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História Resiliência - A queda do Oyabun


Escrita por: bolodebaunilha

Notas do Autor


SURPRESA! ❤

A wild autora appeared YAAAAY :D

Então gente, hoje é meu aniversário (25 aninhos uhuul) mas quem ganha presente são vocês ❤

Eu me sinto presenteada todos os dias quando vejo todos esses comentários maravilhosos e todo o carinho que vocês estão tendo comigo ❤
Então acho mais que justo fazer isso por vocês :)

Iniciei como autora cheia de inseguranças (e elas ainda estão aqui HAHAHA) mas a cada dia vocês tem me provado que posso ser um pouco mais confiante e que é sim possível conhecer pessoas maravilhosas através de uma fic. VOCÊS SÃO LINDOS!

Fui acolhida tão bem por todos que nem sei ❤

AGRADECIMENTO ESPECIAL PARA DUAS PESSOAS:

UchihaKimie que deixou uma recomendação maravilhosa lá no Nyah! que me deixou saltitando pela casa ❤
Eu estou sem saber como falar o tanto que fiquei feliz com ela!
E a Natália Cristina, lá do grupo do Facebook, que também recomendou Resiliência e eu fiquei tipo sem acreditar! Entrei totalmente despreocupada lá e estou tranquilamente scrollando o grupo quando de repente TCHAN uma recomendação maravilhosa ❤
Fiquei desmaiada HAHAHAHAHAHA
MUITO OBRIGADA SUAS LINDAS ❤
E também obrigada à todas as meninas gracinhas que curtiram a publicação e comentaram lá! Não vou citar nomes para não esquecer de nenhuma, mas vocês estão no meu coração ❤

AH, e não poderia deixar de comentar sobre a repercussão do capítulo passado!
GENTE, vocês arrasaram nos comentários! (vou começar a responder agora já que não quis fazer antes e estragar a surpresa HAHAHA)
E estou muito feliz por saber que gostaram do capítulo que até agora é o meu preferido de Resiliência ❤

Antes de parar de falar, peço desculpas por qualquer erro e também por não estar tão caprichado quanto os outros. Mas é que como resolvi postar fora do dia ele não passou por tantas revisões e cuidados quanto os outros. Mas fiz o meu melhor e espero que gostem :)

Bem, sem mais enrolação, aqui vai o sétimo capitulo!
Boa leitura :*

OBS: Apenas para lembrar dos links nas notas finais com explicações e referencias.

Capítulo 7 - A queda do Oyabun


Fanfic / Fanfiction Resiliência - A queda do Oyabun

Já era manhã quando os três saíram da casa.

Itachi e Naruto iam na frente discutindo em voz baixa sobre Sasuke, preocupados e planejando o que fazer dali para frente.

Levou a madrugada inteira para que o Uchiha mais novo se recuperasse.

Sasuke tinha as mãos no bolso da calça e já vestia sua blusa social branca que Naruto trouxe. Os olhos opacos e olheiras abaixo deles adornavam o rosto austero. Precisava de um banho para tirar todo aquele cheiro de bebida mas fora isso já tinha a máscara de indiferença e frieza de volta no lugar, o rosto másculo não mostrava que momentos antes chorava como uma criança desamparada.

O jardim tão bem cuidado anteriormente por Sakura agora já começava a dar sinais de abandono. Sasuke olhou por um momento para o canteiro de girassóis lembrando brevemente de Sakura sentada por ali cuidando deles, um chapéu grande para proteger do sol e Fluffykins ao lado se sujando todo ao rolar na terra.

Quando já voltava a caminhar um barulho chamou sua atenção em meio aos arbustos atrás do canteiro de girassóis. Os galhos se mexeram e ele estreitou os olhos naquela direção.

Um miado baixo foi ouvido e os ônix se arregalaram ao mesmo tempo que em passos rápidos ele se aproximava do lugar.

“Fluffykins”, pensou esperançoso.

Sem se importar de sujar a roupa se ajoelhou na terra e começou a afastar a vegetação. A água da chuva acumulada nas folhas molhou toda sua roupa mas ele não se importou.

Com uma pontada de decepção Sasuke viu um gato preto desconhecido deitado na terra. Estava sujo de lama, molhado e tremia de frio. Era pequeno e miava baixinho, talvez estivesse machucado.

Levou calmamente a mão até a cabeça do animalzinho, deslizando os dedos em meio aos pelos sujos. Na mesma hora o gatinho abriu os olhos, amarelos.

Vendo o moreno, a gato miou várias vezes seguidas tentando se levantar, mas estava fraco.

Inexplicavelmente Sasuke sentiu o coração sempre gelado, apertar ao lembrar do espevitado gatinho de Sakura. Fluffykins era maior e completamente diferente desse, mas apenas a lembrança fez com que Sasuke tomasse a decisão de pega-lo no colo com toda a delicadeza que não tinha.

Naruto e Itachi, que já procuravam o moreno, viram o corpo grande dele surgir por entre os arbustos. O rosto inexpressivo e em seus braços uma pequena bola de pelos preta. Sasuke a abraçava com cuidado sem se importar de sujar a camisa branca de lama.

Passando pelos dois, levou o gato para o carro decidindo que ficaria com ele.

– Aoda – Disse em voz alta o nome escolhido.

•  •  •  •  •  •  •

– Cara, você adotou um gato – Naruto falou o obvio vendo Sasuke colocar comida recém comprada para o bichinho.

Antes de irem para a sede da Sharingan – onde Sasuke estava passando boa parte de seus dias – pararam em uma veterinária onde o pequeno Aoda foi consultado, vacinado e o Uchiha aproveitou para comprar tudo que julgou ser necessário para o gato.

Levou em conta sua experiência com Fluffykins, já que por vezes Sakura o fazia cuidar do gato para ela.

– Qual o nome? – Itachi perguntou.

Estavam na suíte do Oyabun já de banho tomado e vestidos de maneira confortável.

– Aoda – Sasuke respondeu sério, afagando as orelhinhas do gato enquanto esse comia da ração quase desesperado.  

Levantou e estralou as costas que andavam doloridas pelo tempo que ficou jogado no chão da casa de Sakura. Uma leve dor de cabeça o incomodava, mas já havia tomado remédio depois de Itachi o ter obrigado a comer o jantar.

Se jogou na cama e puxou o maço de cigarros, acendendo um. Naruto sentou na cama também empurrando Itachi para o lado e ligando a televisão.

Nenhum deles falou sobre o que aconteceu naquela casa durante a madrugada. Por mais que estivessem preocupados com Sasuke, Naruto e Itachi resolveram deixa-lo descansar e relaxar um pouco. Aparentemente o choro e o desabafo foram necessarios para que o peso que Sasuke tinha nas costas fosse um pouco aliviado.

Mas nunca esqueceriam do rosto em desespero e agonia que o Oyabun mostrou pela primeira vez na vida.

A imagem sofrida os assombraria por um bom tempo.

– Porra, não tem nada passando na televisão – Naruto resmungou trocando os canais com desinteresse.

Itachi observava a tela sem realmente prestar atenção enquanto Sasuke acariciava o pelo de Aoda, que havia – com muito custo – subido na cama.

De volta com o Goshippu, seu programa favorito sobre o que acontece no mundo dos famosos! – Uma mulher loira com uma roupa curta cheia de glitter falou enquanto andava pelo cenário mostrado na televisão. Atrás dela um telão com a logo do programa – Durante o intervalo recebemos uma noticia bombástica! – Exclamou animada e a plateia aplaudiu.

A tela da televisão tinha várias mensagens coloridas e chamativas piscando ao redor da apresentadora e Itachi se perguntava porque diabos estavam assistindo aquilo.

É melhor você aí de casa sentar, porque a noticia é quente! – Se aproximou da câmera piscando um olho. Se afastou e virou para a tela ao mesmo tempo que uma foto de Sasuke aparecia.

Itachi quase deixou o cigarro cair na cama e Naruto engasgou com a própria saliva, olhando com os olhos azuis arregalados para a televisão.

