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História Resiliência - Uchiha Sarada


Escrita por: bolodebaunilha

Notas do Autor


SURPRESA ❤

Quanto tempo! Como vocês estão? :)
Felizmente eu estou bem melhor e devo muito disso à vocês que esperaram pacientemente por um capítulo novo, sempre lembrando de mim ou de Resiliência, não deixando passar em branco um domingo sequer. Não existem palavras suficientes para agradecer todo esse carinho que vocês têm por essa história. ❤

Eu tirei esse tempo para mim e foi a melhor coisa que eu poderia ter feito. Tive mais tempo para escrever esse capítulo tão aguardado e sem a pressão das postagens semanais a coisa fluiu super bem! Claro que algumas inseguranças ainda persistem, mas felizmente tenho amigas maravilhosas que me ajudaram muito, e bem, se esse capítulo está aqui devo muito à elas também. Nesse meio tempo em que estive fora, realmente deixei de lado tudo relacionado à Resiliência, e vocês devem ter reparado nisso pelo meu sumiço, tanto na hora de responder as mensagens, como lá no grupo do facebook também, ou até mesmo na timeline aqui do Spirit, mas isso foi importante para me ajudar a clarear as ideias e voltar com um capítulo feito com muito carinho. Então agora que esse capítulo finalmente está aqui vou fazer o possível para responder todos!

E por falar em responder, preciso falar como cada um dos comentários deixados no capítulo passado, como as mensagens assim que expus minha dificuldade, me ajudou a me sentir melhor e mais confiante para voltar. Cada palavra que vocês deixaram foi de extrema importância para que eu estivesse aqui novamente, e eu agradeço de coração mesmo! Vocês são definitivamente os melhores leitores do mundo, e por mais que eu realmente não tenha tido tempo de respondê-los ainda, quero que saibam que eu não apenas li como levei cada palavra como força e incentivo para trazer esse novo capítulo para vocês. Obrigada mais uma vez por esse apoio gente. ❤

Aproveitando que estou falando com vocês, quero dar boas vindas aos novos leitores, e agradecer a oportunidade que estão dando à minha fic. Obrigada também aos (pausa dramática para uma dancinha da felicidade) 1287 FAVORITOS YAAAAAY :D
É uma loucura ter tanta gente não apenas acompanhando, como gostando das coisas que eu escrevo! ❤
Vocês são incríveis e eu adoro cada um de vocês! ❤

Ah, e um obrigado muito especial para a leitora Mary Stuart que deixou uma recomendação maravilhosa em forma de comentário lá no Nyah! ❤
Mary, como você previu a recomendação não chegou para mim, mas pude ler através do seu comentário e juro que até chorei! Estava terminando de revisar esse capítulo quando vi o que você escreveu, e foi algo que me deixou imensamente feliz, de verdade! Muito obrigada mesmo ❤

Antes de finalmente deixar vocês lerem esse capítulo amorzinho (porque está bem amorzinho mesmo, cheio de sentimentos!), peço que LEIAM AS NOTAS FINAIS PARA SABEREM MELHOR SOBRE OS PRÓXIMOS CAPÍTULOS, ok? É importante, então não deixem de ler!

Agora, estão prontos para conhecer a Sarada de Resiliência? ❤

Capítulo 26 - Uchiha Sarada


Fanfic / Fanfiction Resiliência - Uchiha Sarada

Sentindo um desespero crescente por não estar ao lado de Sakura naquele momento, Sasuke ignorou qualquer coisa a mais que Naruto pretendesse falar, voltando ao seu caminho em direção ao carro.

O celular que ainda levava em sua mão tocou e, sem se importar com quem estava do outro lado da linha, atendeu já com um xingamento, sinalizando para o motorista e os seguranças que pretendia sair imediatamente.

Depois de se recuperar do choque, Naruto correu atrás do Oyabun, com o próprio celular já em uma chamada com Hinata, avisando a ela e pedindo que informasse as mulheres da família, caso elas ainda não soubessem. Finalizou a ligação ao mesmo tempo que via Sasuke mudar repentinamente o rumo de seus passos apressados, deixando seus funcionários confusos.

– Cara, o que você está fazendo? Já falei com Hinata e... – Interrompeu a fala ao ver Sasuke parado na entrada no porto, as mãos percorrendo os cabelos várias vezes em um claro sinal de nervosismo.

– Madara está com ela em um carro, preso em Shibuya. Um congestionamento, o horário... Eles estão parados lá a meia hora – Finalmente falou o que lhe afligia, tentando pensar no que fazer – E tudo porque eu movimentei a porra do trânsito para fazer a travessia da carga desse lado da cidade! – Esbravejou, irritado consigo mesmo – Eu consegui ouvi-la chorando ao fundo da ligação!

– Sasuke, você tem que se acalmar – Naruto pediu com cautela, sabendo que qualquer passo em falso teria uma bala no meio da sua testa – Vamos pensar e...

Ignorando completamente o amigo, Sasuke discou rapidamente um número em seu celular e em pouco tempo estava ditando ordens como apenas o Oyabun poderia fazer.

– Mande os guardas de trânsito, uma ambulância, a porra do exército se for preciso... Tire minha esposa desse engarrafamento agora! – Os olhos do Uchiha estavam tão ferozes que Naruto recuou um passo, com medo de ser alvo de sua fúria – Libere as ruas de Shinagawa e redirecione os carros – E desligou o telefone o guardando no bolso antes que descontasse sua raiva nele.

– Mas Sasuke, se redirecionarem o trânsito para esse lado, liberando o bloqueio que você fez mais cedo, como pretende chegar ao hospital do clã? – Naruto perguntou preocupado, sabendo que pelo horário todos os carros acabariam indo pela rodovia, que era por onde Sasuke deveria passar para chegar até Sakura – Talvez pedir o helicóptero… – Sugeriu esperançoso.

O Oyabun inspirou e expirou algumas vezes, olhou nos olhos azuis do amigo e por fim desviou sua atenção para o estacionamento do porto, onde um rapaz começava a se preparar para sair com sua moto. Esperar um helicóptero não era uma opção.

Naruto seguiu o olhar dele, e quando percebeu a intenção, Sasuke já estava ao lado da moto, apontando para ela. O proprietário é claro, não queria entregá-la, e quando o Uzumaki chegou perto o suficiente para escutar poderia ter rido caso a situação não fosse tão urgente.

– Então eu compro essa merda, Naruto faça um cheque para esse idiota! – Gritou sem paciência antes de arrancar o pobre rapaz da moto com violência, o fazendo cair no chão completamente assustado.

Sem se preocupar com capacete ou qualquer tipo de segurança, Sasuke arrancou cantando pneu para fora do porto.

•  •  •  •  •  •  •

Como esperado a rodovia já estava congestionada. Diversos veículos ocupavam as faixas em uma longa fila além de onde os olhos podiam alcançar. Sasuke não pensou muito antes de começar a costurar entre os caminhões e carros com a moto, passando por espaços estreitos e escutando muitos xingamentos. Normalmente eram os caminhões que percorriam aquele caminho, transportando as cargas vindas do porto, mas devido ao horário e as modificações que mandou fazer no trânsito, carros populares também ocupavam a rua nos dois sentidos.

Por conta dos caminhões os espaços que aproveitaria para passar eram cada vez menores, e sem saída não se importou de quase atropelar algumas pessoas ao subir na calçada, acelerando o máximo que podia. Ignorou os sinais e quando atravessou a Rainbow Bridge conseguiu ver o helicóptero com o símbolo da Sharingan indo em direção ao porto provavelmente à chamado de Naruto.

Se não estivesse com tanta pressa poderia ter feito o mesmo, mas com a moto conseguiu fazer o caminho em tal velocidade que logo já percorria as ruas tranquilas do bairro onde ficava a sede e consequentemente o hospital do clã. A construção de aparência tradicional japonesa surgiu ao final da rua, assim como a visão de seus seguranças rondando o bairro, olhando desconfiados para a moto em alta velocidade, ainda sem reconhecer seu Oyabun. Contornou a mansão até chegar a parte de trás, onde um prédio de aparência neutra, mas moderna, destoava das construções mais antigas. Saltou da moto a largando no chão, vendo os seguranças se precipitarem com armas em punho em sua direção antes de reconhecê-lo, para então abrir espaço para que ele entrasse pelos portões pesados que contribuíam para a segurança do lugar.

Seus homens faziam mesuras respeitosas à medida que ele passava, praticamente correndo pela recepção anormalmente vazia. Não havia ninguém pelos corredores também, e ele imediatamente soube que sua ordem havia sido atendida. Todo o hospital estava concentrado no último andar, onde Sakura estava.

