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História Resiliência - Não vou desistir


Escrita por: bolodebaunilha

Notas do Autor


SURPRESA ❤

Hoje não é domingo mas vai ter Resiliência ❤

Antes de qualquer coisa quero pedir mil desculpas pela demora!
Esse capítulo era para ter sido postado semanas atrás, mas eu tive muita dificuldade para escrever ele. Toda vez que revisava mudava alguma coisa, nada parecia bom o suficiente e ainda não está 100% como eu imaginei, estou bem insegura, mas mesmo assim eu espero de coração que vocês gostem ❤

Agradeço muito à todos vocês que acompanham pela paciência de esperar atualização, por sempre me incentivarem e estarem lembrando da minha fic lá no grupo do facebook! Não tenho entrado muito, mas sempre que vejo fico muito feliz! Falando nisso, sou a pessoa que está atrasada para responder tudo; mensagens, comentários, mas estou caçando tempo para deixar tudo em dia, e agradeço muito pela paciência e por ainda estarem aqui comigo, eu leio cada comentário com muito carinho e juro que é uma super motivação para continuar! Não tenho sido uma boa autora, sempre atrasando tudo e sem tempo, mas você são com certeza os melhores leitores, muito obrigada ❤

AH, e obrigada também aos 1.418 FAVORITOS YAAAAAAAAAY :D
É muita gente acompanhando essa história e eu não tenho onde estar mais agradecida!
Vocês são maravilhosos ❤

Hoje também tenho dois agradecimentos especiais para fazer, primeiro para a leitora S2arinha que deixou uma recomendação maravilhosa lá no Nyah! Muito obrigada ❤
E a outra para UchihaSpears, que foi super legal em me ajudar com esse capítulo que eu estava tão insegura! Se não atrasei mais é graças à ela! Já agradeci muito mas continuarei agradecendo ❤ ❤ ❤

E é isso, para compensar toda essa demora temos um capítulo gigante (gigante mesmo, desculpa minha falta de controle na escrita! HAHAHA) e espero que gostem ❤

OBS¹: Hentai a frente, então quem não gostar cuidado! (ele está bem no finalzinho, então qualquer coisa é só não ler)
OBS²: Apenas para lembrar dos links nas notas finais com explicações e referências.

Capítulo 27 - Não vou desistir


Fanfic / Fanfiction Resiliência - Não vou desistir

Sasuke não era um pai de primeira viagem, mas por ter perdido os primeiros anos de vida de Sanosuke, ainda estava se acostumando com todas as peculiaridades que ter um bebê trazia para sua vida.

Conversando com Itachi – a pessoa que sempre procurava quando precisava de uma ajuda a nível pessoal – descobriu que era normal se sentir inseguro, como se qualquer ação descuidada pudesse prejudicar aquela vida tão frágil que era uma parte sua e uma parte de Sakura. Sua esposa porém, era tão perfeita na tarefa de ser mãe, que ele a admirava mais ainda, todos os dias assistindo como ela tranquilamente desempenhava todas atividades cotidianas. Poderia contratar as melhores e mais caras babás do mundo, mas tudo o que ela necessitava era um ou outro auxílio de Chiyo, e isso apenas quando a situação ficava impraticável com duas crianças, dois gatos e um clã inteiro para ajudar a administrar. De alguma forma ela conseguia realizar tudo com dedicação e empenho, e ainda encontrava tempo para ensiná-lo no que ela dominava mais que ele.

Trocar fraldas não foi algo que apreciou fazer, mas depois de algum tempo realizava a tarefa com excelência – tendo inclusive uma foto constrangedora em tal situação no famigerado álbum do bebê – assim como lidar com toda a quantidade de choro, resmungos e leite que Sarada parecia gostar de gorfar em seus melhores ternos. Mas nada disso importava quando ela estava em seus braços. Sempre que via aquele rostinho delicado, percebia como o tempo passava rápido. Algum tempo atrás Sarada era apenas um pequeno pedaço de gente enrugado, e agora já tinha tantas expressões, bochechas grandes e rosadas, sentava sozinha e volta e meia soltava gritinhos estridentes, sorrindo de qualquer coisa. Alguns meses se passaram, mas todo dia que chegava em casa e via seus filhos espalhados no tapete – antes felpudo e caro, e agora colorido com estampas infantis – em meio à brinquedos e gatos, desejava que o tempo parasse e que Sarada, e até mesmo Sanosuke, parassem de crescer.

Por isso, mesmo sendo tão ocupado, não media esforços para estar com sua família sempre.

Todas as manhãs acordava da mesma maneira. Escutava os resmungos ou choro através da babá eletrônica, e então Sakura levantava e ia até o quarto de Sarada. Era o tempo de Sasuke terminar de despertar e ela estava de volta, com a pequena bebê nos braços. Então elas sentavam na espaçosa cama, Sarada era imediatamente colocada entre os dois e, agora que já engatinhava, o alcançava rapidamente, as mãozinhas iam direto para seus cabelos, puxando até que ele abrisse os olhos para dar atenção à ela. Era sempre presenteado com um gritinho empolgado nesses momentos, e enquanto Sakura usava o banheiro e se preparava para iniciar o dia, era tarefa dele olhar Sarada. Ela se mantinha bem apenas por estar ao lado dele – babando em seus dedos ou enchendo as mãos com seus cabelos – mas o ápice de sua felicidade era quando um sonolento Sanosuke entrava pela porta, coçando os olhinhos, com o pijama de dinossauro todo amarrotado e os cabelos revoltos. Ele sempre entrava por baixo das cobertas e deixava a irmã puxar seus cabelos também. Mesmo com sono ele sempre cumprimentava “Bom dia papai” e então sorria ao receber um carinho do pai nos cabelos. Era nesse momento que Sasuke ligava a televisão do quarto no canal de desenhos, e os dois mais novos se distraiam até que uma já arrumada Sakura saísse do banheiro. Então ele ficava livre para se arrumar para o trabalho. Normalmente acabava dividindo o chuveiro com o filho, e a tarefa demorava muito mais, mas não se importava. Uma das vantagens de ser quem era, era poder chegar um pouco mais tarde, se isso lhe proporcionava mais tempo com seus filhos.

Naquela manhã sua rotina seguia como sempre. Havia acabado de terminar de auxiliar Sanosuke a se vestir – finalmente havia entendido como funcionava o uniforme que ele usava para ir à escola, não vestindo mais nenhuma peça ao contrário – e agora já estava em seu closet, ajustando a gravata. A imagem refletida no espelho enquanto realizava o nó o agradava, não por questões estéticas, mas por conta do semblante, antes tão carregado e tenso, agora leve, quase despreocupado. Talvez fosse o desenho pregado ao lado, onde um rabisco em preto assinado por Sanosuke, representava “o melhor papai do mundo”, como estava escrito nas letras emboladas do filho.

Com a gravata devidamente arrumada, o paletó no lugar, era hora do café da manhã. Antes costumavam realizar a refeição ainda de pijamas, assim que acordavam. Entretanto, agora com Sarada, o tempo era mais corrido e caso se demorassem demais acabariam mais atrasados ainda.

– Papai, hoje tem panquecas! – Sanosuke anunciou assim que ele chegou na sala. Por gosto dele e de Sakura não era incomum que refeições mais ocidentais fossem servidas, e Sasuke não se importava, tudo o que a esposa cozinhava era delicioso.

– Para você eu separei essas aqui, antes que o Sano jogasse a calda por cima. – Sakura informou assim que ele sentou, passando um prato com algumas panquecas que não estavam cheias de chocolate.

– Obrigado. – Agradeceu recebendo o prato com uma mão e capturando o pedaço de melão que Sarada atirava no ar com a outra.

Recentemente ela começou a comer frutas e outros alimentos amassados, mas com frequência parecia mais interessada em atirá-los para todo lado do que realmente se alimentar.

– Filha, é para comer. – Sakura pacientemente ofereceu outro pedaço para a pequena, que pegou e levou imediatamente à boca, mastigando com os poucos dentes que já haviam nascido.

Enquanto comia e checava em seu Uphone os emails, notícias do dia e cotação da bolsa – o jornal impresso abandonado, desde que Sarada começou a mirar nele os alimentos – Sasuke reparou que Sakura não largava o próprio celular, e ao mesmo tempo que auxiliava as crianças, corria vez ou outra até a cozinha para buscar mais bebida ou um pano para limpar a sujeira da filha, parecia resolver algum assunto importante no aparelho.

– Onde está Chiyo? – Perguntou subitamente, olhando ao redor e percebendo que ninguém auxiliava a esposa, como normalmente acontecia nas manhãs corridas como aquela.

A Uchiha voltou a sentar na mesa, dessa vez com alguns biscoitos para Sanosuke e suspirou um pouco cansada.

– Infelizmente ela pegou um resfriado. Nada sério, mas insisti para que ficasse em casa. – A Hime esclareceu ainda concentrada no celular – Oh, não! Você não me avisou que Itachi estaria encarregado da operação dos… Doces – Voltou sua atenção para o marido, aflita com algo que ele ainda não sabia o que era.

– Não? Achei que tinha comentado algo a respeito. – Deixou o próprio celular de lado e aceitou um pedaço de melão que Sarada o estendia – Hoje temos um grande carregamento de… Doces chegando, e como tenho essas duas reuniões inadiáveis, mandei Itachi no meu lugar. – Completou depois de mastigar a fruta.

Como seus filhos ainda eram pequenos demais, os dois começaram a adaptar palavras para conseguirem conversar sobre o clã na frente deles. Doces por exemplo era o código para drogas.

– Sim, e eu tenho uma prova hoje. – Acrescentou olhando para o relógio. Não poderia demorar muito caso não quisesse ficar presa no trânsito. – E isso é um problema! Você tem suas reuniões e precisa de Izumi, Chiyo-san está doente, Itachi está lidando com os doces, minhas amigas estão em Konoha, Hinata levou Boruto para conhecer o avô, seus pais estão viajando… Quem vai cuidar de Sarada agora pela manhã?

Naquele momento Sasuke deixou tudo o que fazia de lado e voltou sua atenção completa para a esposa. Passando em sua cabeça rapidamente as informações e tentando achar uma solução. Não era possível que não existia mais ninguém para aquela tarefa.

– Se não fosse sua aversão com “pessoas desconhecidas” cuidando da nossa filha, poderíamos pedir alguém do clã e… – Ela continuou, deixando claro todo seu descontentamento.

– Isso está fora de questão. – Não deixou Sakura terminar a frase. Poderiam chamá-lo de super protetor ou qualquer coisa do tipo, mas visto sua posição, e o que sua Sarada representava em sua vida, não havia a menor possibilidade de deixá-la com alguém que não estivesse totalmente preparado e fosse aprovada por ele.

– Então não sei o que fazer! – Exclamou frustrada, cruzando os braços e estreitando os olhos para o marido – Já que você não aceita ninguém que não tenha pelo menos conhecimento avançado em primeiros socorros, rcp, porte de armas e experiência de no mínimo 10 anos! Onde vamos encontrar alguém assim em… meia hora? – Perguntou após conferir o horário.

Nas poucas vezes em que os dois precisaram de ajuda extra – principalmente em dia de folga de Chiyo – Sasuke vetou todas as alternativas, impondo suas condições ridiculamente rígidas para alguém cuidar de sua filha. Não importava quantos homens e mulheres tivesse sob seu comando, e nem quanto dinheiro possuía para empregar alguém, nada era suficientemente seguro. Caso a escola de Sanosuke não fosse tradicional entre os membros do clã – tendo ele mesmo estudado lá quando mais novo – com o diretor amigo íntimo da família e o sistema de segurança elaborado, Sakura estaria até hoje procurando um local para o filho estudar. Se a situação não fosse tão trágica acharia toda essa preocupação dele com os filhos fofa.

