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História Resiliência - O Início do Fim


Escrita por: bolodebaunilha

Notas do Autor


QUANTO TEMPO ❤
Tudo bem com vocês? :)
Ainda tem alguém por aqui? *rindo de nervoso*

Muito tempo mesmo que não apareço, mas estou bem, estou viva e estou com saudades de atualizar Resiliência ❤

Antes de qualquer coisa tenho que pedir desculpas mais uma vez pela demora! Acabei demorando mais que o esperado por uma série de fatores, que vão desde bloqueios na escrita até trabalho e correria da vida. Queria muito ter mais tempo para me dedicar a escrita, mas infelizmente não ganho dinheiro com isso e ultimamente tenho tido pouco tempo livre por conta do trabalho. De qualquer forma, todo tempo livre que eu tive escrevi pelo menos um pouco, e de pouquinho em pouquinho eu fiz o capítulo de hoje. Queria de coração que ele fosse melhor, mais elaborado, mas depois de tanto tempo longe acho que perdi um pouco a mão, fora que é um capítulo de introdução para a última fase da fic, ou seja, não tem como ser nada muito mais emocionante. Apesar de ser simples, espero de coração que vocês gostem e que, pelo menos um pouquinho, tenha valido a pena a espera! ❤

Obrigada de coração aos 1.785 favoritos (meu Deus que tanto de genteeeeee ❤) e pela paciência comigo. Sei que não sou a melhor autora, me atrapalho toda para responder comentários e mensagens, fico desaparecida e faço notas gigantes, mas agradeço de verdade todo o carinho que vocês tem com a minha fic e comigo. ❤
Eu realmente não ando tendo tempo para nada (quem me conhece melhor sabe bem), mas tenho esperanças que assim que tiver mais tempo eu consiga me dedicar mais aos comentários! De qualquer forma, saibam que eu sou extremamente grata por cada um deles, leio com muito carinho e eles me motivam MUITO a continuar! ❤❤❤

Agora deixo vocês com o capítulo de hoje, que tem um nome que combina bem com essa nova fase, já que é realmente o inicio do fim de Resiliência.
Espero que vocês gostem ❤

OBS: Hentai a frente, então quem não gostar cuidado!

Capítulo 28 - O Início do Fim


Fanfic / Fanfiction Resiliência - O Início do Fim

Aquele fim de tarde quente na cidade de Honolulu, no Hawaii, não parecia incomodar aquele grupo de homens vestidos impecavelmente em ternos pretos. Seguiam confiantes pelos corredores de piso bem polido da luxuosa construção de aparência tradicional japonesa. O lugar se mantinha silencioso, não fosse o som das ondas batendo nas pedras e do canto dos exóticos pássaros da região. Todos que ali estavam observavam pelas frestas das portas de correr as duas figuras imponentes que vinham logo a frente daquela comitiva.

Conhecido por todos e muito temido, Uchiha Sasuke não parecia afetado pelo clima do lugar, vestido em seu terno feito sob medida e um sobretudo igualmente escuro por cima, onde nas costas ostentava com orgulho o símbolo do clã e os kanjis 親分, de Oyabun. Em sua cintura um cinto mais baixo do que o segurava sua calça, prendia a katana Kusanagi, companheira de toda a sua vida como membro da Yakuza. Uma de suas mãos segurava a bainha de maneira preguiçosa, enquanto a outra se mantinha de maneira possessiva na base da coluna da bela mulher que andava ao seu lado.  

Contrariando a figura submissa tão comumente associada com a imagem da esposa de um Oyabun, e contrastando com a figura grande e intimidante ao seu lado, Uchiha Sakura seguia lado a lado com aquele que era conhecido por ser o mais poderoso e impiedoso de todos que ocuparam anteriormente aquela posição. Mantendo a expressão neutra em seu rosto jovial e bonito, tinha a postura de uma verdadeira Hime. Um vestido branco ressaltava todas as suas curvas generosas, deixando a mostra as belas pernas. Mesmo que parecesse delicada e indefesa aos olhos dos desavisados, o olhar era atento, observando cada detalhe. E por baixo do sobretudo que usava, era tão indefesa quanto o marido que a conduzia orgulhoso até a sala onde o Oyabun encarregado do Hawaii os aguardava.

– Porra, espero que não demore, eu ‘tô derretendo! – Naruto comentou, colocando o rosto entre os dois e fazendo uma careta.

Sasuke se limitou a grunhir impaciente e Sakura sorriu levemente, gostando do comentário que aliviou momentaneamente o clima tenso antes que entrassem na sala. Naruto sempre conseguia quebrar o gelo, mesmo que a situação fosse séria.

Dois de seus seguranças abriram as portas de correr e apenas Sakura, Sasuke e Naruto entraram, antes que elas fossem fechadas às suas costas. O lugar lembrava muito a sala de reuniões que tinham na sede da Sharingan, mas menos luxuosa. A mesa comprida estava vazia, não fosse o homem magro de óculos escuros de armação redonda, vestindo o costumeiro terno, uniforme da Yakuza, e um sorriso tenso nos lábios. Atrás dele o que deveria ser seu Kobun e também mais um segurança.

Sasuke em meio a sua rápida avaliação do ambiente escutou Sakura suspirar ao perceber a expressão assassina nos rostos dos homens que cuidavam da segurança do Oyabun havaiano, mas isso não o incomodava. Mesmo dispensando seus seguranças, deixando que eles permanecessem do lado de fora da sala, não estava preocupado. O Uchiha não trataria de assuntos tão relevantes e sigilosos para a Yakuza na frente de outros que não fossem de sua mais elevada confiança. E naquela sala tinha como aliadas duas das pessoas que confiaria sua vida de olhos fechados.

Oyabun-sama – O homem se apressou em levantar e fazer a respeitosa mesura, mesmo que não fosse costume naquele país – Hime-sama – Repetiu o gesto com exagerado entusiasmo, dessa vez voltado para Sakura.

Sem dar qualquer sinal de simpatia, Sasuke afastou uma cadeira para que Sakura sentasse e depois sentou na que estava na cabeceira da mesa, tendo Naruto de pé logo atrás, já compenetrado em sua tarefa de proteger seu líder, tendo abandonado completamente a atitude brincalhona de anteriormente.

– A que devo a honra de tão agradável visita? – Perguntou o homem que era conhecido como chefe do clã daquela região. Seu nome era Ebisu, e apesar de ter nascido no Japão, poderia se passar tranquilamente por um havaiano, com sua pele bronzeada e sotaque.

A Yakuza era uma organização criminosa japonesa, mas que procurando expandir seu poder se espalhou pelo mundo. Obviamente que mesmo existindo todo um oceano e continentes os separando, ainda eram obrigados a responder ao clã que se provou ser o mais forte, a Sharingan. Assim como em outros lugares estrategicamente selecionados, a Yakuza desembarcou no Hawaii a princípio oferecendo novas propostas de negócios. Logo eliminou qualquer outra gangue criminosa que estivesse espalhada pelas ilhas e tomou conta, transformando-as em uma lucrativa rota de comércio ilegal. Muito do que negociavam passava por aquelas terras antes de chegar ao solo japonês.

E foi observando a defasagem nos números referentes ao lucro obtido com essas transações, que a Sharingan percebeu que algo estava errado. Seguindo o protocolo, um homem de confiança foi infiltrado entre o clã havaiano, colhendo informações e juntando provas. Vendo que a situação era insustentável, e que o responsável não era ninguém menos que o Oyabun daquele clã, Sasuke decidiu fazer aquela viagem pessoalmente, para resolver a situação de uma vez por todas.

Apenas observando a postura tensa do homem sentado do outro lado da mesa, podia dizer o quão nervoso ele estava sobre sua presença. Em circunstâncias normais, como uma reunião de negócios, teria avisado sobre sua chegada e realizado todo o protocolo de cortesias e bajulações que existiam entre os clãs – principalmente quando a Sharingan estava envolvida – mas estava contando com o elemento surpresa, para assim chegar facilmente a conclusão daquela situação ridícula, antes que qualquer prova das falcatruas pudesse ser escondida. Não estava com paciência para falsos floreios, sendo que não existiam dúvidas que havia muita sujeira naquelas ilhas.

– As pessoas tendem a acreditar que por sermos uma organização criminosa, com lucros vindos em grande maioria de fins ilegais, somos desleixados. Como uma gangue de rua que não está atenta a nada mais que praticar a violência desordenada – Sasuke começou a falar calmamente, observando o homem ficar mais inquieto a cada momento – Vendo todo o lucro e luxo que estar a frente de um clã pode proporcionar, podemos acabar… Como posso dizer? Deslumbrados? Sim… Deslumbrados e com a falsa sensação de sermos intocáveis em nosso posto de Oyabun. Mas veja bem, para que as coisas funcionem da maneira correta, como tem acontecido durante todo o tempo da nossa existência, existem regras e o mais importante, respeito entre os clãs.