O elevador parecia anormalmente devagar, e Sasuke repetia xingamentos exasperados, arrependido de não ter tomado as escadas. O pé batia repetidamente no piso, enquanto aguardava a chegada do andar. A cada número que mudava no visor digital acima das portas de metal, se sentia mais ansioso. Era a primeira vez que estava passando por aquilo e estava entrando em pânico.

Não esteve presente durante o nascimento de Sanosuke, e por mais que Sakura tivesse contado como aconteceu, ainda parecia tudo muito surreal. Em um instante sua filha estava protegida na barriga da mãe, e no outro já estava querendo vir ao mundo. Um mundo tão cheio de perigos, que a ideia de Sarada no meio de tudo que o rodeava, o assustava mais do que qualquer situação que passou na vida.

Como de costume também fez suas pesquisas, conversou com os médicos de Sakura, e por mais que confiasse nas habilidades deles – Afinal apenas confiaria a vida das duas nas mãos dos melhores – sabia que mil situações poderiam ocorrer, colocando não apenas a vida de sua filha, como a de sua esposa em risco também.

As portas se abriram, e diferente dos outros andares, teve a visão do corredor lotado de enfermeiras e seguranças. Todos do hospital concentrados na Hime assim como havia ordenado.

Colocou o pé para fora do elevador ao mesmo tempo que escutava Sakura grunhir dolorosamente ao longe, o som ecoando no corredor. Cada pêlo de seu corpo se arrepiou com a ideia dela sentindo qualquer tipo de dor. “É completamente normal”, pensava tentando se acalmar a medida que se aproximava da sala onde sabia que ela estava.

De braços cruzados e encarando a porta dupla no final do corredor, estava Madara. Teria parado para perguntar o que diabos ele fazia com sua esposa caso outro gemido dolorido de Sakura não o tivesse impelido a entrar pelas portas, pouco se importando com as enfermeiras, o mais respeitosamente possível, tentando impedi-lo.

Seus olhos encontraram os dela e não mais desviaram.

Apesar da expressão cansada e do suor que fazia os cabelos grudarem em seu rosto, Sakura parecia calma, e sorriu calorosamente quando o viu. A médica e as enfermeiras pairavam em torno da cama, enquanto Sakura contorcia o rosto todo vocalizando novamente sua dor.

Imediatamente quis se aproximar, fazer algo para ajudá-la, mas foi impedido por diversos pares de mãos. Sem tirar os olhos de sua esposa, e completamente alheio ao que fazia, teve seu paletó retirado e uma roupa verde colocada por cima das que já vestia. As enfermeiras empurravam delicadamente o Oyabun pelo quarto, higienizando suas mãos e o preparando para participar do nascimento da filha.

Os sons pareciam abafados, a única coisa que conseguia ouvir era ela, e olhar nos olhos dela. Com alívio finalmente segurou a mão pequena entre a sua, e surpreendido percebeu que Sakura definitivamente tinha força, ao esmagar suas mãos por conta da dor.

Com cuidado retirou com a mão livre alguns fios rosados que estavam grudados na testa suada e limpou algumas lágrimas, e ela sorriu mais uma vez. Queria conseguir falar algo, mas palavras lhe faltavam e então apenas se abaixou e beijou a testa dela com carinho. Sentiu o aperto em sua mão novamente e o gemido de dor, escutando ao fundo “Mais um pouco”, “Está quase!”. Parecia doer tanto que por um segundo desejou poder trocar de lugar com ela. Nunca havia visto Sakura daquela forma, e estava aterrorizado.

– Faça a dor parar! – Ordenou perdendo a compostura, agarrando com a mão livre o braço de uma enfermeira que segurava a perna de Sakura. A pobre mulher quase gritou em pânico, olhando desesperada para a médica, que não pareceu afetada com uma ordem vinda do Oyabun.

– Só mais um pouco e tudo acaba Oyabun-sama! – Garantiu voltando sua atenção para Sakura, e mais uma vez todos os sons se abafaram e Sasuke concentrou todas as suas atenções na esposa.

Sakura estava exausta, mas olhou no fundo dos olhos dele com determinação. Tomou fôlego e com um grito que apertou o coração do Oyabun, empurrou com todas as forças que tinha. A mão apertando a de Sasuke a ponto de arrancar sangue pelas unhas fincadas na palma, mas ele pouco se importou, prendendo a respiração e arregalando os olhos. Completamente apavorado estava prestes a gritar, exigindo que fizessem algo para ajudar Sakura, quando escutou o som que fez seu mundo parar por alguns segundos.

Um choro de bebê.

Do bebê dele.

Do bebê deles.

Sentindo o coração disparado e a respiração acelerada, olhou para Sakura a vendo chorar. Por um segundo se desesperou, achando que algo estava errado, mas então viu o sorriso largo nos lábios dela.

Sua esposa chorava de felicidade.

Tão atordoado demorou algum tempo para perceber que duas enfermeiras o conduziam para longe de Sakura. Só se deu conta do que acontecia quando sentiu o vazio em sua mão, e antes que pudesse protestar, e voltar para o lado dela, percebeu o choro mais perto.

E foi então que viu pela primeira vez sua filha.

A mão que em situações de vida ou morte se manteve firme, tremeu ao cortar o cordão umbilical. Os olhos não desviavam da pequena que chorava com todas as suas forças. O rostinho inchado e enrugado, um pouco avermelhado e ainda sujo, mas ela era perfeita. Tão maravilhosa que Sasuke sentiu o ar escapar de seus pulmões e o coração já acelerado se aquecer.

E então, finalmente se deu conta; era pai pela segunda vez.

Como um falcão acompanhou hipnotizado sua filha ir para o colo da mãe, que a acolheu com ternura. Chorando e muito emocionada, Sakura beijava a cabeça da filha sussurrando coisas que Sasuke não conseguia escutar mas que com toda a certeza eram banhadas de sentimento. As duas juntas era a visão mais perfeita para o Oyabun, e internamente desejava que o tempo parasse, que aquele momento fosse eternizado.

Ainda completamente atordoado pela enxurrada de sentimentos, se aproximou da cama devagar, não perdendo nenhum movimento das duas. Os olhos verdes de Sakura perceberam sua movimentação insegura e novamente sorriu para ele, estendendo a mão para que se aproximasse. E naquele momento era como se houvesse apenas os três naquele quarto. Médicos, enfermeiras… Tudo desapareceu, e a única coisa que ele via era sua filha se agarrando ao seio da mãe.

– Ela é perfeita! – Sakura falou quase em um sussurro, a voz embargada e o sorriso ainda nos lábios – Nossa filha é perfeita Sasuke, olhe! – Acariciou com os dedos os ralos fios de cabelo, tão escuros quanto o do pai.

Se nos braços de Sakura Sarada já parecia tão pequena e frágil, Sasuke começou a temer machucá-la caso a carregasse. Fascinado pelas pequenas mãozinhas e encorajado pelos sorrisos calorosos de Sakura, aproximou a mão com cautela, os dedos levemente trêmulos a medida que se aproximava do rostinho delicado de sua filha.

Era macia a bochecha rosada, e talvez o contato inesperado tenha atraído a atenção da pequena, que mesmo com os olhinhos fechados largou o seio de Sakura e virou o rosto na direção da mão de Sasuke, a boca agora formando um biquinho e as mãozinhas abrindo e fechando próximas ao rosto ainda levemente inchado.

Sakura assistia o momento encantada. Sasuke parecia completamente atordoado, os olhos brilhando calorosamente mesmo que ainda mantivesse a expressão séria de sempre. Conseguia ver que mesmo com apenas alguns minutos de vida, Sarada já o tinha na palma de sua mão. E para comprovar isso, viu o exato momento em que todos aqueles sentimentos foram demais para ele, quando Sarada agarrou com a mãozinha pequena o dedo indicador do pai, segurando com firmeza perto do rosto.

O Oyabun se abaixou encostando a testa no topo da cabeça de Sakura, aspirando o cheiro agradável dela, que nem mesmo o hospital e o suor conseguiram tirar, e sentindo os dedinhos frágeis de Sarada apertarem com determinação seu indicador. Estava tão cheio de vida, de felicidade e de amor, que quando percebeu uma lágrima escorreu até cair no rosto de Sakura, que o olhou compreensiva, com os olhos marejados. Ela sentia também.

– Obrigado. – A voz saiu rouca por conta da emoção, e por mais que seu lado orgulhoso quisesse se envergonhar por aquele momento de fraqueza, seu coração não conseguia parar de bater na mais completa felicidade.

•  •  •  •  •  •  •

Sarada já estava devidamente vestida toda em cor de rosa, até uma faixa tinha na cabeça, e descansava nos braços da mãe.