O homem mais rico do Japão, eleito duas vezes o jovem empresário mais promissor do século e considerado um dos homens mais sexy do país foi traído! – Falou de uma vez e a plateia soltou exclamações. Logo o letreiro “CEO mais rico do Japão é traído” brilhou na tela.

Escutando seu nome Sasuke olhou para a televisão e franziu o cenho confuso.

“Mas que merda é essa?”, pensou vendo a palavra traição piscar.

Pois é gente! Que absurdo! – A apresentadora levou a mão ao peito fingindo chateação.

Se até Uchiha Sasuke leva chifre o que será de nos meros mortais? – Perguntou realmente chateado um dos convidados do programa e os dois homens ao lado concordaram com a cabeça.

Tirem as crianças da sala, pois as cenas a seguir são improprias! – Alertou a apresentadora antes de abrir espaço para a câmera focar no telão.

Os dois Uchiha e Naruto viram completamente sem reação fotos de um iate luxuoso. A embarcação estava parada e a paisagem seria paradisíaca de se ver se não fosse um casal claramente fazendo sexo no deck, debaixo do sol e rodeado por taças de champanhe e uma travessa com lagostas e outros frutos do mar.

Sasuke estreitou os olhos a medida que as fotos iam passando e a identidade do casal mais visível.

Mesmo com as tarjas tampando o corpo dos dois, o Uchiha reconheceu Karin.

A ruiva parecia muito satisfeita cavalgando o homem que, forçando um pouco a memória, reconheceu como sendo Suigetsu, filho de Orochimaru.

O telão parou de exibir as fotos e agora a foto oficial do casamento dos dois ocupava toda a tela. A apresentadora desertava sobre o casamento do casal Uchiha e os prováveis motivos que levaram a ruiva a trair o homem tão cobiçado.

Já Sasuke permanecia estático, olhando fixamente para a tela. As mão caídas ao lado do corpo e o cigarro deslizando pelos dedos, até que por fim caiu no chão.

Não amava Karin. Não sentia nem o minimo carinho por ela ou necessidade de trata-la bem. Mas era homem, e um homem muito orgulhoso.

Mesmo que por baixo dos panos cometesse crimes graves, nunca havia se envolvido em polêmicas. Seu nome sempre limpo e motivo de orgulho.

A família Uchiha era a mais tradicional e respeitada do país. Aprendeu a ser discreto e fazer de tudo para manter a reputação do sobrenome que carregava.

Nem quando era um adolescente inconsequente que curtia festas, rachas e dormia cada noite com uma mulher diferente conseguiu atrair atenção da mídia.

Mas agora estava ali, vendo seu nome ser debatido em um programa de fofocas. Sua foto ser exibida junto com as safadezas de Karin.

Estava irado.

Sem dar tempo de Naruto ou Itachi reagirem, Sasuke levantou de uma vez catando uma camisa e sua kusanagi, e correu para fora do quarto.

Os dois que ficaram para trás apenas se olharam antes de seguirem o mais rápido que podiam atrás do Oyabun.

Chegaram do lado de fora da mansão a tempo de ver o carro de Sasuke sumir pela rua em alta velocidade.

– Agora lascou de vez – Naruto falou levando as mãos a cabeça e Itachi concordou preocupado.

•  •  •  •  •  •  •

Não houve o que qualquer um do clã pudesse fazer para impedir o que aconteceu naquele dia.

Fugaku entrou na sede da Sharingan com a expressão irritada e olhando ao redor procurando respostas. Os membros do clã praticamente saltavam para os cantos tentando fugir do antigo Oyabun que parecia prestes a assassinar alguém.

Praticamente arrombou a porta da sala de reuniões encontrando Itachi, Naruto, Kakashi, Shisui e Obito em pé. Todos com expressões fechadas, sabendo que tudo havia sido uma merda muito grande.

Sentado em um canto, completamente coberto de sangue, estava Sasuke. Ele permanecia indiferente à toda comoção e tinha um cigarro entre os lábios, soltando vez ou outra a fumaça.

– MAS QUE MERDA ACONTECEU AQUI? – A voz de Fugaku soou como um trovão em meio aquele silêncio mórbido.

Logo Madara, Izuna, Yamato, Sai, Kagami e Utakata entraram na sala também. Sem falar nada se espalharam pelo comodo observando o antigo e o atual Oyabun se encarando com intensidade.

Era literalmente um encontro de titãs.

Pela primeira vez em anos todos os membros relevantes do clã estavam reunidos em um mesmo lugar.

– Vou ter que repetir a pergunta? – Havia fúria na voz de Fugaku e inconscientemente todos deram um passo para trás

– Pai – Itachi tomou coragem e chamou pelo homem irritado à sua frente. Ao aposentar como Oyabun nenhum membro era obrigado mais a chama-lo pelo título. Todos acrescentavam o sufixo “sama” ao nome do homem por respeito, mas tanto Itachi quanto Sasuke podiam simplesmente chama-lo de pai – Temos um problema.

– Eu sei que temos um problema – Retrucou nervoso sem desviar os olhos de Sasuke, que parecia estar em outra dimensão de tão calmo – Mikoto invadiu meu escritório gritando que Sasuke havia sido traído e que nosso nome estava na lama.

– Quem dera fosse apenas isso – Deixou escapar Naruto e Kakashi o repreendeu com o olhar.

– Isso é o de menos – Obito falou. Havia sido chamado por Itachi junto com Shisui e Kakashi, mas mesmo assim não foram capazes de impedir a tragédia.

– Fale – Ordenou frio.

– Matei Suigetsu – Sasuke disse indiferente depois de soltar a fumaça do cigarro por entre os lábios. Não parecia minimamente intimidado pela presença do pai.

Para sorte de Sasuke e infelicidade da vitima, o Hozuki havia voltado com Karin para Tóquio, e não para Oto como deveria ser. Com suas influências havia sido fácil descobrir o hotel onde os dois estavam hospedados.

Os pegou na cama.

E mesmo que sua vontade fosse matar os dois, arrancou apenas a cabeça de Suigetsu. Karin ainda era sua esposa e se a matasse estaria violando as regras do clã e também chamando atenção da mídia. Deixou o hotel ao mesmo tempo que seus homens entravam para limpar a bagunça. A ruiva em estado de choque ainda tinha o membro do falecido dentro de si quando esse perdeu a cabeça e teve de ser levada ao hospital enquanto chorava aterrorizada, completamente traumatizada.

A sala ficou em silêncio enquanto Fugaku apertava os olhos em direção ao mais novo sentindo o sangue borbulhar em fúria.

– COMO OUSA?! – Rugiu dando um passo em direção à Sasuke mas sendo interceptado por Naruto. O loiro colocou a mão no peito do mais velho mostrando que não deixaria ninguém se aproximar de Sasuke.

Podia ser Uchiha Fugaku, ex-Oyabun à sua frente, mas nem se fosse o Papa o loiro deixaria encostar em Sasuke. Respeitava muito Fugaku, mas havia jurado lealdade incondicional e obediência cega ao atual Oyabun. Seu trabalho ali era protege-lo com sua vida se necessário. Se deixasse Fugaku bater em Sasuke como queria, o Uchiha mais novo perderia o respeito dos outros membros.

Só de olhar para Sasuke, Naruto sabia que esse não reagiria caso apanhasse do pai. O moreno parecia completamente fora da realidade.

– Suigetsu quebrou duas de nossas regras mais importantes – Sasuke falou ainda calmo e sério – “Não violar a mulher ou os filhos de outro membro”, e mais grave ainda “A esposa do Oyabun é sagrada e intocável” – Recitou tranquilamente nas palavras exatas passadas de geração em geração nos clãs da Yakuza.

Todos ficaram em silêncio refletindo sobre as palavras verdadeira ditas pelo Oyabun. De fato o que o Hozuki fez foi imperdoável e cada um ali se perguntava o que teria feito no lugar do Uchiha.

– Você tinha que mata-lo? – Perguntou Fugaku agora um pouco mais calmo se dando conta que provavelmente teria tido a mesma reação que o filho, mas não querendo admitir isso – Cortasse um dedo dele, até o braço se fosse necessário! – Exclamou exasperado – Mas você tem noção que matou o herdeiro da Akatsuki? – Perguntou para Sasuke.