Nessa hora já podia observar a pele bronzeada de Ebisu ficar gradativamente mais pálida. Um suor, que nada tinha relação com o calor natural daquele lugar, já cobria seu rosto e pescoço.

– Até mesmo eu, sendo quem sou, tenho que me manter atento à algumas coisas para que todos os clãs possam existir em paz – Comentou com tranquilidade, não vendo problema em falar que apesar de todo o poder que tinha em mãos, o conquistou por ter uma relação de respeito com os outros Oyabuns – E sempre atenta a isso, a Sharingan esteve observando algumas ocorrências suspeitas em nossos números. Mesmo existindo tantos outros clãs e Oyabuns por aí, não é aconselhável que se esqueçam que existe alguém olhando tudo que acontece.

Nessa hora Sasuke direcionou a Ebisu seu pior olhar, que fez imediatamente com que o homem começasse a tremer tanto, que os dentes batiam ruidosamente no silêncio tenso daquela sala. Era engraçado observar como um homem que estava a frente de uma máfia poderia ser reduzido a nada apenas com o olhar certo, da pessoa certa.

– E estivemos olhando para você Ebisu – Não escapou ao pobre homem a forma como seu nome foi proferido.

Mesmo que Uchiha Sasuke fosse conhecido por não usar sufixos respeitosos ou tratar os outros Oyabuns pelo título, lhe pareceu que naquele momento havia sido tratado como um civil qualquer, e não o líder daquele clã.

– Eu não sabia de nada disso, tenho certeza que é algum engano – Ebisu murmurou, o suor escorrendo pela lateral de seu rosto.

– Engano? – Sasuke perguntou, indiferente ao nervosismo do outro.

Na mesma hora estendeu a mão para o lado e recebeu de Sakura uma pasta de aparência simples, mas recheada com uma quantidade significativa de papéis.

Sob os olhos assustados de Ebisu, abriu e espalhou cópias dos documentos comprometedores por toda a mesa. Muitos números complexos por todos os lados, mas vários marcados em vermelho se repetiam mais do que o pobre Ebisu gostaria.

Naquele momento sabia que estava ferrado.

– Obviamente que antes de chegar até mim tudo foi analisado repetidas vezes por meus encarregados da contabilidade, tanto do clã quanto particular, afinal não quero cometer uma injustiça aqui – Fez uma pausa, observando como a coloração pálida da pele de Ebisu passou para uma esverdeada – E infelizmente para você, não foi difícil ver que algo estava terrivelmente errado por aqui.

Sempre foi considerado impiedoso, cruel e sem coração. Construiu sua reputação na máfia japonesa de modo que ninguém questionava o poder que possuía. E fazendo jus a isso, não costumava hesitar antes de eliminar qualquer problema que surgisse em seu caminho.

Mas isso era antes.

Mesmo que ainda não pudesse ser considerado nada menos daquilo que sempre foi chamado, tinha uma consciência atrelada a bela mulher sentada ao seu lado. Que com surpreendente boa vontade abraçou seu mundo, sendo tudo o que poderia ter desejado em uma Hime. Entretanto, mesmo sendo complacente com a maior parte do que acontecia no clã, também era a única responsável pelos cuidados adicionais que eram tomados em qualquer operação. Antes Sasuke correria diretamente para exterminar a fonte, seja o Oyabun ou todo o clã havaiano, mas agora analisava de forma mais minuciosa, evitando erros e perda de vidas inocentes.

Inocentes era um eufemismo, visto que naquele mundo ninguém tinha as mãos completamente limpas.

E foi por isso que junto com o pessoal que fazia o registro da movimentação financeira do clã, percebeu que aquele era um caso que exigia uma boa e velha limpeza proporcionada pelo Oyabun Uchiha em pessoa.

– Será que não podemos chegar a algum tipo de acordo? – Ebisu perguntou.

Não escapou aos olhos atentos de Sasuke a troca de olhares entre o homem e seu segurança, e imediatamente soube que o infeliz ia cometer algum ato imprudente. Já podia prever a bagunça que seria.

Não tinha paciência para aquelas coisas.

– Er… Pegue os documentos. – Mediante o silêncio do Uchiha, Ebisu gaguejou a ordem para o segurança, apontando com o dedo trêmulo os documentos espalhados na mesa.

O segurança era um homem robusto com o rosto cortado por uma grande cicatriz. Tinha uma expressão irritada, e parecia pronto para praticar algum tipo de violência. O tipo ideal para se ter ao lado, intimidando e usando os músculos quando ordenado, sem ser inteligente o suficiente para questionar ordens.

Sasuke era um homem grande. Era alto e tinha músculos definidos, mas o segurança conseguia ser maior que ele. Entretanto, não se sentiu ameaçado, apenas incomodado ao vê-lo se aproximar da cadeira de Sakura. Naquele momento sua mão direita inconscientemente procurou por sua semi-automática.

O tempo pareceu correr mais devagar, quando o grande segurança enfiou a mão no paletó ao invés de pegar os documentos espalhados pela mesa. Ebisu, também fez seu movimento, levantando da cadeira de uma vez, fazendo com que ela atingisse o chão ruidosamente.

– Você acha que pode chegar no meu clã fazendo acusações ridículas?! – Ele vociferou, perdendo momentaneamente o medo que sentia.

Por ter entendido a situação em que se encontrava, sabia que estava ferrado de todo jeito. Não era ingênuo de pensar que poderia escapar dessa impune. O Uchiha não tinha a fama que tinha à toa. Então não restava alternativa a não ser tentar fazer um movimento arriscado antes de encontrar seu fim. Com sorte levaria alguém junto antes de morrer.

– Mande seu segurança abaixar a arma e se afastar da minha mulher. – Sasuke falou sem levantar a voz, mas fazendo questão que ela saísse fria e carregada de todo seu ódio.

Alternava o olhar entre Ebisu e Sakura, que permanecia sentada em sua cadeira enquanto tinha a arma do segurança apontada para sua cabeça.

Não importava que já conseguisse prever o desfecho de toda aquela cena. O fato de ver sua esposa na mira de uma arma era capaz de fazer seu coração acelerar e um alerta soar em sua cabeça, com a necessidade de protegê-la. Podia sentir as mãos tremendo mediante a vontade de quebrar o pescoço do desgraçado que ousava ameaçar a vida dela.

Mas tentava se conter, pois diferente de quando começaram a se relacionar, ou até mesmo quando se casaram, aquela Sakura, apesar de ainda amorosa e doce, era capaz de se cuidar.

Ela se mantinha calma e olhando para Sasuke fixamente.

Depois de tantos anos, tanto treinamento, ela sabia como se comportar naquelas situações. Aprendeu com muito custo, muita força de vontade e perseverança, a não entrar em pânico quando na mira de uma arma. Mesmo que por dentro ainda existisse uma Sakura que sentia medo, por fora ela aprendeu com o melhor a vestir uma máscara e fingir que nada a afetava.

Logo havia aprendido que o lema “ter sentimentos é mostrar fraqueza, é dar armas para seu inimigo” não podia estar mais correto.

Durante os anos de treinamento, Sasuke a ensinou como esconder seus sentimentos antes tão expressivos. Ela ainda derrapava, vez ou outro, mas se dedicou de corpo e alma a se encaixar naquele mundo. Mesmo que seu coração bondoso encontrasse dificuldade em aceitar muitas coisas que via e fazia, ainda se sentia orgulhosa por ter crescido tanto.

E o mais importante de tudo, foi que Sasuke a ensinou uma técnica valiosa. Em toda sua experiência e amor por ela, ele sempre fez o possível para ajudá-la a se adaptar, respeitando suas limitações. E foi assim que ela aprendeu que, mesmo que a situação fosse a pior possível, devia olhar nos olhos dele fixamente, o tempo todo que fosse possível e então deixar a confiança nele sobrepujar o medo. Sakura sabia, olhando no fundo dos olhos ônix, que seu marido era seu porto seguro, assim como ela era o dele. E enquanto ele estivesse presente, nada aconteceria a ela.

– Junte essa merda e volte para seu clã! – Ebisu bateu os punhos na mesa, perdendo cada vez mais a cabeça.

Enquanto Ebisu gritava e gesticulava, o que deveria ser o Kobun dele se aproximava pelo outro lado da mesa, a arma apontada diretamente para Sasuke, apenas aguardando a ordem. Ele não parecia mais forte que o segurança, mas visto sua posição no clã não podia ser subestimado.

O Uchiha, ainda olhando fixamente para Sakura, suspirou e levantou a mão.