Antes disso, Sasuke fez questão de acompanhá-la enquanto tomava banho e era examinada. Quase levou as enfermeiras a loucura, questionando tudo e as assustando com sua presença intimidadora. Não perdeu a filha de vista em nenhum momento e apenas respirou aliviado quando voltou para o quarto, encontrando Sakura já completamente recomposta, usando uma confortável camisola que combinava propositalmente com a roupinha de Sarada.

Sentou em uma poltrona confortável ao lado da cama e ficou admirando como Sakura manuseava a filha com confiança e tranquilidade, claramente alguém que tinha experiência naquilo.

– Você ainda não carregou a Sarada, não é? – Sakura perguntou, mas já sabia a resposta. A maneira como Sasuke se mantinha a uma distância segura, como se receasse quebrar a pequena, a fez ter certeza que o homem mais poderoso e perigoso do Japão, que já enfrentou diversos inimigos e esteve frente a frente com a morte várias vezes, tinha medo de segurar a própria filha – É importante que ela tenha esse contato tanto com a mãe quanto com o pai. Ela precisa te conhecer, saber quem você é – Incentivou, erguendo os braços com a bebê em direção ao marido.

– Eu não sei como fazer isso – Confessou passando as mãos pelos cabelos e se mexendo incomodado – Nunca segurei uma criança tão pequena.

– Mas essa não é qualquer criança. É a sua… A nossa – Sorriu encorajadora e ergueu os braços mais uma vez, a pequena dormindo tranquilamente, nem se dando conta do que acontecia – Ela quer conhecer o papai dela.

Sentindo o nervosismo se converter em dificuldade de respirar, Sasuke afrouxou o nó da gravata e a retirou, colocando no encosto da poltrona junto com o seu paletó. Abriu os primeiros botões da camisa social e dobrou as mangas até deixar o antebraço livre. Esticou os braços na direção da filha, mas os recolheu rapidamente logo em seguida, indo em direção ao banheiro para lavá-los mais uma vez, assim como passar o álcool em gel.

Se sentindo um pouco mais preparado e limpo, voltou a se aproximar da cama, e então Sakura gentilmente ergueu os braços novamente, dessa vez finalmente entregando a filha para o pai. Com delicadeza instruiu o marido na forma de posicionar os braços e como segurá-la, e preocupado como estava sendo, Sasuke seguiu a risca as instruções, tendo pela primeira vez a filha em seus braços.

Imediatamente a lembrança de quando segurou Sanosuke pela primeira vez veio a sua mente. Era exatamente a mesma sensação, mesmo que o filho já fosse grande quando aconteceu. O coração batendo rápido e transbordando de amor. De adoração. Aquele pequeno ser em seus braços era amada e desejada, tão dele. Era a sua chance de fazer o certo, e não a desperdiçaria.

Sarada parecia uma boneca em seus braços, tão pequena que conseguiria segurá-la facilmente com apenas uma mão, caso tivesse coragem para isso. Tão leve e delicada, as mãozinhas próximas ao rosto e ainda dormindo, sem estranhar a novidade. Era linda, com todos os traços Uchiha, assim como Sanosuke, os poucos cabelos já tão escuros quanto os seus, a pele bem branca. O nariz arrebitado definitivamente era de Sakura, e talvez os olhos… Ainda não sabiam que cor eram, mas independente de qual fosse não alteraria em nada a beleza que sua filha possuía.

– Acho que nunca vamos ter um filho parecido comigo. – Sakura lamentou em tom de brincadeira, apreciando a visão de Sasuke e Sarada juntos.

Ele a segurava com tanto carinho e proteção, que a cena transbordava amor. Sasuke não conseguia desviar os olhos da filha, e ela sabia que o movimento suave que ele fazia com o corpo de um lado para o outro, quase imperceptível, era o equivalente Oyabun de ninar um bebê. Tão adoravelmente desajeitado e fora do personagem, que aquele homem sério, perigoso e inflexível ficava fofo.

– Podemos tentar mais algumas vezes. – Sugeriu desviando o olhar para a esposa e sorrindo minimamente, mas de uma forma que carregava malícia necessária para fazer Sakura se arrepiar.

Se dependesse dele teriam muitos outros filhos.

Antes que Sakura pudesse falar qualquer coisa, uma batida na porta chamou a atenção do casal e incomodou ligeiramente Sarada, que se mexeu incomodada, ameaçando chorar. Sakura estendeu os braços para receber a filha ao ver Sasuke quase entrar em pânico com a possibilidade da pequena começar a chorar em seu colo.

– Pode entrar. – Sakura falou enquanto ajeitava Sarada de volta nos braços, sob o olhar atento do marido.

Mikoto abriu a porta com um sorriso largo e uma câmera fotográfica nas mãos. Passando por ela, Sanosuke correu até os pais, uma das mãos segurando um balão grande em forma de coração, onde conseguiram ler “It’s a girl!” em letras douradas.

– Mamãe, papai! – Gritou, enquanto se aproximava da cama, sendo repreendido por Sasuke, ao perceber que o barulho incomodou Sarada – Mamãe, papai – Repetiu agora em voz mais baixa – Eu andei de heli… Helicóptero! – Sacudiu os braços com empolgação fazendo o balão voar para todos os lados, acertando a parede, a cabeça de Sasuke e o lustre.

– Tenho certeza que se divertiu muito! – Sakura sorriu amorosa enquanto Sasuke levantava Sanosuke no colo e o colocava sentado na cama ao lado da mãe, pedindo em voz baixa que não se mexesse tanto.

Já estando mais experiente na arte de ser pai, retirou os sapatinhos dele antes que sujasse os lençóis limpos e pegou o balão que estava amarrado no pulso do pequeno, fazendo um laço para que ele ficasse preso ao pé da cama.

– É minha irmãzinha? – Perguntou se inclinando para ver o embrulho cor de rosa que Sakura tinha nos braços.

– É sim, é a Sarada. – Afastou a manta do rostinho dela e Sanosuke olhou curioso para a irmã.

– É pequena… – Comentou meio incerto, olhando do pai para a mãe. Sakura sinalizou rapidamente para que Sasuke sentasse ao lado dela, aproveitando a espaçosa cama que havia sido preparada especialmente para ela, e o Uchiha pegou Sanosuke no colo e o colocou sentado em suas pernas enquanto se acomodava ao lado da esposa – Ela só fica dormindo? – Perguntou fazendo uma leve careta.

Enquanto Sakura conversava pacientemente com Sanosuke sobre Sarada, Sasuke observava os três com extrema atenção e proteção. Os olhos acompanhando cada mínimo movimento. Mikoto ainda se mantinha afastada, com lágrimas nos olhos fotografando a família de todos os ângulos possíveis.

– Quando ela crescer vocês vão poder brincar, conversar e se divertir muito juntos. – Sakura falava com carinho, e Sanosuke ainda olhava meio incerto para a irmã, sem entender direito como alguém tão pequeno poderia se tornar divertida em algum momento.

Com mais delicadeza que os três adultos acharam que ele teria, Sanosuke passou a mão levemente pela cabeça de Sarada, fazendo um carinho meio desajeitado mas que pareceu agradar a pequena, que fez alguns barulhinhos. Sano recuou a mão assustado, procurando o olhar da mãe com medo de ter feito algo errado, mas ela sorria. Olhou para Sasuke querendo saber a opinião dele também, e até mesmo ele sorria levemente. Era uma das poucas vezes que via seu pai sem a que costumava chamar “cara de malvado”.

Mais confiante voltou ao carinho e dessa vez Sarada se mexeu até abrir os olhos pela primeira vez.

Tão escuros quanto os do pai.

– Oi Sarada, eu sou o Sano seu irmão mais velho! – Sanosuke agarrou a mãozinha dela e mexeu levemente como um cumprimento, enquanto Sakura tinha os olhos marejados de emoção. Sasuke olhava encantado para os olhinhos ônix quase fechados, e tinha a impressão naquele momento que poderia abraçar o mundo tamanho era o amor que sentia.

Passou o braço em volta dos ombros de Sakura, a aconchegando junto de seu corpo, com o outro rodeou o corpo pequeno de Sanosuke, que permanecia sentado em suas pernas e por fim olhou para Sarada, que ainda se mantinha atenta ao irmão mais velho.

