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História Resiliência - O que faz seu coração bater mais forte


Escrita por: bolodebaunilha

Notas do Autor


Olá, tudo bem com vocês? :)
GENTE ESTOU DESMAIADA COM A REPERCUSSÃO DO ÚLTIMO CAPÍTULO! ❤
Foi o que teve mais comentários até agora e um mais maravilhoso que o outro! Estou adorando conversar com vocês e saber o que pensam e o que estão achando da fic.
Escrever Resiliência está sendo uma experiência mais incrível do que eu esperava e eu só posso agradecer à vocês ❤

Por falar em agradecimento, 121 FAVORITOS YAAAAAAAAAAAAAAY
vocês são os melhores leitores do universo!
❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤
Estou sem acreditar até agora!

Eu estou sem palavras para agradecer todo esse carinho com a minha história ❤
Rolou até uma dancinha em comemoração aqui em casa HAHAHAHA

Tenho dois agradecimentos especiais para fazer:
O primeiro vai para a ATENAIZAUCHIHA que foi a leitora nº 100 a favoritar Resiliência! ❤
E o segundo vai para a gracinha da STHE que deixou uma recomendação maravilhosa lá no Nyah!, que me fez até chorar de emoção! ❤
OBRIGADA ❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤
(não estou tendo estruturas para tanto carinho HAHAHAHA)

UFA, é muita empolgação para uma autora só, então relevem HAHAHA

Todos estão bem depois do capitulo passado?!
Foram fortes emoções e eu adorei ler todos os comentários e saber o que acharam! Cada palavra que vocês escreveram me deixou emocionada ❤
Vocês são umas gracinhas ❤

Já respondi todos os comentários com muuuito carinho ❤

E, mais uma vez obrigada por tudo gente!
Estou muito feliz! ❤

E ATENÇÃO! Preparem seus corações que esse capítulo está mais cheio de fortes emoções que o último! (。•́ - •̀。)

Bem, sem mais enrolação, aqui vai o sexto capitulo!
Boa leitura :*

OBS¹: Apenas para lembrar dos links nas notas finais com explicações e referencias.
OBS²: Tem várias músicas nesse capítulo, então deixei os links para elas nas notas finais! Não são indispensáveis para a leitura mas ajudam muito! :)

Capítulo 6 - O que faz seu coração bater mais forte


Fanfic / Fanfiction Resiliência - O que faz seu coração bater mais forte

– Boa noite Senhor Uchiha – A secretária desejou quando passou por ela ao sair de sua sala. Estava estressado com alguns problemas técnicos no tablet lançado recentemente, talvez tivessem que emitir uma nota de recall e definitivamente não tinha paciência para lidar com isso.

Havia passado boa parte do inicio da noite gritando com o responsável pela equipe de engenheiros que participaram da fabricação do aparelho. O homem, coitado, tinha pedido até demissão com medo do Uchiha e saído aos prantos do prédio, mas o moreno nem se importava. Só queria tudo resolvido antes que voltasse no dia seguinte.

Entrou no carro afrouxando a gravata e conferindo pela milésima vez naquele dia o celular. Nada. Sakura simplesmente não havia mandado nenhuma mensagem ou feito ligações. Era a porcaria de uma mulher irritante que parecia ter prazer em testar seus limites as vezes.

Acelerando mais do que o indicado e pouco se importando com multas, chegou ao bairro onde Sakura morava. Quase atropelou a caixa de correio ao estacionar, estava nervoso com o sumiço repentino dela e sentindo uma estranha necessidade de ver aqueles olhos verdes brilhantes.

Caminhou até a porta e puxou do bolso as chaves encaixando na fechadura, ao mesmo tempo que reparava nas luzes apagadas. A essa hora ela já deveria estar com a janta pronta apenas o esperando para comer, então era de se estranhar a falta de luz.

Mais ansioso ainda girou a maçaneta e abriu a porta de uma vez. Seus olhos se arregalaram quando em vez de ver a casa aconchegante e a mulher bonita sorrindo vindo em sua direção lhe dar um beijo de boas vindas, apenas o cômodo vazio e frio.

Por alguns minutos apenas ficou parado no mesmo lugar, segurando a maçaneta e encarando a sala escura. Piscou algumas vezes antes de entrar e fechar a porta. A energia já havia sido desligada tendo que se contentar então com a precária luz que vinha da rua pelas janelas sem cortinas.

Seus passos no piso sem o tapete felpudo ecoavam em meio ao silêncio. Seus olhos percorrendo todo o canto sem entender o que acontecia.

– Merda – Praguejou pegando o celular, a mão tremendo de irritação e até mesmo preocupação. Na sua cabeça sempre negativa pensava no pior. Talvez algum inimigo havia descoberto seu refúgio e feito algo com a Haruno. Mil possibilidades e tudo que ele conseguia fazer era discar o número do celular dela.

Tocou algumas vezes e nada. Repetiu a ligação mas então deu fora de área e em seu momento de raiva apenas jogou o aparelho na parede, fazendo com que se quebrasse em mil pedaços.

Passou as mãos pelos cabelos rebeldes tentando mantes a calma e pensar com racionalidade. Percorreu o cômodo mais uma vez com os olhos até encontrar bem no meio uma caixa de papelão de tamanho médio.

Podia ser por conta dos anos na yakuza, mas sinceramente temia abrir e encontrar a cabeça da rosada. Era comum de acontecer e ele mesmo já havia feito com alguns de seus inimigos.

Caminhou lentamente e se agachou em frente à caixa. Soltou um suspiro aliviado quando viu a fita com estampa de gatinhos que mantinha a tampa fechada. "É a cara dela", pensou passando o dedo pela fita.

Puxou do bolso as chaves do carro e passou pela fita para cortar e abrir. Com a mão afastou as duas abas que mantinham o papelão fechado e arregalou os olhos ao ver o que tinha dentro.

Por um minuto o ar escapou de seus pulmões e tudo ficou mais silencioso ainda. O tempo parou e ele apenas conseguia ver o pedaço de papel colado em uma vasilha de plastico cor de rosa. Pegou o objeto relendo várias vezes a mensagem escrita em uma caligrafia redonda e caprichada, no papel com estampa de gatinhos.

"Espero que seja feliz com sua esposa, obrigada por tudo. Sakura e Fluffykins"

Simples e diretas eram as palavras que Sakura escreveu para ele antes de ir embora. Agora ele sabia que ela havia ido.

Sakura descobriu que era casado.

De alguma forma seu segredo foi descoberto e agora estava relendo pela milésima vez o bilhete escrito por ela. Sua mente trabalhava a mil tentando pensar em como ela descobriu, como ela se sentiu e no que sentia a respeito.

Não seria hipócrita em falar que não estava incomodado. Estava acostumado com a rosada. Passaram praticamente um ano se vendo diariamente e compartilhando uma intimidade.

Sabia que o dia de deixa-la ir logo chegaria, mas não esperava que fosse ela a abandona-lo.

Talvez estivesse tão atordoado justamente por isso. Por não ter sido ele a dar o ponto final, a dizer as últimas palavras. Não tinha o direito de se irritar por Sakura ter ido sem avisa-lo, mas não se impedia de ficar furioso ao pensar que ela o havia ignorado o dia todo planejando sua fuga. Sim, chamava a partida dela de fuga.

Olhou para o resto do celular destruído no chão ponderando sobre entrar em contato com Yamato. Ele fazia as investigações para a Sharingan e era o melhor no trabalho. Mas por fim decidiu não pensar sobre isso no momento.

Era definitivamente um homem prático. Por mais que estivesse irritado por não ter mais seu refúgio, não criaria grande caso do fato. Sempre teve hora para acabar e agora tinha chegado ao fim. Teria que voltar a vida de antes e reaprender a desejar a esposa.

Feliz com seu pensamento iludido levantou do chão com a caixa em mãos. Dentro dela alem da vasilha transparente – que continha algum alimento – todos os seus pertences que costumava deixar na casa dela estavam organizados, suas roupas inclusive, dobradas com cuidado.

Caminhou até a porta e ao abrir, olhou uma última vez para trás. O cômodo vazio o fazendo se sentir estranho, um incomodo na barriga e uma sensação nunca antes sentida. Ainda podia escutar a voz doce dela cantarolar alguma música boba e o cheiro de baunilha ainda estava ali.

Percorreu o cômodo com os olhos uma última vez e fechou a porta indo embora daquele lugar.

•  •  •  •  •  •  •

O ponteiro do relógio marcava duas da manhã e Sasuke estava sentado em um dos bancos altos que ficavam em frente à bancada da cozinha. Na superfície branca que compunha a bancada estava a vasilha cor de rosa deixada por Sakura. Estava despreocupado por saber que esse era um cômodo onde Karin nunca entraria, por isso não tinha medo de ser flagrado.