Todos arregalaram os olhos assustados com a revelação.

– Mas ainda não havia sido decidido quem sucederia Orochimaru – Itachi falou atordoado.

– Orochimaru comentou comigo quando o encontrei na viagem que fiz com Mikoto semana passada – Suspirou passando as mãos pelos cabelos, gesto que Sasuke havia herdado dele – Ele ia organizar a cerimônia para o próximo mês.

– Mas que merda hein – Naruto comentou cruzando os braços e Kakashi ao seu lado não viu saída a não ser concordar.

– O que faremos? – Madara perguntou com a expressão fechada olhando decepcionado para Sasuke.

A Akatsuki era o único clã que não concordava com a liderança dos Uchiha. Sempre divergiam nas opiniões e demorou anos para que as coisas se acalmassem. O casamento de Sasuke com Karin só reforçou a parceria conseguida depois de tanto sangue derramado.

Mas agora estava tudo perdido.

– Aguardar a fúria de Orochimaru – Foi Sasuke quem respondeu sem nenhum traço de arrependimento.

•  •  •  •  •  •  •

– TEME! – Naruto invadiu a sala de Sasuke no dia seguinte quase tropeçando nos próprios pés. Desviou do tiro que Sasuke mirou em sua direção e correu para perto da mesa, pegando o controle da televisão com as mãos tremulas. A bala cravou na parede já furada por outros disparos mas o loiro nem deu atenção.

O Uchiha estava em um estado de irritação tão grande que agora recebia as visitas não anunciadas com tiros, pouco se importando se eram da yakuza ou simples funcionários da empresa.

Sem perder mais tempo o loiro ligou a televisão e trocou os canais até encontrar aquele em que o maldito programa de fofocas era exibido.

Bem vindos à mais um Goshippu! Sua fonte de noticias mais quente sobre o mundo dos famosos! – A mesma mulher loira da última vez saudava animada os telespectadores – Eu sou a Kaede e estou muito feliz de estar mais uma vez aqui com vocês – Sorriu simpática para a câmera e a plateia aplaudiu.

Sasuke largou a caneta e deixou de lado junto com os documentos que revisava. Estreitou os olhos na direção da televisão quando sua foto apareceu enchendo a tela.

E os escândalos envolvendo o cobiçado Uchiha Sasuke não param! – A apresentadora começou a falar dramática e a plateia se agitou em expectativa  – Depois de toda polêmica envolvendo seu nome, hoje temos a presença de uma pessoa muito especial – A apresentadora apontou para a lateral do palco  – Uchiha Karin!

– Puta merda! – Naruto xingou olhando para a televisão. A ruiva entrava sorridente no palco, vestida em roupas de grife curtas e provocantes.

Na mesma hora Itachi e Izumi entraram na sala apressados e pararam ao ver que a televisão já estava ligada no canal.

– Estávamos vindo falar disso – Itachi comentou se sentando tenso no sofá de couro preto. Já Izumi tratou de preparar um copo de Whisky com gelo para o patrão e levar rapidamente para a mesa. Ele ia precisar.

Conte-me Karin – A apresentadora começou a falar quando as duas sentaram em um grande sofá amarelo – O que levou a senhora a trair Uchiha Sasuke?

Bem Kaede – A ruiva ajeitou os óculos de armação vermelha com o dedo – Sasuke é um homem muito bonito mas não se deixem enganar! Ele é muito ocupado, não tem tempo para mim, fico sozinha em casa e quase nunca o vejo – Explicava dramática – Eu amo aquele homem mas precisava de alguém que desse conta do recado – Gesticulou com a mão para enfatizar e todos na plateia soltaram uma exclamação surpresa – Ele não é presente na cama e as poucas vezes que nos relacionávamos era frustrante sua falta de habilidade – Bufou mostrando seu descontentamento e a apresentadora não tinha mais como aumentar o sorriso mediante a fofoca – Coitado do meu marido, é ruim na cama e não é bem dotado – Abaixou a voz fingindo vergonha – Se é que me entende.

Meu Deus! – Kaede levou as mãos até a boca para tampar o grito – Está dizendo que um dos homens mais sexy do Japão é decepcionante por baixo dos ternos caros?

Infelizmente sim – Respondeu limpando as lágrimas falsas com um lenço branco.

Na sala de Sasuke todos estavam em silêncio encarando a televisão completamente chocados. A ruiva agora contava mais sobre a intimidade de Sasuke, detalhando até as marcas de cueca que ele usava.

Sasuke que tinha o copo já vazio de Whisky na mão olhava com fúria para a esposa. A mão tremia apertando forte e não demorou muito para o copo se partir em mil pedaços.

Os outros se assustaram olhando para Sasuke receosos.

O Oyabun, sem se importar com a mão cortada, pegou o telefone fixo e discou rapidamente.

– Hyuuga? – A voz era tão fria que eles temiam o que ele poderia fazer – Quero que dê entrada nos papéis de divorcio – Nunca teve tanta certeza sobre algo como tinha daquela decisão – O mais rápido possível.

Desligou o telefone e olhou mais um pouco para a televisão alimentando o ódio que sentia por aquela mulher.

Karin havia ficado um tempo no hospital para acompanhamento psiquiátrico mas aparentemente foi liberada, coisa que claramente não devia ter acontecido, visto a merda que estava fazendo em rede nacional.

Sasuke sabia que a ruiva estava fora de si. Sabia que ela estava traumatizada pela morte do amante e também que não estava pensando direito. Alem de tudo ela tinha medo. Medo de Sasuke ir atrás dela, por isso estava na mídia, como se dissesse “Olha, estou aqui e se algo acontecer comigo foi meu marido”.

Mas ela esqueceu com quem lidava. Não a mataria, ainda, mas assinaria aquele divorcio o mais rápido possível.

Tinha nojo daquela mulher.

Só precisava aguardar Neji chegar.

Hyuuga Neji era o mais cotado para assumir como Oyabun do clã Byakugan no lugar de Hiashi, que só havia tido filhas mulheres. Eram um clã tão tradicional quanto o Uchiha e em sua vida fora da Yakuza eram considerados os melhores advogados do país. Viviam realizando trabalhos para os clãs e não falhavam nunca.

– Acha que ela vai assinar facilmente os papéis do divorcio irmãozinho? – Itachi perguntou depois de um tempo.

– Ela não vai ter escolha – Foi a resposta fria. Os ônix não desviavam da tela onde a ruiva se comportava como uma estrela. Em sua mente imaginava mil formas de acabar com a vida da mulher.

Lentamente, como ela merecia.

•  •  •  •  •  •  •

Uma batida na porta e Sasuke autorizou a entrada de Izumi, que havia deixado de lado seu habito de entrar sem permissão depois de quase levar dois tiros.

Atrás da moça, Neji entrava na sala com toda sua elegância e seriedade.

Oyabun-sama – Neji fez uma reverência respeitosa.

– Hyuuga – Sasuke respondeu o cumprimento sem retribuir a reverência.

Como estava recebendo muitas visitas naqueles dias por conta de todos os problemas, Sasuke mandou colocarem duas cadeiras em frente à sua mesa. Neji sentou em uma colocando a pasta que levava na outra.

– Bem, sei que o senhor não gosta de rodeios – O Hyuuga começou a falar calmamente – Então já adianto que a senhora Karin não quis assinar o divorcio.

– Mesmo com a pensão ridiculamente alta, dois carros e a mansão? – Perguntou perplexo. Havia aberto mão de sua casa que construiu do zero e de uma quantia de dinheiro alta demais para se ver livre daquele mulher insuportável, mas pelo visto não valeu de nada.

– Infelizmente – Continuou sério e agora um pouco receoso. Olhou para o relógio de pulso – Já está no horário, o senhor poderia ligar a televisão?

– Como? – Perguntou confuso.