– Suas amigas e Tsunade… Não já deveriam estar estabelecidas em Tóquio? Quantas vezes mais elas vão precisar ficar indo até Konoha? – Perguntou depois de um tempo, tentando achar alguma alternativa que não envolvesse deixar Sarada sozinha com um completo estranho.

– Estão apenas acertando a venda da casa. Assim que resolverem isso vão ficar aqui definitivamente. – Esclareceu abrindo um sorriso empolgado, que fez Sasuke arquear a sobrancelha um pouco desconfiado. Sakura ainda não contaria, mas tinha planos para sua parte do dinheiro da venda da casa onde morou com as amigas por tanto tempo.

– Entendo. – E então realmente, pela primeira vez, estavam completamente desprevenidos. Não havia outras opções como sempre, ninguém mais além dos dois para olhar a pequena durante a manhã, até que Sakura tenha terminado a prova.

Mentalmente Sasuke repassou a lista de pessoas da Sharingan, incluindo seus primos e membros mais próximos. Até mesmo seus seguranças foram momentaneamente cogitados. Entretanto, nenhum deles parecia apto a cuidar de um bebê, ainda mais o seu bebê.

Não lhe agradava nada a ideia de escolher alguém de última hora, sem os devidos preparos, para cuidar daquilo que lhe era mais precioso. Às vezes sentia vontade de deixar, não apenas os filhos, como Sakura também, guardados dentro daquele apartamento, onde sabia que estavam seguros. Um pai convencional não teria tanta dificuldade, mas ele era o Oyabun. Era aquele que os inimigos caçavam uma fraqueza para atingi-lo, então não podia descuidar.

Conferiu mais uma vez sua agenda, vendo os horários marcados em vermelho. Reunião com investidores na parte da manhã e receber a comitiva de Suna mais a tarde. Não havia como adiar e nem delegar a tarefa.

Olhou então para os filhos. Sanosuke ainda comia as panquecas, o rostinho todo sujo de chocolate. Volta e meia ele pegava pedaços de melão que Sarada oferecia, ou então conversava com ela. A pequena parecia feliz em sua cadeirinha, espalhando comida e risadas. Não havia como no mundo deixar alguém desconhecido cuidar dela. Nunca.

•  •  •  •  •  •  •

O saguão de entrada da Uchiha Corp. parou para assistir o CEO entrar.

Normalmente ele chamava atenção, por conta dos seguranças e todo o grupo que o acompanhava naqueles momentos. Entretanto, daquela vez sabia que todos estavam olhando por estar carregando um bebê de sete meses em um braço e no outro uma grande bolsa cor de rosa. O Sasuke de alguns anos atrás nunca se sujeitaria aquela situação, mas o de agora era acima de tudo pai, um pai extremamente zeloso, e por mais que o embaraçasse andar com aquele acessório tão feminino no ombro, o sentimento de orgulho por ter feito aquele pedaço de gente era muito maior. Era sua filha e as coisas dela, então não se envergonharia por estar carregando-as.

Sarada por sua vez estava adorando o momento, sacudia as mãozinhas e sorria para quem olhasse em sua direção. Um de seus lugares preferido, que logo ficou mais que claro para todo mundo, era o colo de Sasuke. Podia estar chorando, irritada ou o que fosse, nos braços do pai ela não conseguia parar de sorrir.

Ao entrarem no elevador, Sasuke conseguiu relaxar um pouco, trocou a filha de braço, beijou a testa dela e teve o cabelo puxado. Tudo normal em uma vida com Sarada. Tinha algum tempo antes da reunião, e por isso poderia ver de deixá-la no berçário que disponibilizavam para os funcionários. Se eram seus funcionários então deveriam ser bons, não é mesmo?

A porta abriu no andar que ele não costumava frequentar. Passou por alguns funcionários que o cumprimentaram, lançando olhares curiosos para o bebê vestindo uma roupinha cor de rosa em seus braços. Parou em frente à uma parede de vidro, onde os pais podiam observar os filhos enquanto estivessem no berçário e contorceu o rosto em desgosto.

As funcionárias pareciam boas pessoas, mas havia apenas duas para uma quantidade elevada de bebês. Enquanto atendiam os que conseguiam, os outros choravam ou estavam em situações potencialmente perigosas. Sorte que seu sobrinho dormia tranquilamente em um berço, caso contrário já teria invadido o lugar para resgatá-lo.

Visões assustadoras de sua Sarada chorando sozinha em um canto, ou então escalando lugares altos sem supervisão, passaram rapidamente por sua mente.

Olhou para a filha, que retribuiu o olhar, como se dissesse “Não me deixe aqui papai”, e por fim deu meia volta. Enquanto ia para o elevador já começava a mandar mensagens exigindo a contratação de mais profissionais para aquela área.

Não havia como deixar sua filha naquelas condições.

Chegou ao seu andar e viu a mesa de Izumi vazia. Ela já deveria estar preparando a sala de reuniões, assim como recepcionando os investidores. Até que ela viesse chamar tinha que organizar os assuntos a serem discutidos e destacar os pontos mais importantes. Entretanto, como fazer aquilo com um bebê nos braços?

Era a primeira vez que saía de casa sozinho com a filha, então estava um pouco perdido.

Como boa mãe que era, Sakura havia passado uma série de instruções e apenas por isso sabia que podia achar tudo que precisava dentro da bolsa pesada que levava nos ombros.

Colocou Sarada sentada no sofá e abriu a bolsa encontrando um dos vários tapetes coloridos que ela possuía. Estendeu ele no chão próximo a sua mesa e espalhou alguns brinquedos por lá. Virou para pegar Sarada e estendeu o braço imediatamente, a tempo de segurá-la no ar, por puro reflexo. A pequena ria maravilhada, tendo se jogado do sofá, sem ter noção do perigo que correu, e caso Sasuke não tivesse virado naquele momento ela teria atingido o chão de cabeça.

O pensamento fez um arrepio correr o corpo de Sasuke e antes de colocá-la no tapete de brinquedos a segurou por mais um tempo, tentando se acalmar. Toda vez que ela se machucava ou chorava era como levar um tiro, então tudo bem abraçá-la por mais um tempo.

Com Sarada já devidamente acomodada entre seus brinquedos, começou a trabalhar, um olho nos papéis que tinha em mãos e outro na filha. Por sorte, como raramente acontecia, ela parecia muito confortável em apenas mastigar alguns brinquedos ou então atirá-los ao redor.

Não estava sendo de todo ruim ter ela por ali afinal.

Uchiha-sama, está na hora. – Izumi entrou sem bater, um pouco apressada.

Mesmo acostumado com a falta de respeito, tanto dela quanto de Naruto, por sua privacidade, não escondeu o descontentamento quando Sarada se assustou e ameaçou chorar.

– O que Sarada faz aqui? – A Uchiha perguntou confusa, enquanto via Sasuke ir rapidamente em direção a filha e pega-la no colo.

– Não havia ninguém para ficar com ela. – Respondeu sem tirar os olhos de Sarada, oferecendo um dos brinquedos para que ela se distraísse. – Ryou não deveria ficar naquele berçário. Estive lá com Sarada e não gostei, já requisitei que olhassem a contratação de mais funcionários.

– Tem certeza que não está sendo muito crítico? Itachi me contou que você está tendo dificuldades com isso.

– Só quero o melhor para meus filhos e é o que eles vão ter. – Deu de ombros enquanto se aproximava da mesa e pegava com a mão livre a pasta com os papéis que havia separado para a reunião.

– Vai levá-la? – Izumi perguntou alarmada, olhando da bebê sorridente para o sério Oyabun.

Um contraste realmente muito engraçado. O homem austero e todo em preto, com um bebê extremamente fofo, bem humorado e vestindo rosa nos braços.

Sasuke então parou, olhando da filha para a cunhada, um pouco sem reação. Não havia pensado naquilo. Não poderia apenas entrar na sala de reuniões com um bebê. Sarada se comportou até o momento, mas caso se sentisse entediada engatinharia por todo o lugar. Poderia chorar ou sujar a fralda. Não havia como aquilo dar certo.

Uchiha-sama? – A figura de Madara apareceu na porta aberta, fazendo questão de bater na madeira mesmo que todos já o tivessem percebido. O olhar dele analisando a situação inusitada – Atrapalho?

– Não, estou indo para a reunião. – Sasuke informou, enquanto sentia a filha colocar sua gravata na boca.

– Com um bebê – Izumi acrescentou ansiosa.

Madara então observou todo o cenário. A Uchiha que olhava vez ou outra o relógio, indicando que estavam atrasados. A pasta nas mãos do Oyabun, o bebê – com a gravata completamente babada na boca – no outro braço e o chão repleto de brinquedos.

– Vim apenas lhe passar os números referentes às vendas do último lançamento. Estão atualizados. – Entregou a pasta que tinha em mãos para Izumi – Agora, se o senhor permitir me passe a criança enquanto a reunião acontece.

Tanto Sasuke quanto Izumi imediatamente olharam para Madara.

– Não me olhem assim, criei dois filhos e já segurei muito você e seu irmão no colo – Ralhou mal humorado apontando para o Oyabun – Não crie grande alarde sobre isso, só me passe a menina.

Mesmo que aquele fosse seu tio, o Wakagashira do clã, ainda era um homem instável e até pouco tempo atrás dava todos os sinais de que não aprovava Sakura como Hime. Era muito difícil confiar Sarada a ele.

Entretanto, mesmo que ainda não confiasse plenamente na recuperação mental de seu tio, tinha que admitir que ele havia subido vários degraus em seu conceito por ajudar Sakura no nascimento da filha. E por isso, apenas por isso, o daria aquele voto de confiança.

•  •  •  •  •  •  •

Sakura entrou na Uchiha Corp. junto de Sanosuke.

Não teve tempo de preparar almoço naquele dia, então pretendia pegar o marido e a filha para realizarem a refeição no Mangekyou. Como Hime, e na ausência de Mikoto, era sua tarefa checar se tudo corria bem no restaurante também.

Já estavam acostumados com o lugar agora, todos os conheciam e Sano sabia exatamente onde ir para encontrar o pai. Ainda era um pouco desconfortável toda a atenção que recebia, principalmente toda a bajulação por ser a esposa do chefe, mas depois de tanto tempo convivendo com aquilo nem se importava mais.

– Deixa eu! – Sano exclamou ao entrarem no elevador. Ele sempre corria para poder apertar o botão do painel, e mais de uma vez acabou por apertar todos, achando divertido passear por todos os andares do prédio.

– Não se esqueça querido, se o papai estiver ocupado a gente espera do lado de fora da sala, ok? – Sakura falou em tom carinhoso, sabendo que assim que as portas se abrissem no andar, o pequeno dispararia a correr em direção a sala de Sasuke.

– Tá bom mamãe.

Enquanto via os números mudando a medida que os andares passavam, Sakura cantarolava uma música aleatória, que logo identificou como sendo a que costumava tocar no elevador. Sorrindo lembrou como o marido odiava e que por isso ela foi abolida.

– Tão mal-humorado – Falou consigo mesma, sorrindo.

Finalmente as portas do elevador se abriram no último andar, e mesmo tendo sido alertado anteriormente, Sanosuke correu em direção a sala do pai, passando direto pela mesa vazia de Izumi.

– Sanosuke! – Chamou alto, repreendendo o comportamento.

Entrou na sala do marido, torcendo para que não houvessem interrompido algo importante, e encontrou a mesa vazia, a grande cadeira desocupada. Olhou em volta e encontrou não apenas Sanosuke, como uma cena inusitada.

Madara estava sentado no sofá preto, no canto da sala, com Sarada cochilando nos braços. Sanosuke olhava a cena de perto, sorrindo para o tio-avô.

Madara-san? – Chamou incerta, se aproximando – Onde está Sasuke?

– Na reunião, mas acredito que já está para encerrar. – Com surpresa percebeu que a voz do Uchiha saiu baixa, como se para não acordar a pequena em seus braços.

– Pensei que ele deixaria Sarada no berçário.