Depois de reler mais algumas vezes o bilhete e – com todo o cuidado – retira-lo da tampa para guardar no bolso da calça de moletom, abriu a vasilha sentindo na mesma hora o cheiro da deliciosa torta de tomates que só ela conseguia fazer.

Havia uma generosa fatia e ele sentiu a boca encher de água. Rapidamente esquentou no microondas e voltou a sentar, dessa vez empunhando um garfo.

Levou o pedaço à boca e mastigou de olhos fechados apreciando calmamente o sabor que degustaria pela última vez. Era deliciosa e duvidava que algum dia encontraria alguém que fizesse tal iguaria melhor que a rosada.

Enquanto comia lembranças surgiam em sua mente. Conseguia vê-la vindo da cozinha cor de rosa, com um de seus vestidos, o avental de babadinhos e um sorriso encantador no rosto. O cheiro era de baunilha misturado com sua torta de tomates favorita recém saída do forno. Podia vê-la colocar a travessa com a torta na mesa e correr em sua direção o beijando com carinho.

Mas junto ao último pedaço da torta que terminou de engolir a lembrança se foi. Parecendo tão distante agora. Como se fosse outra realidade, outra vida.

E sozinho, sentado na cozinha fria ele percebeu que seria mais difícil do que pensava esquecer da mulher de olhos verdes brilhantes.

•  •  •  •  •  •  •

Sasuke chegou à empresa naquela manhã praticamente matando quem cruzasse seu caminho com o olhar. Estava irritado, inquieto e sem nenhuma paciência. Já havia demitido o manobrista e a recepcionista.

Entrou no elevador exalando uma aura tão mortal que quem estava dentro se apressou em sair para não ter que dividir o espaço apertado com ele.

O Uchiha nem reparou. Não estava atento a sua volta, sua cabeça doía e ele se sentia exausto.

Não havia dormido a noite.

Depois de comer a torta se ocupou com assuntos do trabalho – afinal ainda tinha um recall para fazer – mas não conseguia se concentrar. Por fim se deitou para dormir agradecendo aos céus por Karin ter tomado um calmante e consequentemente apagado.

Passou a madrugada virando de um lado para o outro, com a cabeça fervilhando em pensamentos.

Pensamentos que tinham nome e sobrenome: Haruno Sakura.

Mesmo não tendo cabeça no momento estava indo para sua sala trabalhar. Naquela manhã havia decidido mergulhar em suas ocupações para esquecer logo a mulher irritante.

– Bom dia Senhor Uchiha – A secretária cumprimentou mas quase gritou quando ele olhou no fundo de seus olhos. Os ônix pareciam em chamas e ela acabou por derrubar o tablet que tinha em mãos fazendo a tela rachar.

– Está demitida! – Rugiu nervoso massageando a cabeça com as mãos e entrando na sala. A mulher apenas saiu correndo e chorando em direção ao RH.

Antes de sentar passou em seu bar particular e pegou um copo de Whisky. Com a bebida em mãos sentou em sua mesa, ligou o computador e começou a analisar os relatórios enviados pela equipe de engenheiros responsáveis pelo tablet defeituoso.

Algumas horas se passaram até Itachi entra pela porta sem bater. Seu reflexo rápido o ajudou a desviar do copo lançado em sua direção. O objeto bateu na madeira da porta e se quebrou em mil pedaços.

– SASUKE! – Exclamou indignado olhando do vidro espalhado no chão para o irmão que nem parecia se importar com o que tinha acabado de fazer.

– Ninguém bate na porra da porta! – A voz de Sasuke saiu como um trovão e o Uchiha mais velho sentiu o sangue gelar.

Sasuke estava com alguns papéis em mãos, os olhos ônix passando pelas palavras rapidamente com atenção. Se sentia um pouco menos sufocado com o que quer que seja que estivesse sentindo enquanto trabalhava. Por isso não parou nem para almoçar, tinha tanto o que fazer.

– Acabei de passar pelo RH e sua secretária estava lá praticamente traumatizada – Itachi comentou se aproximando da mesa – Sabe que não pode demiti-la sem uma justificativa, não é?

Sasuke parou de ler, abaixando os papeis e olhando para o irmão com irritação.

– Eu posso – Falou sério e inexpressivo – A empresa é minha, o prédio é meu... A PORRA DA CIDADE É MINHA!

Itachi arregalou os olhos mediante o descontrole de Sasuke. Deu um passo para trás, sabendo que quem estava ali não era seu irmãozinho, mas sim o Oyabun.

– O que aconteceu com você Sasuke? – Perguntou horrorizado enquanto discretamente digitava uma mensagem para Naruto.

– Não aconteceu nada! – Respondeu seco – Agora preciso voltar ao trabalho. E você também! – Sua voz saiu autoritária em uma clara reprimenda – Temos que resolver a merda desse recall.

– É... – Itachi concordou respirando fundo e se aproximando um pouco mais com cautela – Vim justamente falar com você sobre isso. Parece que teremos mais problemas que o esperado com isso – Jogou na mesa uma pasta com a logo da empresa.

Sasuke largou o que fazia e pegou a pasta, abrindo e passando os olhos rapidamente pelos papéis que tinha dentro.

– Merda – Xingou largando a pasta e passando as mãos pelos cabelos – É possível perder tanto dinheiro assim por um recall?!

– Infelizmente sim – O mais velho suspirou – É o nosso primeiro produto a apresentar defeito. Sempre fomos de confiança, os melhores no mercado quase emplacando com a Apple. Foram tantos tablets vendidos que tivemos que repor os estoques das lojas duas vezes antes de descobrir o defeito.

Sasuke tirou o óculos de leitura do rosto e colocou na mesa. Apertou a ponte do nariz com força xingando mentalmente todos responsáveis pelo projeto do tablet e também Sakura, só por querer descontar as frustrações em alguém e não ter mais ela como refúgio.

– Vamos convocar uma reunião – Sasuke disse por fim – Chame os engenheiros também.

– Ok – Itachi assentiu já correndo para sair da sala. Tinha que resolver essa reunião e depois conversar com Naruto para ver o que tinha acontecido com Sasuke.

Seu irmãozinho tolo não estava em seu estado normal e isso o deixava preocupado.

•  •  •  •  •  •  •

– Se eu for lá hoje tenho certeza que vou matar um – Sasuke falou assim que entrou em sua sala logo após a reunião sendo seguido por Itachi e Naruto. Se fosse na Sharingan naquela noite não sabia dizer o que seria capaz de fazer.

Chutou o bar fazendo as garrafas e copos caírem no chão em pedaços. Afrouxou a gravata e se jogou no sofá de couro preto.

– Já chega – Itachi elevou a voz finalmente perdendo a paciência – O que está acontecendo? – Perguntou sério enquanto Naruto se encostava na porta fechada de braços cruzados e expressão tensa.

– Nada – Respondeu entre dentes. A cabeça latejava com tantos problemas que tinha e o rosto dela volta e meia surgindo.

Perdendo seu último fio de paciência e pouco se importando se ali era o CEO da empresa e o Oyabun, Itachi se aproximou do sofá em passos largos e levou as mãos ao paleto do irmão, apertando e o erguendo de forma abrupta. Sasuke nem teve tempo de reagir quando o mais velho o jogou na parede e acertou um soco em seu rosto.

– CHEGA! – Itachi perdeu toda a sua calma costumeira e Naruto podia jurar que até as janelas tremeram quando ele levantou a voz – Se não fosse nada você não teria demitido sua secretária. Se não fosse nada você não teria demitido 10 funcionários e uma equipe inteira de engenheiros. Se não fosse nada você não teria agredido dois seguranças! – Enumerou os feitos do dia irritado – Agora, por todo o respeito que você tem por mim e antes que nosso pai apareça para ver as merdas que você está fazendo, fala que porra aconteceu!

Itachi ainda segurava o irmão preso à parede e Sasuke parecia cansado e perdido em pensamentos. Se fosse em outro momento, nem segura-lo o mais velho conseguiria. Sasuke em seu estado normal nunca deixaria ser intimidado daquela maneira. Tanto Itachi quando Naruto ficaram mais preocupados ainda e aguardavam ansiosos uma explicação.

– Ela descobriu – Falou em voz baixa e rouca. O rosto, mesmo depois da situação toda, não expressava nada alem de cansaço.

– Quem descobriu o que? – Naruto perguntou se aproximando.

Itachi vendo que ia conseguir respostas soltou o irmão que continuou no mesmo lugar.

– Sakura – O nome dela foi pronunciado com certa dificuldade.

– O que tem a Sakura-chan? – O Uzumaki perguntou preocupado ao ouvir o nome da melhor amiga.

Itachi que apenas analisava a expressão fria e indiferente do irmão conseguiu enxergar nos ônix opacos a respostas de suas perguntas.

– Ela descobriu que você é casado – Não foi uma pergunta.