O amor para Sasuke sempre funcionou de maneira diferente por ser Oyabun. Desde que nasceu, durante sua infância e adolescência aprendeu a amar o clã. Ele era sua família, sua vida, seu trabalho e sua prioridade. Tão jovem recebeu a responsabilidade de comandar uma das maiores máfias do mundo e só conseguiu chegar onde chegou por levar a risca os ensinamentos do pai. Não podia ter sentimentos fortes por ninguém, eles seriam sua fraqueza, e um homem na posição em que se encontrava não podia se dar ao luxo de ter uma algo que pudesse ser usado contra ele. Amava sua família, é claro, mas se mantinha recluso em sua personalidade fechada, casou com uma mulher que não gostava e assim viveu não correndo o risco de amar demais. Mas uma ida a um café mudou tudo isso. Sakura se transformou em sua referência de amor, e a amava com tanta intensidade que achava que não era possível amar outra pessoa mais. Facilmente Sakura passou para o topo de suas prioridades, os sentimentos antes destinados apenas à Sharingan e a sua família agora totalmente focados nelas. Mas então, Sanosuke surgiu e pegou todos esses sentimentos os jogando para escanteio, provando que ele poderia sim amar muito mais. Ter uma família estava acima de qualquer outra coisa em sua vida naquele momento, e agora com Sarada, depois de ter presenciado sua chegada ao mundo, percebeu que por aqueles três faria do possível ao impossível, porque seu coração sempre tão gelado agora transbordava de amor.

Começou com um sussurro, que Sakura quase não escutou. Sanosuke ainda tagarelava sobre ser o melhor irmão mais velho do mundo, mas aos poucos o entendimento do que Sasuke havia acabado de falar atingia Sakura, e nada mais tinha sua atenção a não ser o rosto sério tão perto do seu.

– O que você disse? – Perguntou, percebendo a própria voz sair trêmula, embargada pela emoção.

Sasuke estava sério como sempre, mas havia tanto sentimento no olhar dele, que conseguiu roubar todo o fôlego de Sakura, fazendo o coração dela disparar.

O mundo a sua volta parou, todos os sons, pessoas… Nada mais importava, apenas o homem que olhava em sua direção com a mais pura e simples adoração.

Eu te amo. – Sasuke falou baixo, a voz rouca como se a muito não fosse usada, e apesar de toda a emoção que transbordava de seus olhos, as três palavras foram ditas com tanta segurança que imediatamente lágrimas começaram a escorrer dos olhos verdes de Sakura – Eu amo vocês – Olhou rapidamente para os filhos antes de voltar a olhar para a esposa – Tanto que não sei como agir – Fechou os olhos encostando sua testa na de Sakura, pegando uma das mãos dela com cuidado e levando até o lado esquerdo do peito, a apertando ali junto da sua.

Sakura podia sentir o coração dele batendo tão acelerado quanto o seu agora batia. Como se estivessem sincronizados, batendo pelo mesmo motivo, cheios de amor por sua família.

•  •  •  •  •  •  •

Já se sentindo completamente recuperada, Sakura continuava sentada na cama do hospital, dessa vez com as pernas cruzadas e a câmera de Mikoto nas mãos. Estava doida para ir embora para sua casa, mas Sasuke exigiu que os médicos a segurassem até terem certeza que estava tudo certo com ela e com Sarada.

“Tão preocupado”, balançou levemente a cabeça com o pensamento e voltou a passar as fotos, parando no exato momento que Sasuke se declarava, as mãos juntas no peito dele e os olhares cheios de sentimentos. Era a foto preferida até agora, principalmente porque alheios ao momento Sanosuke sorriu calorosamente para Sarada, que estendia a mãozinha na direção dele. Definitivamente ganharia um porta retrato bem grande na sala.

Sentiu o coração bater um pouco mais rápido e as bochechas esquentarem ao lembrar da voz rouca do marido falando que a amava. Foi tão inesperado que temia nunca se recuperar completamente daquilo. Todas as vezes que seus olhares se cruzavam após a declaração, Sakura sentia voltar cinco anos atrás, ao momento que se apaixonou por ele, tão boba e envergonhada quanto.

– Você está com aquela cara de novo! – Ino cantarolou enquanto recebia mais um buquê de flores de um dos seguranças. O quarto já estava abarrotado dos mais diversos arranjos assim como balões, ursinhos e outros mimos. – Vai me contar o que aconteceu? – Perguntou curiosa, aproveitando que Sasuke havia seguido a médica que levou Sarada para mais alguns exames.

– Hm, podemos conversar depois – Sugeriu indicando Mikoto e Madara, que de alguma forma ainda estava por ali, observando a movimentação apesar de não ter tentando se aproximar dela ou de Sarada.

– Às vezes esses Uchihas me dão arrepios – Confidenciou lançando um olhar estreito para o mais velho, que pareceu perceber e retribuiu o olhar – Não sei quem é mais assustador, esse Madara, Fugaku ou então o Sasuke… Credo.

Sakura riu divertida apoiando a câmera no criado ao lado da cama e espreguiçou sentindo ainda um pouco de desconforto nas partes baixas. Prendia o cabelo no alto da cabeça quando a porta abriu sem a menor cerimônia e um sorridente Naruto entrou com os braços carregados de balões, ursos de pelúcia e flores.

– Naruto-kun, não pode sair entrando assim! – Hinata repreendeu, mas foi tão gentil que nem parecia estar realmente chateada com a falta de educação do marido – Sakura, como está? – Voltou sua atenção para a amiga e sorriu gentil, com as mãos pousadas na própria barriga já bem aparente. Mais alguns poucos meses e Boruto também viria ao mundo.

– Cadê Sarada-chan? – Naruto perguntou depois de despejar tudo o que carregava em uma das mesas já cheia com outros presentes – Cadê o papai babão? – Olhou para os lados, ansioso para ver como Sasuke se comportava com um recém nascido.

– Pode ficar tanta gente assim no quarto? – Hinata perguntou percebendo haver cinco pessoas espalhadas pela confortável suíte reformada especialmente para receber a Hime.

– Sasusaku é outro nível né – Ino comentou sinalizando na direção de Sakura – De acordo com o príncipe das trevas, nossa amiga Sakura pode tudo. – Falou sorrindo ao mesmo tempo que Sasuke entrava pela porta.

Arqueou a sobrancelha sabendo que o referido “príncipe das trevas” era ele, mas resolveu ignorar visto que era Ino e depois de tanto tempo já havia acostumado com o jeito da melhor amiga de sua esposa.

– Então Oyabun-sama, já trocou muitas fraldas? – Sai perguntou também entrando no quarto. – Li recentemente que um bebê recém nascido troca de fralda em média 8 vezes por dia. – Levantou a mão mostrando uma sacola recheada de pacotes de fraldas – Acho que vai ser um presente bem útil então.

Sasuke recebeu a sacola olhando quase em choque para Sakura. Por enquanto eram as enfermeiras que cuidavam dessa parte, mas ao chegarem em casa todos esses detalhes seriam de responsabilidade deles. Não tinha ideia de como fazer aquilo.

– Vim conhecer minha sobrinha! – O rosto sorridente de Itachi surgiu na porta e de repente o quarto parecia cheio demais, com Izumi e até Fugaku.

Oyabun-sama, talvez sua esposa precise de um pouco de tranquilidade para descansar… Porque não vamos todos ver Sarada-san e deixamos Hime-sama descansar? – Uma enfermeira mais velha sugeriu tentando não se abalar com o olhar desconfiado do Oyabun – Ela está no quarto ao lado, estão terminando de vesti-la.

Em poucos segundos Sasuke já estava fora do quarto, não querendo ficar longe da filha por muito tempo. Havia apenas vindo conferir Sakura e já achava que Sarada estava a muito tempo sozinha, e ele ainda tinha que conseguir uma enfermeira para ensiná-lo a trocar a bendita fralda.

Interessados, o resto do grupo seguiu o Uchiha, sobrando junto de Sakura apenas Mikoto, e um silencioso Madara, que agora parecia cochilar em uma das poltronas do outro lado do quarto.

– Que surpresa Madara por aqui – Mikoto comentou enquanto sentava na poltrona ao lado da cama de Sakura.

– Estava almoçando com ele no Mangekyou quando minha bolsa estourou. – Contou fazendo uma careta. Na hora não sentiu dor nem nada parecido, mas não sabia quem havia ficado mais apavarodo, se foi ela, Madara ou os seguranças que tiveram que trazê-la ao hospital.

– Almoçaram juntos? Isso sim é definitivamente uma surpresa! – A mais velha olhou rapidamente para o Uchiha, surpreendida, visto que sabia que ele tinha problemas para aceitar a nova Hime.

– Acredito que era a forma dele tentar me conhecer melhor, conversamos e eu entendi um pouco dos receios que ele tem em relação a mim com Hime – Suspirou lembrando da conversa e da tristeza que enxergou nos olhos de Madara.