Na mesma hora Naruto tirou sua própria arma e mirou em Ebisu, fazendo com que ele soltasse uma exclamação e também se armasse. A mão tremendo tanto que o Uzumaki tinha sérias dúvidas se ele podia representar alguma ameaça real.

O segurança que mantinha Sakura sob sua mira, virou sua arma automaticamente na direção de Naruto, por cima do ombro da Hime, desejando proteger seu Oyabun. E foi nessa hora que Sasuke movimentou sua cabeça levemente, sabendo que sua esposa estava atenta aos seus movimentos.

Sakura inspirou e expirou, fez uma contagem silenciosa e então agarrou com as duas mãos o braço do segurança. Puxando de uma vez, com toda sua força bateu a mão dele três vezes na mesa, com uma violência que parecia ser impossível para alguém do seu tamanho. Surpreso ele abriu os dedos, largando a arma, e foi quando Sakura voltou o braço para trás, acertando o estômago dele com o cotovelo, e então subiu o punho fechado, acertando o queixo dele forte o suficiente para que a cabeça do homem fosse para trás e ele se desequilibrasse atordoado, sangue saindo de seus lábios cortados.

Naruto então aproveitou a comoção para atirar na cabeça do Kobun, enquanto Sasuke, friamente e tão rápido que ninguém foi capaz de acompanhar, retirava sua semi-automática e atirava uma única vez bem entre os olhos de Ebisu.

Apesar do sangue saindo de sua boca, o segurança sobrevivente tentou revidar e na mesma hora Sasuke, Naruto e Sakura – tirando sua própria arma da bolsa – atiraram. As balas dos dois primeiros acertando uma na cabeça e outra no coração, enquanto a de Sakura foi direto na barriga. Ela dificilmente atirava pensando em tirar uma vida, apesar de ter uma pontaria incrível.

– Você está bem? – Sasuke perguntou imediatamente, guardando sua arma e se aproximando de Sakura.

– Sim – Ela respondeu entre um suspiro, relaxando na cadeira.

Na hora a adrenalina tomava conta e ela deixava seus instintos guiarem, mas depois sempre se sentia meio esgotada, meio incomodada e precisando chegar em casa e assistir um filme fofinho, comendo sorvete e abraçando seus filhos.

Se sentir uma mulher normal depois de tudo aquilo era o que a deixava bem.

– Foi até rápido isso. O cara era um panaca! – Naruto comentou apontando com o polegar por cima do ombro, na direção do corpo de Ebisu – O que vamos fazer agora?

– Sakura vai para o hotel, enquanto a gente termina a limpeza e deixa um recado para quem ficar – Sasuke falava enquanto caminhava até a porta, batendo duas vezes até que seus seguranças, todos armados e olhando atentos para dentro da sala, entrassem.

Mesmo escutando os tiros não haviam entrado antes, por ordens do próprio Sasuke. Ebisu e seus homens não eram realmente uma ameaça, por isso nem se deu ao trabalho de pedir por ajuda. E no final estava certo.

– Levem Sakura para o hotel em segurança – Ordenou antes de beijar a cabeça dela com carinho.

Mesmo que não fosse um beijo nos lábios ou algo mais íntimo, ainda era algo realmente incomum ver o Oyabun em meio a demonstrações públicas de afeto. Entretanto ele sempre parecia mil vezes mais carinhoso e protetor depois que Sakura o acompanhava em alguma missão ou atividade referente ao clã.

Ela nunca falava em voz alta, mas achava incrivelmente fofo todo o cuidado que ele tinha com ela. Sabia que ele se preocupava com os sentimentos dela, com o que ela sentia em meio a tanta violência e desonestidade, mas ao mesmo tempo sabia que ele confiava nela da mesma forma que confiava em Naruto quando saiam em alguma missão. Ela batalhou muito para provar que era capaz, e Sasuke enxergava e valorizava isso orgulhosamente. Mas não deixava de ser o marido protetor que sempre foi.

Não importava se ela sabia se defender, lutar tão bem quanto ele ou atirava de maneira precisa, ainda era sua esposa amada.

•  •  •  •  •  •  • 

Para impedir que os membros do clã havaiano fugissem, todas as saídas foram bloqueadas. Assim que os tiros foram disparados na sala de reuniões e o rumor que Ebisu havia perdido a vida, o caos foi instaurado no lugar. Homens da Sharingan contendo os mais imprudentes, enquanto Sasuke dava algumas ordens para os seguranças que haviam ido até ele.

Por mais que ela fosse completamente capaz de se sair bem naquela situação, o Oyabun preferia que Sakura voltasse para o hotel, e por isso resolveu escolta-la pessoalmente até o carro, visto que as coisas ficaram mais violentas que o esperado. Não confiaria a segurança dela a ninguém mais.

Enquanto ela recolhia os papéis e conversava com Naruto, Sasuke retirou o paletó, a gravata e a camisa, e sacou sua kusanagi. Segurando o corpo sem vida de Ebisu pelos cabelos, desceu a lâmina afiada de uma vez rente ao pescoço dele, separando a cabeça do corpo, que caiu com um baque surdo no chão. Sangue logo se espalhou por todo o piso de madeira e o Uchiha reparou que um pouco havia respingado em seu corpo. Felizmente ele sempre antecipava isso, retirando suas roupas.

– Odeio quando você faz isso – Sakura resmungou, enrugando o nariz e evitando olhar para a cena.

Terminou de ajeitar seus pertences de volta na pasta e seguiu atrás do marido que andava em direção a porta.

– Com emoção ou sem emoção? – Naruto perguntou entre risadas ao ver Sasuke abrir a porta ainda carregando a cabeça – Acho que vai ser com emoção! – balançou a cabeça achando graça de como o Uchiha curtia seus momentos como Oyabun.

O clã estava silencioso, o corredor vazio se não fosse alguns homens da Sharingan. Sasuke andou sem pressa por ele, deixando um rastro de sangue, até alcançar o pátio que ficava no centro daquela mansão. Vários homens que estavam sob o comando de Ebisu se encontravam agrupados ali, acuados e desconfiados sob a mira das armas dos que eram comandados por Sasuke. Sem dispensar especial atenção a nenhum deles, o Oyabun Uchiha arremessou a cabeça de Ebisu no centro do pátio. Ela rolou algumas vezes até parar, o silêncio era tenso e todos olhavam sem reação para o rosto sem vida do Oyabun daquele clã.

Como se um botão tivesse sido apertado, todos se deram conta da gravidade da situação e reagiram ao mesmo tempo.

Sasuke empurrou Sakura para trás de seu corpo, sacando sua arma. Disparos começaram a ser feitos para todos os lados e, enquanto seus homens continham a grande maioria, alguns escaparam e seguiram atrás do Uchiha, que conduzia Sakura até a parte da frente da mansão. Ele atirou acertando alguns, mas logo teve que desviar de outros que vinham na intenção de um embate corpo a corpo. Sakura também atirava por cima do ombro do marido, assim como Naruto cobria os dois.

Ao virarem um corredor, Naruto foi atingido no rosto por um soco e um tiro passou de raspão por seu braço. Xingando ele disparou duas vezes na cabeça de seu agressor, enquanto se colocava à frente de Sakura, que agora recarregava sua arma. Assim que escutou o clique do pente, a Hime se preparou para ajudar o marido, que lutava desarmado com dois homens. Um deles retirou do paletó uma adaga e tentou cortar Sasuke, que desviou no último momento. Sakura aproveitou que a mão com a lâmina passou perto de seu corpo e agarrou o pulso do homem, torcendo com força para trás até que o barulho o osso estalando fosse ouvido. A adaga foi ao chão e ela atirou apenas uma vez no ombro do homem, fazendo ele cair no chão. O outro que ainda lutava com Sasuke tropeçou no corpo do companheiro, e esses segundos de distração foram suficiente para o Uchiha fechar as mãos no pescoço do homem, quebrando-o sem piedade.

Uma boa parte de seus seguranças que estavam no pátio surgiram pelo corredor e rodearam os três, os escoltando até a entrada da mansão, abatendo quem cruzasse o caminho deles.

– Eu sempre me ferro – Naruto resmungou, olhando o braço atingido vendo que apesar do sangue não era nada sério – Você podia ter esperado um pouco mais para fazer seu show, não é mesmo?

Sasuke apenas resmungou, não dando importância para o loiro e concentrando sua atenção totalmente no caminho seguro para Sakura, que parecia mais que aliviada de sair daquela confusão.

Do lado de fora tudo estava tranquilo, contrariando totalmente o que acontecia dentro daquelas paredes. O carro blindado já esperava, um motorista mantendo a porta aberta apenas aguardando a entrada da Hime. Sakura sorriu para o marido, limpando um pouco de sangue da bochecha dele e entrou no carro. Pela janela Sasuke se inclinou e roubou um discreto beijo da esposa, longe das vistas dos seus homens.