– Sim – Confirmou sério. Dessa vez piscando algumas vezes, antes de passar as mãos pelos cabelos rebeldes e ajeitar a roupa amassada – Mas isso é assunto encerrado – Falou se recompondo e andando até a mesa onde tinha fichas de novos funcionários que deveria contratar, visto que havia despedido muitos durante o dia.

– Do jeito que você anda alterado não é o que parece – Itachi seguiu o irmão com o rosto contorcido em preocupação – Como aconteceu?

Naruto apenas olhava para um ponto fixo, abalado pela noticia e pensando na amiga.

– Não sei como aconteceu – Sasuke respondeu depois de um tempo – Fui na casa dela ontem e estava vazia.

– Ela não poderia ter ido viajar? – Naruto questionou esperançoso.

– Não – Mesmo conversando com os dois, Sasuke continuava analisando as fichas em sua mesa. Tinha que ocupar a mente – Ela deixou um bilhete me desejando felicidades com minha esposa.

– Merda – Xingou Naruto. O loiro então pegou o celular e ligou para o número de Sakura. Estava preocupado com a melhor amiga e tinha certeza que ela não estava bem. Nunca havia visto alguém tão apaixonada quanto ela era por Sasuke.

A ligação não completou e ele tentou mais algumas vezes, desistindo em seguida.

– Ela não atende – Comentou em voz alta mostrando o celular.

– Será que foi algum clã rival? – Itachi perguntou para o irmão.

– Não – Respondeu seco – Ela foi embora. Fim.

– E você está bem com isso? – O mais velho perguntou.

– Sim – Sua voz era indiferente e ele parecia nem prestar atenção direito na conversa – Agora podemos voltar ao que importa de verdade? – Levantou o olhar e apontou para os papéis – Preciso de uma secretária para ontem.

Itachi e Naruto se olharam preocupados mas por fim resolveram parar de insistir.

Era definitivamente uma pena que não pudessem mais contar com a mulher de cabelos rosados para ajudar Sasuke a se manter bem, mas nada podiam fazer. O que o Uchiha mais novo havia feito com Sakura era errado afinal, ela tinha todo o direito de ir embora.

Enquanto Itachi desejava que seu irmão não ficasse louco, Naruto desejava que onde quer que estivesse sua amiga estive bem e que um dia superasse tudo o que aconteceu. Ela era boa demais e merecia tudo de bom que pudesse acontecer a uma pessoa.

Não a procuraria, tinha medo de ver que ela estava decepcionada com ele também, e não saberia lidar com isso vindo da pessoa que considerava uma irmã mais nova. E querendo ou não havia jurado lealdade à Sasuke, então era ao lado dele que teria que ficar.

"Vou sentir saudades Sakura-chan", pensou tristonho olhando uma selfie dos dois em seu celular. O sorriso gentil que ele nunca esqueceria.

•  •  •  •  •  •  •

Sasuke conseguiu manter a cabeça longe de Sakura durante um mês, que foi o tempo que durou a correria na empresa por conta do recall.

O defeito com os tablets era grave e inédito em todos os anos de existência da Uchiha Corp. – aparentemente os aparelhos simplesmente explodiam ao conectados na tomada para carregar.

Fugaku deu uma pausa da aposentadoria para ajudar e no fim conseguiram solucionar o problema e recolher os produtos defeituosos.

Por conta das indenizações, perda de material, tempo e pessoal o prejuízo financeiro foi grande. Um grande rombo no patrimônio, que inclusive fez as ações da empresa despencarem, mas nada que Sasuke não conseguisse reverter.

O moreno usou de todos os seus conhecimentos e influência para dar a volta por cima e levar a Uchiha Corp. de volta para o topo. Mesmo com tão pouca idade foi fundamental a liderança dele para que pudessem superar o ocorrido.

Toda a situação o fez ficar ocupado de maneira que seus dias se resumiram apenas em Uchiha Corp. e Sharingan, mal tinha tempo para dormir ou comer.

Quando tudo acabou e ele finalmente falou em nome da empresa em uma coletiva de imprensa diante de vários repórteres, sentiu como se tivesse tirado um peso gigantesco das costas.

Nem discutiu quando Itachi se ofereceu para ficar em seu lugar enquanto tirava alguns dias de folga.

Precisava ficar um pouco longe de tudo antes que enlouquecesse, e dessa vez não teria seu refugio para onde correr.

Infelizmente, ao ter o dia livre e a cabeça vazia de preocupações da empresa, Sakura voltou com força total aos seus pensamentos. Parecia que enquanto resolvia outros assuntos havia trancado a lembrança dela em uma caixa. Mas foi só tudo ser resolvido que ela foi solta, para atormenta-lo.

Se ocupou com treinamentos no Dojo da Sharingan e até mesmo ia em missões simples, apenas para ter no que descontar suas frustrações.

Mas nada parecia capaz de tirar a Haruno de sua cabeça.

Passou a ocupar o quarto da sede em tempo praticamente integral. Nem lembrava que tinha esposa, ignorava as ligações e mensagens, e já não via Karin fazia semanas.

Mas sinceramente estava pouco se fodendo para isso.

Tudo que queria era ter um pouco de paz.

•  •  •  •  •  •  •

[On Track: Stay - Lewis Watson]

Sasuke aos poucos despertava, sentindo um peso no peito. Alguma coisa o golpeava suavemente repetidas vezes e vez ou outra sentia um fincar na pele. 

Com um pouco de dificuldade abriu os olhos enxergando o teto branco que não era o mesmo que viu ao dormir naquela noite.

Piscou algumas vezes para espantar o sono e imediatamente arregalou os olhos. O cheiro de baunilha e torta de tomate recém saída do forno era presente, alem do aconchego característico do seu refugio. Podia escutar ao fundo, meio distante e abafado, um cantarolar em uma doce voz.

Era uma melodia um pouco triste, mas o reconhecimento daquela voz o fez levantar de uma vez de onde estava.

Miando indignado, Fluffykins rolou até o chão. Sasuke olhou para o gato e sorriu de canto, até da maldita bola de pelos sentia falta pelo visto.

Concluiu que fora despertado pelo felino que "afofava" seu peito. Olhou para baixo e viu a blusa preta que usava para dormir completamente cheia de pelos.

Pela primeira vez não se importou com o fato.

Olhou ao redor e viu que estava no sofá da sala. Na televisão aquela série que a rosada sempre assistia e que não sabia o nome.

Ficou olhando a televisão por um tempo até escutar novamente o canto bonito dela.

Levantou do sofá em um pulo, sentindo o tapete felpudo nos pés descalços. Andou observando toda a casa. os móveis, as cortinas e o pequenos objetos que ela sempre deixava espalhado pelos cantos. A lareira crepitava deixando o ambiente confortável e a poltrona – que ela insistia em dizer que pertencia a ele – parecia muito convidativa naquele momento. Sempre gostou de passar algumas horas sentado ali trabalhando.

Seu computador e seus óculos de leitura estavam na mesinha ao lado apenas esperando por ele como sempre deixava quando ia visita-la.

A voz feminina o retirou de seus devaneios novamente. Com medo do que veria, virou o rosto devagar em direção a cozinha.

E ela estava lá.

– Sakura – Sussurrou o nome dela hipnotizado. A mulher vestida em seu inseparável pijama de coelhinhos cantarolava uma canção triste enquanto parecia cortar biscoitos na bancada da cozinha e dava passinhos desajeitados em uma dancinha apenas dela.

Ela se mexia com delicadeza e ele se perdeu por um tempo apenas acompanhando com o olhar o corpo pequeno e os cabelos rosados.

O cheiro da torta de tomates vinha da mesa de jantar logo ao seu lado. Na travessa o alimento até soltava uma fumaça bonita como nos desenhos animados. O cheiro se confundia entre o da torta, os dos biscoitos que já estavam no forno e o dela, doce e inesquecível para ele.

Em passos vacilantes, temendo que a qualquer momento ela sumisse, Sasuke andou até a Haruno.

Sem saber o porque de tanto medo que sentia, levantou a mão lentamente em direção ao ombro dela. Sua mão parecia tão grande comparada a ela que por um momento exitou antes de finalmente a tocar.

– Sakura – Chamou a puxando levemente para que virasse.

O som da voz doce sumiu, o cheiro desapareceu e tudo o que viu antes de acordar foram os olhos verdes, antes tão brilhantes e agora tristes.

Arfando assustado, sentou na cama sentindo o quarto rodar. O suor que fazia seu cabelo colar no rosto descia por seu pescoço e por suas costas mas ele sentia frio.

Olhou em volta na esperança de ver a casa cor de rosa – seu refugio – mas tudo o que encontrou foi o quarto sóbrio que dividia com sua esposa, onde havia ido dormir pela primeira vez em muito tempo. Foi decepcionante ver que ao seu lado não eram cabelos rosados e um corpo pequeno e delicado acomodado em um pijama de coelhinhos, mas sim a ruiva com quem casou. O cheiro enjoativo do perfume dela fez seu estomago revirar.