– Oh, então ele te contou sobre Nadeshiko-san? – Mikoto perguntou com um sorriso triste.

– Ele não chegou a falar o nome, mas me disse que de certa forma eu o fazia lembrar dela.

A Uchiha mais velha então tirou o celular da bolsa e deslizou os dedos pela tela algumas vezes antes de entregá-lo para Sakura.

Era uma fotografia aparentemente antiga, e apesar de ainda conservar a beleza, Mikoto claramente estava mais jovem na foto, sorrindo ao lado de outra mulher igualmente bela. Tinha uma beleza exótica com os longos cabelos castanhos presos com um pequeno lanço ao lado da cabeça. O sorriso era gentil e os olhos verdes e vividos.

– É ela? – Perguntou dando zoom no rosto da jovem mulher – Tão bonita.

– Ela era linda mesmo! Tão gentil e amorosa, parecia completamente fora de lugar em meio ao nosso mundo – Mikoto suspirou saudosa – Mas ela amava muito Madara, e também os filhos que teve com ele, por isso vivia com a gente como se não soubesse que seu marido matava e traficava.

– Ela não pertencia ao clã então? – Perguntou curiosa, incapaz de imaginar aquela mulher tão delicada em meio a Yakuza.

– Não, Madara a conheceu em um concerto. Ela tocava piano maravilhosamente bem, e após a apresentação a procurou. Algo como amor à primeira vista – Contou a história que costumava escutar da amiga, que mesmo com toda a violência da Sharingan, ainda insistia em falar que a história deles era um conto de fadas. – E obviamente quando ela o viu ficou imediatamente encantada. Se hoje Madara é um homem bonito, em sua juventude ele e Fugaku eram de tirar o fôlego – Sussurrou como se fosse um segredo, tomando a liberdade de se inclinar e passar algumas fotos até mostrar outra igualmente antiga, onde os dois Uchihas vestidos impecavelmente em ternos pretos e carregando suas katanas orgulhosamente nas mãos, olhavam seriamente para a câmera.

Fugaku lembrava muito Itachi, mas com os cabelos parecidos com os de Sasuke, enquanto Madara era mais parecido com Obito, mas com os cabelas compridos como ainda usava atualmente. Realmente de tirar o fôlego de tão bonitos.

– Mas essa genética Uchiha é realmente abençoada. – Sakura deixou escapar fazendo uma careta.

– Bem, não posso discordar disso – Mikoto riu e depois suspirou – Para abreviar um pouco a longa história desse casal, o que você precisa saber é que Madara se apaixonou loucamente por Nadeshiko, e ela por ele. Ela se tornou a vida dele, e por ser tão frágil e alheia ao nosso mundo, ele se tornou obcecado com sua segurança. Em pouco tempo ela já era prioridade na vida dele e por vezes Fugaku ficava na mão por seu Wakagashira estar tão concentrado nela, que deixava de lado as obrigações com o clã.

Enquanto escutava o relato, Sakura percebia muitos pontos similares nas atitudes de Sasuke. Depois de hoje então, a Hime tinha total certeza que ela e as crianças eram tudo na vida do Oyabun. Pela primeira vez ela teve a certeza absoluta que caso fosse sua vontade, caso fizesse tal pedido, Sasuke largaria tudo por ela.

– Quando Shisui e Obito nasceram, Madara nunca esteve mais feliz e realizado, e cada vez mais afastado da Sharingan. Tão concentrado em sua bolha de felicidade que não reparava no perigo os espreitando. – Apertou as mãos com força na barra do vestido que usava, sentindo a tristeza invadir junto com as memórias – Fugaku sempre foi um Oyabun exemplar, com certeza não tão rígido quanto Sasuke, mas centrado o suficiente para saber lidar com seus próprios sentimentos. Depois de abandonar todo o conforto que tinha como filha do primeiro ministro, e estando rodeada de mafiosos, acatei a vontade do meu marido e treinei arduamente até que pudesse me defender. Defender meus filhos. E foi isso que deu a tranquilidade que Fugaku precisava para se manter focado no clã. Eu não era apenas esposa do Oyabun, era Hime e alguém com quem ele podia contar para os assuntos da Sharingan. Já Nadeshiko continuava a boneca de porcelana super protegida por Madara, incapaz de ferir um inseto que seja e sem ter real conhecimento dos perigos que a cercavam.

“Sendo da Yakuza, ainda mais em um posto de tanta importância quanto o de Madara, acaba se colecionando muitos inimigos. Inimigos que estão apenas aguardando por uma oportunidade para atingi-lo. Uma fraqueza, um ponto fraco…”

– Nadeshiko. – Sakura sussurrou triste, levando a mão a boca.

– Sim, Nadeshiko era a maior fraqueza de Madara, e a falta de atenção dele para qualquer coisa que não fosse ela, fez com que tal fato ficasse claro para seus inimigos. – Um suspiro triste escapou dos lábios de Mikoto – E em um dia eles conseguiram sequestrá-la. Nadeshiko tomava chá com suas amigas em um café comum, sem seguranças ou atenção. Tinha o costume de escapar dos seguranças, pois se sentia desconfortável com aqueles homens a seguindo, e no final Madara nunca ficava sabendo pois os pobres homens tinham medo do que o Wakagashira faria caso descobrisse.

“Enfim, naquele dia eles conseguiram levá-la e depois de torturar Madara psicologicamente com ameaças, enquanto ele, com a ajuda de todos os clãs, revirava o país atrás de qualquer pista dela, conseguiu encontrá-la, mas foi tarde demais. Nadeshiko morreu para desestabilizar a Sharingan, e foi exatamente o que aconteceu. Madara enlouqueceu, perdeu completamente a sanidade, colocando em risco o clã e se tornando inútil para Fugaku. Sem seu Wakagashira, o Oyabun tem muito mais responsabilidades e muito mais trabalho. O segundo homem no comando do clã estava sem condições de gerenciar e tudo se tornou o caos. Foi nessa época que Sasuke começou a mostrar o tipo de Oyabun que seria, assumindo temporariamente o lugar do tio e ajudando Fugaku a estabilizar as coisas. Foram tempos difíceis e até hoje não tenho certeza se ele se recuperou. E por isso Sasuke não confia nele para assumir as coisas em sua ausência. Por isso que mesmo em uma posição inferior é Itachi que assume o que deveria ser de responsabilidade de Madara. Ele ainda está ferido demais.”

As duas olharam pesarosas na direção de Madara, e o encontraram acordado, olhando melancolicamente pela janela. Claramente havia escutado toda a conversa, e os olhos saudosos provavelmente estavam perdidos em memórias de Nadeshiko.

– Me desculpe por isso Madara, acho que como Hime ela precisava saber. – Mikoto se desculpou, mas não se arrependia. Como Hime Sakura tinha a obrigação de saber todos os detalhes e segredos que cercavam aquele clã.

– Bem, uma hora ela teria que escutar sobre minha desgraça afinal. – O Uchiha suspirou, piscando os olhos para disfarçar as lágrimas que ali se acumularam. – Agora você sabe, Hime-sama, como sou imprestável para esse clã.

– Está errado! – Sakura quase gritou, exasperada – De modo algum o senhor é imprestável. Assim como todos tem seu papel, e por mais que as coisas estejam… Diferentes agora, o senhor já fez tanto, deu tanto pelo clã, que nunca permitirei que diga isso.

Mikoto olhou admirada para a mais nova, vendo nela cada vez mais atitudes de uma Hime.

– É tão ingênua. – Madara riu tristemente, vendo no rosto determinado, nos olhos verdes, um pouco de sua Nadeshiko – Pensei que o Oyabun tinha aprendido com meus erros, mas então ele apareceu com você. Você é a fraqueza dele, e isso vai ser o fim do nosso clã.

Sakura viu no rosto de Madara que ele tinha absoluta certeza do que dizia. Viu a tristeza e o medo de ver sua história se repetir. Não apenas por arriscar o clã, mas por não querer ver o sobrinho passar por tudo que passou.

Madara não era um homem ruim, era apenas um homem machucado.

