estava bem ou se estava com raiva dela.

Sabia que não tinha culpa de nada, seu único erro talvez tenha sido não ter conversado sobre aquilo de maneira apropriada antes, mas ainda estava se acostumando com o jeito introspectivo do marido. 

Ele simplesmente havia saído da Sharingan, e mesmo Naruto garantindo que ele apenas precisava de um tempo sozinho, não conseguia deixar de pensar que haviam de certa forma tido o primeiro desentendimento como marido e mulher. Entretanto, entendeu que o melhor no momento era esperar que ele se acalmasse, para que pudessem conversar direito. A agoniava não saber o que ele pensava ou sentia, mas nada era perfeito afinal, e isso fazia parte da rotina de qualquer casal recém casado. Ainda teriam muito o que aprender e juntos descobririam como lidar um com o outro nessas situações. 

Se desentenderiam as vezes e tentariam não discutir de cabeça quente. E vendo o rosto mais tranquilo dele, soube que havia sido o melhor a ser feito. 

Escutando a voz da esposa, Sasuke apagou imediatamente o resto do cigarro no parapeito, virando em seguida para vê-la se aproximar cautelosa. Com a mão dispersou o resto da fumaça que estava em volta, preocupado por ter lido que não fazia bem para grávidas.

– Está bravo comigo? – Perguntou olhando fundo nos olhos dele.

– Não – Respondeu depois de um tempo – Estou bravo comigo.

– Isso não faz sentido – Arqueou a sobrancelha e se sentiu segura o suficiente para se aproximar mais, abraçando o corpo dele, sentindo o perfume amadeirado misturado com o cheiro da nicotina.

– Se eu não tivesse mentido anos atrás, guardado tantos segredos e te deixado escapar, não teria que descobrir que você esteve quase casando com outro homem – Falou em tom de desabafo, mostrando para a esposa como estava nervoso  e abraçando o corpo pequeno dela, enterrando o rosto entre os fios rosados – Não queria ter agido daquela forma, mas foi a primeira vez que me senti dessa forma por alguém – Admitiu, respirando fundo.

O cheiro doce dela sempre o acalmava.

Em sua cabeça travava uma briga interna, onde se culpava por suas atitudes. Teria que aprender a entender seus sentimentos e evitar situações como aquela. Sakura não merecia que ele fosse daquela forma.

– Não fique pensando nisso – Pediu levantando o rosto e vendo como ele parecia desconcertado por ter aquela conversa. Era algo que claramente o incomodava – Aposto que você teve muitas mulheres durante esses anos – Falou, sorrindo tentando descontrair. Mesmo que o pensamento dele com outra a fizesse sentir um ciúmes que nunca achou que sentiria.

– Sim, mas nenhuma chegou perto do meu coração – Falou, seu queixo agora apoiado no topo da cabeça dela e seus olhos atentos à vista noturna de Tóquio – Nenhuma chegou nem remotamente perto do que você significou e significa para mim.

Sakura sentiu o coração bater acelerado com aquela declaração. Saber que ele de certa forma nunca a havia esquecido, e mesmo se relacionando com outras nada foi igual ao que viveram, a deixava emocionada de verdade.

– Eu te amo – Ela falou sorrindo e confiante de ser retribuída – Sempre te amei e sempre vou te amar, e Sasori sabia disso – Garantiu e ele agora a olhava com atenção – Sempre foi apenas você, mesmo quando eu não queria que fosse.

Sem falar mais nada, Sasuke abaixou e beijou os lábios dela com todo o sentimento, apertando forte os braços em torno do corpo dela, como se para certificar que estava mesmo ali, que era sua, sua esposa e de mais ninguém.

E sentindo vento balançar seus cabelos, a lua iluminar o cenário e a cidade brilhar lá embaixo, os dois ficaram abraçados por um longo tempo. Não conversavam, apenas apreciavam a companhia um do outro. O queixo dele apoiado na cabeça dela, os braços contornando o corpo pequeno e as mãos apoiadas na barriga marcada pela roupa. Os dedos masculinos fazendo um carinho gostoso e delicado, que aquelas mãos tão calejadas pela violência da Yakuza não pareciam ser capazes de fazer.

– Sempre foi você também – O Oyabun garantiu, mesmo que já houvesse passado um tempo da declaração dela, mas Sakura sentiu imediatamente a emoção dominar seu corpo novamente – Sempre vai ser apenas você, minha esposa.

Sakura aconchegou mais no corpo dele, gostando de ficar daquela forma e desejando poder congelar o tempo.

– Estou muito feliz – Sentiu necessidade de falar, como sempre acontecia naqueles momentos – Estou feliz por ter aceitado casar com você, por ter deixado Sanosuke conhecer o pai maravilhoso dele e por estar esperando a nossa garotinha.

– Sarada – Sasuke falou, completando o raciocínio dela, igualmente feliz por tudo o que tinha conquistado – Nossa Sarada.