Sem perder tempo saiu do quarto indo em direção ao escritório. Se jogou na cadeira e ligou o computador, a tela sendo a unica fonte de luz no comodo silencioso.

Sem paciência movimentou o mouse e clicou varias vezes até abrir a pasta protegida por senha. Logo a foto dela encheu a tela e Sasuke relaxou na cadeira, respirando aliviado.

O sorriso, os olhos brilhantes e os cabelos de cor tão incomum eram um contraste gritante com sua vida cinza.

Admirou a imagem por um tempo até que em um estalo puxou o telefone fixo para perto sem delicadeza. Discou o número, errando algumas vezes pela afobação, mas no quarto toque foi atendido.

Alô? – A voz masculina parecia sonolenta e pelo horário Sasuke concluiu que o homem dormia.

Mas isso pouco lhe importava.

– Yamato? – Não estava para enrolação então foi logo falando do que se tratava a ligação – Faça uma investigação para mim – Não foi um pedido, mas sim uma ordem feita em seu tom mais autoritário.

Oyabun-sama? – Perguntou desconcertado o homem, pigarreando algumas vezes para ajustar a voz – O que deseja Oyabun-sama?

Sasuke girou a cadeira em direção ao computador e viu a foto de Sakura sorrindo para ele.

Nunca esteve tão certo do que iria fazer.

– Quero tudo o que conseguir sobre Haruno Sakura – A voz fria fez o homem do outro lado da linha se arrepiar.

•  •  •  •  •  •  •

Observava indiferente a vista de sua janela no último andar. O dia estava cinzento, cheio de nuvens escuras e a previsão de chuva alertava para uma tempestade.

Como sempre fazia nesses momentos, apenas invejava as pessoas que tinham vidas normais sem preocupações como as suas. Os olhos ônix por um momento percorreram a rua tão distante, as pessoas meros pontinhos, mas em sua cabeça a ideia tola de que algum cor de rosa fosse visto.

– Senhor Uchiha, Yamato está aqui para vê-lo – Sem bater na porta sua nova secretária entrou na sala.

Nem olhou em sua direção apesar de irritado com o habito inconveniente que ela tinha. Izumi abusava do fato de ser do clã e ter sido indicada por Mikoto para enfrenta-lo as vezes e ele só não a matava por saber que daria muita dor de cabeça.

Mas sua mão coçava para arrancar alguns dedos dela.

– Mande entrar – Foi o que disse ainda olhando a vista.

Izumi perdeu alguns segundos observando o patrão, a silhueta grande dele emoldurada pelo céu cinzento era algo deprimente de ver, ao mesmo tempo que era de tirar o folego de tão bonito.

Apesar de todas as discussões e desentendimentos, para ela Sasuke era como um irmão menor e o vendo tão rodeado por tristezas sentiu necessidade de ajuda-lo de alguma forma.

Percebendo estar demorando demais para sair, fechou a porta rapidamente e foi em direção à sua mesa onde um homem aguardava. Enquanto liberava a entrada de Yamato na sala de Sasuke, pensava se deveria conversar com Itachi sobre seus pensamentos a respeito do mais novo.

Suas bochechas coraram quando pensou no Uchiha de cabelos longos e antes que parecesse uma boba apaixonada resolveu voltar ao trabalho.

Já Yamato entrou depois de Sasuke autorizar. Ele era um homem discreto e muito observador. Tinha imenso respeito pelo Oyabun e estava satisfeito por prestar mais um serviço para ele, apesar de não ter encontrado tudo que o patrão queria.

Oyabun-sama – Fez uma reverencia respeitosa em direção ao Uchiha que já estava sentado em sua cadeira. O queixo apoiado nas mãos de dedos entrelaçados e os cotovelos na mesa.

– Yamato – Cumprimentou seco.

– Consegui as informações que o senhor pediu – Se aproximou depositando na mesa uma pasta preta.

Sasuke sem dizer nada abriu a pasta e passou a analisar a ficha. Sentiu um incomodo na barriga quando viu uma foto de Sakura retirada de sua ficha escolar, estava mais jovem mas igualmente bonita. O sorriso que o encantou lá desde sempre.

Nos papeis estavam listados todos os dados possíveis sobre ela. Altura, peso, data de nascimento, nome dos pais, avôs, tipo sanguíneo e todos os detalhes sobre a vida de Sakura desde seu nascimento. Tinha até uma arvore genealógica e informações sobre parentes ainda vivos.

Sasuke percorreu as folhas algumas vezes com os olhos e levantou o rosto em direção à Yamato.

– Apenas isso? – Perguntou sério. Havia apenas o endereço que ele já conhecia e nada mais.

Yamato foi chamado para encontra-la, não para informar que ela já quebrou o braço com 12 anos de idade e interpretou a Cinderella em uma peça da escola na terceira série.

– Desculpe-me senhor, mas não localizei a moça – Yamato se apressou em esclarecer – De fato é uma senhorita bem humilde, não tem posses, contas ou ficha criminal – Explicou rapidamente – A única pista que encontrei foi sua única parente viva, a mulher de nome Tsunade – Se aproximou pegando a pasta e retirando a ficha da mulher.

Sasuke analisou o papel vendo algumas informações sobre a mulher que Sakura vez ou outra falava com carinho. Era uma mulher bonita de expressão rígida, e uma ficha criminal sem importância. Aparentemente foi presa por agredir um ex-namorado mas alegou legitima defesa.

– E também – Yamato puxou outro dois papéis, dessa vez cartas de admissão em faculdades – Aparentemente a senhorita Haruno ganhou bolsas integrais tanto para a Universidade de Tóquio quanto para a Faculdade de Konoha.

O Uchiha arqueou as sobrancelhas impressionado. Bolsa integral, ainda por cima para medicina! Sakura nunca havia falado nada a respeito para ele.

Pegando outro papel estendido por Yamato viu a pontuação e caralho, a mulher era um gênio!

– Sabe para qual das duas ela foi? – Perguntou colocando os papéis na mesa e olhando para o homem à sua frente.

– De acordo com as minhas investigações a senhorita Haruno fez inscrição na faculdade de Konoha na mesma semana em que o senhor me disse que ela desapareceu – Yamato explicou de maneira profissional mostrando toda sua eficiência – Mas já fazem alguns dias que as aulas começaram e ela não compareceu. Meu informante disse que ela desistiu e encerrou a matricula sem dar uma justificativa.

– Mas de qualquer forma ela está em Konoha? – Perguntou irritado. O que diabos essa mulher estava fazendo?

– Infelizmente, mesmo com todos os meus esforços, não fui capaz de encontrar a senhorita Haruno – Admitiu pesaroso temendo a reação do Uchiha – Visitei sua tia mas a senhora Tsunade fechou a porta na minha cara e não consegui falar com ela novamente.

– Isso não quer dizer nada – Retrucou nervoso passando as mãos pelos cabelos.

– Deixei um de meus homens vigiando a casa pelo tempo autorizado pela Kurama e não houve sinal da moça – Se apressou em falar com medo do tom usado pelo patrão – Sinto muito, Oyabun-sama.

– Mande rastrear o celular dela – Disse entre dentes perdendo a paciência.

– Já fiz isso senhor, mas o número não existe mais.

– MERDA – Rugiu irritado passando o braço na mesa e jogando tudo o que tinha nela no chão. Yamato assustado deu um passo para trás.

Sasuke levantou e voltou a olhar para a janela, apoiando as mãos no vidro com o corpo curvado. A respiração alterada podia ser vista através do movimento das costas largas dele.

– SAIA – Ordenou tão alto quanto o trovão que cortou o céu da cidade.

Estava irritado mas sabia que se quisesse realmente ter todas as informações sobre ela teria que conversar com o clã de Konoha. Por mais que fosse o Oyabun mais poderoso do Japão, não podia passar por cima da autoridade de outros dessa maneira. Toda a relação entre os clãs da yakuza eram trabalhadas no respeito e invadir o território da Kurama assim daria muita dor de cabeça.

Então por hora teria que se contentar com o que Yamato podia fazer.

E se nada mais fosse encontrado sobre ela, ele mesmo iria à sede da Kurama pedir autorização para revirar Konoha atrás da Haruno.

•  •  •  •  •  •  •

– Querido! – Mikoto exclamou sorridente quando viu Sasuke descer do carro em frente à mansão Uchiha.

Apesar de ter jardineiros a sua disposição, a jovem senhora estava cuidando do jardim tão querido por ela. Suas flores eram sua paixão e passar a tarde entre suas plantinhas era um de seus passatempos preferidos quando não se ocupava com o restaurante do clã.

Levantou do chão retirando as luvas grossas sujas de terra e deixou de lado junto à suas ferramentas de jardinagem.

Sasuke ficou parado esperando que ela se aproximasse, andando graciosamente quase como se saltitasse e sorrindo ternamente com os olhos brilhantes.