– Já iniciei a elaboração do processo por conta disso, mas a senhora Karin resolveu ir a público mesmo assim – Explicou tomando a liberdade de pegar o controle e ligar a televisão, no canal já infelizmente conhecido por Sasuke.

No Goshippu de hoje, recebemos novamente Uchiha Karin! – A apresentadora de sempre anunciou a ruiva, que entrou cabisbaixa no palco, totalmente diferente da exuberância que apresentou da última vez.

A plateia aplaudiu com entusiasmo e as duas mulheres sentaram no sofá amarelo.

Conte-me Karin, o que aconteceu com você? – A apresentadora se fez de preocupada – Parece tão abatida.

Karin pegou um lenço e secou as falsas lágrimas de forma dramática e olhou para a câmera.

Depois que vim aqui revelar toda a verdade – Começou forçando o choro – Sasuke pediu o divorcio, quer me tirar tudo! – Exclamou chorando desesperada e a apresentadora pousou a mão em seu ombro para dar conforto – Ele vai me deixar na rua.

Oh Deus, quem imaginaria que Uchiha-san seria tão cruel? – Perguntou para a plateia que se manifestou indignada.

Mas isso não é tudo – Fungou ajeitando os óculos – Recentemente descobri que estou grávida!

A boca de Sasuke foi ao chão e ele arregalou os olhos em direção a televisão não tendo como se manter indiferente diante de tal situação ao mesmo tempo que Itachi e Naruto invadiam a sala tão chocados quanto. Izumi vinha logo atrás apreensiva e olhava pesarosa para o patrão.

De Suigetsu? – A apresentadora perguntou mal contendo sua empolgação pela fofoca exclusiva.

Não – Fez uma pausa dramática e olhou para a câmera como se enxergasse o Uchiha nela – De Sasuke!

A plateia soltou exclamações e a apresentadora praticamente caiu para trás.

Foi em uma das poucas vezes que estivemos juntos – Continuou limpando as lágrimas – Meu envolvimento com Suigetsu é recente, então tenho certeza que a criança pertence à Sasuke. – Explicou de forma convincente – E o pior é que ele não quer assumir, até sugeriu o aborto!

A ruiva tirou do bolso alguns papéis com exames comprovando a gravidez. A apresentadora pegou como se fossem diamantes e mostrou para a tela.

Itachi viu o nome do hospital no canto superior do papel e já sacou o celular ligando para confirmar.

Naruto já ligava para a assessoria de imprensa para marcar uma reunião.

Izumi voltou para sua mesa onde o telefone não parava de tocar.

Já Sasuke pegou o controle e arremessou na direção da televisão, quebrando a tela.

– Não é meu – Disse com certeza em sua voz irritada.

– Sei que não, mas ainda é cedo para realizar o exame de DNA – Comentou Neji retirando alguns papéis de sua pasta – Posso pedir uma intimação para a realização do exame, mas já adianto que ela se nega veemente a realiza-lo.

– Previsível – Sasuke concluiu irritado – Ela sabe que não é meu e não quer que eu descubra.

– Infelizmente, de acordo com minhas pesquisas todos os métodos de coleta de material fetal são invasivos oferecendo risco de aborto de até 1%, dependendo das circunstâncias envolvidas – Neji explicou em tom profissional – Os médicos que consultei  recomendam que o teste seja realizado após o nascimento da criança, utilizando métodos menos invasivos e de coleta mais fácil. – Continuou sua fala mostrando para Sasuke uma cópia dos exames realizados por Karin – A senhora Karin aparentemente tem uma gravidez de risco agravada por sua atual condição psicológica, e por conta disso é capaz de usar como argumento para impedir a realização do teste antes do nascimento.

– Merda – Praguejou o Uchiha passando as mãos pelos cabelos.

– Pense bem no que vai fazer irmãozinho, ela tem a mídia e a opinião pública do lado dela – Itachi aconselhou ao desligar o telefone – O hospital onde ela realizou os exames confirmou a gravidez e os riscos.

– Já conversei com o assessor de imprensa da Uchiha Corp. e ele vai cuidar de tudo. – Naruto falou sério. A situação estava tensa e não havia espaço para a descontração natural do loiro – Parece que os repórteres estão caindo matando lá – Comentou sentando no sofá.

A cabeça de Sasuke estava fervendo e ele não acreditava que sua vida havia virado de cabeça para baixo daquela forma. Seu nome estava na lama, sua reputação no lixo e até sua masculinidade motivo de piada.

Tudo que queria era que Sakura ainda estivesse ali. Queria ter o seu refúgio, onde poderia fugir do mundo e dos problemas.

Ignorando a presença de todos abriu a pasta protegida com senha de seu computador e clicou na foto que queria.

A calma que o atingiu foi instantânea ao ver o sorriso dela encher a tela.

Com os ônix fixos no rosto de boneca que tanto sentia falta ele se deixou mergulhar nas lembranças para esquecer um pouco a realidade.

•  •  •  •  •  •  •

Os dias que se seguiram foram o equivalente ao inferno para Sasuke.

Os telefones não paravam de tocar, a caixa de email lotada, os repórteres praticamente acampando em frente à entrada do prédio da Uchiha Corp. e as ações da empresa despencando.

Na Sharingan as coisas não estavam boas também, Orochimaru não apareceu mas mandou um aviso, deixando claro que a situação não ficaria daquele jeito.

Fugaku estava praticamente surtado e abandonou a aposentadoria para tentar solucionar a bagunça. Sasuke não tinha a minima condição emocional de lidar com tudo aquilo sozinho e apenas Itachi não estava sendo o suficiente para ajudar.

Mesmo com Neji no caso não conseguiu ir contra a opinião pública, sua imagem já estava muito manchada e foi obrigado a, por hora, assumir o filho publicamente. O exame de DNA havia ficado para quando o bebê nascesse e para não gerar mais problemas aceitou Karin de volta na mansão.

Mas isso não significava que ele estava lá com ela.

Preferiu se mudar de vez para a sede da Sharingan para não correr o risco de assassinar a mulher.

Enquanto se instalava definitivamente na suite do Oyabun começava a procurar por uma nova casa. Um apartamento de preferencia completamente diferente da mansão que deixaria para a ruiva assim que conseguisse o maldito divorcio.

Por mais que Karin continuasse participando de programas de fofocas – agora alem de socialite era oficialmente uma subcelebridade – falando para Deus e o mundo sobre o filho e os preparativos para a chegada da criança, Sasuke tinha certeza que a criança não era sua.

Não usava camisinha – realmente odiava o preservativo – mas tinha certeza que pelo tempo de gestação a ruiva havia engravidado no período que a empresa enfrentou o recall do tablet explosivo. Naquela época Sasuke não dormia em casa e nem pensava em se deitar com a esposa, logo não tinha como te-la engravidado.

Então por hora apenas aguardaria Karin quebrar a cara.

•  •  •  •  •  •  •

Itachi andava pelos corredores vazios da sede da Sharingan.

Já era madrugada e poucos eram aqueles que ainda podiam ser vistos. Em sua maioria seguranças encarregados de vigiar a mansão.

Ao final do corredor viu Naruto encostado à parede, os braços cruzados e o rosto cansado. Todos estavam cansados.

– Ele está aí? – Perguntou ao parar em frente ao loiro.

– Sim – Respondeu seguido de um suspiro.

O Uchiha então abriu a porta vendo a grande sala de treinamentos vazia e parcialmente escura. A única luz iluminava o centro do tatame onde Sasuke alternava socos e chutes em um saco de areia pendurado ao teto.

A respiração pesada e os grunhidos à cada golpe ecoava pelo lugar vazio. Suor escorria pelas costas nuas até encontrar a barra da calça de moletom. Os cabelos negros e lisos estavam molhados na testa e no pescoço.

Cada golpe e movimento era feito com raiva, cheio do sentimento acumulado. As mãos estavam protegidas por faixas brancas que já mostravam desgastes pelo impacto.

Não era comum Sasuke treinar daquela forma, normalmente o fazia apenas quando precisava descarregar a raiva acumulada. E os golpes desferidos contra o saco de areia eram tão carregados de ódio que faziam o objeto balançar longe toda a vez.