– Aparentemente o berçário da Uchiha Corp. não atende todos os pré requisitos para receber a filha do Oyabun – Madara comentou com um traço de humor na voz.

– O senhor quer me passar ela? Não quero que se atrase para algum compromisso – Sugeriu estendendo os braços para receber a filha.

– Não é incomodo – Respondeu olhando para a pequena nos braços, mas mesmo assim entregando-a para a mãe – Já está tão grande. A última vez que a vi era apenas uma recém nascida.

– Que só nasceu no hospital com todo o conforto graças a sua ajuda. – Sakura sorriu agradecida, ajeitando a filha nos braços e sentando ao lado do Uchiha – Nunca conseguirei agradecer o suficiente.

– Fiz o que qualquer um do clã teria feito por sua Hime – Deu de ombros, levantando do sofá.

– Mesmo assim, o senhor me ajudou e serei eternamente agradecida – Insistiu ainda sorrindo. E o sorriso logo se alargou ao lembrar de uma oportunidade para, não apenas agradecer, como melhorar a relação de Madara com o resto do clã – E aproveitando a ocasião, peço que venha até nossa casa daqui à algumas semanas, faremos uma reunião com alguns amigos e será uma honra recebê-lo.

– Agradeço o convite mas…

– A mamãe vai fazer torta de tomates – Sanosuke falou de repente, parando em frente à Madara – Também vai ter churrasco e papai disse que posso nadar – Acrescentou empolgado, sorrindo radiante – Vamos, vai ser super legal!

Madara olhou o garotinho feliz, olhou para a Hime, que também sorria e por último para a pequena Sarada que ainda dormia tranquilamente.

– Vai ser realmente muito divertido, apreciaríamos muito a sua presença – Sakura reforçou e Sanosuke balançou a cabeça positivamente.

– Não quero incomodar, e sei que Oyabun-sama​ provavelmente não ficaria tão feliz assim com a minha presença – Buscou um argumento que julgava verdadeiro. Andava se desentendendo tanto com o líder do clã que duvidava que ele o que quisesse em sua casa.

– Se Sakura o convidou deveria ir – Os três olharam para porta aberta, vendo Sasuke parado assistindo a cena.

– Papai! – Sanosuke gritou e correu, se jogando nos braços do pai, que o pegou no colo.

Assustando com o grito do irmão, Sarada acordou resmungando, mas Sakura a distraiu antes que começasse a chorar. Logo a pequena também inclinava o corpo em direção ao pai e ao irmão.

– Viu? O senhor será muito bem vindo! – Sakura sorriu para Madara depois de passar Sarada para os braços de Sasuke.

•  •  •  •  •  •  •

Depois de um delicioso almoço em família, onde Sakura aproveitou para olhar como andavam as coisas no restaurante na ausência de Mikoto, seguiram até a Sharingan para uma tarde de reuniões para o Oyabun, e uma de treinamentos para Sakura e Sanosuke.

Sakura aos poucos já ia se acostumando com essa rotina, e aquela altura já começava a considerar a grande mansão tradicional japonesa como uma segunda casa. Ainda se perdia às vezes, quando estava sozinha, mas felizmente Sanosuke não tinha o mesmo problema. O pequeno já estava tão a vontade que nem se preocupava mais de ficar sempre de olho nele, sabia que qualquer um ali dentro daria a vida pela segurança de seu filho.

– Izumi me contou que vocês precisaram de mim! – Uma afobada Mikoto desceu as escadas principais com velocidade, os braços erguidos em direção a pequena Sarada – Acabamos de chegar, se eu soubesse! Com quem deixaram ela? – Perguntou enquanto pegava a neta e beijava a bochecha do neto.

– No final deu tudo certo, o papai super protetor levou a filha para trabalhar com ele – Sakura contou sorrindo, enquanto Sasuke ignorava a comoção e, depois de beijar as cabeças das três mulheres de sua vida com carinho, se afastou em direção a sala de reuniões, sendo seguido por Sanosuke, que seria deixado na sala de treinamentos no caminho.

– Sabia que ele teria dificuldades em desapegar um pouco dessa linda aqui. – A ex-Hime sorria para Sarada com adoração.

– Quero nem ver como vai ser quando ela crescer e começar a sair com as amigas, ou então com os namorados – Izumi entrou na conversa também, só agora alcançando as duas, já que Mikoto correu na frente ao ver a neta.

– Não quero nem pensar nisso! – Sakura riu, mas sabia que futuramente teria problemas com um pai super protetor e ciumento.

– Reunião das mulheres? – As três olharam para o topo da escada e viram Temari descendo.

– Quanto tempo! – Sakura exclamou feliz, se aproximando da amiga. Os dias que passaram juntas em Konoha fez com que ficassem realmente próximas – Como estão as coisas?

– Estão ótimas e pelo visto com você também – Falou observando a Hime sorridente a sua frente – Ser mãe é algo que você nasceu para fazer, está radiante.

Sakura sorriu agradecida e aceitou a filha, que aparentemente havia se cansado dos braços da avó.

– Então essa é a Sarada – Temari sorriu e estendeu a mão, passando pelos cabelos lisos da pequena, presos no alto com um lacinho – É a cara do pai.

– Novamente não tive sorte – Sakura fingiu estar chateada mas acabou rindo – Ela é linda que nem ele, não é minha princesa? – Falou com a filha, que soltou um gritinho empolgado em resposta.

– Genética Uchiha é uma coisa abençoada – A Nara pontuou divertida, mas sincera. Estar naquela mansão era estar cercada por uma aglomeração de homens e mulheres de tirar o fôlego. Entretanto, não trocaria seu marido preguiçoso por nada.

– Sim é – Concordou e então percebeu a filha bocejar – Acabamos de almoçar e acho que está na hora da soneca. Vou colocá-la na cama e já estarei pronta para o treinamento. – Comentou com Mikoto, pensando se iriam ter lições sobre a história do clã até a hora que teria que treinar com Kakashi.

– Hoje é comigo! – Izumi levantou a mão e Sakura olhou confusa, nunca havia treinado com ela antes – Me encontre na sala de tiros – Falou antes de sair junto de Temari, que aproveitaria a tarde de reuniões do irmão e do marido para participar dos treinos da Hime.

Enquanto andava para a parte de trás da mansão após deixar Sarada dormindo no quarto do Oyabun, Sakura pensava com certo nervosismo sobre o que treinaria a seguir. Enquanto grávida começou a ter aulas com Mikoto sobre o clã, conhecendo agora a hierarquia e os principais membros. Também conhecia os principais Oyabuns e sabia como se portar diante deles. Aprendeu sobre a história da Yakuza, as cerimônias, rituais e principalmente as regras – a maioria parecia absurda para ela, mas estava mantendo a mente aberta. Com a ex-Hime, também aprendeu a cuidar do jardim, do restaurante e delegar tarefas aos funcionários que serviam o clã. Quando não estava com um livro da faculdade nas mãos, estava com algum livro escrito a mão com tudo o que precisa aprender sobre a Sharingan. Estava sendo trabalhoso, mas percebeu que tudo aquilo era muito interessante.

Entretanto, só agora lembrou que ser membro de um clã da Yakuza, implicava em muito mais coisas do que apenas conhecimento, jardinagem e artes marciais.

Ao parar em frente a porta, podendo escutar o som abafado de tiros, se preparou para o próximo passo que teria que dar para dentro daquele mundo.

Abriu a porta com certo receio e desceu as escadas até abrir uma outra porta. Com curiosidade estudou o lugar, vendo que nada mais era que uma sala de tiros como já havia visto nos filmes. Uma parede de cabines brancas dividindo a sala do lugar onde ficavam os alvos de papéis. Em cada cabine havia óculos transparentes e protetores de ouvidos pendurados em um pequeno gancho. As paredes eram de tijolos e o chão de concreto, bem simples. Na parte de trás havia um balcão onde dois homens entregavam e recebiam as armas, assim como as munições. Sabia que ao lado, na parte de cima, ficava a sala onde todas as armas do clã ficavam armazenadas, e possivelmente existia uma abertura para que pudessem buscá-las sempre que necessário. 

Izumi estava de pé perto do balcão junto de Temari, e sorriu quando a viu entrar. Percebendo se tratar da Hime, os tiros imediatamente cessaram e todos os homens e funcionários que estavam no lugar fizeram uma mesura respeitosa, aguardando até que Sakura, um pouco sem graça, acenasse com a mão para que eles continuassem.

O barulho de tiros recomeçou e Izumi se aproximou, deixando Temari concentrada na tarefa de escolher com que arma atirar.

– Antes de iniciar a prática vou te passar algumas instruções e te apresentar para a arma que você vai manusear. – Falou enquanto a conduzia para uma sala no final do corredor de cabines, que Sakura não tinha notado até o momento.

Lá dentro o barulho de tiros voltava a ficar abafado e havia uma mesa e duas cadeiras. No centro, uma arma desmontada e o que parecia ser a munição.

As duas sentaram, uma de frente para a outra e logo Izumi começou a explicar para que servia cada objeto, enquanto montava a arma devagar para que a Hime entendesse todo o procedimento.

– Futuramente você vai ter que saber montar, desmontar e limpar suas próprias armas – Falou terminando de encaixar o pente – Como é seu primeiro contato com isso, vamos começar com essa arma aqui, mas depois você vai adquirir preferência por alguma, talvez de calibre mais alto.

Nesse momento Izumi entregou a arma na mão de Sakura, a incentivando a olhar os detalhes e tocar em todas as partes.

– Essa é uma pistola semi-automática, calibre 380 e de ação simples. Tem capacidade para 19 tiros e é com ela que você vai começar. – Finalizou a explicação, levantando e aguardando que Sakura fizesse o mesmo – Vamos? – Perguntou enquanto abria a porta e o barulho de disparos voltava a aumentar.

Mesmo não estando muito certa sobre isso, Sakura respirou fundo e seguiu a Uchiha para a sala de tiros. As duas pararam na cabine do meio onde Temari atirava, e Izumi aproveitou para comentar com Sakura sobre a postura e modo de manuseio da arma, ressaltando os pontos a que ela deveria ficar atenta. Após assistirem alguns disparos extremamente precisos as duas foram para a cabine ao lado, a Hime colocou os óculos e os protetores de ouvidos nos ombros para que pudesse entender o que era falado.

– Antes de qualquer coisa, confira se a arma está carregada. Transforme isso em um hábito! Você já deve ter visto Sasuke fazer isso o tempo todo, não é mesmo? – Izumi perguntou e Sakura lembrou de sempre ver o marido conferindo isso ao chegar em casa e antes de sair de manhã. Ele parecia sempre checar as travas antes de guardá-las em segurança por conta de Sanosuke – Para fazer isso é só repetir o que mostrei lá na sala – Um pouco atrapalhada e com dificuldade Sakura puxou o cartucho, conferindo se havia balas e voltando a encaixar na arma – Muito bom! Agora você vai segurar da forma correta. Sei que é por impulso mas nunca fique com o dedo no gatilho, é perigoso! Segure com a mão dominante… Seus dedos estão corretos, exatamente assim! – Foi instruindo, enquanto andava ao redor dela – Agora é destravar, e tente sempre lembrar de mirar para baixo ao fazer isso, para não correr o risco de atirar sem querer em alguém. Agora mire na direção do alvo, segure com a outra mão também porque ela vai te dar firmeza.

– Assim mesmo? – Sakura perguntou meio incerta, a arma tremia em sua mão mesmo que tentasse evitar.

– Sim, mas sua postura não está boa. Afaste as pernas, a direita um pouco mais para frente, você precisa de sustentação para aguentar o recuo. Exatamente! Agora você pode mirar de verdade, lá no fundo, naquele papel. – Izumi pareceu pensar um pouco e apertou um botão na lateral da cabine, trazendo o papel mais para perto – Acho que assim é melhor para sua primeira vez. Podemos tentar?