Notas Finais


Deu para reparar como anda me faltando inspiração? Estou morrendo de medo disso estar afetando a forma como eu escrevo!
Apesar de ainda estar insegura com a minha escrita, eu fiz com muito carinho e espero que vocês tenham gostado ❤

Desculpa mais uma vez a demora, mas a facilidade que eu tinha em escrever e passar os rascunhos a limpo como antigamente, anda um pouco sumida e espero melhorar mais ainda até o final de semana que vem, já que tem personagem novo e muito querido chegando ❤
Acho que vocês imaginam quem é ❤❤❤

Sobre o capítulo de hoje:

Teve uma pequena passagem de tempo, mas que eu achei bacana de fazer para não ficar massante, já que vocês veriam apenas mais do mesmo da rotina do casal e eu estou querendo desenvolver as coisas visto que tem muito o que acontecer ainda.
Isso inclui o NaruHina também, que não são o foco da fic, mas que eu quis explicar como aconteceu as coisas depois que eles fugiram do casamento.
Achei bem a cara do Naruto levar a doçura dele para Las Vegas, e assim serem casados por um cara vestido de Elvis HAHAHAHAHAHA
Para quem está com saudades da Ino, e querendo saber como anda ela com o Sai, aguardem que no próximo capítulo eles vão aparecer juntinhos ❤


Como houve a passagem de tempo, a Sakura já voltou a estudar e divide o tempo entre as aulas de medicina, o trabalho no restaurante do clã, a sede da Sharingan e o filho.
Essa questão do restaurante é meio que um spoiler, pois não apareceu durante o capítulos, mas será assim a rotina dela de agora para frente.

E sim, é Sarada a próxima filha do casal ❤
Eu já tinha falado nas notas do último capítulo, mas como não sei se todo mundo leu, aqui está :D
Muita gente pediu por gêmeos, mas não tinha jeito, agora é a vez da princesa Sarada transformar esse Oyabun no papai mais babão do mundo!
Falando na gravidez da Sakura, aproveito para informar que nunca estive grávida e nem sou médica, então não entendo nada de ultrassom, mas fiz o possível com a ajuda de algumas pesquisas e espero que não tenha nada absurdo HAHAHAHA
Qualquer coisa sintam-se a vontade para me alertar nos comentários.
Não quis detalhar muito porque o foco era mesmo os sentimentos deles em relação a descoberta, mas fiz o máximo para parecer algo real, e espero ter conseguido :)

Também coloquei um pouco da interação da família Uchiha em geral, mostrando como eles estão reagindo a gravidez. Queria poder abordar melhor o assunto, mas são tantos personagens que eu tenho medo de ficar confuso. Acho que vai ser mais fácil de mostrar como as coisas vão acontecer quando Sarada já estiver nascido.

E infelizmente a Yakuza tem um lado bem feio, e de certa forma eu gosto de amenizar isso e tento modificar de forma que se torne mais aceitável para a história. E foi pensando nisso, e querendo trazer uma referência da verdadeira Sakura para a fic, que vou colocar ela à frente dessa Clinica. Não consigo imagina-la aceitando algo tão grave, e eu quero que aos pouquinhos ela vá ganhando confiança e autonomia no clã. Em breve vamos ver ela como uma verdadeira Hime e transformando o clã.
Mas de qualquer forma, já acho que ela está indo bem, enfrentando o Madara, que já adianto que aos poucos será alguém que ela vai conquistar o respeito.
Como eu já disse antes, ele não é um vilão, e pretendo explicar logo logo o que o fez ficar dessa forma.

E de um momento tenso vamos para outro. O tão aguardado aparecimento do Sasori.
Como eu já disse várias vezes, ele é um cara bem legal e só teve o azar mesmo de se apaixonar por uma mulher que já tinha o coração ocupado por outro.
Ele é realmente uma gracinha, e não vai ser a última vez que ele vai aparecer não. Claro que não é para atrapalhar o casal, já que como vocês devem ter visto, não é a intenção dele, mas para que eu possa mostrar para vocês, aos poucos, como foi esse lado da vida da Sakura nos anos que ela ficou sumida da fic. Acho que é algo que vai ser bem interessante :)
AH, e sei que vão me perguntar da Karin, então só peço calma, que está tudo dentro dos planejamentos! :)

Como resultado de tanta coisa tivemos um Sasuke explodindo e se mostrando bem ciumento.
Eu tenho medo de não ter acertado nessa cena, e acho que é algo que tem que ser tratado com cuidado. Meu Sasuke é bem intenso, não demonstra, mas tem muitos sentimentos, e justamente por guarda-los sempre, é que as vezes explode. Ele tinha consciência que não havia necessidade de sentir tanto ciúmes, mas foi algo que ele não conseguiu controlar. Não sei se consegui mostrar isso, mas ao mesmo tempo que quis ser fiel a personalidade dele, que é difícil, que é machista por conta da Yakuza, eu quis mostrar que ele tinha consciência que não tinha necessidade de descontar tudo na Sakura. Ele tendo se afastado e ido embora sozinho foi a minha forma de mostrar que ele teve uma crise de ciúmes sim, mas preferiu se afastar do que ser injusto com a Sakura. Essa foi a melhor forma que encontrei de faze-lo demonstrar o ciúmes, e espero ter conseguido passar a ideia para vocês!
É uma cena que me deixou bem apreensiva de escrever, e tomara que eu não tenha errado a mão nela!
(Tão apreensiva que não consegui dormir e voltei para revisar ela algumas vezes HAHAHAHA Modifiquei pedaços da cena a cada vez que eu voltei aqui e caso achem algo diferente é por isso mesmo! Estou nervosa de algo ter saído errado! )