– Vou tentar não demorar – Garantiu escutando o barulho de uma explosão ao fundo da propriedade e xingando logo em seguida.

– Se cuida – Sakura pediu, sendo incapaz de não se preocupar com ele.

– Sempre – Ele respondeu levantando e batendo no teto do carro.

O veículo arrancou e ele esperou que ele sumisse na estrada antes de voltar para dentro da mansão. Queria terminar logo de limpar aquela sujeira toda.

•  •  •  •  •  •  • 

Sasuke entrou no avião particular da Sharingan já na parte da noite. Estava irritado, pois queria ter voltado para o hotel e descansado com Sakura antes de embarcarem, talvez até mesmo ter ido à praia que ela tanto queria visitar, mas a limpeza do clã havaiano demorou mais que o esperado. A sujeira que existia ali era maior do que pensava, e por não confiar em ninguém deixou poucos com vida para trás. Um verdadeiro massacre, mas não havia outra alternativa.

A cabeça de Ebisu foi fincada no pátio da sede do clã havaiano, deixando um recado bem claro para os sobreviventes, e agora duvidava que alguém ousasse algo similar novamente.  

Como não podia ficar e lidar com aquilo por conta própria, deixou Naruto no comando e um bom número de seus homens para trás também, para auxiliá-lo no que fosse preciso. O Uzumaki não reclamou, parecia até bem empolgado com o clima, as praias e disse que ia aproveitar a oportunidade para aprender a surfar. Mas Sasuke sabia que não podia demorar a mandar alguém para substituí-lo. Não podia ficar sem seu Kobun, e apesar de todo o bom humor, o loiro não desejava estar afastado de sua família por tanto tempo. Ainda mais agora que Hinata estava grávida novamente.

Por outro lado, o tranquilizava saber que o Uzumaki estava cobrindo suas costas. O Hawaii era extremamente necessário para a Yakuza, sendo o lugar onde a maioria das transações ilegais aconteciam, onde os carregamentos de armas e drogas passavam antes de ir para o Japão. Sem um clã bem estruturado ali a economia da máfia japonesa seria afetada, e as chances de chamarem a atenção da Interpol, por exemplo, eram maiores. E não importa quantos contatos tivesse para livrá-lo daquilo, seria uma dor de cabeça que não estava disposto a sentir.

– Já escovaram os dentes? – A voz tranquila de Sakura chamou sua atenção ao entrar no avião.

A encontrou sentada confortavelmente em uma das poltronas, com o computador no colo e já sem os sapatos, pronta para relaxar durante as muitas horas de viagem. Começou a se aproximar e então escutou as vozes que faziam seu coração quase explodir de tanto amor.

Sim! – Responderam as duas vozes infantis.

Enquanto seus seguranças se espalhavam pelo avião e os procedimentos para decolagem eram iniciados, Sasuke retirou o paletó e a gravata, colocando em uma das poltronas desocupadas, antes de ocupar o lugar ao lado da esposa. Quando a câmera capturou sua imagem, gritos empolgados ecoaram por todo o avião.

Sanosuke e Sarada disputavam espaço para aparecer na tela, acenando freneticamente tentando chamar a atenção do pai. Estavam adoráveis em seus pijamas e a saudade bateu forte ao ver aqueles que eram o motivo de sua existência.

Papai, papai! – Eles falavam ao mesmo tempo – Vovó me ajudou a fazer biscoitos! – Sarada tentou empurrar Sanosuke, com um sorriso gigante nos lábios, mostrando um pote com alguns dos doces, quase acertando o irmão e o computador ao fazê-lo – Tio Madara disse que sou o melhor do dojo! – Sanosuke também falou, estufando o peito orgulhoso – Saudades! – Falaram juntos por fim.

Sakura sorriu, completamente arrebatada pelo olhar cheio de amor que Sasuke dedicava aos seus filhos. Chegou um pouco para o lado, dando mais espaço para ele conversar com os dois, reconhecendo que já havia perdido completamente a atenção das crianças. Quando viajavam, Sasuke fazia questão de estar presente sempre que conversava com os pequenos a noite. Não perdia uma chamada de Skype, por mais importante que fosse o que estivesse fazendo – a vez em que interrompeu uma reunião com o primeiro ministro para conversar com Sarada, que não conseguia dormir, era uma história que Naruto amava contar. Mas por ele ser mais contido nas demonstrações de afeto, as crianças sempre ficavam exultantes quando tinham um pouco mais da atenção dele, querendo ser motivo de orgulho de um homem que sempre viam ser respeitado por todos.

E Sasuke podia não admitir em voz alta, mas Sakura sabia que ele adorava ser alvo do amor e admiração dos filhos. Mesmo sendo ocupado e sisudo, era irrepreensível como pai. Feroz como um leão para protegê-los, capaz de buscar uma estrela do céu caso fosse o que os filhos pedissem, e em suas limitações, era tão amoroso que aquecia o coração dela.

Sempre quando estavam na intimidade de sua casa, Sasuke baixava a guarda, tirava a máscara indiferente de Oyabun e se esforçava para mostrar todos os dias o quanto amava sua família. Nem em seus melhores sonhos Sakura poderia ter desejado um pai melhor para seus filhos, ou imaginado que aquele Sasuke que conheceu anos atrás se transformaria nele.

– Comportem-se e obedeçam seus avós – Sasuke falou depois de escutar com real interesse o quão emocionante foi a tarde de chá e biscoitos com as bonecas de Sarada e o quão melhor nos treinos Sanosuke estava.

– Amanhã logo chegará e vamos estar de volta! – Sakura acrescentou encostando a cabeça no ombro do marido, vendo o semblante sonolento dos mais novos – Durmam bem! – Soprou um beijo para a câmera.

Boa noite! – Os dois mais novos responderam ao mesmo tempo e a chamada foi encerrada.

Um silêncio confortável se estabeleceu entre os dois. Sakura mantinha a cabeça apoiada no ombro de Sasuke, enquanto ele atava o cinto dela e o próprio. A voz do piloto, anunciando a decolagem soou das caixas de som, e todos que estavam a bordo se acomodaram em seus lugares. Pela janela assistiram o avião ganhar altitude, deixando para trás a bela paisagem havaiana indo de encontro às nuvens.

– Uma pena que a gente não pôde ficar mais – Sakura comentou logo após um suspiro.

– Sim – Sasuke viu o sinal avisando que poderiam soltar os cintos e assim o fez – Mas teremos outras oportunidades.

– Tomara que sim, adoraria conhecer melhor o Hawaii, é tão bonito! – Comentou encantada – Sinto até um pouco de inveja do Naruto que vai ficar mais um pouco, mas também estou mais que ansiosa para voltar para casa.

– Também estou, mas algum dia, quando tivermos mais tempo livre, vou trazê-la aqui para ficar quanto tempo quiser – O Uchiha falou, apoiando a mão grande no joelho dela e fazendo um carinho.

– Eu vou adorar. – O sorriso dela valia a pena.

Se sentindo feliz e em paz por estar ao lado dela, Sasuke olhou rapidamente ao redor, vendo que ninguém prestava atenção aos dois. Com um movimento rápido pegou Sakura nos braços, como uma noiva e a carregou para os fundos do avião, onde existia uma suíte.

As risadas dela eram música para seus ouvidos, e elas apenas aumentaram quando a jogou na cama. As roupas que vestiam não demoraram a serem retiradas, ansiosos para terem mais contato com a pele nua um do outro. Sasuke não podia ter o suficiente de Sakura, amando a forma como ela retribuía seus toques com igual ousadia. A pele dela era suave ao toque, o corpo espetacular mesmo depois de duas gestações era perfeito aos seus olhos.

Sakura sentou estendendo as mãos e puxando o marido com urgência pelo rosto até unir os lábios aos dele, em um beijo apaixonado. Não havia motivos para pressa, mas os dois pareciam envolvidos em um fogo incontrolável, cheios de paixão enquanto se juntavam em um emaranhado de braços, pernas e amor. Sasuke ajoelhou na cama entre as pernas dela, uma mão agarrando a perna esquerda e colocando-a ao redor da sua cintura, enquanto a outra ia a sua nuca, repuxando levemente os cabelos rosados. Ela gemia baixo entre o beijo enquanto sem penetrá-la ele simulava o ato, o membro ereto e já dolorido esfregava entre as dobras macias do sexo extremamente úmido dela. A nenhum dos dois ocorria outra necessidade a não ser estar unidos o mais rápido possível.

Os lábios dele abandonaram de Sakura e desceram lentamente pela lateral do rosto até o pescoço, onde distribuiu os mais enlouquecedores beijos. A mão que ele mantinha em seus cabelos percorreu todo o caminho até chegar aos seios, alternando um carinho sensual nos dois montes que cabiam perfeitamente em suas mãos. Os lábios que estavam no pescoço, desceram lascivamente para logo trocaram de lugar com a mão, fazendo questão de chupar cada um dos mamilos com dedicação. O gosto da pele dela o deixava mais louco ainda, sentia que poderia se perder apenas com aquilo.