– Sim – Respondeu depois de um tempo, tentando fazer as mãos firmarem e pararem de tremer.

Izumi explicou sobre as miras, sobre como olhar e sobre respirar fundo antes de fazer o disparo. Corrigiu a altura dos braços de Sakura duas vezes, já que ela acabava abaixando sem querer, estava muito nervosa. Sentindo já ser o momento colocou os protetores nos ouvidos da Hime e se afastou para dar espaço.

Sakura tentava lembrar de todas as instruções e se acalmar. Respirou fundo, inspirando e expirando várias vezes. Fechou um olho, mordeu o lábio inferior e viu a mira tremer junto com sua mão, internamente se perguntando como Sasuke fazia aquilo parecer tão fácil. Lembrava do ataque à Uchiha Corp. e como ele atirou com tanta precisão que acertou os inimigos no meio da testa.

Mesmo ainda insegura colocou o dedo no vão do gatilho. Lembrando de continuar inspirando e expirando, e, assim como foi instruído, gradativamente foi apertando o gatilho até que a mão voltou a tremer e o dedo foi de uma vez. O disparo a fez se assustar e tombar para o lado, batendo o corpo na cabine e soltando a arma.

– Você está bem? – Izumi perguntou preocupada, tirando o protetor dos ouvidos de Sakura – Não se preocupe que a primeira vez é sempre estranha mesmo!

Sakura sentia o corpo todo tremer em nervosismo e nos seus olhos algumas lágrimas acumuladas, mas tentava se acalmar. Sabia que era completamente normal estar ansiosa sobre aquilo, mas tinha que se acostumar.

Queria ser boa naquilo como Temari, Izumi e até mesmo dona Mikoto.

Com motivação renovada, pegou a arma que havia caído no balcão da cabine e olhou para Izumi o mais decidida que conseguiu.

– Posso tentar mais uma vez? – Perguntou vendo que o tiro não chegou nem perto do papel.

Estava nervosa e até poderia dizer que assustada, mas não desistiria.

•  •  •  •  •  •  •

Sasuke saiu da sala junto de Itachi, Gaara e Shikamaru após mais uma reunião exaustiva sobre os ganhos da Sharingan no último mês, e o fornecimento de armamento para o clã de Suna. Estavam naquilo durante todo o dia e finalmente havia acabado. Os três reclamavam sobre horário e ele mesmo estaria irritado por conta da mesma coisa caso sua família não estivesse dormindo na sede aquela noite.

Se despediu deles, garantindo que no dia seguinte, quando a distribuição de narcóticos seria discutida, a reunião não se prolongaria tanto.

Passou pelo segurança designado para guardar a porta da suíte do Oyabun e entrou fazendo o máximo de silêncio possível, provavelmente todos já deviam estar dormindo. Desceu as escadas com cuidado e encontrou o ambiente parcialmente escuro, a única iluminação vinda da televisão quase sem volume ligada em um canal infantil. Em sua cama de casal Sanosuke dormia profundamente ocupando o máximo de espaço possível, enquanto no berço ao lado Sarada estava da mesma forma. Não estranhou a ausência de Sakura, agora que ela havia assumido de vez suas funções no clã não era de se surpreender que aproveitasse todo e qualquer oportunidade que surgia para aprender mais. Provavelmente havia esperado as crianças dormirem para acompanhar Mikoto em alguma função de Hime, como vinha fazendo com frequência até que aprendesse o suficiente para desempenhá-las sozinha.

Largou sua katana na poltrona perto da parede e foi até a mini geladeira ao lado pegar um pouco de água. Não estava cansado, então poderia ir comer alguma coisa ou procurar por sua esposa. Não era bom que ela se esforçasse tanto também, e já tomava o caminho da porta pensando em como persuadi-la a descansar. Deixou a garrafa agora vazia na mesinha mais próxima e olhou para onde seus pequenos dormiam. Era sempre inundado com uma calma sem igual quando perto deles. Amava sua família tanto que às vezes não sabia nem como agir mediante a tantos sentimentos.

Conferiu o horário e resolveu se mexer, antes que acabasse perdendo algumas horas apenas velando o sono deles, como já havia acontecido mais de uma vez. Passou pela cama, parando rapidamente para ajeitar o cobertor que Sanosuke sempre tirava enquanto dormia. Passou a mão carinhosamente nos cabelos bagunçados do filho e se afastou em direção ao berço. Sarada dormia como um anjo, tão delicada e perfeita, que não parecia ser real. Com cuidado checou a fralda e suspirou aliviado ao ver que estava limpa, ajeitou o corpinho dela em uma posição que julgou mais confortável e por fim saiu do quarto, deixando avisado ao segurança que ao sinal de menor barulho lá dentro gostaria de ser informado. Mesmo que estivesse com as imagens da babá eletrônica em seu celular não se sentia 100% seguro. Sakura havia feito o mesmo pedido momentos antes, mas gostava de estar com seus filhos o máximo de tempo possível e caso eles acordassem não exitaria em correr de volta para o quarto.

Naquele horário não havia muito movimento pelos corredores da sede, mas o Oyabun vez ou outra era reverenciado por algum segurança ou membro do clã que cruzava seu caminho.

Oyabun-sama, pensei que já estaria dormindo a uma hora dessas. – Kakashi parou assim que o viu, conferindo o relógio de pulso.

– Estou procurando minha esposa.

Hime-sama não está dormindo? – Estranhou parecendo pensativo – Será que ainda está na sala de treinamento? A deixei lá algumas horas atrás, ela disse que precisava praticar mais. Vivo dizendo que ela não deve se esforçar muito, mas ela parece tão empenhada. – Acrescentou vendo o rosto do Oyabun expressar seu descontentamento com a informação.

Sasuke resmungou e sem falar mais nada voltou a andar pelo corredor, dessa vez focado no caminho de onde era provável que sua esposa estivesse.

O corredor estava vazio a  não ser pelos seguranças pessoais da Hime parados na porta. Os dispensou e então entrou na sala de treinamento.

Sakura estava sozinha no meio do tatame. Apesar de não ter adversário ela realizava movimentos fluidos como se existisse um oponente à sua frente. Como Kakashi já havia comentado ela realmente tinha prática, apesar de não levar tão a sério anteriormente como seria obrigada a fazer agora, tinha uma base muito boa, e o Hatake apenas estava potencializando tudo isso durante os treinos.

Enquanto assistia ela treinar, retirava o paletó e a gravata, aproveitando para conferir a bela mulher com quem havia casado; os cabelos dela presos em um rabo de cavalo alto, o corpo já completamente recuperado da gravidez em um conjunto preto de academia, os pés descalços e o suor escorrendo pela pele branca, era uma visão muito agradável para ele. Arregaçou as mangas da camisa social branca e tirou os sapatos junto das meias, deixando meticulosamente organizados em um canto.

Sakura só percebeu sua aproximação ao virar e ter um golpe defendido com habilidade por ele, quase se desequilibrando em seguida, caso ele não a segurasse pela cintura.

– Sasuke? – Perguntou confusa, relaxando a posição e tentando acalmar a respiração. A franja bagunçada estava úmida pelo suor e ela tratou de tentar jogá-la para trás, sem sucesso. – Algum problema? – Como ele não respondeu, por reflexo, olhou para o pequeno aparelho no canto do tatame, a tela exibia o quarto escuro onde os filhos dormiam tranquilamente.

– Você já deveria estar dormindo – Foi a resposta dele, fazendo com que ela desse um sorriso culpado.

– Estou melhorando, e quero estar ainda melhor amanhã.

– Kakashi já foi, então está treinando sozinha, sem supervisão. – Ele falou se afastando um pouco e deixando os braços caírem ao lado de seu corpo antes de tencioná-los em posição de luta – Treine comigo.

Sakura sentiu o coração bater acelerado ao ver o marido fazer aquela proposta. Nunca imaginou que ele iria querer treinar com ela.

– Tem certeza? – Perguntou um pouco incerta, mas também afastando as pernas e levantando os braços, pronta para iniciar.

– Me ataque. – Foi o que ele respondeu, tão sério como sempre.

Mesmo que todo o conjunto da obra que era Uchiha Sasuke a intimidasse, Sakura respirou fundo e, com toda sua concentração, avançou em direção a ele.

Em frações de segundos Sasuke observou todo o corpo dela, os movimentos, calculando e, sem esforço algum, levantou o braço ao mesmo tempo que ela tentava atingi-lo com um chute alto. A perna dela estava na posição perfeita, e o impacto foi forte o suficiente, mas ainda faltava agilidade. Era lenta demais para alguém com um olhar tão treinado. Ela então jogou a perna para o chão e firmou antes de voltar com um soco, que foi prontamente aparado pela palma aberta da mão dele. Outros vieram em seguida, e sem esforço ele desviava ou defendia. Era muito alto então os golpes não chegavam perto do rosto dele, ainda mais ela estando descalça, mas a flexibilidade de sua esposa era muito boa, o que fazia os chutes serem altos o suficiente.

A cada leva de golpes ele comentava sobre alguma falha, indicando com instruções rápidas como deveria ser feito, e a obrigava a repetir até que concertasse. Seu marido estava se mostrando um treinador bem mais rígido que Kakashi, mas muito eficiente.

Uma sequência de golpes depois e ela se afastou ofegante. O suor deslizando pela lateral de seu rosto e pescoço, enquanto ele estava completamente composto, como se não houvesse feito esforço algum. Nem um fio do cabelo bagunçado fora do lugar habitual. Era frustrante!

– Não é justo, você só fica aí parado! – Protestou chateada.

Se ele realmente resolvesse revidar ela não teria chance alguma, mas ao mesmo tempo significava que ela não representava desafio, e isso a frustrava mais do que deveria.

Como esposa do Oyabun ela deveria ser forte. Ela assistiu Izumi e Temari treinando mais cedo, e queria ser como elas. Estava passando por todo aquele treinamento porque queria estar ao lado dele, havia escolhido aquele caminho. E acima de tudo, não queria parecer tão frágil ao lado dele, queria orgulha-lo. Mas se nem conseguia fazê-lo se esforçar, como alcançaria seu objetivo?

– Mais uma vez – A voz rouca dele comandou e ela respirou fundo antes de atacar novamente.

Foi tudo muito rápido. No momento em que sua perna atingiu o braço erguido dele, a outra mão segurou seu tornozelo com firmeza, puxando de uma vez, fazendo com que ela desequilibrasse e fosse ao chão.

Olhando aturdida para cima ela viu o brilho nos olhos dele, indicando que havia se divertido com aquilo. Ela conhecia muito bem o marido e sabia que ele adorava treinar, e provavelmente estava tendo bons momentos a vendo frustrada. Ele tinha o irritante costume de perturbá-la às vezes, apenas por achar que, nas palavras dele, ela ficava linda brava.

Com um bico nos lábios e os olhos estreitos na direção dele, ela deu uma conferida no quão sortuda era por ter um homem daquele. Já estava no chão mesmo, não podia fazer nada a não ser observar a vista. Começando pelo rosto sempre sério, másculo e bonito, e seguindo para baixo, vendo como a roupa social ficava perfeita nele, mesmo que a camisa sempre impecável estivesse amarrotada, ressaltando cada ponto, principalmente por ter alguns botões abertos. Por último, reparou que os pés descalços dele estavam próximo aos seus, e que ele nem parecia se atentar a tal fato. Sem conseguir se conter sorriu, o deixando claramente confuso, e antes que ele percebesse suas intenções, fechou as pernas com força, prendendo os tornozelos dele entre elas e, girando o corpo de uma vez, o fez perder o equilíbrio e ir ao chão.

O barulho do corpo grande e pesado dele batendo contra o tatame foi como música para os ouvidos dela. Seu sorriso não tinha como aumentar e se estivesse de pé teria protagonizado uma daquelas dancinhas da vitória vergonhosas, mas totalmente apropriadas para o momento.