Por fim, eu gostei de escrever essa cena da cobertura, porque é mais um dos momentos que eu pude fazer o Sasuke se declarar para a Sakura. Ainda não foi o "Eu te amo" mas foi tão significativo quanto. Foi o primeiro desentendimento do casal e eu quis dar uma reconciliação bonitinha, e que tivesse a ver com o momento que eles estavam vivendo.
Não consegui escrever de uma forma que ficasse explicado o porque da escolha do nome, apenas quis que terminasse com falando aquilo e mostrando o quanto estava feliz. As demais explicações ficam para o próximo capítulo! :)

#GLOSSARIO:

Bentô: (弁当, べんとう, mais comumente referida como obentō) é um tipo de marmita japonesa para uma pessoa. Um bentô tradicional contém arroz, peixe ou carne e legumes cozidos ou em conserva (picles) como acompanhamento. São servidos em bandejas próprias que possuem repartições.
(FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/Bent%C5%8D )

Hashis: Os pauzinhos são usualmente feitos de madeira, bambu, marfim ou metal, e modernamente de plástico. O par de pauzinhos é tradicionalmente manuseado com a mão direita (embora atualmente seja aceitável manuseá-lo com a mão esquerda), entre o dedo polegar e os dedos anelar, médio e indicador, e serve para apanhar pedaços de comida ou empurrá-los diretamente da tigela para a boca.
(FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/Hashi )

Onigiri: também conhecido como nigiri ou omusubi é um bolinho de arroz japonês geralmente em forma de triângulo, ou de forma ovalada envolto por uma folha de nori.
(FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/Oniguiri )

#IMAGENSDEREFERÊNCIA

Sala do Sasuke: http://68.media.tumblr.com/a87c982823eb8f6a9acfed8847fd25da/tumblr_on3ol1K8Bb1vsy478o2_500.jpg
É uma montagem horrorosa que eu fiz, mas é assim que imagino HAHAHAHAH

Bentô do Sasuke: http://68.media.tumblr.com/ef6f88009bfa43e4cf4f1d23d851a2e3/tumblr_on3ol1K8Bb1vsy478o1_500.jpg
Achei fofo, achei gracinha e achei que é algo que a Sakura faria ❤

Rolls-Royce: http://68.media.tumblr.com/26f2d6e014224c726343ab47e672381a/tumblr_on3ol1K8Bb1vsy478o3_500.jpg

Sede da Sharingan: http://68.media.tumblr.com/d3a7f3c0637fa7111445ffc4112bba5d/tumblr_on3ol1K8Bb1vsy478o4_500.jpg

Mesmo que tenha muitas imagens repetidas, eu gosto de colocar aqui caso alguém ainda não tenha visto ou tenha se esquecido de como é alguma coisa :)

✩°̥࿐୨୧

Peço mais uma vez mil desculpas pelas demoras, mas ao mesmo tempo que me sinto triste por ter atrasado, me sinto muito agradecida por vocês terem a paciência de esperar e continuarem acompanhando ❤
Tenho fé que as coisas vão se normalizar logo, e espero contar com o apoio de vocês que até momento tem sido muito compreensivos comigo, e eu agradeço de verdade por isso ❤
Quando eu era apenas leitora eu ficava ansiosa pelos capítulos e querendo que fosse tudo atualizado logo, muitas vezes me esquecendo que o autor tem uma vida a parte disso e seus próprios problemas. Hoje como autora eu posso confirmar isso! Nem sempre a inspiração vem, ou então a animação, ou então o tempo, mas é recebendo todo o carinho dos leitores que vejo o combustível para seguir em frente! Vocês são incríveis e eu agradeço mesmo por tudo ❤

Antes de ir embora (estou morrendo de sono, socorrooo HAHHAHAH) eu vou deixar mais uma vez aqui a playlist que a leitora Pamela Simões gentilmente criou no Spotify: https://play.spotify.com/user/22m5mdxorncquc3cfqro2kk7y/playlist/7iLOGeNuA6pZVC7V3kbCLs
Quem quiser escutar todas as músicas que tocaram ao longo de Resiliência, é só acessar o link!
Muito obrigada mais uma vez Pamela ❤

E é isso, obrigada mais uma vez e até domingo que vem!
Criticas construtivas, sugestões e elogios são bem vindos! Mas sejam delicados por favor ❤
Obrigada por lerem, beijos! :*


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