Sakura sentia-se tremer com a sensação daquelas mãos grandes e calejadas deslizando por todo seu corpo. Elas seriam mais suaves se ele fosse apenas o CEO que todos achavam que era, mas como Oyabun, acostumado aos treinos pesados e ao manejo da katana e outras armas, elas eram ásperas da forma mais prazerosa para ela. Com os lábios ele foi percorrendo cada curva delicada, cada ponto que sabia fazê-la perder a cabeça, e Sakura ofegou ao senti-lo entre suas pernas, o contato dos lábios e da língua dele em sua intimidade, vasculhando as dobras já muito molhadas, a deixou se contorcendo no colchão, as mãos torcendo o lençol. Quando achou que ia chegar ao limite, sentiu os lábios dele voltando a subir, passando pela barriga, pelos seios, o pescoço e por fim beijando furiosamente seus lábios. Os dedos longos dele se fecharam na carne farta de suas nádegas e por fim deslizaram até as coxas grossas, apertando de maneira possessiva e puxando-as ao redor de sua cintura com firmeza. O peso da ereção dele entre suas pernas a deixavam ansiosa, inconscientemente elevando os quadris tentando tê-lo dentro de si o mais rápido possível. Como se ele pudesse ler seus pensamentos, os desejos dela foram atendidos. Sakura ofegou e jogou a cabeça para trás, as unhas afundando nos largos ombros de Sasuke quando, levantando o rosto tão malditamente sério e sexy, ele empurrou o quadril de uma vez, em uma estocada profunda que a fez gritar tão alto que provavelmente todo o avião escutou.

Aquela expressão séria no rosto dele foi imediatamente substituída por uma de puro deleite. Sakura era secretamente obcecada por observar o rosto dele naqueles momentos. O prazer que sentia ao ver o cenho franzido, os olhos nublados, a boca entreaberta era tão grande que não conseguia desviar os olhos. O modo como os músculos se destacavam na pele já suada sob suas mãos a cada arremetida que o quadril dele dava, aumentava ainda mais o calor desenfreado que percorria seu corpo.

Se agarrava a ele com desespero, ansiosa para saciar tudo que sentia. As mãos dele a apertavam forte, mas ao mesmo tempo com carinho. Estavam se movendo juntos, os quadris se encontrando febrilmente, o barulho das peles se chocando a cada estocada ecoava pelo quarto vazio. Pelas várias janelas as únicas testemunhas eram as estrelas daquele céu noturno. Mas os olhos não se desviavam, ignorando tudo ao redor. Para Sasuke nada era mais perfeito que Sakura, a olhava com completa adoração, incapaz de parar suas mãos de percorrer o corpo dela abaixo do seu. Cada gemido dela parecia ir direto para o sul de seu corpo, o deixando cada vez mais perto do limite.

Já sem se segurar mais, puxou o rosto dela eu sua direção, segurando com firmeza pela nuca, e beijou os lábios dela com violência, bebendo dos gemidos manhosos. Firmando os joelhos na cama e com a mão livre elevou a perna dela mais alto ao seu redor, logo a outra soltou a nuca dela e fez o mesmo com a que ainda estava apoiada no colchão, sentindo-se apertado entre as coxas aumentou a velocidade que a penetrava. Sentindo-se cada vez mais perto, interrompeu o beijo e encostou sua testa na dela, que agora tinha os olhos fechados e a cabeça jogada para trás, enterrada no travesseiro.

– Olhe para mim – Grunhiu rouco e ofegante.

E o brilho dos olhos verdes dela foi sua perdição.

Levantou o corpo, apoiando o peso na perna dobrada e investiu com força mais algumas vezes antes de jogar a cabeça para trás e chamar alto pelo nome dela. Sakura encontrou junto a ele sua própria liberação, sentindo o membro dele aumentar, os jatos quentes lhe preencherem, o corpo musculoso tencionar sob suas mãos e por fim assisti-lo completamente tomado pelo prazer. Os gemidos finais se misturaram e por fim apenas os ofegos, a respiração entrecortada e o barulho dos beijos preguiçosos trocados ao final de toda a explosão de paixão que haviam acabado de viver.

•  •  •  •  •  •  • 

Enquanto o rolls-royce percorria as ruas de Tóquio, Sasuke analisava alguns documentos em seu tablet. Pelo canto do olho percebia Sakura ansiosa ao seu lado. Era sempre assim quando se fazia necessário que os dois ficassem longe das crianças. Mesmo tentando se atualizar com os assuntos da Uchiha Corp. e pensando no que tinha que resolver agora que estava de volta, não podia negar que estava tão ansioso quanto sua esposa para chegar logo em casa. Falar com Sanosuke e Sarada por Skype o fazia sentir tantas saudades, que mal podia esperar para tê-los em seus braços. Assistir os dois se empurrando, para ocupar mais espaço na tela ao falar com os pais toda noite, só fez a vontade de vê-los pessoalmente aumentar.

Sem tirar os olhos da tela pousou a mão direita no joelho de Sakura. Se sentia mais tranquilo quando ela ficava junto das crianças, mas atualmente não se via longe dela em momento algum. Não importava se era relacionado a Yakuza ou a empresa, sua esposa era uma extensão sua, sem segredos ou algo que não era compartilhado entre os dois. Atualmente o Oyabun não funcionava sem sua Hime, e ele não sentia vergonha alguma disso.

– Finalmente! – Ela exclama, chamando a atenção de Sasuke para a janela.

O carro agora ia em velocidade baixa pela rua arborizada em que moravam do bairro Denenchofu, passando pelas casas luxuosas. Ao final da rua já podia ver o grande e pesado portão, assim como alguns seguranças que ficavam na entrada, conferindo qualquer movimento ao redor da residência.

O muro alto contornava um largo quarteirão, abrigando uma das maiores propriedades da região. Logo na entrada, ao lado do portão, o símbolo da família foi pintado junto com os kanjis “うちは一族” logo abaixo. Havia uma faixa de vidro blindado, que dividia a guarita da rua, e dentro ficavam homens responsáveis por conferir no sistema de alta tecnologia as placas dos carros que entravam, ou até mesmo os que passavam pela rua. Todos que entravam também tinham que mostrar suas identificações, mesmo que esse fosse o seu motorista de tantos anos.

Enquanto aguardava a verificação – que também incluía um cão farejando ao redor e um instrumento com espelho para observar a parte de baixo do carro – Sasuke desligava o tablet e voltava sua atenção totalmente para a esposa.

Sakura já sorria, mexendo as mãos inquietas.

Normalmente apenas por ser seu carro não precisava de passar por uma inspeção tão rigorosa, assim como acontecia com o veículo de Sakura. Abaixar o vidro da janela já era o suficiente para que a entrada fosse autorizada. Entretanto, deixou recomendado que enquanto estivesse fora a segurança fosse triplicada, por conta de seus filhos, sem exceções. E apesar da ansiedade para entrar logo em casa aprovou o cuidado que sua equipe estava tendo.

Assim que a entrada foi autorizada, o grande portão abriu automaticamente, rangendo com o peso. O motorista aguardou até que estivesse completamente aberto e acelerou pela estrada que levava para dentro dos muros.

O terreno foi escolhido por Sakura, que havia se apaixonado pelo bairro tranquilo e pelo pequeno lago que cortava a propriedade ao meio. Os muros altos e o portão absurdamente pesado foi algo que não podia abrir mão. Depois de tanto tempo morando naquela cobertura extremamente segura, se sentia vulnerável tão perto do chão.

Um caminho de árvores “sakura” ocupava todo o lado da frente do terreno, de um dos lados existia uma piscina e do outro um parquinho para as crianças. O gramado era verde em todo o lugar, menos na estrada que levava até a ponte de madeira, que foi por onde o carro passou para chegar até os fundos da propriedade, onde a mansão se encontrava.

Era bom ver sua casa depois de dias fora. A construção de três andares tinha ao mesmo tempo uma aparência moderna, mas que também lembrava a arquitetura de antigas construções tradicionais japonesas. O primeiro andar todo em pedra e nos outros dois as paredes brancas com detalhes em madeira escura. Era realmente muito bonita, e lembrava com carinho como Sakura chorou emocionada a primeira vez que a viu pronta.

O carro parou próximo a garagem e logo a porta foi aberta ao seu lado. Saiu fechando o botão de seu paletó e estendeu a mão para Sakura, que a segurou sorridente. Não conseguiu se manter sério diante daquele sorriso e, enquanto a bagagem era levada para dentro da casa, os dois caminharam até a entrada de mãos dadas.