– Mas que merda... ? – Ele grunhiu frustrado e ela sentou apenas para assisti-lo.

– Eu derrubei o Oyabun! – Cantarolou divertida e ele bufou descontente, passando as mãos pelos cabelos, mas sem se esforçar para levantar.

Sasuke estava irritado consigo mesmo pois, apesar do orgulho por sua esposa, havia a subestimado, achando que não representava desafio algum. Agora estava ali, caído no chão enquanto ela sorria e comemorava, como se houvesse derrotado toda a Tríade Chinesa sozinha.

– Viu, agora que você teve essa belíssima demonstração das minhas habilidades, você pode levar o treino um pouco mais a sério, não é mesmo? – Perguntou enquanto engatinhava até ele – Eu posso te vencer, AAH! – Gritou, como se estivesse executando um golpe, e se jogou por cima da barriga dele – Agora você não tem chances contra mim – E iniciou uma tentativa de cócegas, sentando no quadril dele antes que ele a tirasse de cima de seu corpo.

– Sério? – Ele arqueou a sobrancelha sem acreditar – Essa é sua técnica contra os inimigos?

– Bem, eu espero que eles sintam cócegas, porque você é um chato e não sente nada – Protestou frustrada, cutucando ele de todas as formas.

– E você? – Sasuke perguntou  inesperadamente retribuindo as cócegas. Ela começou a rir alto, se contorcendo tentando desviar das mãos dele, o obrigando a segura-la pela cintura.

E foi nessa brincadeira inocente que Sasuke percebeu o clima mudar.

Os olhos estreitaram percorrendo o corpo dela sentado sobre o seu, e repentinamente estava totalmente consciente de um exato ponto que era pressionado toda hora que ela se contorcia em risadas. Firmou melhor as mãos na cintura delicada, sentindo a pele nua sob suas mãos por conta da blusa curta que ela usava. Ela ainda se mantinha completamente alheia a mudança de atmosfera – a cada movimento dela sentia-se endurecer cada vez mais – e o movimento de deslizar suavemente o dedo na base da coluna dela, a unha curta raspando na pele macia, foi deliberadamente feito para que ela percebesse o que fazia com ele.

O sorriso que Sakura tinha nos lábios aos poucos foi diminuindo, o arrepio causado pelo carinho que ele fazia percorrendo seu corpo e por fim, ofegando surpresa, sentiu a excitação dele entre suas pernas.

– Oh – Foi o que ela sussurrou, sentindo o corpo todo esquentar, os pêlos se arrepiarem e tudo ao sul se contorcer.

Ele em resposta deu apenas um daqueles raros sorrisos de canto, carregado em malícia e que praticamente era capaz de proporcioná-la um orgasmo. As mãos na cintura dela se estreitaram, e olhando no fundo dos olhos verdes nublados, pressionou o corpo feminino para baixo enquanto erguia o próprio quadril.

O gemido dela ecoou pela sala vazia.

Sakura fechou os olhos em apreciação, mordendo o lábio inferior e inconscientemente movendo o quadril sobre o dele, desejando que não houvessem roupas impedindo um contato maior.

Ele repetiu o movimento e dessa vez ela manteve os olhos abertos, se inclinando para frente até encostar a testa na dele. Os olhos sem desviar do outro, e Sakura conseguia ver a luxúria nublar os olhos escuros e normalmente tão frios. Ousando um pouco ela mordeu levemente o lábio inferior dele, puxando entre seus dentes. Um grunhido rouco escapou pelos lábios entreabertos dele e então Sasuke a estava beijando duramente, as mãos antes na cintura agora em suas nádegas, apertando e empurrando para baixo à medida que o beijo se intensificava.

Ele gostava como o corpo dela se encaixava bem em suas mãos, como respondia bem ao seu e como os lábios dela eram doces. Podia passar horas apenas saboreando aquele sabor, mas necessitava de mais, assim como ela.

As mãos subiram pelo corpo delicado levando junto a blusa que ela usava, a deixando apenas com o sutiã simples, que logo tratou de tirar também. Ela voltou a sentar em seu quadril para facilitar o movimento, e ele a acompanhou, sentando com ela em seu colo e beijando o pescoço e subindo pela lateral do rosto, sem se importar com os cabelos rosados grudados por ali devido ao suor.

Sentiu as mãos dela se fecharem contra sua camisa social, e então tentarem abrir os botões, os dedos pequenos tremendo de antecipação. Na hora que deslizou as próprias mãos para os seios expostos, às enchendo com eles, apreciando a textura e sentindo o peso, Sakura gemeu alto, desconcentrando de sua tarefa. Continuou massageando, inclinando o rosto para que seus lábios roçassem na orelha dela, e com surpresa assistiu a esposa arrebentar o resto dos botões de sua camisa de uma vez, fazendo com que eles voassem para todo lado e seu peitoral ficasse visível para os olhos dela.

Apreciou como ela abriu completamente a camisa e contornou seu pescoço com os braços, pressionando seus seios entre os dois, a boca direto na sua em mais um beijo intenso.

O deixava fora de si assisti-la tomar o controle, deixando os pudores de lado. Suas mãos agora voltaram para as nádegas dela, apertando com certa força, sabendo que seus dedos ficariam marcados ali, mas que apenas ele teria o prazer de ver.

– Eu quero agora – Ela sussurrou manhosa, em meio a um gemido que o atingiu impiedosamente.

Não era lá o homem mais controlado nessa área mesmo, e com aquele pedido tão enlouquecedor, perdeu completamente o que restava de controle.

Com um impulso virou o corpo e a jogou de uma vez no tatame, fazendo questão de puxar o que prendia os cabelos rosados no alto da cabeça, os fazendo ficar soltos emoldurando seu rosto corado pela excitação.

Capturou os lábios dela e enquanto isso tirou com certa pressa o short esportivo junto da calcinha, o tecido quase arrebentando em suas mãos. Estava sem controle algum de sua força. Jogou o que restava da roupa dela para trás e voltou a mão para o corpo pequeno, entre as coxas grossas, testando com os dedos a umidade em excesso entre as dobras da intimidade. A outra mão foi até o zíper de sua calça social logo em seguida, e por fim abaixou a cueca, a pressa e excitação fazendo com que não se preocupasse em tirar toda a roupa.

Interrompeu o beijo apenas para olhar nos olhos dela, enquanto, em uma única e profunda estocada, entrava de uma vez.

Gemeram juntos envoltos em prazer.

Os pensamentos estavam nublados enquanto iniciava o movimento, já em um ritmo rápido e forte. Chocava os quadris contra os dela, com tanta força que fazia o corpo pequeno abaixo do seu deslizar pelo tatame, os seios balançando a cada estocada e vez ou outra aproveitando para sugar a ponta excitada, prendendo entre os dentes e se deliciando como ela se contorcia quando fazia isso. Os gemidos dela pareciam mais altos daquela vez por conta do silêncio naquela sala espaçosa, e isso fazia seu sangue ferver, e seu membro se contrair a cada vez que ela chamava por seu nome.

Escorregou as mãos até alcançar a cintura, sem pressa, investindo um pouco mais devagar até firmar o corpo pequeno e então, impulsionou ainda mais forte o quadril, tornando as estocadas mais intensas e os gritos de prazer dela mais altos.

Sakura amava como ele perdia a compostura naqueles momentos. Como o rosto sempre austero se modificava em pura luxúria, a expressão beirando a selvagem, se contorcendo em prazer a cada estocada. Ele era a visão mais erótica do universo aos olhos dela, e o melhor de tudo era saber que, por mais sem controle que ele se mostrasse naqueles momentos, ele a amava. .

Podia senti-lo aumentando e endurecendo mais. Os lábios masculinos agora percorrendo seu pescoço, marcando com mordidas que agora ela não se importava se ficariam visíveis depois. O hálito quente dele fazendo todos os pêlos se arrepiarem e o movimento continuo do corpo grande e musculoso contra o seu impulsionavam mais ainda o ponto máximo de seu prazer.

– Eu te amo tanto – Ela balbuciou jogando a cabeça para trás, sentindo tudo se contorcer e o prazer aumentar, o pênis dele atingindo fundo, com força enquanto os quadris se chocavam – Tanto.

– Minha, apenas minha – A voz dele estava tão rouca e ofegante, tão desprovidas da costumeira indiferença naquele momento, que ela sorriu feliz.

Os lábios já inchados procuraram o dele mais uma vez e perdidos em mais um beijos cheio de luxúria, atingiram juntos o ápice, os gemidos e grunhidos saindo sufocados.

Ofegante e satisfeito deitou no tatame, a puxando para seus braços, deixando um beijo testa dela com adoração, vendo ela se aconchegar e sorrir feliz. Os dedos deslizaram suavemente pelo corpo macio, alcançando o quadril e fazendo algumas cócegas, apenas para ouvi-la rir novamente, mesmo que sem fôlego.

Apesar de tudo, com Sakura em seus braços, era um homem feliz, e estava orgulhoso de tudo que sua esposa estava fazendo para ficar ao seu lado.

Era completamente apaixonado por aquela mulher, e sempre seria.

•  •  •  •  •  •  •

Sakura mal conseguia conter sua empolgação ao entrar em casa naquela manhã.

Jogou a bolsa no sofá, acariciou os gatos e correu até a sala de jantar onde sabia que sua família estava tomando café da manhã.

– Cheguei! – Anunciou sorridente, vendo os amores de sua vida sentados à mesa.

Com orgulho viu que Sasuke havia conseguido se virar bem sem ela na rotina da manhã. Sanosuke usava o uniforme direitinho e Sarada um vestidinho vermelho, combinando com o laço. Nota 10 para o papai!

– Oi mamãe, senti saudades! – Sanosuke falou, levantando o rostinho para receber um beijo da mãe em sua bochecha – Papai fez salada de frutas ‘pra gente, ‘tá muito gostoso.

Sakura terminava de olhar Sarada, quando reparou nas tigelas de conteúdo colorido em frente à eles. As frutas cortadas em cubos perfeitos, tão meticuloso como apenas ele poderia fazer.

– Hmm, parece ótimo! – Falou enquanto sentava em seu lugar e sorria para o marido, que parecia desconcertado com a situação – Eu voto em mais dias com papai preparando café da manhã, e vocês? – Perguntou divertida, erguendo a mão.

– Eu também! Eu também! – Sanosuke imediatamente ergue a sua, e Sarada, que não compreendia ainda o que acontecia, levantou os dois braços no ar, jogando um pouco de sua salada de frutas para trás, quase atingindo a parede.

– Vejo que existe um complô nessa casa, evidentemente estou em minoria – Sasuke resmungou, enquanto puxava Sarada para sentar em seu colo, tentando impedir que ela atirasse mais da comida pela sala – Quando Chiyo vai estar de volta?

– Está reclamando, mas está indo super bem. – Sakura elogiou, procurando a mão livre dele sobre a mesa e entrelaçando seus dedos – O melhor pai que os nossos filhos poderiam ter – Acrescentou sabendo que o marido ficaria sem reação, e adorava ver ele dessa forma. Parecia mais Sasuke e menos Oyabun.

– Hn – Outro resmungo enquanto ele desviava o olhar, não sabia lidar com essas coisas – O que foi fazer fora tão cedo? – Perguntou o que já estava ansioso por saber desde cedo, quando ela havia informado que iria sair sem dar mais explicações.

– Ah sim, terminem logo que já vou mostrar!

Extremamente curioso, Sasuke logo terminou sua refeição e ajudou a esposa a terminar de arrumar as crianças para iniciarem as tarefas do dia. Teriam que levar Sanosuke na escolinha e depois partiriam para a sede, já que Sakura não tinha aula naquele dia.

– Vejo que é algo bom, já que nem consegue conter sua empolgação – Comentou, vendo Sakura praticamente saltitar no lugar enquanto o elevador descia até a garagem.

Sakura apenas sorriu radiante em resposta e as portas do elevador se abriram. O segurança que os acompanhava saiu na frente, encontrando os outros três e juntos se posicionaram estrategicamente ao longo da garagem.