– Mãe – Cumprimentou quando ela se colocou na ponta dos pés para beijar seu rosto.

– Como vai? – Ela perguntou gentil enquanto, de braços dados com o moreno, entrava na grande mansão.

Os dois passaram pelo hall de entrada e Sasuke era reverenciado com respeito pelos empregados com quem cruzavam. Entraram na sala de visitas e Mikoto solicitou à uma empregada que service chã com biscoitos.

Era uma sala aberta com sofá, poltronas e um piano. Uma elegante lareira compunha o ambiente luxuoso e era definitivamente o comodo preferido da Senhora Uchiha.

Sasuke sentou ao lado da mãe no sofá confortável e na mesma hora a empregada voltou com uma bandeja que depositou na mesinha de centro.

As vezes ele se surpreendia com a rapidez que as tarefas eram realizadas por ali.

– Conte-me querido, o que veio fazer aqui? – Perguntou curiosa enquanto servia o conteúdo do bule nas xícaras de porcelana delicadas. Os movimentos graciosos indicavam toda a elegância e refinamento da mulher.

– Não posso visitar minha mãe? – Respondeu com outra pergunta aceitando a xícara pequena que contrastava com sua mão grande e máscula. Tinha medo de quebrar o frágil objeto principalmente por saber o valor – mais sentimental que qualquer outra coisa – que tinha para sua mãe.

– Claro que pode – Sorriu gentil para o filho bebericando de seu chá – Mas sei que você não é de vir à toa.

Sasuke suspirou abaixando a xícara e depositando de volta na mesinha de centro. Passou as mãos pelos cabelos impaciente e depois se encostou no sofá de forma mais relaxada. Apenas de estar na casa onde cresceu sentia-se mais relaxado do que na mansão que dividia com a esposa. Não conseguia considerar aquele lugar uma casa e devia muito disso à presença incomoda de Karin.

– Só estou um pouco estressado – Disse por fim dando de ombros.

– Tadinho do meu menino – Mikoto acariciou os cabelos rebeldes do filho com carinho e Sasuke resmungou descontente com o jeito que sua mãe falou – Sua vida é tão complicada – Comentou pesarosa.

– As vezes me sinto um velho – Desabafou jogando a cabeça para trás, apoiando no encosto do sofá.

– Mas é tão novinho – Suspirou triste – Tem tanto para viver ainda.

– Não fale como se eu fosse criança – Resmungou fazendo uma careta.

– Para mim sempre vai ser o meu pequeno mau humorado – Cantarolou nostálgica. Por mais que Sasuke fosse um homem feito e nada infantil, Mikoto só conseguia lembrar do filho mais novo que vivia andando atrás de Itachi falando "nii-san" para todos os lados e emburrando por qualquer coisa.

– Hn – Grunhiu incomodado mas continuou quieto olhando para o teto.

Seus olhos ônix percorrendo cada detalhe do lustre acima de sua cabeça como se fosse a coisa mais interessante do mundo.

Ficaram por um tempo em silêncio, ouvindo o canto dos pássaros lá fora e o crepitar agradável da lareira até que Sasuke rompesse o silêncio mais uma vez.

– Você ama o pai? – Perguntou sério, como se não tivesse questionando algo que não combinava com sua personalidade.

– Mas é claro que amo! – Exclamou risonha achando graça da pergunta.

Sasuke se remexeu no lugar um pouco incomodado com as risadas da mãe mas por fim levantou a cabeça olhando para ela.

– Como é amar? – Perguntou observando o rosto de sua mãe expressar surpresa.

– Você sabe filho, sei que me ama, e ao seu pai e seu irmão também – Franziu o cenho confusa.

– Quero dizer – Pigarreou incomodado com assunto mas prosseguiu – Como é amar alguém que não é da sua família?

– Você não ama sua esposa? – Arriscou.

– Não – Foi seco em sua resposta.

– Não vou discutir isso pois está na sua cara – Suspirou tristonha pela situação do filho – Gostaria que você estivesse casado com alguém que ama.

– Não acho que seja capaz disso – Argumentou pensativo – Como você soube que amava meu pai?

– Ah, foi bem fácil na verdade! – Falou se aproximando do filho como se fosse contar um segredo – Ele sempre foi daquele jeito, sério e indiferente, mas eu adorava! Sempre que estava perto dele sentia o ar faltar e minha barriga revirar de nervosismo – Contou com um sorriso apaixonado – Sabe Sasuke, quando você ama alguém você sente necessidade de sorrir quando vê a pessoa feliz, fica feliz quando ela está bem, e triste quando não está. Gosta de estar perto dela e até as coisas mais bobas se tornam interessantes – Enquanto Mikoto falava Sasuke deixava a mente viajar e imagens de Sakura sorrindo apareciam o tempo todo – Você tem a necessidade de proteger e cuidar, faz de tudo para que ela esteja bem – Colocou o dedo no queixo como se pensasse e depois sorriu para o filho – Na verdade, não é algo que faça sentido. Cada um tem sua forma de amar. Você só tem que procurar por alguém que faça seu coração bater mais forte – Concluiu pousando o dedo indicador no peito de Sasuke, onde ficava o coração.

Sasuke acompanhou a mão de Mikoto e depois que ela tirou o dedo ele levou a própria mão ao peito sentindo as batidas. Por um momento fechou os olhos se concentrando na imensidão de cores que eram as lembranças de Sakura.

•  •  •  •  •  •  •

A chuva caia impiedosa quando o rolls-royce preto estacionou no subúrbio de Tóquio. Um homem vestindo um terno preto se apresou para abrir a porta traseira segurando um guarda-chuva. O sapato social bem lustrado pisou fora sem se importar com a poça de água e de dentro do veiculo saiu Sasuke segurando sua kusanagi e ostentando sua pior expressão.

Aquele não era um bom dia para tentar passar a Sharingan para trás e o infeliz devedor pagaria as consequências.

Seguido por Naruto e pelo homem que segurava o guarda-chuva, Sasuke entrou na casa de aparência humilde e mau cuidada. Nem olhou para os lados, andou direto para a cozinha onde um homem de aparência doentia estava amarrado em uma cadeira. Ao mesmo tempo que o Oyabun entrou no comodo todos seus homens saíram, deixando apenas o Uzumaki, que como sempre encostou em uma parede ao fundo cruzando os braços e assistindo o show.

– Você deve 12 milhões – Sasuke falou de uma vez olhando no fundo dos olhos desfocados do homem que claramente estava sob efeito de drogas –Consegue compreender isso?

O homem permaneceu em silêncio apenas olhando para Sasuke como se ele não fosse real.

O moreno suspirou sem paciência e fez um movimento com a mão. Na mesma hora Naruto sacou sua arma e atirou sem dó na perna do homem. O grito de dor ecoou pela casa vazia sendo abafado junto ao tiro pela chuva forte.

– Preciso que me pague alguma coisa – Falou novamente pouco se importando com o choro agoniado do homem à sua frente – Sua casa e seus pertences agora são meus, mas apenas isso não paga o que deve.

– Eu não tenho mais nada – Justificou com dificuldade, os olhos presos na perna baleada de onde uma grande quantidade de sangue saia.

– Não é isso que me foi informado – Retrucou seco – De acordo com meus informantes o senhor tem uma casa no valor de 15 milhões.

– NÃO! – Levantou a cabeça de uma vez agoniado, os olhos agora não mais nublados pela droga – Não é minha! Não tem nada a ver comigo!

– Não minta para mim Senhor Sato – Por mais que a voz do Uchiha se mantivesse baixa, saia fria e ameaçadora – Sei que sua filha mora lá, só preciso saber onde estão as escrituras da propriedade.

– Por favor, deixe minha menina em paz! – Implorou chorando agoniado. Era um péssimo pai que nunca conseguiu largar o vicio em jogos e drogas. As únicas coisas boas na vida que havia feito era ter sua menina e dado a casa para ela – Ela não tem nada a ver com tudo isso.

– Infelizmente Senhor Sato – Sasuke ignorou a fala do homem e continuou de modo ameaçador – Como o senhor não tem como pagar sua divida ela será de responsabilidade de sua filha agora.

– NÃO! – Gritou desesperado se debatendo na cadeira e Sasuke, irritado, apenas bateu com a katana, ainda embainhada, na perna machucada fazendo o homem urrar de dor.

– Vejo que não tem ciência de com quem está falando, não é mesmo? – Perguntou aproximando o rosto do homem e olhando fundo nos olhos dele. O Senhor Sato, mesmo em meio as lágrimas, piscou algumas vezes e focou seus olhos nos ônix do homem à sua frente.

A consciência de quem estava à sua frente o abateu como um bonde, fazendo o desespero aumentar e inevitavelmente a bexiga falhar molhando a calça, o banco e um pouco do chão com urina.

Oyabun-sama – Falou em um fio de voz tremendo aterrorizado.