Sasuke empurrou a grande porta de madeira, revelando a sala espaçosa de cores sóbrias. A grande televisão sobre a lareira acesa estava ligada. As portas que davam para a cozinha e sala de jantar estavam abertas, fazendo o ar fresco circular, e apesar dos tons escuros da decoração e dos móveis, ainda era um local aconchegante e iluminado, graças às grandes janelas que davam para um lindo jardim tradicional japonês.

– MAMÃE, PAPAI – Foi a primeira coisa que escutaram ao entrar em casa.

Sakura imediatamente ajoelhou para receber o abraço, que ela dizia, e Sasuke podia confirmar, ser um dos mais gostosos do mundo. Sarada grudou imediatamente na mãe, os braços e as pernas contornando o corpo dela, mostrando toda a saudade que sentiu.

– O Sano quebrou aquele negócio de vidro esquisito no escritório do papai! – Foi a segunda coisa que escutaram.

O casal Uchiha se olhou por um momento, suspirando logo em seguida.

Nenhuma novidade até então.

– E o que ele estava fazendo no escritório? – Sakura perguntou pacientemente olhando de Sarada para Sano, que vinha correndo em direção ao pai para um abraço.

Por entre os braços de Sasuke ele fez uma careta.

– Eu falei mamãe, falei com ele que não podia brincar lá – Sarada estava apoiada na cintura da mãe, enquanto mexia as mãozinhas explicando – Mas ele não me escuta, ninguém me escuta nessa casa!

– Não é verdade! – Sanosuke protestou, virando dessa vez para Sasuke, fazendo uma expressão que já havia aprendido ser o ponto fraco do pai – Eu escutei quebrando, então a Sarada chorou e eu fui ver o que era, pensei que ela tinha machucado e aí ela disse para Chiyo-san que tinha sido eu! – Contou sua versão extremamente indignado.

Aparentemente o assunto já estava sendo discutido há algum tempo.

Sasuke passou a mão pelos cabelos rebeldes do filho, e depois aceitou Sarada nos braços, abraçando a filha com força, ao mesmo tempo que Sano ia receber o abraço de Sakura e alguns beijos.

Quando as duas crianças já estavam no chão, Sasuke olhou de um para outro, refletindo brevemente sobre a situação. Queria resolver logo para tirar a roupa incomoda e ficar confortável com sua família, e conflitos como aquele já eram tão rotineiros que estava mais que acostumado.

– O escritório tem câmera, então sugiro que o responsável se apresente antes que eu tenha que ir lá conferir – Falou casualmente, observando atentamente a reação dos pequenos.

No mesmo instante a expressão de Sarada passou para horrorizada e a de Sanosuke para preocupada, olhando em direção a irmã. Eles podiam estar discutindo e se acusando, mas Sasuke sempre ficava orgulhoso de como Sanosuke se preocupava com a irmã. Não duvidava que ao final de tudo ele assumisse a autoria apenas para não a ver encrencada, como já havia acontecido tantas outras vezes.

– Sabe papai, aquele negócio era muito feio… Muito mesmo! Ficou bem melhor sem nada lá, vem ver só! – Sarada começou a falar, puxando Sasuke pela mão.

Os dois sumiram pela escada, com a voz de Sarada narrando as vantagens de não ter mais um enfeite extremamente caro, e como alguns unicórnios definitivamente seriam a melhor opção para ocupar o lugar vago.

Sakura então abaixou para beijar a bochecha de Sano, não tendo mais tanta disposição para ficar levantando-o no colo. Seu menininho já estava tão grande!

– Senti tantas saudades – Beijou mais algumas vezes as bochechas que já não eram tão gordinhas e rosadas como antes – Te amo muito!

– Também te amo mãe – Ele respondeu fazendo algumas caretas para os beijos.

Já era um rapazinho de dez anos de idade, cada dia mais parecido com o pai. Ao longo dos anos vinha se preparando para lidar com seu filho não ser mais um bebê, que gostava de ficar o tempo todo junto em meio aos carinhos, mas a cada atitude independente dele o coração dela ficava mais apertado. Logo ele não ia querer mais abraços ou beijos. E não responder aos “eu te amo” então, torcia para que demorasse a chegar o momento.

– O que vai querer para o almoço? – Perguntou enquanto cumprimentava Fluffykins e Aoda, que surgiram preguiçosamente de trás do sofá.

– Qualquer coisa ‘tá bom – Sano respondeu já caminhando para o sofá, onde o controle do video game aguardava. O jogo pausado na televisão era um dos muitos que Sasuke comprava para ele sempre que tinha chance. Não era incomum encontrar pai e filho entretidos em lutas virtuais.

Sakura ficou de pé e sorriu para o filho, começou a caminhar em direção as escadas já pensando no banho relaxante que tomaria. Colocaria uma roupa confortável antes de começar a fazer o almoço. Podia ser a senhora Uchiha, a Hime do clã e uma das mulheres mais ricas do Japão, mas não abria mão de preparar as refeições para sua família sempre que tinha tempo.

No caminho recolheu alguns brinquedos espalhados no chão. Tentava equilibrar-los nas mãos enquanto subia as escadas, quando Sarada passou, descendo empolgada.

– Não corra na escada! – Alertou enquanto parava para assistir a filha terminar de descer os degraus.

– Tá! – Ela respondeu sem dar realmente atenção, chegando com segurança até a sala – Sano, vamos brincar! – Exigiu mais que perguntou.

Sakura sorriu mais uma vez, escutando o filho mais velho resmungar por ter que pausar o jogo e voltou a subir as escadas. Deixou o que tinha em mãos no primeiro quarto e voltou a andar pelo corredor com várias portas em ambos os lados, chegando por fim até a dupla no final. Ao abrir encontrou as malas em um canto e o terno de Sasuke jogado de maneira desleixada na cama de casal. Normalmente ele era mais organizado, mas ela reconhecia o tanto que ele estava desejando esse banho depois de tantas horas de viagem.

O barulho do chuveiro informou onde o marido estava, e tirando as próprias roupas resolveu se juntar a ele.

•  •  •  •  •  •  • 

– Entendo, se for sua vontade partirei imediatamente para o Hawaii – Madara falou, colocando a xícara de chá vazia na mesa.

– Acredito que posso contar com sua experiência para colocar aquele clã de volta nos trilhos e achar um novo Oyabun – Sasuke comentou enquanto analisava os documentos entregues por Madara ao chegar, e que eram referentes a tudo que aconteceu na Sharingan durante sua ausência.

Finalmente, depois de anos de luto e tormenta, Uchiha Madara estava totalmente apto a desempenhar o papel que sua posição no clã exigia. Ele era o Wakagashira, aquele que gerenciava o clã e tomava conta na ausência do Oyabun – função que Itachi assumiu temporariamente. Anos atrás era impensável para Sasuke deixar algo sob a responsabilidade do seu quebrado tio, mas felizmente ele havia se reerguido, e era agora de total confiança. A pessoa perfeita para deixar no comando do clã havaiano até que um novo Oyabun fosse escolhido.

– Se o senhor me der licença, irei me preparar para a viagem – O Uchiha mais velho levantou da cadeira e fez uma mesura respeitosa.

– Me mantenha informado sobre tudo – Sasuke exigiu, seguindo Madara pela porta do escritório.

A casa cheirava deliciosamente bem, indicando que Sakura estava empenhada no preparativo do almoço. No andar de baixo o barulho da televisão dividia espaço com risadas e vozes das crianças. Sasuke amava estar em casa, e mesmo que precisasse se inteirar de tudo que aconteceu em seu clã enquanto esteve fora, preferia fazê-lo em seu escritório particular, do que ter que largar todo aquele conforto e familiaridade para ir até a sede.

– Fica para o almoço? – Perguntou enquanto desciam as escadas.

Na televisão algum desenho passava, mas os que deveriam estar assistindo corriam pela sala, em volta do sofá. A porta de correr da varanda estava aberta, e uma agradável brisa soprava as cortinas. No chão havia uma bagunça de brinquedos e gatos espalhados, mas não o incomodava. A casa estar bagunçada significava que havia vida ali, e que possuía duas crianças saudáveis e felizes.

– Agradeço, mas não – Madara respondeu, parando assim que as crianças correram para abraçá-lo.

Ele sempre ficava sem jeito nesses momentos, vendo os pequenos grudados em suas pernas. Mas inevitavelmente bagunçava os cabelos deles em retorno ao cumprimento carinhoso.

– Tio Madara, vamos treinar hoje? – Sanosuke perguntou, quando Sarada dispersou facilmente a atenção do mais velho para um Aoda que havia passado por ali.

– Não, estava em reunião com seu pai – Madara não era de demonstrações de afeto, mas sempre ao lado de Sanosuke parecia menos rabugento.