– Nesse momento eu sei que Sasuke enlouqueceria caso algo acontecesse comigo, sei que tenho o amor dele, mas também sei que por mais que ele se faça de indiferente e sem sentimentos, ele ama igualmente sua mãe, seu pai e seu irmão. Qualquer um de nós sem vida seria suficiente para enlouquecê-lo, pois por baixo da máscara de Oyabun existe um homem tão cheio de sentimentos, tão amoroso, que é incapaz de ser indiferente à morte de um ente querido. Seja eu ou qualquer um de seus pais. – Fez uma pausa para organizar melhor os pensamentos. Queria passar para Madara o Sasuke de verdade, e não o que ele achava que conhecia. – E além disso tudo, por mais que ele me perdesse amanhã, eu tenho certeza que ele não se deixaria abater, não por ser o super homem, mas por ser um pai, e como pai ele ainda teria dois filhos para criar. E não seria enlouquecendo por aí que ele manteria Sanosuke e Sarada seguros, e por mais que pareça que não, ele sabe disso. A prioridade dele não sou eu mais, são nossos filhos. Assim como é a minha. E por ter essa prioridade que eu escolhi abraçar essa loucura toda que é a Yakuza. É por isso que estou indo contra meus princípios e estou disposta a aprender tudo o que for preciso para, não apenas proteger aqueles que eu amo, como para estar ao lado do Oyabun – Mais séria do que nunca, mais parecida com uma Hime do que em qualquer outro momento, Sakura olhou fundo nos olhos tristes de Madara – Eu não quero ser a fraqueza do Sasuke, eu quero ser a força. E eu vou ser.

Se Mikoto pudesse ela teria levantado da poltrona e batido palmas. À sua frente não era a ex-garçonete de um café do interior, mas sim uma senhora Uchiha, uma Hime.

E pela primeira vez Madara viu Sakura, e não Nadeshiko. Pela primeira vez a viu como uma igual, e não como uma mocinha indefesa. O sorriso de puro orgulho que tomou os lábios dele foi como, finalmente, receber as boas vindas ao clã.

•  •  •  •  •  •  •

Sakura não conseguia nem expressar o quão satisfeita estava por finalmente estar em sua casa. Segurava Sarada próxima ao rosto, enquanto Tsunade tecia elogios à pequena através da tela do computador. Ainda estava resolvendo as últimas coisas antes de mudar junto de Tenten definitivamente para Tóquio. O nascimento da pequena Uchiha pegou todos de surpresa, e por isso a Senju e a Mitsashi – Que pulava ao fundo da tela, mexendo os braços tentando chamar a atenção do bebê – não puderam se organizar para a viagem.

Enquanto as mulheres se reuniam entusiasmadas em volta do computador, os homens estavam esparramados pelo sofá, a grande televisão ligada no noticiário, e apesar de uma peculiar reportagem sobre cafés temáticos com gatos ser exibida, todos pareciam muito interessados.

Sasuke alternava o olhar da tela para Sakura e Sarada, e também Sanosuke – Que brincava junto de Ryou com o novo brinquedo que havia recebido por ter se tornado um irmão mais velho. Estava feliz de estar em casa, e até o momento tudo estava indo bem. Ainda não havia sido preciso que lidasse com trocas de fraldas, tendo tantas mãos mais do que dispostas a fazer aquilo. Mas já se preparava psicologicamente para tal atividade. Era sua filha afinal e não perderia nenhum detalhe, mesmo que envolvesse necessidades malcheirosas.

Uma exclamação de Naruto fez com que voltasse sua atenção para a televisão, que de gatinhos fofos e jovens vestindo uniformes de maid, mudou para jornalistas sérios.

“Notícia urgente; Avião de carga desaparecido. O Boeing C-17, de transporte militar saiu do aeroporto do México, com destino à China, tendo escala em Madagascar, aproximadamente às 14h25 do dia de hoje, tendo desaparecido em pleno oceano. Até o momento sua localização continua desconhecida.”

Os homens sentados no confortável sofá trocaram olhares significativos. Sasuke olhou brevemente para Fugaku que acenou positivamente com a cabeça. Tudo havia dado certo e com mais uma troca de olhares o assunto se encerrou, ao mesmo tempo que Itachi trocava de canal.

Não era como se precisassem esconder algo de suas mulheres – Ino agora inclusa, com o extravagante anel em seu dedo, escolhido por ela mesma, indicava – Mas o Oyabun achava melhor que nada perturbasse sua esposa enquanto se recuperava do parto. Ela não precisava saber naquele momento que havia começado uma operação para enfraquecer mais ainda seus inimigos da Tríade Chinesa, e consequentemente Orochimaru.

A começar pelas armas que estavam sendo transportadas naquele avião, a Sharingan dificultaria de todas as formas possíveis o fortalecimento da máfia chinesa.

O primeiro passo era neutralizar seus aliados, e conquistá-los, deixando os chineses sem recursos. Assim que Sakura e Sarada estivessem bem, Sasuke começaria a negociar com os Italianos, com os Russos e por último com os americanos. Havia dois clãs da Yakuza nos Estados Unidos, sendo um deles no Hawaii e os planos do Oyabun eram que nos próximos anos ele tomasse mais conhecimento do que acontecia por lá, como também estreitar relações com as outras organizações criminosas do mundo.

Era hora de se movimentar. Não seria pego desprevenido novamente, e por mais que não pudesse ter acesso à Orochimaru enquanto em solo chinês, faria tudo o que tivesse ao seu alcance para fortalecer a Sharingan.

Quando ele viesse estaria pronto e finalmente veria aquela cobra morrer por tudo que fez.

•  •  •  •  •  •  •

Era madrugada, e as águas escuras do oceano eram iluminadas pelas luzes fortes vindas dos helicópteros que sobrevoavam o que restou do avião de carga abatido pela Sharingan. Tinham poucas horas antes que o resgate chegasse, assim como a atenção da imprensa. Um barco rebocador, com a pintura discreta na cor preta se aproximou, e logo mergulhadores já estavam nas águas, resgatando a carga de armamento e drogas destinadas aos chineses.

Pela porta aberta do helicóptero Sasuke sentia o vento bater em seu rosto, o cheiro do mar e o barulho alto das hélices abafados pelos grandes fones de ouvido, onde conseguia escutar toda a comunicação de seus homens durante a operação.

– Se apressem. – Ordenou olhando as horas, sabendo que logo amanheceria, e não apenas as autoridades internacionais o preocupavam, como Sakura acordar sem encontra-lo em casa.

As caixas eram içadas para dentro do barco, e acomodadas no convés com extrema agilidade, Obito cuidando pessoalmente da contagem, andando pelo barco e distribuindo comandos.

No horizonte o sol começou a nascer, ao mesmo tempo que a última caixa ia a bordo. Se quisessem sair sem chamar a atenção tinha que ser naquele momento.

– Vamos – A voz de Sasuke comandou e imediatamente tanto o barco, quanto os helicópteros evadiram para terra firme, tendo cumprido o objetivo com maestria.

Agora Itachi cuidaria de subornar as pessoas certas, e o conteúdo do que aquele avião transportava, assim como detalhes de como havia acontecido sua queda, nunca fossem liberados.

Ao pisar para fora do helicóptero, Sasuke era novamente apenas o CEO da Uchiha Corp., pai de família e marido atencioso. Chegou em casa com alguns donuts para Sakura e Sanosuke, e um unicórnio de pelúcia para Sarada, mesmo que ela provavelmente apenas conseguisse babar em cima do brinquedo.

– O que anda fazendo? – Sakura perguntou durante o café da manhã, a boca ainda suja de glacê e a mão que não segurava o donut mexendo levemente o carrinho onde Sarada dormia – Você está com aquela expressão tensa, como se algo grande estivesse acontecendo – Sondou falsamente despreocupada enquanto limpava a boca de Sanosuke, logo após a própria. Havia glacê por toda a parte!

Percebendo que cada vez mais Sakura estava em sintonia com ele, não apenas como esposa, mas como Hime também, Sasuke suspirou deixando o xícara de café forte e sem açúcar de lado.

– Aplguns assuntos da Sharingan, apenas precaução. Assim que tudo for resolvido te passo mais detalhes.

– Bem, acho que eu poderia ter todos os detalhes agora. – Sugeriu sorrindo, como se não falassem sobre assuntos da Yakuza em plena mesa de café da manhã. – Não é como se eu não conseguisse descobrir fazendo uma ligação para a Sharingan, não é? – Mesmo ainda se acostumando com a posição que ocupava, já sabia exatamente à quem recorrer caso precisasse descobrir alguma coisa. O número de Kakashi devidamente anotado em sua agenda e o respeito que havia conquistado do Hatake a fazia ter acesso a todos os detalhes que quisesse, caso realmente quisesse saber de algo.

– Você aprende rápido. – Resmungou lançando um olhar divertido para a esposa, que sorriu travessa. Vinha conversando muito com Mikoto e Kakashi sobre suas obrigações como Hime, e a cada dia aprendia mais. – Mas vamos conversar em outro momento. – Sinalizou Sanosuke com a cabeça, que enquanto os pais se distraíam com os assuntos do clã, se ocupava de fazer uma torre de biscoitos em seu prato.