O Uchiha repuxou o lábio em um projeto de sorriso irônico e deu as costas para o homem, retirando a gravata, o paleto e por ultimo a camisa social. O pobre Senhor Sato iniciou uma reza fervorosa ao ter o vislumbre da tatuagem nas costas largas do Oyabun.

– Não vai revelar a localização da escritura? – Perguntou retirando a katana da bainha com calma. Naruto segurava os pertences do Uchiha e mantinha a expressão séria diferente da habitual.

– Podemos fazer um acordo? – Perguntou tentando manter a voz controlada. O medo e a dor misturados estavam o fazendo perder a cabeça.

– Eu não faço acordos com devedores – Virou na direção do homem e Senhor Sato soube que faltava pouco para sua vida encontrar um fim. Os olhos ônix não expressavam nada, nenhuma emoção.

– Eu vou falar – Ignorou a fala do Oyabun e se apressou a dizer o que precisava – Mas em troca, por favor, deixe minha filha viver!

– Eu não faço acordos – Repetiu se aproximando, a lamina arrastando no chão produzindo um barulho agourento.

– Está em um cofre no quarto, atrás das caixas de sapato – Disse rapidamente embolando um pouco as palavras – Tem dinheiro lá também! – Sasuke levantou o braço que segurava a katana fazendo os músculos ressaltarem e a tatuagem de cobra brilhar na luz – Mas por tudo que é mais sagrado, se você ama alguém nessa vida, deixe-a viva! – Implorou poucos segundos antes de ter a cabeça arrancada em um golpe certeiro da lamina.

A cabeça do senhor Sato rolou pelo chão da cozinha suja e Sasuke ficou com os olhos arregalados olhando para o sangue esvaindo do corpo agora sem vida. Completamente paralisado por ter, ao escutar as ultimas palavras do homem, pensado em Sakura.

"Se você ama alguém nessa vida..", ecoava em sua mente dolorosamente.

– Eu não a amo – Sussurrou baixo como se tentasse convencer a si mesmo.

Transtornado e sem se preocupar em vestir suas roupas saiu da casa sem olhar para trás. Trombou em alguns de seus homens que praticamente se jogavam para longe evitando ficar no caminho do Oyabun. Viu o rolls-royce mas passou direto por ele, parando no carro de Naruto – um Nissan Skyline laranja – entrando e ao ver as chaves na ignição ligou e acelerou cantando pneu para fora dali.

O vulto laranja cortava as ruas de Tóquio em alta velocidade. A chuva atrapalhava a visão mas Sasuke era um bom motorista e desviava com facilidade dos outros carros e pedestres. Diminuiu a marcha e fez a curva em drift entrando com tudo na pacata rua que conhecia tão bem.

Estacionou em frente à casinha branca praticamente em cima do passeio, mas não se importou. Desligou o carro e apoiou a cabeça no encosto olhando para frente, vendo a chuva bater violentamente no para-brisa.

Piscou algumas vezes e se inclinou para o lado abrindo o porta luvas e tirando de dentro uma garrafa de vodka. Naruto costuma sempre ter uma bebida para o que ele chamava de “emergências”.

Sem se importar com a chuva saiu do carro batendo a porta com força e foi em direção a casa. Uma visão deprimente naquela noite, com as luzes apagadas.

Do bolso da calça social tirou a chave e abriu a porta. Entrou sem se importar de trancar, apenas fechando com força. Ficou um tempo escorado na madeira da porta olhando para o lugar escuro e sem vida. Ainda conseguia sentir, bem levemente, o perfume doce de baunilha dela.

Xingou meia duzia de palavrões e andou até a lareira. Tirou do bolso tudo o que tinha dentro, jogando pelo piso. As chaves, a carteira, o celular, um maço de cigarro e o isqueiro, que foi o que pegou para acender a madeira da lareira. Enquanto as chamas aumentavam de tamanho, sentou no chão onde costumava ficar a “sua” poltrona.

Abriu a garrafa e deu um grande gole na vodka, sentindo a bebida descer queimando por sua garganta.

[On Track: Call Me - Shinedown]

"Se você ama alguém nessa vida.."

Os olhos ônix hipnotizados pelas chamas que dançavam esquentando o lugar. Sasuke ainda pensava nas palavras do senhor Sato.

"Como é amar?”, a pergunta que fez mais cedo naquele dia para sua mãe surgiu em sua mente sobrepondo a voz sofrida do homem que havia matado.

“... Quando você ama alguém você sente necessidade de sorrir quando vê a pessoa feliz, fica feliz quando ela está bem, e triste quando não está.”

Lembranças de Sakura sorrindo e tagarelando vinham como flashes em meio ao emaranhado confuso que era seus pensamentos. Nunca foi de sorrir, mas se deu conta que costumava repuxar inconscientemente seus lábios em um projeto de sorriso quando estava com ela.

“Gosta de estar perto dela e até as coisas mais bobas se tornam interessantes.”

Deu mais um gole na bebida lembrando das noites em que apenas sentavam na sala para assistir um filme ou jantavam juntos conversando sobre os acontecimentos do dia. Nunca fez algo do tipo, em outros tempos consideraria entediante e ridículo, mas com ela, era estranhamente agradável.

As trapalhadas dela também eram lembranças agradáveis. Coisas que se outra pessoa fizesse o irritaria mortalmente, quando era Sakura apenas achava adorável a falta de jeito da mulher.

“Você tem a necessidade de proteger e cuidar, faz de tudo para que ela esteja bem”

Mesmo não sendo alguém de sua família se sentiu claramente desconfortável quando ela ficou doente. Usou até o maldito avental e cozinhou para ela. Também odiava quando ela chorava por conta de um filme ou alguma série boba.

Se perguntava se ela chorou muito ao descobrir a verdade.

Esperava que não.

“Na verdade, não é algo que faça sentido. Cada um tem sua forma de amar. Você só tem que procurar por alguém que faça seu coração bater mais forte.”

Sakura sorrindo em sua direção. Fazendo a torta de tomates que ele tanto gostava. Cuidando dele quando em um dia ruim. Entendendo o que ele sentia sem que precisasse falar.

“Eu te amo Sasuke-kun!”

E por fim, ao mesmo tempo que um raio cortava o céu lá fora em um estrondo suficiente para fazer as janelas tremerem ele se deu conta que sentia o coração bater mais forte toda vez que escutava a voz doce declarar aquelas palavras.

Ele finalmente entendeu.

Ele amava Sakura.

•  •  •  •  •  •  •

– Não acredito que aquele Teme roubou meu carro! – Naruto reclamava indignado enquanto Itachi acelerava seu Ford Mustang GT em direção ao endereço indicado pelo loiro.

– Tem certeza que ele está lá? – Perguntou apreensivo em meio aos resmungos do Uzumaki.

– Claro! – Respondeu confiante – É o refúgio dele, mesmo que ela não esteja mais lá.

Itachi acenou a cabeça em concordância e acelerou mais. Estava preocupado com seu irmão mais novo. Desde a partida de Sakura ele havia se fechado mais ainda, mergulhou no trabalho e se irritava mais facilmente. Pelo visto hoje havia sido o limite para o sempre tão centrado Oyabun.

A chuva já havia parado quando estacionou em frente a casinha branca. Pela janela viram uma luz franca oscilando pelas paredes brancas mostrando que havia alguém lá dentro.

– Meu carro! – Naruto exclamou descendo rapidamente e correndo até o veiculo de cor laranja o abraçando.

Itachi desceu e depois de ligar o alarme do carro observou ao redor. Era uma rua residencial com casinhas charmosas. Apesar de já ser madrugada percebeu que era um lugar tranquilo, daqueles em que todo mundo se conhecia e os vizinhos se cumprimentavam toda manhã antes do trabalho.

– É essa? – Perguntou para o loiro ainda agarrado ao carro. Os ônix avaliando a casa pequena que parecia ter saído de um livro de contos de fadas.

Naruto se afastou do carro e olhou para a casa, confirmando. Os dois então se aproximaram da porta da frente e antes que Itachi pudesse bater, Naruto já foi entrando.

– Que estranho ver tudo vazio – Comentou ao passar pela porta. Estava acostumado com Sakura o receber sorrindo e uma vasilha grande de ramen em cima da mesa.

Itachi entrou também olhando ao redor vendo o comodo vazio iluminado apenas pela lareira. Focou os olhos na direção que vinha a luz e viu seu irmão mais novo em uma situação deplorável que nunca tinha imaginado ver na vida.

[On Track: Sadness And Sorrow - Toshiro Masuda (Naruto Soundtrack)]

Sasuke era uma visão triste, sentado no chão com uma perna estendida e a outra dobrada, onde seu braço apoiava em cima do joelho. Tinha em mãos a garrafa vazia de vodka e não vestia nada da cintura para cima. Não conseguia ver seu rosto, mas as costas largas com a tatuagem estavam encurvadas.