– Amanhã então? – O mais novo perguntou esperançoso. Desejava continuar sendo melhor do dojo do clã e ficar tão forte quanto seu pai.

Assim como Sakura, no início Sanosuke era treinado apenas por Kakashi, mas Madara encontrou no treinamento do Uchiha mais novo uma inusitada forma de terapia. Seus filhos já eram mais velhos e não possuía netos, então acabou se vendo estranhamente apegado a Sanosuke. Dividia a honra de treiná-lo com o Hatake, e tinha como meta transformá-lo em um homem digno do sobrenome Uchiha e de um dia ser o Oyabun.

– Infelizmente irei viajar, então espero que se dedique aos treinos com Kakashi – Madara aconselhou sobriamente, vendo o rosto de Sanosuke esboçar sincera tristeza, antes de uma determinação dominá-lo.

– Pode deixar tio Madara, Kakashi-sensei vai te falar o quanto eu fui bem quando você voltar! – Exclamou decidido, fazendo com que os dois homens mais velhos sentissem uma onda de orgulho.

Sanosuke era uma criança excepcional, e cada dia mais mostrava que era tão ou mais prodígio do que Sasuke foi um dia naquela mesma idade. Absorvia como uma esponja tudo que lhe era ensinado, se dedicava e esforçava ao máximo, era obstinado, obediente e acima de tudo muito generoso. Um coração de ouro que com certeza havia sido herdado de Sakura, mas ao mesmo tempo uma seriedade natural em determinados momentos que só podiam ser de Sasuke. Amava sua família com todas as suas forças; tinha adoração por sua mãe, admiração por seu pai e um cuidado lindo com sua irmã. Também respeitava aqueles que lhe ensinavam, e apesar de adorar Kakashi, tinha se apegado muito à Madara.

– Boa viagem! – Desejou antes de voltar à brincadeira com a irmã.

Sasuke então acompanhou o tio até a porta, e aguardou da soleira o carro atravessar a ponte em direção a saída da propriedade. Recolheu Fluffykins que havia escapado pela porta aberta e voltou para dentro de casa. Largou o gato no sofá, desviou de uma veloz Sarada e foi em direção a cozinha, onde o cheiro estava fazendo sua barriga roncar.

– O cheiro está ótimo – Comentou em voz alta.

Sakura estava ocupada cortando alguns legumes na bancada, enquanto as panelas borbulhavam no fogão. Ela sorriu em sua direção pelo elogio, antes de voltar a tarefa e ele então resolveu beber um pouco de água. Na porta da geladeira moderna vários imãs coloridos e a mais variada coleção de desenhos e trabalhos escolares que se podia imaginar. O dez que Sanosuke havia tirado em um teste dividia espaço com a pintura a dedo de Sarada, que havia recebido uma estrela dourada. Também haviam fotos da família e dos gatos. Era quase impossível não derrubar alguma coisa ao abrir a porta para pegar algo, mas Sasuke era incapaz de imaginar o eletrodoméstico sem tudo aquilo.

– Madara não quis ficar para o almoço? – Sakura perguntou enquanto despejava as cenouras recém cortadas em uma das panelas.

– Não – Sasuke respondeu, sentando em um dos bancos altos que compunham a ilha central da cozinha – Vai partir logo para o Hawaii.

– Oh, então resolveu mandar ele mesmo?

– Era a melhor escolha – Deu de ombros – Se tem alguém além de mim, Itachi ou meu pai que pode impor ordem em um clã, é Madara – Deu um gole em sua água, apreciando como estava gelada e refrescante.

Ainda se sentia sufocado do clima quente das ilhas havaianas.

– Verdade – Concordou enquanto colocava alguns peixes para fritar.

Os dois então iniciaram uma conversa despreocupada sobre as novidades no clã e na Uchiha Corp., intercalando com o que precisavam comprar do supermercado e o restaurante novo que Sasuke queria levar a esposa. Não eram apenas marido e mulher, mas também melhores amigos e tão companheiros que conversavam sobre tudo. Sasuke, é claro, ainda era um homem de poucas palavras, mas juntos haviam desenvolvido um belo arranjo, onde se completavam e se entendiam quase sempre.

Sakura o atualizava sobre a série que havia descoberto e que queria assistir junto com ele, quando uma figura pequena passou correndo para dentro da cozinha e se escondeu atrás da ilha. O casal se olhou confuso e antes que pudessem falar alguma coisa, Sanosuke irrompeu pela porta.

A Uchiha até deixou a colher que segurava cair na panela mediante a visão do filho. Sasuke arqueou a sobrancelha e girou na cadeira para ter uma melhor visão e tentar entender a situação. Sanosuke estava vestindo um paletó, uma gravata e os, absurdamente grandes comparados aos seus pés, sapatos sociais de Sasuke. Era uma visão tão inusitada que o Oyabun estava sem reação e Sakura segurando o riso.

Sanosuke entrou de vez na cozinha, com a expressão séria e uma espada de plástico na mão. Ele parecia estar em uma missão muito importante, julgando toda a seriedade e postura que lembrava muito o pai.

Assim que escutou os passos do irmão, Sarada pulou de seu esconderijo, e só então o casal percebeu que ela estava usando uma cueca de Sasuke na cabeça, assim como seus óculos escuros e uma blusa de Sakura, que nela havia se transformado em um vestido.

A cena já era bizarra o suficiente, mas ainda havia um chateado Fluffykins em seus pequenos braços. O pobre gato tinha um colar de brilhantes – diamantes reais que Sasuke havia presenteado Sakura no último aniversário de casamento – ao redor do pescoço e claramente preferia estar morto no lugar de participar daquilo.

– Não se aproxime, tenho um… Refém! – Sarada bradou, sacudindo Fluffykins, que miou descontente.

– Sou o Oyabun e vou resgatar meu amigo! – Sanosuke respondeu em tom de ameaça, se colocando em posição de luta.

Por um momento o casal ficou apreensivo dele machucar a irmã, afinal Sano, além de ser bem maior que Sarada, treinava arduamente desde os cinco anos de idade. Sarada também era aluna de Kakashi, se mostrando igualmente interessada em aprender toda a sorte de lutas e técnicas, mas com certeza Sanosuke era mais experiente e habilidoso, mesmo que sua arma fosse um brinquedo de plástico.

– Cuidado… – Sakura começou a falar, seu tom de voz preocupado, quando os dois apenas começaram a correr pela cozinha.

Contornavam a ilha e os pais em uma perseguição recheada de xingamentos como “bobo”, “chato”, “feio”. Derrapando vez ou outra, mas nunca saindo do papel, sendo acompanhados pelos pais que, se olhando vez ou outra, concordavam que era uma situação muito engraçada.

A brincadeira só acabou quando Fluffykins, cansado de sua condição de refém, pulou do colo de Sarada, fazendo com que ela tropeçasse na blusa gigante que usava e caísse. Sanosuke que vinha em alta velocidade logo atrás, não conseguiu frear a tempo e tropeçou na irmã, caindo no chão junto com ela.

Sasuke se moveu tão rápido que Sakura mal enxergou, assim como ele fazia todas as vezes que algo similar acontecia. Em um minuto Sarada estava chorando desconsolada no chão, com a mão na testa avermelhada que havia atingido o chão na queda, e no outro estava no colo do pai, agarrada a ele como se estivesse morrendo. Sanosuke havia batido o queixo, e Sakura o colocou sentado na cadeira para ver se estava tudo bem, mas apesar dos olhos avermelhados ele não chorava. Desde que começou a conviver mais com o pai e treinar no clã, Sanosuke não chorava mais. Sakura não sabia se era influência ou então alguma técnica de treinamento da Yakuza, mas de fato em alguns momentos percebia que seu filho mostrava um amadurecimento muito além de sua idade.

– Se machucou? – Ainda com Sarada nos braços, Sasuke perguntou enquanto levantava o rosto do filho com a mão livre, para averiguar o queixo avermelhado.

– Não, tô bem – Sanosuke respondeu fungando um pouco, provavelmente querendo se mostrar forte para o pai.

– Vamos passar um remédio e colocar um curativo – Sakura anunciou batendo palmas.

Sasuke facilmente ergueu Sanosuke no colo, mesmo que ele resmungasse um pouco por isso. Sakura só conseguiu seguir os três admirada com a força do marido, que em um braço levava Sarada e no outro um Sanosuke já grande demais para colo. Mas ela sabia que aquela era a forma dele lidar com essas situações. Era um pai coruja, extremamente zeloso e preocupado. Não importava a idade das crianças, ele sempre largava tudo para atendê-los quando se machucavam.