Sakura acenou positivamente, voltando sua atenção para Sarada, e Sasuke a admirou mais um pouco, sentindo-se confortável por não precisar mais esconder nada dela, apreciando a sensação de manter uma conversa sobre a Sharingan com a esposa.

Definitivamente poderia se acostumar com isso.

•  •  •  •  •  •  •

Ao entrar em casa Sasuke se deu conta do quanto havia trabalhado naquele dia. O apartamento silencioso, a luz baixa vinda de pontos isolados da sala, dando um ar de aconchego e o cheiro familiar o fez instantaneamente relaxar. Fechou a porta com cuidado, não querendo acordar quem estivesse dormindo, e olhou o relógio rolex em seu pulso, os ponteiros acusando o quão tarde era.

Suspirou incomodado, antes de abaixar e acariciar rapidamente os dois gatos que vieram recebe-lo. Não pretendia ficar até tão tarde na Sharingan, mas não conseguiu evitar a vontade de adiantar todos os assuntos, não só de lá quanto da Uchiha Corp., e assim ter mais tempo para sua família.

Já desfazia o nó da gravata quando entrou em seu quarto, e a visão que teve o fez parar no lugar. A televisão estava em volume bem baixo, com algum desenho passando. Em sua cama, deitados de maneira confortável, estavam as três razões de sua existência. Sanosuke como sempre completamente esparramado, com os braços e as pernas abertos ocupando um bom espaço. Sakura dormia de lado, o rosto sereno mas apresentando alguns sinais de cansaço e Sasuke sabia que era um sono leve, pronta para levantar e atender as necessidades dos filhos. E por último, sendo o pedacinho de gente mais adorável que poderia existir, estava Sarada, deitada entre os dois vestida em um pijama cor de rosa e agarrada com todas as forças ao dedo da mãe, com sua mãozinha minuscula e delicada.

Eram momentos como aquele que Sasuke fazia questão de guardar em sua memória.

Momentos que faziam tudo valer a pena.

Havia adquirido o irritante hábito de Sakura de fotografar tudo, e após registrar a cena colocou o celular, o relógio e a carteira no criado. As semi-automáticas, que normalmente fariam companhia aos outros pertences, agora ficavam na gaveta, longe das mãozinhas curiosas de Sanosuke, mas perto o suficiente para qualquer eventualidade.

O barulho da gaveta fechando, mesmo com todo o cuidado que Sasuke poderia ter, foi o suficiente para despertar Sakura, que coçou os olhos com a mão livre antes de, como reflexo, conferir se Sarada e Sanosuke estavam bem.

Assim como ela, seus primeiros pensamentos ao acordar eram eles.

– Chegou tarde hoje. – Ela comentou com a voz baixa, não querendo acordar os filhos.

– Sim, mas não precisarei trabalhar nos próximos dois dias. – Respondeu, tirando o paletó, o deixando junto com a gravata na poltrona no canto do quarto – Como foi seu dia? – Enquanto aguardava a resposta já tirava os sapatos, as meias e começava a desabotoar a camisa social. Estava pronto para um banho e depois deitar com os três.

– Foi tudo bem. Sarada dormiu quase o dia todo – Comentou fazendo um carinho nos poucos cabelos escuros da filha – Ah, e ela descobriu o Aoda! Ficou observando ele por um tempo com muita determinação e até tentou alcança-lo! – Riu um pouquinho e Sasuke sorriu extasiado, imaginando a cena.

Se sentia estranho por internamente comemorar cada coisa que Sarada fazia, mas não conseguia conter o sentimento de felicidade nesses momentos. Era maravilhoso!

Como se sentisse ser o assunto da conversa, Sarada começou a se mexer e lentamente abriu os olhinhos tão parecidos com os do pai. Sakura e Sasuke pararam imediatamente o que faziam, prestando total atenção na pequena, que olhou ao redor por um tempo antes de, fazendo um biquinho adorável com a boca, começar a choramingar.

– Oh, o que foi querida? Está com fome? – Sakura perguntou naquele tom maternal, e a pequena Uchiha olhou para ela intensificando mais o chorinho manhoso – Parece que sim.

Sasuke amava ter a oportunidade de presenciar aquele momento tão particular das duas. A forma com sua filha se agarrava a mãe em busca do leite, os sons engraçadinhos que ela fazia enquanto mamava e as mãozinhas, tão pequeninas, agarradas ao pijama de Sakura, era encantador. Poderia passar horas assistindo as duas, mas seu corpo pedia por um banho relaxante.

Se aproximou da cama, beijando o topo da cabeça de Sakura e foi para o banheiro, podendo finalmente apreciar o chuveiro quente. Os músculos cansados relaxando a medida que a água os atingia.

Saiu do banheiro com a toalha enrolada na cintura, olhou para a cama e viu Sakura concentrada na televisão, enquanto Sarada estava acordada olhando interessada para os cabelos rosadas da mãe. Entrou no closet e vestiu apenas uma calça de moletom, ficando o mais confortável possível.

Antes de deitar no pouco espaço que Sanosuke havia deixado para ele, conferiu seu celular, se certificando que tudo estava em ordem. Itachi cuidaria das coisas por ele, mas não podia relaxar tanto assim. Ainda era o Oyabun no fim das contas.

– Parece cansado. – Sakura comentou enquanto passava Sarada para os braços do pai.

Sasuke a acomodou no peito, sentindo-se satisfeito por ter a filha na proteção de seus braços. Desejou aquele momento durante todo o dia, e suspirou contente se aconchegando melhor na cama confortável para que ela ficasse deitada da melhor maneira possível em cima de seu corpo.

– Apenas adiantei as coisas para poder ficar mais tempo em casa. – Falou olhando rapidamente para Sakura, antes de voltar a se concentrar nas mãozinhas da filha, que mexiam tentando agarrar seus dedos, seus cabelos ou o que mais conseguisse alcançar – Mas agora posso relaxar um pouco. Itachi vai ficar de olhos nas coisas por mim.

– Isso é bom! – Comemorou sorrindo, aumentando a voz sem querer fazendo Sanosuke abrir os olhos sonolentos e sorrir em meio ao sono ao ver o pai, antes de voltar a ressonar profundamente, segurando dessa vez o braço de Sasuke como se fosse um urso.

Os dois, como os pais orgulhosos que eram, trocaram um olhar e um sorriso cúmplice.

– Mas você sabe que não precisa exagerar tanto, já devemos estar mais seguros que o presidente dos Estados Unidos. – Continuou, e mesmo que mantivesse o tom brincalhão em sua voz, passava certa seriedade. Com a chegada de Sarada, Sasuke parecia mil vezes mais alerta a qualquer perigo, não ousando descuidar um minuto sequer.

Talvez enquanto o tal Orochimaru não fosse capturado, ou morto, Sasuke não descansaria, Sakura pensou frustrada.

Deixando a expressão relaxada de lado, Sasuke olhou para a esposa seriamente.

– Minha prioridade enquanto Orochimaru está livre, é manter vocês seguros. – Falou, não deixando margem para discussão – Não vou deixar nada acontecer com eles. – Garantiu com firmeza, olhando brevemente para os filhos, e naquele momento o mundo poderia estar acabando que Sakura se sentia segura apenas por estar ao lado dele – E nem com você – Acrescentou, deixando claro que não queria força-la a ser alguém que não era. Ser uma Hime como Mikoto não era obrigatório, e não cobraria que a esposa fosse daquela maneira. Caso fosse necessário a protegeria, assim como faria de qualquer maneira, se ela preferisse não participar tão ativamente dos assuntos do clã.

Sakura sorriu compreensiva, entendo o que o marido queria dizer.

Como sempre, ao seu modo, Sasuke estava apenas preocupado com ela. Com medo de tudo aquilo ser demais para ela. Ele oscilava entre satisfeito por poder conversar sobre assuntos da Yakuza com ela, à preocupação de que toda a situação estivesse sendo demais, que ela estivesse arrependida por querer participar de tudo.

Como havia dito à Madara, por baixo da máscara de Oyabun definitivamente existia um homem cheio de sentimentos e amor.

– Você está errado. – Falou procurando a mão dele e entrelaçando seus dedos, vendo o rosto másculo se contorcer em confusão. – Nós não vamos deixar nada acontecer com eles – Sorriu confiante apertando a mão grande entre a sua – De agora em diante, eu e você juntos – Se inclinou beijando levemente os lábios dele, antes de se afastar e sorrir novamente – Você não está mais sozinho nessa.