– Sasuke – Chamou se aproximando apreensivo. Se abaixou ao lado do irmão e ofegou surpreso ao ver o rosto sempre sério e inexpressivo. Dos olhos opacos e fixos no chão grossas lágrimas saiam.

Sasuke chorava.

Nunca havia visto o irmão chorar. Nem quando criança ele derramava lágrimas. Sempre fazia uma careta e fungava várias vezes, mas não passava disso, mesmo quando machucava. Depois de adulto parecia nem saber o que era derramar lagrimas e Itachi achou que nunca o veria naquele estado.

– O que aconteceu? – Perguntou colocando a mão no ombro do mais novo com o máximo de delicadeza que conseguiu.

Com o contato Sasuke piscou algumas vezes e levantou o rosto olhando fixamente para Itachi, sem parar de derramar as lágrimas.

Ficaram por um tempo se encarando e antes que Naruto, que já estava ansioso, interferisse, o Oyabun contorceu o rosto em dor e arremessou a garrafa vazia na parede.

Itachi se afastou e Naruto deu um pulo para trás assustado. Os dois viram Sasuke levar as mãos aos cabelos bagunçados com força e abaixar novamente a cabeça.

– Ela foi embora – A voz saiu mais rouca que o comum e meio embolada pelo álcool. Sasuke tirou as mãos da cabeça as apoiando no chão e com dificuldade levantou.

O corpo grande cambaleou até se encostar na parede sem forças para qualquer outra coisa.

– Já tem um tempo que ela foi Sasuke – Itachi falou com cautela se aproximando um pouco.

– ELA FOI EMBORA! – Gritou alto e os dois que assistiam a cena juraram ter escutado as janelas tremerem por conta da voz de trovão do Oyabun.

– Eu sei que está com saudades da Sakura-chan – Naruto resolveu falar também se aproximando – Também sinto falta dela.

– É diferente! – Retrucou balançando a cabeça – Ela fugiu de mim.

– Sasuke – Itachi chamou com a voz cansada – Você sabia que isso aconteceria. Não pode culpa-la por ir embora – Falou triste pela situação – Você é casado com outra.

– EU NÃO AMO AQUELA MULHER – Gritou batendo a mão fechada na parede com força – Não gosto nem de estar com ela.

– Karin? – Naruto perguntou confuso e Sasuke apenas movimentou a cabeça em concordância.

– Tudo bem – Itachi tranquilizou o irmão chegando perto o suficiente para colocar a mão em seu ombro tremulo.

– Nii-san, está machucando – O mais velho arregalou os olhos ao escutar a fala de Sasuke. Ele não o chamava assim a anos.

– O que machuca Sasuke? – Perguntou puxando o mais novo, que era um pouco mais alto, para um abraço desajeitado.

Amor – Sussurrou deixando Itachi sem palavras.

Sasuke mesmo com todo o tamanho parecia uma criancinha assustada nos braços do Uchiha mais velho.

– Merda – Naruto xingou em algum lugar da sala ao perceber a situação.

Por um minuto se fez silêncio. A casa vazia, a rua silenciosa e o fogo queimando a madeira quase sem produzir som algum, como se respeitasse o momento.

Eu amo a Sakura – Sasuke falou sério cortando o silêncio, já sem mostrar os efeitos da bebida.

Lágrimas desciam por seu rosto austero.

E Itachi e Naruto nunca o viram tão sincero e certo de algo como naquele momento.

Sasuke olhou para eles e seus olhos se arregalaram e as bocas escancararam com a visão que ninguém nunca havia tido antes.

Os dois com certeza teriam para sempre a lembrança daquele dia guardada.

O dia em que o Oyabun tirou sua máscara.

O dia que Uchiha Sasuke chorou.

E amou pela primeira vez.


Notas Finais


ESTÁ TODO MUNDO VIVO?!²
Esse foi o capítulo mais difícil de escrever até agora!
Espero que tenha ficado bom e que vocês gostem :)
Como foi com o último, também estou bem ansiosa para saber o que você acharam!
Vou adorar debater com vocês tudo o que aconteceu e espero de coração que tenham gostado ❤

Antes de falar sobre o capítulo, quero apenas fazer uma observação sobre a história. :)
Quando comecei a planejar Resiliência, eu pretendia escrever em primeira pessoa com o ponto de vista do Sasuke.
A ideia era ficar focado apenas nele, mas descobri que gosto de manter a narrativa em terceira pessoa, principalmente por poder mostrar melhor os outros personagens.
Mas, isso não mudou a minha ideia de que a fic é sobre o Sasuke. A Sakura é uma personagem principal também, mas tudo que escrevo é pensando mais nele, vocês já devem ter percebido que nunca me aprofundo muito nas cenas dela e é justamente por isso.
Não quer dizer que seja mais fácil escrever sobre ele, porque não é (esse homem é muito complicado! HAHAHA).
A Sakura vai ter uma história bem interessante, mas não vou dar tanto destaque quanto ao que tenho planejado para o Sasuke.
Daqui para frente vocês vão perceber tudo isso melhor, mas não se preocupem que a Sakura também vai passar por muita coisa ❤

Agora vamos as considerações sobre o capítulo:

• Logo no inicio já teve o Sasuke percebendo que a Sakura foi embora!
Recebi muitos comentários com especulações sobre como aconteceria e também mostrando a ansiedade que todos estavam por isso.
Não sei se atingi as expectativas de vocês, mas eu sempre tive certeza que de primeira ele iria se fazer de indiferente. Como se não ligasse para a partida dela e se conformando em votar à sua vida sem ela.
Não combina nem um pouco com ele admitir que vai sentir saudades ou qualquer coisa assim.
Também temos que lembrar que nesse inicio do capítulo ele ainda não tinha se dado conta dos próprios sentimentos.
É muito da personalidade dele agir como se não se importasse com nada, então não fazia sentido ele surtar logo de cara, não acham?

• Sobre o bilhete que a Sakura deixou:
Gente, eu tinha mil esboços do que escrever mas tudo parecia exagerado demais /:
Preferi deixar algo simples e cheio de significados do que fazer um texto sofrido e cheio de declarações
Espero que não tenha ficado tão ruim :x
AH! E o titulo do capítulo anterior é justamente por conta desse bilhete! Só depois que parei para analisar que vi que não fazia tanto sentido mas já tinha colocado HAHAHAHAHA #autoralerda
Esse "obrigada" da Sakura é super carregado de sentimentos e significados, igual aos "obrigado" do Sasuke no anime/mangá :D

• Uma coisa que quis mostrar tanto no momento em que ele come o pedaço da torta de tomate que ela deixou para ele, quanto quando ele se estressa com todo mundo na Uchiha Corp. é que ele achou que estava tudo bem, e foi acumulando o sentimento e transformando isso em irritação, descontando nos outros e ficando cada vez mais nervoso.
A personalidade dele pode ser dividida entre o Sasuke sério e indiferente de sempre, e o impiedoso Oyabun, que é quando ele chega ao máximo de irritação.
No meio dessa confusão toda da empresa ele ficou oscilando entre os dois extremos da personalidade dele.
O Sasuke ao longo desse capítulo pode ser comparado à uma panela de pressão!

• E pela primeira vez vimos o Itachi perdendo a paciência!
Eu gostei muito de escrever essa cena dele confrontando o Sasuke. ❤
Foi um momento que eu incluiu por querer mostrar que ele tem sim sangue Uchiha apesar de ser gentil e de bem com a vida.
Afinal, se Sasuke não fosse Oyabun, quem assumiria seria o Itachi :D
(mas como já sabem não aconteceu pois acima do sangue Uchiha ele é gentil demais para o cargo HAHAHA)

• Toda essa história de recall e tablete explosivo eu baseei no famoso caso dos celulares Samsung explosivos! HAHAHA Pesquisei mais ou menos como acontecia na realidade para poder incluir na história :)
Até as melhores marcas passam por problemas de vez em quando, e com a Uchiha Corp. não seria diferente!

• A parte em que o Sasuke sonha com a Sakura é a minha preferida do capítulo por dois motivos:
- Foi quando ele finalmente percebeu que não queria deixar ela sumir da vida dele daquela maneira.
- E por conta da música linda que quando eu escutei a primeira vez ficou perfeita para o que eu tinha planejado!
Foi a primeira vez que inclui as letras da música na escrita do capítulo, e mesmo estranhando um pouco como ficou achei super necessário já que a letra descreve exatamente o que o Sasuke estava sentindo no momento!
Se você não sabe inglês, procure a tradução porque se encaixa direitinho :)
A música é Stay do Lewis Watson.