A família Uchiha andou até as vagas destinadas a cobertura, e com surpresa Sasuke percebeu um veículo diferente parado em uma delas, ao lado de seus carros esportivos e os blindados.

– De quem é esse carro? – Perguntou confuso enquanto trocava Sarada de braço e lançava um olhar inquisidor em direção ao segurança mais próximo.

Era uma espécie de minivan, compacta, na cor preta. Não parecia ser um veículo novo e destoava completamente dos outros carros.

– É meu! – Sakura exclamou empolgada, pulando para perto do carro.

– Eba, que legal mamãe! – Sanosuke comemorou já correndo para ver a novidade.

Por um segundo Sasuke achou que deixaria a filha cair. Olhava atônito da sorridente esposa para o carro ao lado dela.

Só podia ser alguma brincadeira.

– Mas você já tem um carro – Lembrou ao recuperar sua voz – Algo no rolls-royce te desagrada? – Perguntou olhando rapidamente para o veículo de luxo na vaga ao lado.

Havia providenciado um para Sakura logo após o casamento, tendo o cuidado inclusive de escolher um na cor branca, totalmente trabalhado em cores claras e madeira por dentro, para que se adequasse melhor aos gostos dela. Entretanto, parece que não foi o suficiente.

– Não, esse carro é seu, você comprou, com o seu dinheiro.

– Meu dinheiro é seu dinheiro. – Retrucou rapidamente. Sua confiança em Sakura era tanta, que haviam casado em comunhão total de bens.

– Eu ainda tenho que me acostumar com isso – Falou mais para si mesma do que com Sasuke, mas logo voltou a sorrir empolgada – De qualquer forma, recebi minha parte da venda da casa em Konoha, e pensei que seria uma boa ideia gastar com algo que me fizesse feliz, e venho namorado uma dessas já a um tempo! É ótima para quem tem filhos pequenos e planeja ter uma família grande, veja quantos lugares, também dá para converter em espaço para bagagem – Foi até a parte de trás, abrindo o porta malas mostrando os detalhes. Sano aproveitou para subir ali e começar a explorar a parte de dentro – Não é maravilhoso?

– Não me parece seguro – Comentou enquanto analisava o carro – Não parece novo… Sakura, esse carro é usado?

– Bem, a venda da casa foi dividida entre Ino e eu, e também não quis usar todo o dinheiro de uma vez, guardei uma parte para alguma emergência – Começou a se justificar, sabendo que as chances de Sasuke aprovar a compra diminuíram drasticamente – Não havia porque comprar um novo se esse estava em perfeito estado!

O Oyabun fechou os olhos, contando mentalmente até mil.

Sakura pretendia andar com seus filhos naquela lata velha, sem segurança, sem blindagem… Praticamente um alvo fácil para seus inimigos.

Só podia ser uma piada.

– Existe alguma chance de você devolvê-lo? – Perguntou ainda de olhos fechados, concentrando no movimento que Sarada fazia para mexer em seus cabelos para manter a calma – Consigo qualquer outro veículo que você quiser ainda hoje, é só me falar qual.

– Não quero outro, estou feliz com esse! Mesmo antes de casarmos eu já estava sonhando em comprar, não vou desistir dessa vez. Comprei com meu dinheiro, e vou ficar com ele! – Foi firme em sua decisão, sabendo que Sasuke faria caras e bocas, mas não a obrigaria a devolver, era um bom marido apesar de ser quem era.

– Tem certeza disso?

– Você já tem um carro com seguranças me seguindo para todos os lados, vou estar segura de todo jeito – Falou confiante – Eu não insistiria caso não me sentisse desconfortável de sempre circular por aí com segurança a nível presidencial. Tem momentos que apenas quero me sentir comum, com um carro comum, buscando meus filhos na escola ou chegando na faculdade, tudo bem comum. E não tem como fazer isso com um rolls-royce, um motorista e trezentos seguranças.

– Entendo – Sasuke disse por fim, suspirando e olhando resignado para a esposa – Deixe-me pelo menos mandá-lo para a revisão antes que você saía sozinha com nossos filhos nessa coisa. – Deu mais uma olhada desaprovadora para o carro, fazendo uma leve careta – E vou aumentar sua segurança. Dois carros escoltando de agora em diante.

– Ok, desde que sejam discretos, por mim tudo bem – Disse por fim – Mas agora que está tudo certo, podemos ir com ele hoje? – Perguntou voltando ao estado de empolgação – Vamos, vai ser legal! Como uma família normal, por favor!

– Vamos papai, vai ser divertido! – Sanosuke se juntou à mãe – Esse carro é super legal, dá ‘pra brincar de esconde-esconde!

Sasuke olhou de um para o outro, para Sarada, para os seguranças que claramente estavam compadecidos da situação do patrão, e por fim voltou a olhar Sakura – que sabia exatamente como ganhá-lo apenas com um olhar – acenando positivamente por fim e ouvindo gritos empolgados em seguida.

•  •  •  •  •  •  •

Enquanto seguia para mais uma sessão de treinamento com Izumi, Sakura pensava feliz sobre como seu dia estava sendo bom. Ver Sasuke dirigindo uma minivan, escutando música infantil e levando Sanosuke até a porta da escola após estacionarem, como qualquer pai comum, fez com que ela ganhasse o dia. Algumas fotos de um mal humorado Oyabun iam para o álbum com certeza.

Infelizmente nem tudo era perfeito e por mais que se dedicasse, não conseguia se sair bem nos treinos de tiro. Estava seguindo todas as dicas, mas sabia que enquanto não se sentisse totalmente confortável segurando uma arma, sua ansiedade não passaria.

Mas em momento nenhum de sua pacata vida imaginou que teria que desenvolver tal habilidade. Parecia tão errado, tão fora do seu normal, que simplesmente não conseguia se concentrar o suficiente.

Desceu as escadas e abriu a porta encontrando Izumi, que sorria confiante como em todos os outros dias. Temari não as estava acompanhando ultimamente, pois sua presença era requisitada nas inúmeras reuniões que a comitiva de Suna estava participando.

Assim como saber atirar e lutar, Sakura agora entendia a maior parte do que era discutido nelas. Sabia que a Sharingan destinaria uma porcentagem alta do último carregamento de armas para a Shukaku, e aproveitando, também acertaria os últimos detalhes sobre a comercialização de seus produtos – os mais variados tipos de drogas – nas noites da capital japonesa. E no futuro, de acordo com Mikoto, seria capaz de representar o Oyabun nesses encontros entre clãs quando fosse necessário.

– Pronta para mais um dia? – Izumi perguntou sorrindo – Tenho certeza que hoje você consegue acertar o papel.

– Você está sendo positiva demais – Sakura suspirou e se posicionou na cabine. A pequena tela da babá eletrônica deixada onde poderia ver e a arma já em suas mãos – Eu sou um desastre – Falou sincera enquanto montava a arma, conferindo a munição logo em seguida. De tanto realizar a tarefa já estava pegando o jeito, e agora ia praticamente no automático.

– Um pouco mais de treino e tenho certeza que você vai se sair melhor.

Sakura tentou absorver um pouco da positividade de Izumi, tentando se manter calma e concentrada. Deu uma última checada em Sarada na pequena tela, sentiu os protetores de ouvido serem colocados em sua cabeça e se posicionou.

Firmar a mira, não tremer a mão, fechar um olho, inspirar, expirar e soltar o dedo do gatilho com calma.

Assim que o barulho alto do disparo ecoou pela sala, Sakura assustou, quase deixando a arma cair, como quase sempre acontecia.

– Veja, um pouco mais para cima e acho que você consegue – Izumi opinou, vendo o buraco do tiro na parte inferior da parede, uns bons centímetros distante do papel com o alvo.

– De novo – Sakura falou imediatamente, sentindo a ansiedade atacar. As mãos começaram a suar frio e sabia que logo as lágrimas viriam.

O grande problema era a antecipação do disparo. Antes de apertar o gatilho pensava nas mil consequências que sua ação poderia ter. Naquele momento era apenas um barulho alto e alguns buracos na parede, mas futuramente seria o que decidiria entre a vida e a morte de uma pessoa. Era uma grande responsabilidade e no momento estava sendo demais para lidar.

Se posicionou e repetiu toda a sequência, tentando manter a mente limpa e a respiração regular.

Firmar a mira, não tremer a mão, fechar um olho, inspirar, expirar e soltar o dedo do gatilho com calma.

O barulho do disparo soou antes em sua mente, assim como a visão de alguém recebendo o tiro. Um alguém sem rosto, mas que foi gravemente ferido.

O susto foi o suficiente para se desequilibrar e acidentalmente disparar na direção errada.

Deixou a arma cair e manteve os olhos bem fechados por alguns segundos.

Não conseguia ouvir nada por conta dos protetores, sentia apenas o cheiro da pólvora.

– Está tudo bem? – Izumi perguntou aflita, retirando os protetores e ajudando a Hime se firmar nos próprios pés.

Só então Sakura abriu os olhos e observou o resultado de seu tiro desastrado.

Sasuke estava parado de pé na porta da sala, a expressão impassível e a cabeça inclinada apenas um pouco para o lado, e por isso era possível ver o buraco da bala na parede logo atrás.

– Oh, meu Deus, Sasuke! Você está bem? – Correu na direção do marido assim que se recuperou do choque.

– Sim – Ele respondeu tranquilo, como se não houvesse quase sido atingido por um tiro instantes antes.

– Me desculpe! – Pediu desesperada, não se contentando, e passando as mãos pelo rosto bonito dele, a procura de qualquer ferimento – Eu sou péssima nisso, você não deveria assistir isso – Falou envergonhada, balançando a cabeça.

– Izumi comentou que você está com dificuldades, e vejo que é verdade – Só agora, escutando sua voz, Sakura percebeu a presença de Mikoto – Será que posso ajudar?

– Não sei se vai adiantar Mikoto-san – Sakura suspirou deixando o marido em paz, depois de finalmente se convencer que ele estava bem – Sou um desastre, definitivamente não nasci para atirar.

– Bem, eu também não era muito boa nisso – A ex-Hime comentou tranquilamente enquanto prendia os cabelos e pegava os óculos de proteção da cabine ao lado da de Sakura – Mas é tudo questão de se concentrar e focar nos seus objetivos – Colocando o protetor de ouvido logo em seguida, pegou a própria arma que levava sempre na bolsa e, com um tiro certeiro, acertou o centro do alvo.

– Impressionante! – Sakura bateu palmas encantada – Será que algum dia vou conseguir algo assim? – Perguntou um pouco insegura – Ou pelo menos conseguir não quase assassinar meu marido?

– Mas é claro! – Mikoto respondeu sorrindo, deixando os equipamentos de lado e voltando a guardar a arma, já travada, na bolsa – Quando estava aprendendo eu também ficava nervosa, mas Fugaku me falou uma coisa que me fez entender bem o que significava aprender ou não a lidar com armas. – Ela fechou a expressão, em uma clara imitação do marido – “O que você vai fazer se alguém atentar contra a vida de nossos filhos? Saber manusear uma arma vai ser o que fará a diferença entre a vida e a morte deles” – Sorriu junto com Sakura e Izumi, por conta da imitação – Casada com quem você está casada, assumindo o posto de Hime, você vai ter que deixar seus medos de lado e enfrentar isso.

Silenciosamente Sasuke concordou, cruzando os braços e encostando na parede ao lado da porta para assistir. Não interferiria.

– Antes mesmo de colocar o dedo no gatilho eu já penso em mil coisas que podem acontecer depois – A atual Hime desabafou – Eu tenho medo das consequências.

– Isso é super compreensível – Izumi ponderou – Mikoto-san deve entender melhor, porque diferente dela eu já nasci nesse meio, praticamente com uma semi-automática na mão.