Notas Finais


Finalmente Sarada chegou ❤
Foi um capítulo mais parado sim, bem amorzinho mesmo, mas realmente necessário para o desenvolvimento da história, afinal acho que é sempre bom explorar os sentimentos do Sasuke, que tão dificilmente ficam expostos. O nascimento da Sarada foi uma oportunidade de mostrar mais do lado humano do Oyabun que eu não poderia perder, e espero que vocês tenham gostado de ler o mesmo tanto que eu gostei de escrever!

Eu sei que minhas notas são gigantes e não é todo mundo que tem paciência para ler, por isso se você só quer saber mesmo como vai funcionar as postagens dos próximos capítulos, pode pular toda essa tagarelice minha direto para o final, lá está sinalizado a parte que é importante de ler. :)

Como de costume vou dividir as coisas em tópicos, só para ficar organizadinho mesmo, afinal eu já falo muito, imagina se fosse bagunçado que confusão que seria HAHAHHAH

• Escrever essa cena do Sasuke percorrendo a cidade até o hospital do clã foi muito divertida de escrever, por mais simples e curta que ela tenha sido.
Eu nunca fui no Japão e não era lá muito familiarizada com nomes de ruas, bairros ou qualquer coisa assim até começar a escrever Resiliência. Não sou uma especialista, mas foi realmente bem legal explorar as ruas através do Google Maps e ver exatamente o caminho que eu queria que ele pegasse! HAHAHAH
Claro que eu abreviei bastante o caminho e não especifiquei muito as coisas, mas caso vocês tenham curiosidade, podem ver a rodovia próxima ao porto do Tóquio, cheia de caminhões, assim como a Rainbow Bridge.

• Sobre o nascimento da Sarada: Já devo ter falado isso algumas vezes, mas não custa repetir. Nunca tive filhos e muito menos sou médica, tudo que escrevo é baseado em pesquisas e bem, criatividade mesmo HAHAHA, portanto o parto da Sarada foi algo que fluiu da maneira que achei a mais apropriada, tentando não me prender em termos técnicos que não entendo ou no parto em si. A questão mais importante nessa cena era o impacto da chegada da Sarada no Sasuke, e a forma como a Sakura reagiu a isso também. Minha intenção era realmente focar nos sentimentos e espero que eu tenha conseguido ter passado para vocês tudo o que eles sentiram nesse momento tão importante da vida deles.

• E finalmente, 26 capítulos depois, Sasuke finalmente falou o aguardado "Eu te amo"! ❤
Confesso que foi a parte mais complicada do capítulo, pois tudo parecia exagerado demais. Reescrevi essa parte diversas vezes e ainda continuo com a impressão que pesei a mão nos sentimentos HAHAHAHA Mas de qualquer forma, eu estava dividida entre 3 momentos para que ele fizesse essa declaração, e por mais que os outros dois, que ainda estão para acontecer, também sejam importantes, para mim nada supera a alegria do nascimento da filha e a família junta. Finalmente todos esses sentimentos bons transbordaram e ele se declarou para o amor da vida dele ❤

• Agora vamos falar do tio Madara!
Como eu disse antes, ele não é má pessoa coita, só bem castigado pela vida. ):
Eu não me aprofundei muito na explicação sobre a hierarquia da Yakuza, mas caso vocês tenham pesquisado ou dado uma olhada no link que eu deixei (esse aqui: http://ficsbolodebaunilha.tumblr.com/post/152529752941/fanfic-resili%C3%AAncia-cl%C3%A3-sharingan-uchiha) devem ter percebido que apesar de ser o segundo no comando do clã, Madara nunca tomava conta das coisas para Sasuke, e sim o Itachi, e tudo isso por conta dessa história que eu vinha planejando para ele. Ainda não tinha algo realmente concreto, mas eu sabia que ele teria que ter um motivo para ser como era e criei a personagem Nadeshiko para ajudar nisso.
Achei importante finalmente fechar as pontas dessa história do Madara para que ele e Sakura possam começar a se dar bem, afinal ela vai estar cada vez mais ligada ao clã de agora em diante.

• Agora sobre a Sharingan se movimentando para enfraquecer seus inimigos!
Gente, por mais amorzinho que o capítulo tenha sido, ainda se trata de uma história sobre a Yakuza, então não é porque a filha do Oyabun está nascendo que os inimigos desaparecem sem motivo algum. Mesmo feliz e realizado, Sasuke tem que estar atento à tudo, afinal o Orochimaru ainda estava vivo em algum lugar, e enquanto não descobre nada sobre ele a Sharingan vai se esforçar para reforçar suas defesas e conseguir mais aliados.
Vou explorar isso mais nos próximos capítulos!

• E por último, quero falar um pouquinho sobre a Sakura ❤
Como planejado desde o inicio, o crescimento dela como personagem era lento, sem ser apressado. Sei que muitos ansiavam desde os primeiros capítulos por verem ela poderosíssima à frente da Yakuza, mas ainda não era o momento. Agora, depois de toda uma jornada de crescimento primeiro como mãe, ela vai se permitir avançar em direção a ser uma Hime. Se preparem, porque o momento de ver a Sakura chutando muitas bundas mafiosas está chegando!
Ah, e é claro, sem deixar de ser fofa e amorzinho, porque não é preciso mudar a personalidade dela drasticamente para isso, e vocês vão ver como vai acontecer nos próximos capítulos! :)

#IMAGENSDEREFERENCIA

Roupas Sarada hospital: http://68.media.tumblr.com/f7a8a770087a061ce76f953523e4cbb8/tumblr_opmmrsiW6e1vsy478o3_1280.jpg

Quarto do hospital: http://68.media.tumblr.com/0bc7c02d3df05c603a4284fe2860d849/tumblr_opmmrsiW6e1vsy478o2_500.jpg

Pijama Sarada: http://68.media.tumblr.com/ec1e221527d7ee4d281e8ff4b4d61852/tumblr_opmmrsiW6e1vsy478o1_540.jpg

Apartamento Família Uchiha: http://68.media.tumblr.com/420c779834e41247242652e54f8d151f/tumblr_opmmrsiW6e1vsy478o4_1280.jpg

#GLOSSARIO:

Shibuya: Shibuya, bairro de Tóquio, no Japão, tem o cruzamento mais movimentado do mundo.
Provavelmente vocês já devem ter visto ele várias vezes em filmes, animes ou doramas, e por isso talvez consigam ter uma ideia do tamanho do congestionamento que Madara e Sakura enfrentaram.

Rainbow tower: é uma ponte pênsil que atravessa o norte da Baía de Tóquio, no Japão, cruzando o cais Shibaura, na Baía de Tóquio até Odaiba, Minato-ku - um grande centro comercial, com escritórios, lojas e restaurantes.

✩°̥࿐୨୧

[ATENÇÃO! MUITO IMPORTANTE NÃO DEIXEM DE LER!]

Esse tempo fora me fez entender um pouco as minhas limitações como escritora e como pessoa, e por isso eu não vou voltar com as atualizações semanais como costumava fazer antes da minha pausa.
Ou seja, domingo que vem pode não ter capítulo!

Acontece que atualizar toda semana é um compromisso que não estou conseguindo sustentar por não estar compatível com a minha vida no momento, não tenho tempo para me dedicador o suficiente à escrita, assim como às mensagens e comentários que estão se acumulando sem que eu consiga responde-los apropriadamente, e não quero correr com nada apenas para cumprir um prazo. Por isso estou informando à vocês que o próximo capítulo vai demorar um pouquinho mais, sem uma data certa. Entretanto, não precisam se preocupar que não vai demorar tanto quanto esse! Quando vocês menos esperarem um capítulo novo aparece, ok? ❤

Espero que não fiquem chateados comigo, e que entendam o meu lado, afinal escrever tem que ser antes de tudo uma diversão, e ler também, coisa que vai ser possível para vocês se eu tiver mais tempo para caprichar nos capítulos! Acredito que mesmo demorando um pouquinho mais, vai valer a pena.

Aproveito para informar também que não falta muito para o final de Resiliência, e ao final do próximo capítulo já estaremos oficialmente em reta final. Então espero contar com a companhia de vocês nas últimas emoções dessa fic que eu gosto tanto de escrever. ❤

Ah! E antes do próximo capítulo, e assim que eu conseguir me organizar melhor, vou tentar pelo menos começar a responder os comentários, partindo do último capítulo, que foram tão importantes para que eu me sentisse motivada à voltar. Não pensem que eu ignoro os comentários ou que eles não importam para mim, porque importam sim, muito, e eu só não consigo responde-los por falta de tempo mesmo! Mas agradeço muito esse tempo que vocês dedicam à deixar escrever coisas tão legais para mim, e por terem tanta paciência comigo. ❤

Obrigada por lerem, tenham uma boa semana e até algum domingo não muito distante! :*


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