– Sasuke – Itachi chamou mas o mais novo continuou em seu treino – Você precisa desacelerar – Alertou preocupado – Você está se destruindo assim.

Naruto fechou a porta e encostou nela, agora do lado de dentro, acompanhando a conversa dos irmãos.

– Não me importo – Respondeu ofegante chutando alto o saco que fez a corrente que o prendia no teto oscilar perigosamente.

– Estou preocupado com você – Insistiu – Todos estão... A mamãe está – Apelou para um dos pontos fracos do mais novo.

– Estou bem – Falou depois de um tempo aumentando a frequência de socos. 

– Não está, merda – Naruto esbravejou perdendo a paciência – Tudo bem mostrar fraqueza ‘pra gente, e você sabe disso.

Itachi concordou silenciosamente.

– Eu não sou fraco – Resmungou apertando os punhos e colocando mais força nos golpes.

– Sabemos que não – Itachi falou cansado – Mas todos estamos preocupados, Mamãe nem dorme mais tamanha preocupação com você!

– A Sakura-chan também ficaria preocupada – Naruto falou depois de um tempo de silêncio.

Os olhos de Sasuke se arregalaram por um segundo, o rosto se contorceu e os músculos se contraíram junto à mandíbula trincada. Com um estrondo o saco de areia voou até o fundo da sala batendo na parede, caindo ao chão completamente estourado com areia saindo pelo rasgo do tecido.

Sasuke tinha a respiração pesada e acelerada. Aos poucos foi abaixando a perna erguida para chutar o saco de areia com toda a força que tinha.

A imagem dos olhos verdes tristes que via constantemente em sonhos veio à sua cabeça e precisou se agachar, levando as mãos aos cabelos molhados de suor.

– Não fale dela – Pediu quase desesperado.

Naruto e Itachi se olharam apreensivos.

– Tudo bem – O Uzumaki falou – Desculpa.

O Oyabun socou o chão mas por fim sentou nele, ainda tentando regular a respiração.

– Como está se sentindo? – Itachi perguntou cauteloso se aproximando e sentando ao lado do irmão.

– Corno – Respondeu indiferente aceitando uma garrafa de água lançada por Naruto.

O loiro riu e Itachi suspirou rindo de lado.

– Que merda – Naruto sentou ao lado dos dois.

– É – Sasuke concordou depois de beber quase toda a água.

– Karin é uma vadia – O Uzumaki falou com desprezo.

– É – Sasuke concordou mais uma vez.

– Você não imagina o quanto – Itachi comentou atraindo a atenção dos outros. Viu que era observado e suspirou sabendo que cedo ou tarde teria que contar – Nunca contei para você irmãozinho, pois sabia que sua reação seria péssima. Mas infelizmente Karin sempre tentou algo comigo durante todos esses anos que estiveram casados – Sasuke arqueou a sobrancelha observando o irmão mais velho – Nunca aceitei as investidas, é claro, mas ela sempre vinha com segundas intenções, provocando e insinuando coisas. Cheguei a ameaçar contar para você e só ai ela parou – Suspirou enfadado.

– Porra – Naruto xingou soltando o ar que havia prendido – Sabia que ela era vulgar e tal, mas não esperava nada disso.

– Vi ela se insinuando mais de uma vez para outros membros do clã – O mais velho continuou – Shisui mesmo me contou algumas vezes, mas claro que ninguém arriscava por medo do Oyabun.

– Então ela teve que procurar em outros clãs – Concluiu irritado – Vadia desgraçada – Xingou apertando a garrafa de água com a mão até que ela explodiu derramando o resto do líquido no tatame.

– Suigetsu não era primo dela ou algo assim? – O Uzumaki perguntou.

– Sim – Itachi respondeu pensativo – O pai de Karin era irmão de Orochimaru, e quando esse faleceu ela acabou sendo criada pelo Oyabun da Akatsuki e consequentemente deve ter desenvolvido esse romance com o primo – Deu de ombros mostrando desinteresse – O clã Akatsuki nunca foi muito normal mesmo.

– Não me importo mais para quem ela abriu as pernas – Sasuke falou de repente – O que importa agora é que logo o mais próximo de um pau que ela vai ter dentro dela é a minha kusanagi – Sorriu de canto sádico.

Naruto e Itachi se entreolharam sentindo a aura negra rodeando o Oyabun e tiveram a certeza que não importa quanto tempo demorasse, ele cumpriria sua palavra.

•  •  •  •  •  •  •

Os meses passaram voando e quando viu, já acordava com o telefone tocando de madrugada. Karin gritando algo sobre estar morrendo e um elefante saindo de sua vagina.

Desligou pronto para voltar a dormir se não fosse Itachi surgindo em seu quarto e mandando que fosse para o hospital.

Aparentemente a imprensa adoraria saber que o Uchiha não esteve presente no nascimento do próprio filho e o fato entraria para a lista de acusações contra ele.

– Não é meu – Disse pela milésima vez enquanto se vestia, sem vontade alguma.

– Eu sei irmãozinho tolo – Itachi suspirou prendendo os cabelos. Também havia acabado de acordar – Mas sua imagem já está bem suja, não vamos piorar ok?

– Hn – Resmungou colocando o paletó e guardando as semi-automáticas.

Um tempo depois o rolls-royce preto estacionou em frente ao melhor hospital da cidade. Os Uchiha saíram do veículo sendo cegados por flashes e quase atingidos por uma quantidade absurda de microfones e câmeras. Os seguranças do clã passaram um aperto para garantir a entrada dos dois no hospital sem maiores problemas.

Mesmo o médico olhando em sua direção como se fosse um louco, Sasuke recusou acompanhar o parto. Podia escutar Karin gritando e xingando mas não se importava. Queria que aquele circo acabasse logo.

Ignorando a placa de “proibido fumar” acendeu um cigarro e encostou na parede entediado. Itachi conversava com a assessoria de imprensa da Uchiha Corp. e andava de um lado para o outro nervoso. Até parecia que era o pai.

Naruto chegou junto de Mikoto. A matriarca acreditava quando o filho falava não ser o pai da criança, mas estava ali qualquer coisa, como a boa mãe que era.

Fugaku preferiu ficar em casa, andava tão estressado que era capaz de colocar o hospital abaixo.

Os gritos de Karin ecoavam pelos corredores, de um modo que parecia que a mulher estava sendo torturada. 

Não demorou muito e o grupo escutou o choro vindo da sala de parto.

– Posso ir agora? – Perguntou para Itachi jogando o cigarro fora.

– Tem que ver a criança – Respondeu finalmente desligando o telefone.

– Vamos ver com quem o bebê se parece querido – Mikoto falou se aproximando do filho. Havia ficado muito abalada com toda a situação, se antes já não gostava de Karin agora estava desejando pegar uma das armas do marido e mata-la ela mesma.

Mas mesmo sendo filha da Yakuza, Mikoto era uma mulher gentil e por isso nunca deixaria um pobre bebê órfão. A criança já não tinha o pai, e por pior que fosse, só lhe restava a mãe.

Já se o bebê fosse de Sasuke a ruiva nunca mais sairia daquele hospital se dependesse da matriarca Uchiha.

– Senhor Uchiha, venha conhecer seu filho – Uma enfermeira chamou educadamente dando espaço para o grupo entrar. Apenas dois eram permitidos, mas o sobrenome Uchiha tinha peso até mesmo ali.

Sasuke entrou sem vontade alguma, vendo Karin na cama, exausta e parecendo fraca. Nem parecia aquela mulher sempre arrumada e impecável com o rosto rebocado em quilos de maquiagem. Havia sido um parto difícil como toda a gravidez foi, mas ela fez um bom trabalho no final.

Entretanto, de alguma forma a ruiva não parecia feliz, e Sasuke logo descobriu o motivo ao olhar para dentro do berço que ficava ao lado da cama.

Assustando todos os presentes o Oyabun gargalhou, como nunca antes na vida. Riu com gosto, sua voz grossa desacostumada com o ato.