– Venha aqui querida – Mikoto a chamou e segurou seus ombros, ajudando-a a se posicionar na cabine – Vamos tentar novamente, acredito que o truque dos 20 segundos vai te ajudar – Ajudou a colocar os equipamentos e aguardou enquanto Sakura conferia a munição e destravava a arma – Respire fundo e limpe a mente de inseguranças. Segure firme, olhe bem para o alvo e por 20 segundos esqueça tudo ao seu redor. Mantenha os olhos no alvo e imagine que é alguém querendo fazer mal aos seus filhos. Você vai deixar? Você vai deixar que machuquem seus filhos? Pense em Sanosuke e em Sarada!

Sakura sentiu o protetor de ouvido ser colocado em sua cabeça, os sons automaticamente ficando abafados e tudo ao seu redor parecia em câmera lenta. Sentia o sangue correndo mais rápido em suas veias, as mãos suando frio e a respiração alterada.

“Você vai deixar? Você vai deixar que machuquem seus filhos? Pense em Sanosuke e em Sarada!”

A ideia de alguém machucando seus filhos era tão aterrorizante que Sakura sentia que não aguentaria caso fosse verdade. Aos poucos uma cena se materializava em sua frente, exatamente como aconteceu no ataque à Uchiha Corp., onde tentou mas falhou em proteger Sanosuke. Se não fosse Sasuke e Naruto ela nada poderia ter feito.

Mas ela não pode depender de outros o tempo todo. Se eles falharem ela tem que ser forte o suficiente para proteger seus entes queridos sozinha. Não apenas os filhos, como o marido que tanto ama.

Fechou os olhos, inspirou, expirou e ao abrir disparou com toda a firmeza que lhe faltou nos treinos anteriores.

A bala não acertou no centro do alvo, como as de Izumi e Mikoto, mas o buraco na parte superior direita do papel fez com que Sakura sorrisse extasiada.

Como dedicação e esforço, um passo de cada vez.

Ela não iria desistir.

•  •  •  •  •  •  •

O apartamento estava lotado, cheio de vida e alegria, assim como Sakura gostava. Suas amigas finalmente haviam mudado definitivamente para Konoha e, mesmo com muitos resmungos de Sasuke, organizou aquela reunião para comemorar.

– Então eu falei, é claro que vou querer uma festa de casamento com tudo o que tenho direito, não sou mulher de aceitar pouca coisa – Ino repetia pelo milésima vez a história de como havia feito Sai pedi-la em casamento – E ainda fiz o favor de levar ele na minha joalheria preferida, deveria estar mais que agradecido – Para enfatizar estendeu a mão no centro da roda de mulheres, ostentando sua enorme aliança de diamante.

Sakura terminava de servir mais saquê para Gaara e Shikamaru, quando escutou a campainha. Se os seguranças do hall de entrada autorizaram que subisse – tudo estava muito mais seguro após o incidente no dia do aniversário de Sanosuke – era alguém de confiança, por isso se aproximou com tranquilidade da porta de entrada enquanto um de seus seguranças a abria.

Com surpresa e alegria encontrou a figura séria e desconfiada de Madara entrando em sua casa. Por mais que o houvesse convidado, desejando sinceramente que comparecesse, não esperava que ele fosse aparecer. E aquilo era realmente uma grata surpresa.

Madara-san, seja bem-vindo! – Cumprimentou sorrindo, recebendo um leve aceno de cabeça em resposta – Entre, fique a vontade, todos já estão aqui! Temos alguns aperitivos muito gostosos e sakê.

– Não pretendo me estender muito por aqui – Como para enfatizar sua fala, olhou o relógio de pulso – Tenho um compromisso logo mais, mas resolvi passar por aqui antes, afinal, seria deselegante recusar um convite feito pela Hime.

– Com toda a certeza – Sasuke se aproximou dos dois, deslizando discretamente a mão ao redor da cintura da esposa – Bem vindo.

Madara apenas acenou em resposta e se afastou em direção à Fugaku e Mikoto.

– Que bom que ele veio! – Sakura nem conseguia conter sua empolgação, agarrando o braço do marido – Estou realmente muito feliz por recebê-lo aqui em casa! Talvez ele consiga se sentir mais confortável perto da gente agora.

– Não crie muitas expectativas, Madara é um homem machucado pela vida e por isso não mede suas grosserias – Sasuke alertou, preocupado com os sentimentos de sua Hime – Mas a vinda dele me é uma surpresa, e também tenho bons pressentimentos a respeito disso.

Os dois ficaram por um tempo, em silêncio, refletindo sobre Madara, até que um sorridente Naruto se aproximou com Boruto e Sarada nos braços.

– Olha só Teme, como ficam bonitos juntos – O loiro falou empolgado, mostrando os bebês completamente alheios a situação – Quando crescerem vão poder namorar, casar e olha só que legal, vamos ser da mesma família!

Tantos sentimentos passaram rapidamente pelo rosto na maioria das vezes indiferente de Sasuke, que Sakura até prendeu a respiração antes de ver o marido expressar nada menos do que o mais puro desgosto.

– Nunca – Esbravejou puxando a filha dos braços do Uzumaki – Mantenha seu filho longe de Sarada!

– Mas que egoísmo o seu! Poxa! Aposto que Sarada vai ser inteligente, forte, como qualquer Uchiha e, para completar o pacote, vai ser gata que nem a mãe – Piscou maroto para Sakura, que riu achando graça – Não pode privar meu menino de uma doçura dessas!

– Naruto, vou te dar cinco segundos para desaparecer – Sasuke entregou Sarada para Sakura, fechando os olhos em seguida, o corpo tenso – Começando agora!

– Opa! – O loiro fez uma careta e saiu em disparada com um sorridente Boruto nos braços, enquanto Sasuke ia atrás.

– Você vai ter problemas com esse papai ciumento, não é mesmo? – Sakura perguntou para Sarada, que soltou um gritinho estridente em resposta – Mas sei que vai conseguir contornar, porque de malvado só tem a cara quando se trata de você.

Ficou conversando e rindo com a filha até escutar alguém chamando seu nome.

– Sakura! – Tsunade conseguiu passar por algumas pessoas e chegar até a sobrinha – Quantas pessoas você conhece! Uns tipos bem estranhos – Abaixou a voz e indicou Gaara e Madara com a cabeça discretamente – Foi só ficar rica que nem consigo mais um tempo com você – Olhou para Sarada e abriu um sorriso – E nem com essa gracinha aqui! – Pegou a pequena nos braços.

– Sinto muito não estar tendo tempo suficiente para passar com você, e nem ajudar com a mudança para Tóquio – Sakura suspirou mostrando um pouco do cansaço – A faculdade vem consumindo muito do meu tempo, e é claro, tem as crianças e Sasuke também – Comentou, deixando de fora o fato de estar treinando técnicas de luta e tiro todos os dias após as aulas.

Tsunade ainda não sabia da existência da Yakuza e teria que pensar bem em como abordar o tema com ela. Já havia obtido autorização dos membros mais importantes do clã, e é claro, do Oyabun, mas tinha que ser cautelosa para que não violasse nenhuma das regras de confidencialidade da Sharingan.

– Ah querida, eu entendo – Tsunade sorriu compreensiva – Tenten está me ajudando com as coisas e você está se adaptando a toda essa vida nova, é normal se dedicar a isso agora. Só tome cuidado para não exagerar – A mão livre, que não carregava Sarada, foi ao rosto da mais nova com carinho – Você parece tão cansada.

– Estou me esforçando porque quero ser a melhor no que eu faço – Confidenciou com a voz baixa, admitindo sua vontade pela primeira vez. Entretanto, não falava sobre se tornar uma médica naquele momento, e sim sobre se tornar uma Hime digna de estar ao lado do melhor Oyabun que a Yakuza já teve.

– Tenho certeza que você vai alcançar seu objetivo, você é a pessoa mais dedicada e esforçada que eu conheço – Beijou a testa dela com carinho – Estou torcendo por você!

Sakura sentiu o coração se aquecer, emocionada com o apoio que recebia de Tsunade.

Estava recebendo tanto apoio, tanto carinho, que sentia que podia alcançar seu objetivo.

– Aoda e Fluffykins vão nadar também! – As duas escutaram a voz animada de Sanosuke anunciar e viram o pequeno Uchiha passar correndo pela sala, vestindo roupas de banho e com os dois gatos nos braços.. 

Logo em seguida o barulho de algo atingindo a água da piscina e miados altos se misturaram as risadas dos convidados.

A reunião estava acontecendo no andar de cima da cobertura, que tinha uma sala espaçosa e uma grande porta que levava para a piscina infinita. Sanosuke havia ido a loucura o dia todo com a possibilidade de pular na água

Sasuke e Itachi puderam ser vistos próximos à borda da piscina ajudando os felinos, que estavam desesperados tentando sair. O Oyabun repreendia Sanosuke, e tentava não molhar o terno, que mesmo em uma festa como aquela insistiu em usar.

– Vocês sabiam que dizem que o motivo para os gatos não gostarem de água é por se sentirem encurralados? Aparentemente a sensação dos pêlos molhados os deixam sem a agilidade costumeira e… – Sai presenteava um grupo de pessoas com um pouco de conhecimento não solicitado, quando Ino interceptou o noivo, o empurrando de terno e tudo dentro da água.

– Venha nadar comigo – Ela disse retirando o vestido e entrando na água logo em seguida.

– Guerra de água! – Naruto exclamou e empurrou Itachi, que era o que estava mais próximo direto para a piscina.

O Uchiha acidentalmente acabou por puxar Sasuke, que auxiliava um encharcado Aoda a sair da água, fazendo que o Oyabun entrasse com tudo na piscina.

Caso seu apartamento não estivesse lotado de pessoas que não sabiam sobre a Yakuza, Sasuke teria tirado suas armas e atirado nos infelizes responsáveis por aquela situação.

Entretanto, foi apenas Sanosuke entrar na piscina e Sakura aparecer com uma adorável Sarada vestida em um maiô cor de rosa com babadinhos, que o Oyabun foi obrigado a ignorar seus instintos e aproveitar aquele dia com sua família.

•  •  •  •  •  •  •

Sasuke despertou escutando a filha chorar através da babá eletrônica. Sakura dormia profundamente em seus braços, provavelmente cansada demais da festa. Com cuidado se desvencilhou dos braços dela e levantou da cama, vestindo uma camisa antes de sair do quarto em silêncio. A porta de Sanosuke estava entreaberta e ele parecia dormir confortavelmente em um emaranhado de cobertores e gatos, apenas um dos pézinhos pequenos dele para fora, caído ao lado da cama.

O choro de Sarada continuava, e ele sabia que provavelmente era fralda.

Entrou no quarto cor de rosa, acendendo a luz de canto, fazendo com que algumas estrelinhas iluminassem as paredes. Percebendo a presença do pai, a pequena diminuiu o choro e estendeu as mãozinhas na direção dele, que prontamente a pegou no colo. Como desconfiava, a fralda estava cheia.

Depois de tantas trocas já não encontrava dificuldade, apenas quando ela cismava em não parar as pernas quietas. Sorte que naquela noite ela parecia distraída o suficiente com o tubo de pomada e o deixou cumprir a tarefa com agilidade.

Limpa e pronta para voltar para o berço, Sarada não parecia disposta a se afastar do pai. Apertando o pescoço dele com os bracinhos e resmungando, ela se recusava a soltar e voltar à dormir.

– Durma, não acorde sua mãe – Sussurrou antes de beijar o topo da cabeça dela, a balançando um pouco desajeitado. Não era tão bom nessas coisas como Sakura.

Mesmo não sendo mais recém nascida ainda parecia tão pequena em seus braços.

Ficou por um tempo ali, balançando de um lado para outro, enquanto admirava a vista de uma Tóquio noturna pela grande janela do quarto da filha, e a escutava ressonar baixinho no seu ombro. Constatando que Sarada havia voltado a dormir, colocou com cuidado dentro do berço, perdendo alguns minutos apenas admirando como sua filha era linda, antes de apagar a luz e sair do quarto.