• E como o Sasuke estava sem secretária eu trouxe a Izumi para a história! ❤
Ela é sim membro da Sharingan (sim, ela anda armada, participa de missões e todas essas coisas!) e também adora implicar com o Sasuke!
Mas vocês devem estar se perguntando, "Como ela é do clã mas desrespeita o Oyabun daquela forma?", e bem, vou explicar isso aqui pois não consegui encaixar exatamente como eu queria a explicação na história:
A Dona Mikoto (maravilhosa ❤) sempre quis ter muitos filhos, e principalmente uma menina! E como não teve e tirando proveito de ser a esposa do Oyabun, ela adorava ficar olhando as crianças do clã, e foi assim que praticamente pegou a Izumi para criar HAHAHAHA
A Izumi vê o Sasuke como um irmão mais novo justamente por ter frequentado muito a casa dele quando crianças
Então, mesmo ele sendo o Oyabun, ela não consegue vê-lo com respeito.
Entenderam? :)
Ah, e sei que vocês estão curiosos então já vou adiantar que SIM, Izumi veio especialmente para o Itachi ❤ HAHAHA
Ela tem um crush nele desde pequena HAHAHAHA
Eu já falei outras vezes por aqui, mas não pretendo me aprofundar nos outros casais, o foco sempre vai ser sasusaku.
Maaas, de qualquer forma logo Izumi e Itachi vão estar juntos e cheios de amor ❤

• Assim como o Sai (que apareceu no capítulo passado), o Yamato também é um Uchiha! :)
Ele está no mesmo nível do Sai dentro do clã e é o responsável pelas investigações.
Acho importante explicar essa parte também, para que vocês consigam entender os motivos do Sasuke não encontrar a Sakura logo de cara.
- O Yamato fez a investigação e conseguiu tudo que existe sobre ela ANTES dela sumir. A Sakura veio do interior (Konoha), é bem humilde e realmente não tem posses. Ou seja, impossível rastrear uma conta ou algo assim.
- Apesar do Yamato ser muito competente no que faz, ele não pode invadir um território de outro clã, ou seja, a partir do momento que Sakura entrou em Konoha ela está no territorio do clã Kurama (a partir de agora os outros clãs vão começar a aparecer mais!) e mesmo Sasuke sendo quem é não pode sair desrespeitando a autoridade de outros Oyabuns assim.
- Então ATÉ O MOMENTO o Sasuke não desistiu de procura-la, ainda mais que FINALMENTE descobriu que ama ela! O Próximo capítulo vai ter o desfecho de tudo isso. :)

• E quanto ao fato da Sakura ter feito inscrição para a faculdade mas desistido, tem uma explicação!
Não vou falar muita coisa aqui para não estragar, mas vai demorar um pouco ainda para vocês descobrirem o que aconteceu com ela
Foi bem difícil tomar a decisão dela não frequentar a faculdade, mas vocês vão entender como vai fazer sentido. AH, e isso não quer dizer que ela não vá se tornar médica no futuro, porque ela vai sim! Vai demorar mais um pouco mas a vida real é isso, nem sempre as coisas acontecem como queremos e mesmo a vida nos dando rasteira, o importante é se erguer da melhor maneira possível, e ela vai voltar guerreira! ❤

• E olha a dona Mikoto sendo maravilhosa mais uma vez ❤
Ela é literalmente aquela mamãe coruja cheia de mimos e carinhos!
Sasuke não é Oyabun e muito menos adulto para ela HAHAHAHAHA
Esse dialogo dos dois foi MUITO difícil de escrever, muito mesmo!
Foi muito complicado fazer um personagem como o Sasuke, que não sabe expressar os próprios sentimentos e que é conhecido por estar sempre indiferente à tudo, falar sobre a família e questionar a própria mãe sobre amor.
Sim, ele não sabia amar e estava muito confuso com tudo o que estava sentindo!
Eu não queria que a conversa deles ficasse sentimental demais pois o Sasuke não é assim! Então tentei balancear, fazendo a Mikoto falar bastante e o Sasuke apenas absorver as palavras.
É realmente muito difícil não sair do personagem dele quando é necessário esse tipo de momento.
Espero que tenha ficado bom :)

• E finalmente, para fechar o capítulo, temos o Sasuke deixando a máscara do Oyabun cair e revelando seus verdadeiros sentimentos ❤
De toda a fic essa foi a cena mais difícil de escrever até hoje! Foi trabalhoso e emocionante, tanto que chorei junto com ele escrevendo!
Acho que sou muito sensível e apegada aos meus personagens, mas achei muito simbólico todo esse momento em que ele descobre amar a Sakura.
Eu queria mesmo entrar no clima da história e quando coloquei Sadnesse and Sorrow (da trilha sonora do anime) para tocar enquanto escrevia, foi tipo lágrimas o tempo todo! HAHAHAHAHA (Falando nisso, gente, leiam escutando a música! Faz toda a diferença, sério!)
Me esforcei para fazer de uma forma que não saísse do personagem e não sei se consegui, mas com o choro e o jeito que ele se comportou com o Itachi no final, só queria mostrar o quão quebrado e machucado pela vida ele era.
Ele é o homem mais perigoso e rico do Japão mas é humano, tadinho ):
Meu coração apertou quando escrevi ele chamando o Itachi de "nii-san" (。•́︿•̀。)

IMAGENS DE REFERÊNCIA:

Carro do Naruto: http://68.media.tumblr.com/f58fe35358e857c8318121288f8d4954/tumblr_ohbqoiomg01vsy478o2_1280.jpg
É um NISSAN SKYLINE GT-R R34 laranja.

Carro do Itachi: http://68.media.tumblr.com/27b81d51185f3617e34b74b77ef83e8a/tumblr_ohbqoiomg01vsy478o1_1280.jpg
É um Ford Mustang GT.

MÚSICAS:

Stay - Lewis Watson: https://www.youtube.com/watch?v=L88PMx9uIKo
(Busquem a tradução dessa que super se encaixa com o que o Sasuke sente nesse capitulo!)

Call Me - Shinedown: https://www.youtube.com/watch?v=XbzkaznpZD0

Sadness and Sorrow - Toshiro Masuda (Naruto Soundtrack): https://www.youtube.com/watch?v=CK8UNuqWeBs
(sério, se não leram o final com essa música aconselho a ler de novo que faz toda a diferença!)

GLOSSARIO:

Recall: é uma solicitação de devolução de um lote ou de uma linha inteira de produtos feita pelo fabricante do mesmo. Geralmente, isto ocorre pela descoberta de problemas relativos à segurança do produto.

Nii-san: Significa irmão mais velho. O Sufixo "san" no final demonstra respeito.

Ufa! Tagarelei mais que o normal, mas não tive como me impedir já que esse é, até agora, o meu capítulo preferido ❤
E o capítulo também ficou gigante e espero que vocês não se incomodem com isso!
Estou muito ansiosa para saber o que vocês acharam! E que a reação do Sasuke à partida da Sakura tenha atingido as expectativas de vocês :)
No próximo capítulo vamos ter a continuação direta do que aconteceu aqui, e descobrir o que Sasuke vai fazer agora que sabe que ama a Sakura!

O Sasuke é o meu personagem preferido e eu gosto muito dele, maaaas, assim como vocês também acho que o que ele fez com ela foi errado!
O próximo capítulo é especial para todo mundo que odiou o Sasuke desde o inicio e não gostou dele ter saído "tranquilamente" de toda a situação!
Quem esperava que ele sofresse por tudo que fez vai ficar bem satisfeito com o próximo capítulo que vai ter como título: A Queda do Oyabun.
Preparem seus corações ❤

AH, e por mais que eu revise os capítulos milhões de vezes e me esforce para sair tudo direitinho as vezes os erros passam despercebidos.
E esse foi o caso do capítulo passado onde teve um super erro de continuidade e eu só percebi depois que já havia postado.
No caso, o Naruto só descobre que Itachi sabe da Sakura no final do capítulo, mas logo no inicio eles conversam sobre ela com naturalidade, ou seja, errei feio HAHAHAHAHA Peço desculpas por isso e prometo ficar mais atenta de agora para frente!
Por falar em erros do capítulo passado, eu tinha planejado um look bonitinho para a Sakura mas não consegui lembrar de incluir, então vou deixar aqui só porque achei bem fofo: http://www.polyvore.com/resili%C3%AAncia_voltando_para_konoha/set?id=210210803
Essa é a roupa que ela usou para ir embora para Konoha :)

E bem, acho que é isso, já falei demais!
Se você está lendo isso espero que tenha um ótimo fim de domingo e que minha fic tenha contribuído para terminar o dia bem e começar a semana melhor ainda :)
Daqui para frente a coisa vai ficar cada vez mais emocionante e espero que continuem acompanhando! ❤
Qualquer coisa errada, dúvidas, sugestões e etc comentem que eu respondo assim que possível!
Obrigada por lerem, beijos! :*

AH, se você ficou muito triste com esse capítulo, vou deixar aqui um vídeo para te fazer rir: https://www.youtube.com/watch?v=WefXTIZ1D0w
É uma paródia de Naruto e eu fiquei algumas horas rindo dela HAHAHAHAHAHAHA

ATÉ DOMINGO QUE VEM ❤


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