Todos ficaram confusos mas entenderam quando se aproximaram do bebê que dormia tranquilamente.

A criança era adorável. uma gracinha. Mas não se parecia com Karin e muito menos com Sasuke. A pequena menina de bochechas rosadas era a cara de Suigetsu.

Os cabelos ralos eram daquele tom peculiar de branco e o formato da boca era idêntico.

Sem dúvidas aquela criança não lhe pertencia.

Tirando o celular do bolso o Uchiha fotografou a pequena algumas vezes ainda com o sorriso incomum nos lábios. Quase sentindo vontade de pegar o bebê nos braços e beijar suas bochechas tamanha a satisfação.

– O que está fazendo? – Karin perguntou desesperada. Já havia visto a menina e a odiava com todas as suas forças. Aquela pirralha seria a responsável por estragar seu casamento.

Não bastava ter destruído seu corpo, agora vários quilos maior e cheio de estrias, também iria destruir seus sonhos. Como tinha vontade de matar aquela coisinha!

– Tirando uma fotos para mostrar na coletiva de imprensa amanhã – Respondeu tranquilamente voltando a guardar o aparelho no bolso.

“Será que vale a pena criar uma conta no instagram para compartilhar essa novidade?”, se perguntou bem humorado.

Mikoto se aproximou mais do berço e brincou com a mãozinha da bebê com carinho lamentando que ainda não tinha uma netinha como aquela.

Itachi já havia saído do quarto falando ao telefone para ajustar os detalhes da coletiva de imprensa, e Naruto foi junto pois não conseguia parar de rir.

– Coletiva? – Karin perguntou confusa olhando para o marido.

Ou melhor, ex-marido.

– Sim – Se afastou em direção a porta – Para falar que a criança não é minha e anunciar o nosso divorcio.

– VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO! – A ruiva gritou descontrolada. Na mesma hora a bebê começou a chorar e as enfermeiras entraram no quarto.

– Posso e vou – Disse sem olhar para a mulher já passando pela porta sendo seguido por Mikoto – Aguarde a visita do meu advogado.

– E deixaremos as despesas do hospital por sua conta querida – Mikoto completou sorrindo antes de fechar a porta – Felicidades.

E assim Sasuke andou tranquilamente pelos corredores daquele hospital escutando os gritos estridentes da ruiva e se sentindo bem em semanas.

Estava na hora de colocar sua vida volta aos eixos.

•  •  •  •  •  •  •

Uchiha-sama – Sasuke escutou alguém chamando e com um pouco de dificuldade abriu os olhos nublados pelo sono.

Estava deitado de maneira pouco confortável no sofá de couro preto de seu escritório.

O pescoço doeu um pouco quando virou em direção à quem lhe chamava e depois de piscar algumas vezes conseguiu focalizar a figura bem arrumada de Izumi.

A Uchiha era naturalmente uma mulher bonita – herdou todas as qualidades da família – mas naquele dia estava mais que o normal. O rosto adornado com uma maquiagem mais forte e até os cabelos que normalmente eram usados lisos e soltos, estavam ondulados e bem penteados.

Sasuke estranhou mas nada comentou.

– Que horas são? – Perguntou com a voz rouca pelo sono, percebendo estar sem seu costumeiro relógio de pulso. Forçou o corpo levantando até que estivesse sentado no sofá.

Izumi suspirou preocupada e deixou a bolsa na cadeira em frente à mesa do Uchiha, colocando as mãos agora livres na cintura.

– 20h – Respondeu movendo a cabeça em direção a janela onde a noite já era presente – Resolvi te acordar já que deu minha hora e estou de saída.

– Droga – Praguejou passando a mão pelo rosto para tentar espantar qualquer vestígio de sono. Havia dormido mais que o esperado e simplesmente não podia se dar à esse luxo.

Arrumar sua vida estava sendo mais difícil do que esperava.

As coisas na empresa, que ainda estava se recuperando da situação do recall, agora voltaram a se complicar. Seu nome e rosto eram os símbolos da Uchiha Corp. atualmente e depois de todo acontecido estava sendo um árduo trabalho convencer à todos que tudo não passou de um equivoco.

Podia ter finalmente conseguido se divorciar de Karin, mas não antes da ruiva maldita foder de vez sua vida.

Com muito custo conseguiu o divorcio – infelizmente sendo obrigado a dar uma pensão generosa para a ex-eposa – e desvinculou totalmente seu nome da mulher. Foi obrigado a se pronunciar publicamente e expor mais ainda sua vida para que ficasse claro ao resto do Japão a cobra traiçoeira que Karin era na verdade.

Agora era o nome dela que estava na lama.

Fazia uma semana que não voltava para a sua suíte na sede da Sharingan e dois dias que não dormia. E ainda nem havia começado a procurar uma nova casa.

Estava esgotado, mas seu trabalho e o clã eram tudo o lhe restava agora.

– Aqui – Izumi estendeu na direção dele um copo de água e um comprimido para dor de cabeça. Podia não trabalhar a tanto tempo para o Oyabun,  mas já sabia o suficiente para adivinhar algumas coisas que ele precisava.

Sasuke engoliu o comprimido e deu duas grandes goladas na água devolvendo o copo logo em seguida para ela. Parece que apenas de ver o remédio sua cabeça latejou mais forte.

Suspirou exausto e passou as mãos pelos cabelos, que estavam mais rebeldes que o normal por conta do tempo dormindo no sofá.

– Te achei! – Antes que pudesse finalmente levantar escutou a voz bem humorada de Itachi e olhou para a porta, encontrando o irmão mais velho sorrindo na direção de Izumi que corou, completamente sem jeito. Nem parecia a mulher cheia de atitude que o desrespeitava todo dia – Vamos?

Izumi sorriu e tratou de pegar a bolsa, colocando no ombro e depois levando o copo vazio até o bar.

Ao alcançar a porta e ter sua cintura enlaçada pelos braços fortes de Itachi, se virou para Sasuke que ainda continuava meio letárgico no sofá.

– Sério, vá para casa e descanse! – Falou com o rosto sério de uma forma que lembrava muito Dona Mikoto.

– Ela tem razão Sasuke – Itachi ignorou o tanto que Izumi ficou sem graça com sua declaração e continuou falando – Descanse.

O mais novo apenas resmungou e fingiu não ter escutado, começando a desabotoar as mangas da blusa social e dobrando até os cotovelos. Aquela roupa, que era tão acostumado à usar, estava começando a incomodar.

– Irmãozinho tolo! – Itachi zombou mas logo voltou sua atenção para Izumi que o olhava como se ele fosse o homem mais bonito do mundo. Sem se importarem com a presença de Sasuke começaram a conversar e trocar olhares significativos.

Sasuke bufou indignado com a cena.

Pelo visto andava tão atarefado e estressado que nem havia se dado conta que seu irmão estava saindo com sua secretária.

Olhando os dois sorrindo em cumplicidade sentiu um  incomodo. Não estava acostumado a sentir aquilo. Normalmente tinha tudo o que queria e de certa forma era realizado.

Mas aquilo que o casal compartilhava em sua frente era algo que não teria.

– Estamos indo! – Itachi falou sorrindo mas logo sua expressão se transformou em preocupada – Não se esforce tanto!

Os dois saíram da sala e Sasuke ficou sozinho, perdido em seus pensamentos.

Queria ter feito as coisas de forma certa. Se não tivesse sido um canalha, talvez fosse ele à sair com Sakura para um encontro.

Apesar de terem se relacionado durante um ano, sempre ficaram na casa dela. Como tinha medo de ser fotografado, dizia preferir ficar em casa do que sair e ela amorosa como sempre não cobrava ou pressionava, apenas aceitava. Sempre tão inocente que foi fácil para ele se aproveitar.

Não que os dias em seu refúgio fossem ruim, longe disso. Eram maravilhosos. Mas naquela época nunca se preocupou se ela estava satisfeita ou feliz, tudo era apenas ele. 

Se arrependimento matasse já estaria morto.

Enfim, agora já não havia volta.