– Merda! – Xingou em voz alta, acendendo a luz do corredor logo em seguida.

Se estivesse armado teria puxado suas armas devido ao susto, já que, parado no corredor, estava um sonolento Sanosuke, abraçado em seu dinossauro de pelúcia e coçando os olhinhos verdes.

– O que faz acordado? – Sasuke perguntou sentindo a tensão diminuir..

Sanosuke pareceu pensar um pouco, olhando para os lados e torcendo as mãozinhas no tecido verde da pelúcia .

– Papai, você não me ama mais?

Sasuke arregalou os olhos, confuso, vendo os olhinhos do filho se encherem de água e um biquinho se formar nos lábios dele.

– Que ideia é essa Sanosuke? – Perguntou atônito, ajoelhando para ficar em uma altura próxima a do filho – Algo está te incomodando?

– É que… É que você só fica com minha irmãzinha agora, o tempo todo – Desabafou com voz de choro – Não brinca mais comigo e nem me dá beijinho de boa noite enquanto eu durmo.

O coração do Oyabun se apertou ao ver o filho chorando, realmente chateado por achar que não era amado pelo pai.

– Nunca ache que eu não te amo Sanosuke, porque eu… Eu te amo muito, você é meu filho querido – Puxou Sanosuke para seus braços, levantando com ele em seu colo. O rostinho dele enterrado em seu pescoço, ainda chorando – E eu amo você e sua irmã da mesma maneira, assim como a mãe de vocês também ama – Não era bom em verbalizar seus sentimentos, mas não deixaria seu filho achar que não era amado.

Amava Sanosuke mais que sua própria vida.

– Mas vocês não passam mais tanto tempo comigo – Protestou fungando e esfregando o narizinho na camisa do pai – Não gosto mais de ter uma irmãzinha.

– Não diga isso Sanosuke – Repreendeu com o máximo de delicadeza que conseguiu – Você é um irmão mais velho agora, e não pode decepcionar Sarada falando essas coisas.

– Ela vai ficar chateada? Eu não quero que ela fique chateada.

– Vai sim, e sua mãe também – Respondeu mantendo a voz baixa e calma – Agora olhe para mim – Aguardou até que tivesse aqueles olhos verdes tão parecidos com os de sua esposa olhando em sua direção – Sua irmã é muito pequena e frágil, precisa de atenção e cuidado, por isso pode parecer que passamos muito tempo com ela.

– Tem que cuidar e fazer carinho, não é mesmo papai? – Perguntou agora sem chorar.

– Sim – Um pouco desajeitado enxugou o resto das lágrimas que ainda estavam no rostinho do filho – Posso contar com você para me ajudar nessa tarefa? De cuidar e proteger sua irmã?

Sanosuke fungou mais uma vez, olhando para baixa como se pensasse, antes de levantar a cabeça, parecendo o mais decidido que uma criança tão pequena poderia parecer.

– Pode sim papai, eu prometo!

Sasuke então abraçou o filho, aspirando o cheirinho de pêssego característico dele e sentindo o coração voltar a bater tranquilamente, agora que toda a situação tinha se resolvido.

– Papai, posso dormir com você? – Sanosuke perguntou depois de um tempo em silêncio, abusando de sua carinha manhosa.

Sem alternativa, Sasuke entrou no quarto com o filho quase adormecido nos braços.

Sakura despertou com o barulho da porta, que bateu com um pouco mais de força que deveria. Mas assim que desviou os olhos da babá eletrônica – para onde olhava instintivamente sempre que acordava – vendo o marido acomodar o Sanosuke entre as cobertas, entendeu tudo. Alguém estava carente, e iria ganhar muito carinho e amor.

– Quer escutar uma história? – Sakura perguntou abrindo os braços para que Sano pudesse se aconchegar – Vou contar a dos Três Músicos! – Viu o filho sorrir e começou a narrar o que sabia de cor – Há muito tempo, três amigos se uniram em torno de uma paixão: a música. O mais corajoso...

Sasuke terminou de ajeitar o cobertor de modo que ficassem bem aquecidos e apoiou a cabeça no braço, assistindo enquanto a esposa contava mais uma de suas histórias para aquele que ensinou primeiro o imponente e intimidador Oyabun a ser um pai.


Notas Finais


[Editado às 01:08 do dia 20/06/2017: Sou muito lerda e esqueci que Tsunade e Jiraiya já se conheciam HAHAHAHAAH
Muito obrigada Paula por me lembrar! Já corrigi isso e espero que você perdoem essa autora desatenta, que por ficar tanto tempo sem atualizar esquece coisas da própria fic ):]

E agora Resiliência está oficialmente em reta final!
Não mais que quatro capítulos para acabar!
E com isso, no próximo capítulo, vamos iniciar a última fase da fic. :)
É muito estranho pensar sobre isso, gosto tanto de escrever sobre o Oyabun e sua Hime que tenho certeza que vai ser difícil desapegar. ):

Agora, sobre o capítulo de hoje, estou em uma relação de amor e ódio com ele.
Eu tinha um roteiro sobre tudo o que tinha que estar nele e estou feliz porque consegui incluir, apesar de ter ficado gigante. Entretanto, eu não consegui gostar dele, talvez por não ter conseguido colocar em palavras o que tinha imaginado. Sei que boa parte disso pode ser minha insegurança, mas de qualquer forma espero ter conseguido passar para vocês pelo menos um pouco desse inicio do treinamento da Sakura.

Na minha cabeça tinha ficado algo bem mais elaborado, mas como não estava conseguindo colocar isso em palavras, preferi deixar como apenas uma introdução mesmo ao (SPOILER) treino que ela vai realizar durante os anos. No próximo capítulo já posso adiantar que vai ter uma passagem de tempo de anos, e aí teremos a Sakura Hime de verdade. ❤

Ainda falando sobre o treinamento, achei legal deixar que as mulheres ajudassem a Sakura nesse momento, tanto Izumi quando Mikoto são exemplos para Sakura, e por ela ser tão gentil, quis deixar próximas à ela pessoas em quem se inspirar. É normal que alguém tão pacifica e amorzinho quanto a Sakura tenha dificuldade em se acostumar com tudo, e de alguma forma tentei fazer com que fosse algo sutil, já que não faria sentido ela ser a melhor nisso de uma hora para outra.

Pensei muito em colocar uma parte do treinamento dela com o Kakashi, mas não é algo que eu domine e mesmo as coisas mais simples eu estava com dificuldade de escrever, então realizei meu sonho (e de vários leitores, já que vi inclusive pedindo nos comentários) do Sasuke treinar um pouco com ela. Foi bem pouquinho, apenas uma amostra, mas achei legal ter um momento dos dois nessa correria que está sendo a vida deles. E bem, teve um hentai!

Gente, vocês que estão lendo e também escrevem, também tem dificuldade em escrever hentai depois de muito tempo? Juro, que difícil que foi para ele sair! Parece que eu desaprendi como faz. Até fui ler os meus hentais antigos e morri de vergonha HAHAHAHAH Parece que a falta de pudores que eu tinha lá, estava 100% presente ultimamente. Então não foi o melhor, mas meu coração (e o roteiro) queriam inclui-lo! Espero que não tenha ficado tão ruim :x

Falando sobre outros pontos do capítulo, infelizmente não teve como explorar mais personagens, já estava gigante demais, mas achei importante mostrar que o Madara está aos poucos voltando ao normal, e que por causa da Sakura o Sasuke vai ser mais compreensivo com ele. Foi uma forma de dar abertura para como o enredo dele vai se desenrolar nessa nova fase que está para começar.

Por último, eu sempre falei por aqui da minha dificuldade de escrever as cenas envolvendo o Sanosuke. Escrever sobre crianças, para mim, é algo complicado e sempre tenho medo de errar a mão. E em uma fic envolvendo algo tão pesado como a Yakuza, tenho que ficar atenta. Agora com a Sarada minhas preocupações vão ser dobradas, mas com o inicio e o finalzinho desse capítulo quis passar que apesar de toda a coisa da máfia, todo o dinheiro, são uma família normal, e que, como todos os pais, tem preocupações quanto à seus filhos. Eu tento escrever o Sano da melhor maneira possível, e mesmo não tendo filhos, imagino que uma criança poderia se sentir dessa forma ao ver os pais com a irmã mais nova. De qualquer forma, mesmo tendo essas dificuldades, eu adoro o Sano, e tenho muito orgulho de ter criado ele ❤

#GLOSSARIO

RCP: A reanimação cardiopulmonar (RCP) ou reanimação cardiorrespiratória (RCR) é um conjunto de manobras destinadas a garantir a oxigenação dos órgãos quando a circulação do sangue de uma pessoa para (parada cardiorrespiratória).

Wakagashira: É o segundo no comando de um clã da Yakuza, subordinado do Oyabun.

#IMAGENSDEREFERENCIA

Minivan da Sakura: http://68.media.tumblr.com/75110dad16149ddbb48542c6ba8e65e7/tumblr_orto56GFEP1vsy478o1_1280.jpg

Rolls-Royce da Sakura: http://68.media.tumblr.com/929ee09a9874089c3a80874b8d0e17ea/tumblr_orto56GFEP1vsy478o2_500.jpg

Cobertura do apartamento da família Uchiha: http://68.media.tumblr.com/9e0aac7290726acbd2cadc79fc4e17f6/tumblr_orto56GFEP1vsy478o3_1280.jpg

✩°̥࿐୨୧

E é isso! Peço desculpas por esse capítulo gigante, mas não consigo controlar a minha escrita! Espero que não tenham se incomodado tanto com isso!
Ah, e aproveito para lembrar que não faço mais atualizações semanais, então não tenho data prevista para voltar, maaas não devo demorar muito, já que os próximos capítulos estão bem adiantados, porque me empolguei para escrever o final várias vezes ao longo dos outros capítulos HAHAHAHA
Espero conseguir me organizar melhor, mas não vou prometer mais nada, já que tem sido muito complicado para mim cumprir.
Agradeço mais uma vez por acompanharem e por todo o carinho que sempre tem comigo, vocês são incríveis ❤

E antes de me despedir, queria apenas avisar para quem não tá sabendo ainda, que eu comecei uma fic nova UHUUL!
Estou escrevendo junto com um grupo de autoras maravilhosas e que eu gosto muito muito muito, paulalefebvre, Saku_Sasu_Sara, UchihaSpears, Icunha e Beatsko ❤
Vou deixar a sinopse e o link aqui para quem se interessar :)

Sinopse: END ZONE – linha delimitada entre o gol e a linha final, última zona, local onde marca-se o touchdown, local de glórias de muitos jogadores e times de Futebol Americano conceituados.
Dizem que todos nós estamos em busca da nossa “End zone” e que acabamos criando táticas ostensivas utilizando intensa força bruta para provarmos o quão bons somos realmente, outras vezes utilizamos táticas defensivas para aguentarmos os bloqueios, os empurrões e as trombadas... Ah, eu não falava de uma mera partida de futebol, me refiro ao jogo mais árduo e interessante chamado viver. Viver é comparado a um jogo de Futebol, onde o quarterback é você mesmo, e seus adversários são seus medos, inseguranças, ás perdas, os recomeços, os sonhos, as frustrações e que para chegarmos nela temos de cair e levantar inúmeras vezes, e acima de tudo, deixar de ser nosso próprio adversário. Sasuke Uchiha aprendeu em meio aos percalços que para ganhar o jogo da vida é necessário o trabalho em equipe, porque um quarterback sem uma boa ofensiva nunca marcará um Touchdown e nunca chegaria á sua End Zone!

É sasusaku, mas também tem vários outros casais. :)
Baseada na série One Tree Hill

https://spiritfanfics.com/historia/end-zone-9197335

Obrigada por lerem, tenham uma boa semana e até algum domingo não muito distante! :*


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