Ao final de tudo, a família terminou finalmente sentada à mesa para almoçar. Sarada já completamente recuperada, com um band-aid da hello kitty na testa, narrando todas as aventuras que viveu durante os dias que os pais estiveram ausentes, enquanto comia a porção extra de brócolis como castigo pelo enfeite quebrado, sendo vez ou outra acompanhada por Sano, com um band-aid dos Vingadores no queixo, que também ajudava a mais nova a criar os mais mirabolantes detalhes das histórias.

Em meio a falação, a comida deliciosa e o sentimento de plenitude por estarem em família, Sakura e Sasuke se olharam e silenciosamente concordaram: Era bom estar em casa.

•  •  •  •  •  •  • 

Sasuke fechava a porta do quarto de Sanosuke com cuidado, tentando não fazer barulho enquanto carregava Sarada adormecida em seus braços. Junto de Sakura havia acabado de contar uma história para eles dormirem. A Hime já havia ido para o quarto e agora só faltava para ele colocar Sarada em sua própria cama para finalmente dormir. Estava realmente cansado da viagem e de toda a agitação do dia.

Terminando a tarefa, entrou em seu quarto ao mesmo tempo que Sakura saía do banheiro já vestida em seus pijamas confortáveis. Mesmo neles ela parecia a mulher mais sexy que já havia visto.

Ela bocejou preguiçosamente antes de sorrir para ele.

– Estou atrasada – Comentou enquanto subia na cama e entrava debaixo das cobertas.

Sasuke piscou confuso algumas vezes, parando no meio do caminho para banheiro e olhando para a esposa. Levou alguns segundos para sua mente cansada processar a informação e entender o que ela queria dizer.

– Fez algum teste? – Perguntou se aproximando da cama, deixando de lado qualquer coisa que pensava em fazer anteriormente.

– Não, mas amanhã vou fazer um exame para ter certeza – Falou ainda sorrindo, vendo como Sasuke parecia feliz, mesmo que contido. Ele sempre tentava não ter muitas esperanças para não se decepcionar – De qualquer forma tenho um bom pressentimento.

O Uchiha sorriu e beijou brevemente os lábios de Sakura. O coração estava acelerado e mesmo tentando conter a euforia, não conseguia conter a felicidade crescente em seu peito. Mesmo que ainda não confirmado era uma notícia muito boa.

Diferente das duas vezes anteriores, estavam pela primeira vez tentando uma gravidez planejada. Não lembravam de quem havia partido a ideia inicial, mas a vontade de fazer toda a coisa com calma, planejamento e organização parecia muito boa. Aumentar a família também era algo que ambos queriam, e mesmo Sasuke tendo algumas reservas, já que seu maior inimigo ainda estava supostamente vivo em algum lugar, não conseguiu vencer os argumentos da esposa. Sakura se mostrou otimista e confiante, argumentando que não havia melhor momento que aquele; a casa completamente pronta, as crianças já na escola e a ausência de ameaças nos últimos anos, faziam daquele o momento perfeito para ter esse bebê tão sonhado.

Deitados na grande cama de casal, abraçados e conversando sobre os planos para o futuro, o casal Uchiha estava ansioso para as coisas boas que viriam a acontecer.

•  •  •  •  •  •  • 

Longe da capital, em uma cidade onde o domínio da Yakuza não era tão presente, um grupo de pessoas desembarcavam no pequeno aeroporto durante a madrugada. Se misturando aos passageiros regulares, estavam atentos a qualquer sinal de uma emboscada esperando por eles.

Entre eles um homem alto e magro pisou com gosto em solo japonês, uma mão segurando uma bengala e a outra tirando os óculos escuros que usava mesmo àquela hora. Um sorriso sinistro se desenhou em seus lábios pálidos enquanto via seus homens de confiança passando discretamente grandes quantias de dinheiro para os funcionários do lugar.

Foram anos para conseguir planejar e reunir aliados o suficiente para alcançar seu objetivo. Se tudo ocorresse como planejava, logo o clã Sharingan cairia e ele teria sua vingança.

Como é bom estar de volta.


Notas Finais


Espero que não tenha ficado tão ruim quanto tive a impressão que ficou! Insegurança é uma droga, mas vamos trabalhando nisso HAHAHAHA

Só para lembrar que esse capítulo e o anterior podem ser descritos como a calma antes da tempestade, então não se preocupem que logo as coisas começam a ficar agitadas novamente :)

Agora vamos para algumas das minhas considerações sobre o capítulo, porque se não fosse para tagarelar sobre minha própria fic nas notas finais não seria eu, não é mesmo? ;)

Apesar de ser uma fanfic sobre a Yakuza, eu não tenho um comprometimento real com a realidade da máfia japonesa, como já falei por aqui várias vezes, visto que várias coisas que acontecem por lá não me agradam e não são coisas que eu gostaria de associar com o shipp, mas eu faço minhas pesquisas para tentar passar um pouquinho de como funciona e adaptar as coisas da melhor maneira para vocês. E foi assim que descobri que realmente existe Yakuza no Hawaii! Não existem muitas informações a respeito, mas achei que encaixou bem na história. :)

Outro ponto que quero comentar do capítulo é a introdução dos personagens nessa última fase. Pode parecer que foram apenas situações sem muito significado, mas achei importante para essa introdução colocar os personagens em situações do dia a dia, para que vocês leitores pudessem se familiarizar com as mudanças. A Sakura principalmente é quem vai me dar um certo trabalho, já que ela não é a mesma do inicio da fic, mas ao mesmo tempo não quis que ela perdesse a essência, virasse alguém completamente do que era. Tive dificuldades em escrever a cena dela no Hawaii, reescrevi váaarias vezes, e ainda não tenho certeza se me saí bem, mas espero ter conseguido passar para vocês as mudanças, mesmo que sutis, nela e que fizeram dela finalmente a Hime e alguém encaixada no mundo da Yakuza.

Tivemos também o Madara finalmente bem, de volta a sua função no clã e muito ligado ao Sano. Achei fofo fazer do Sano alguém que ajudou o Madara a se recuperar, e essa relação gracinha dos dois ainda vai ser abordada mais para frente.

A Sarada apareceu apenas um pouco, mas no próximo capítulo vamos ter mais dela, bem mais dela mesmo. O Sano já tem dez anos, então a Sarada ainda é bem novinha, aproximadamente cinco anos (socorro deu um branco HAHAHA) e bem mais travessa que o irmão era. O carinho que um tem pelo outro é bem gostoso de escrever, eles são bem ligados e são o amor da vida do papai Sasuke ❤
Adorei escrever esses momentos da família Uchiha e espero que vocês tenham gostado de ler ❤
(Como no último capítulo tivemos uma overdose de família Uchiha, mas logo as coisas ficam mais interessantes!)

Quanto ao final do capítulo, como disse nas notas iniciais, foi realmente o início do fim de Resiliência, e espero que vocês estejam prontos para o último grande acontecimento da fic, que está mais do que em reta final. Acredito que mais uns três ou quatro capítulos acaba!
Mas prometo me empenhar para fazer o melhor final possível para vocês ❤

#GLOSSARIO

Kanji: Os kanji (漢字) são caracteres da língua japonesa adquiridos a partir de caracteres chineses, da época da Dinastia Han, que se utilizam para escrever japonês junto com os caracteres silabários japoneses katakana e hiragana.

Dojo: Dojo ou Dojô (em japonês: 道場, Dōjō, lit. “Local do caminho”) é o local onde se treinam artes marciais japonesas.

うちは一族: Uchiha Ichizoku, clã Uchiha.

#IMAGENSDEREFERENCIA

Mansão Uchiha: http://78.media.tumblr.com/f9c7d9430cc409bcc29ff890daf1414d/tumblr_oy8vlm7ner1vsy478o1_1280.jpg

✩°̥࿐୨୧

E é isso gente, mais uma vez peço desculpas pela demora para atualizar! Apesar de não ter como dar uma previsão quanto a datas, espero conseguir ser mais rápida com o próximo capítulo. Vamos ver se vou conseguir, me desejem sorte! ❤

Aproveitando que agora no finalzinho da noite tô tendo um tempo livre vou tentar responder o maior número de comentários possível, por isso torçam por mim ❤
Obrigada pelo carinho, vocês são os melhores leitores do mundo ❤

AH, e já que tenho demorado tanto para postar, deixo aqui minhas outras fics para ajudar a passar o tempo durante a minha ausência:
- End Zone: https://spiritfanfics.com/historia/end-zone-9197335 (Que escrevo com outras autoras maravilhosas e que é atualizada de 15 em 15 dias ❤)
- Tomates: https://spiritfanfics.com/historia/tomates-8044222 (Primeira one que escrevi na vida!)
- Mizu ni Nagasu: https://spiritfanfics.com/historia/mizu-ni-nagasu-9840811 (Uma one bem amorzinho, classificação livre e no universo Naruto).

Espero que tenham gostado do capítulo, obrigada mais uma vez por toda a paciência e até algum dia! :*


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