Levantou do sofá  arqueando as costas sentindo os músculos doloridos. Foi em direção à sua mesa e sentou na cadeira confortável ligando o computador e abrindo a pasta onde ficava a foto dela.

Olhar aquele sorriso já virou um habito diário e o fato de saber ser o mais próximo que chegaria dele o dilacerava por dentro.

"Ela está segura", pensava hipnotizado pelos olhos verdes tão amorosos.

Era um homem tão quebrado, tão cheio de demônios e pecados que ao perceber que a amava decidiu que teria que deixa-la ir.

Com uma ligação para Minato conseguiria a localização dela facilmente, mas sempre desistia no último momento. Se algum de seus inimigos descobrisse sobre ela não conseguia nem pensar o que faria. Só de imaginar Sakura machucada ou morta, ele sentia um desespero que ainda estava se acostumando a sentir.

A sensação de se preocupar tanto com alguém a ponto de sacrificar seus interesses e felicidade é algo novo para ele ainda. Sasuke precisaria de tempo para entender completamente esses sentimentos que vieram junto com o pacote que era amar Sakura.

– Ela está melhor sem mim – Repetiu em um sussurro, contornando o rosto de boneca dela com o dedo na tela do computador.

•  •  •  •  •  •  •

Diferente do seu humor, fazia um dia bonito e ensolarado.

Não estava calor, mas o sol brilhava forte no céu azul e praticamente sem nuvens. O jardim da sede da Sharingan estava especialmente colorido e permanecia bem cuidado como sempre, mesmo que Karin enquanto casada com ele não se deu ao trabalho de assumir a tarefa como era o esperado da esposa do Oyabun.

De acordo com a tradição e os costumes dos clãs, as esposa do Oyabun é a responsável pelo funcionamento e organização da sede. Ela pode decorar, reformar e fazer qualquer alteração que quiser, como se fosse uma grande mãe cuidando de todos que ali frequentam.

Mas por ironia do destino, a esposa que sempre considerou perfeita para esse papel nunca procurou saber de suas responsabilidades como Hime. Se pisou na Sharingan quatro vezes foi muito – e todas elas atrás de Sasuke e nada mais. O jardim teria ficado negligenciado se não fosse Dona Mikoto, que mesmo não sendo mais a Hime, continuou frequentando a mansão e cuidando de tudo no lugar da ruiva.

Como só agora conseguia enxergar com clareza a merda que era seu casamento?

Talvez sua cabeça tão cheia de preocupações e responsabilidades apenas ignorava a presença desagradável da mulher e se focava em seus objetivos; ser o melhor Oyabun que já comandou aquele país, manter a paz entre os clãs e orgulhar seu pai.

E no final quase perdeu tudo.

"E perdi muito mais", pensou passando por uma cerejeira carregada por suas flores cor de rosa.

Ele e Naruto estavam indo encontrar com Mikoto que insistiu em tomar um chá no jardim.

O Oyabun apesar de ser quem era, não conseguia dizer não para sua adorável mãe e lá estavam eles cruzando a ponte e já enxergando a mulher elegante sentada junto à uma mesa bem decorada.

– Sua mãe é ótima! – Naruto zombou rindo enquanto Mikoto acenava freneticamente gritando coisas como "Querido" e "Saudades do meu menininho".

– Hn – Resmungou fazendo uma careta a cada apelido carinhoso que ela gritava.

Sentaram junto à Mikoto e quando iam começar o tal chá – organizado apenas para discutir o patrocínio da Uchiha Corp. em um dos vários projetos de caridade de Mikoto – Itachi atravessou a ponte correndo e com uma expressão séria.

Por instinto Sasuke se levantou com a mão em sua semi-automática enquanto Naruto já empunhava sua arma olhando para os lados.

– Temos problemas! – Falou quando recuperou o fôlego pela corrida.

Se certificando que sua mãe estava bem – escoltada por dez seguranças – Sasuke foi para a sala de reuniões junto com Naruto e Itachi.

– O que aconteceu? – Questionou assim que abriu a porta.

Sai, que não costumava participar das reuniões, estava ao lado de Obito olhando intrigado para uma caixa de papelão de aparência desgastada. Kakashi também estava ali e falava ao telefone.

Oyabun-sama – Sai fez uma mesura e depois apontou para a caixa – Deixaram isso na entrada principal 

Sasuke deu um passo para se aproximar mas Naruto impediu, se colocando na frente.

– Deixa que eu olho – Disse sério – Pode ser uma bomba ou algo assim.

– Acabei de falar com nosso especialista em explosivos e bombas – Kakashi informou ao desligar o celular – Ele está em uma missão na coreia, então não podemos contar com ele no momento.

– O que faremos? – Obito perguntou para Sasuke, que analisava a caixa à distancia com o corpo de Naruto entre eles.

– Vamos abrir – Disse por fim.

Trocou um olhar com Naruto, e o loiro ainda sustentando uma expressão séria se aproximou da caixa com cautela. Todos deram um passo para trás quando Naruto encostou a cabeça na lateral do papelão.

– Não escuto nada – Informou levantando e puxando um canivete do bolso.

Todos os presentes naquela sala prenderam a respiração quando o Uzumaki passou a lâmina pela fita adesiva que lacrava a caixa.

– Puta que pariu – Xingou assim que abriu as abas de papelão e se afastou enojado.

Kakashi e Itachi se aproximaram na mesma hora e tiveram a mesma reação; os olhos arregalaram e logo depois uma expressão de pesar.

– Sai, pega a ficha do pessoal que faz a segurança do Mangekyou – O Uchiha mais velho pediu e Sai saiu da sala rapidamente.

Sasuke então se aproximou da caixa e viu o que já imaginava. A cabeça de um rapaz não muito mais velho que ele estava acomodada ali. Os olhos fechados e na testa o simbolo da Akatsuki mostrando que Orochimaru não tinha a intenção de ocultar a autoria do crime.

– Sabe quem é? – Perguntou para Itachi.

– Mais ou menos – Suspirou enfadado – Acho que ele está no grupo responsável pelo Mangekyou.

Sai voltou com um computador que logo foi entregue para Itachi.

– Sim, é de lá mesmo – Falou após uns minutos consultando os arquivos do clã – Ito Keitaro.

– Naruto – Sasuke chamou com sua voz banhada em irritação – Envie agora mesmo um grupo para o Mangekyou – Ordenou frio e depois olhou para Sai – Sai, fale com os funcionários do restaurante e mande cancelar todas as reservas dessa noite!

Os dois saíram juntos para cumprir as ordens deixando o Oyabun para trás fervendo de ódio.

– Sasuke – A voz de Itachi falhou e Sasuke viu que ele estava apreensivo – Olha isso – Estendeu uma foto na direção do mais novo. Estava escondido atrás da cabeça.

Sasuke soltou uma série de palavrões ao ver impresso no papel Itachi e Izumi andando de mãos dadas em frente à um shopping.

– Você não percebeu nada? – Questionou nervoso.

– Não – Respondeu se sentindo ridículo. Que seu pai não soubesse disso pois ele e Sasuke foram treinados a vida toda para terem os sentidos mais aguçados e não deixar ninguém passar despercebido.

– Obito – Sasuke praticamente rosnou – Aumente a segurança de Itachi e do resto da minha família – Amassou a foto com a mão descontando ali sua raiva – É uma ameaça clara.

– Eu sei – O mais velho suspirou preocupado – Obito, aumente a segurança de Izumi também – Pediu antes que o Uchiha saísse da sala.

Sasuke não contestou.  Izumi era forte e treinada, mas poderia estar na mira também. Assim como sua mãe e seu pai, e todos que estavam perto dele.

Orochimaru não ia parar até se vingar.

E  para aguentar o tranco teria que pelo menos ter forças antes para sair de todos os problemas causados por Karin.

Sentindo uma dor de cabeça vindo, Sasuke saiu da sala transtornado pensando em uma maneira de acabar com a Akatsuki e manter as pessoas que eram importantes para ele seguras.

"Ter sentimentos é mostrar fraqueza", pensou com raiva sabendo que aquela era a frase que teria, agora mais do que nunca, adotar para sua vida.

•  •  •  •  •  •  •

E mesmo em meio à tantos problemas o Oyabun se reergueu.

A vida parecia sempre querer vê-lo no chão, mas Sasuke não era qualquer um. Era o mais poderoso do Japão e não seria meia duzia de inimigos que o derrubariam.

Logo que normalizou as coisas na Uchiha Corp. tirou todos os seus pertences da mansão onde morava com Karin e comprou não só um apartamento como todo o prédio – o mais luxuoso de Tóquio, construído recentemente – ficando com a cobertura e alugando os outros. Naruto mesmo ficou com um e agora Sasuke era obrigado a conviver com o loiro hiperativo todo dia batendo à sua porta.

Apesar de finalmente estar conseguindo dormir na tranquilidade de sua casa e não no sofá de sua sala, ainda precisava pisar em ovos quando o assunto era a empresa. O ano havia sido o pior da história da Uchiha Corp., com o problema com o tablet e os escândalos envolvendo seu nome.

Dois anos depois de toda a situação a Uchiha Corp. finalmente foi eleita a número 1 no Japão, desbancando a Apple e outras marcas japonesas.

A fortuna de Sasuke aumentou consideravelmente e ele agora estava em uma posição significativa na lista dos mais ricos do mundo.

Seu rosto estampado na Forbes e cada vez mais conhecido e poderoso.

Na Sharingan as coisas passaram por um período turbulento. A morte de Suigetsu abalou toda a relação que tinham com os outros clãs. Sasuke, querendo ou não havia matado não só um filho de Oyabun como o sucessor de um clã. Foi necessaria muita conversa e troca de favores – tendo o auxilio de Fugaku como algo essencial para que tudo ocorresse bem – para conseguirem manter o domínio da Sharingan sobre os outros clãs e Sasuke como o Oyabun mais poderoso.

A Akatsuki cortou relações com os outros clãs e jurou vingança contra a Sharingan. Orochimaru nunca mais entrou em contato, desapareceu completamente fechando as portas de Oto para qualquer um pertencente a outro clã. A cidade onde a sede da Akatsuki ficava parecia um pequeno país dentro do Japão de tão impenetrável que se tornou.

Apesar de não ter assumido a autoria de mais nenhum ataque, volta e meia membros Shatei da Sharingan apareciam mortos sem explicação. E era evidente quem estava por trás de tais atentados.

Fora isso, nada mais.

De qualquer forma não diminuiu a segurança de sua família e andava com Naruto, como seu segurança, para todo o lugar que fosse. O Uzumaki não o deixava sozinho nem por um segundo.

Estaria tranquilo pela falta de ameças se não soubesse que era apenas a calma antes da tempestade.

O que quer que Orochimaru planejasse, estava sendo arquitetado com calma, paciência e meticulosidade.

Apenas aguardando que o Uchiha desse um passo em falso.

Mas não importava.

Quando eles viessem, a Sharingan estaria mais do que preparada.

Sasuke estaria preparado.

Pois depois de tudo, o Oyabun não tinha fraquezas ou pontos fracos mais.

E nem teria, já que a sua maior fraqueza que poderia ser usada pelo inimigo estava longe.

E lá ficaria.

Toda a situação serviu como um aprendizado para o Uchiha que se fechou mais ainda, sua máscara de indiferença e frieza nunca fora tão assustadora quando agora. Se antes já era conhecido como o Oyabun mais impiedoso e sem sentimentos, agora era mil vezes pior.

Considerado um demônio sem coração por quem tinha o desprazer de cruzar seu caminho, não pensava duas vezes antes de tirar a vida de quem ousasse desrespeitar o clã. As torturas mais insanas e as punições mais cruéis, o fizeram ser muito mais temido que anteriormente.

O homem sem coração que comandava a yakuza com mãos de ferro.

Itachi e Naruto viam com pesar o homem que Sasuke se tornava a cada dia, sendo engolido pela insanidade.

Se perdendo em meio a escuridão e todo o poder.

Machucado e quebrado pela vida. Muitas vezes descontando em bebidas e por um, felizmente, curto período de tempo até em drogas, mesmo que isso fosse contra os princípios da yakuza.

Qualquer coisa para se sentir menos sufocado por tudo.

E mesmo cinco anos depois, Sasuke ainda voltava vez ou outra na pequena casinha branca. Havia comprado seu refugio e apesar de não mobília-lo ou qualquer outra coisa do tipo, gostava de ficar lá com seus pensamentos e lembranças.

Naruto sempre o encontrava lá em dias particularmente ruins, bêbado e chamando por ela.

Cinco anos e Sasuke ainda sonhava com um sorriso amoroso, olhos verdes brilhantes, cabelos rosados e o cheiro inebriante de baunilha.

Talvez aquelas lembranças fossem o fio que ainda o prendia à humanidade.

Sakura mesmo distante era o que o impedia de enlouquecer.

E ele ainda à amava.

"É preciso viver muito tempo para se tornar um homem. 
Entrelaça-se lentamente a rede das amizades e das ternuras. 
Aprende-se lentamente. A obra compõe-se devagar. 
É preciso viver muito tempo para que a pessoa se cumpra."
Antoine de Saint-Exupéry


Notas Finais


E termina aqui a primeira fase de Resiliência! ❤
Como puderam ver, nesse capítulo houve uma passagem de tempo de 5 anos :)

Esse capítulo já estava planejado e escrito faz um tempo, mas sinto que poderia ter ficado melhor :S
De qualquer forma, escolhi trazer antes para vocês então assumo o risco!
Espero que tenham gostado mesmo assim! ❤
(e que não tenha nenhum erro muito horroroso! HAHAHA)

Vamos às considerações do capítulo (também conhecido como autora tagarelando):

• Sobre o programa de fofocas, eu inventei o nome que não é nada mais que a palavra fofoca em japonês! HAHAHAHAHA (obrigada google tradutor!)

• E Sasuke finalmente começou a sofrer, coitado HAHAHAHA
Ele é um homem orgulhoso e como castigo eu quis algo que acertasse bem no orgulho dele, e então temos: Sasuke o maior corno do Japão.
Ele tinha a Sakura e a Karin estava com o Suigetsu, o Uchiha nem desconfiava!
Como eu falei no capítulo, ele não ficou bravo por ter qualquer sentimento por ela, mas sim por toda a humilhação que ela o fez passar!
O coitado foi ridicularizado em rede nacional e ainda foi tachado de vilão por ela!
Juntando com toda a questão da Sakura, mais a tensão da Sharingan o nosso Sasuke deu uma surtada.
Achei compreensível coitado ):
Sigam o meu raciocínio a respeito dessa situação: Sasuke matou o filho e sucessor do Orochimaru e terminou o casamento com a Karin, que era o que mantinha a parceria entre a Akatsuki e a Sharingan. Vocês acham que o Orochimaru está como? :D
Tadinho do Sasuke HAHAHAHAHA

• Sei que muitos (se não todos) queriam que o Sasuke tivesse matado a Karin também, maaas uma coisa que não sei se ficou bem explicado é que a yakuza da minha história atua por baixo dos panos, ou seja, o mundo não sabe que o Sasuke é o Oyabun! Meus mafiosos são discretos e ninguém conhece a identidade deles (principal motivo por eu não ter feito eles todos tatuados). A família Uchiha tem uma boa reputação e ninguém associa ela com a yakuza, entenderam? Então o Sasuke não pode matar a esposa, se não atrairia mais atenção negativa ainda para ele e para o clã!
A morte do Suigetsu só não vai ter repercussão pois Orochimaru também trabalha por baixo dos panos e não pode revelar por aí que seu filho morreu em uma disputa da yakuza.
Já a policia não pode ser envolvida por conta das regras que todos os clãs seguem.
Resumo: Para o mundo o Sasuke é apenas o homem mais rico do Japão e nada mais.

• E, no meio disso tudo a Karin endoidou, literalmente!
Daqui para a frente ela vai apresentar um comportamento bem louco e tudo isso devido a sequelas psicológicas de toda a situação com o Suigetsu!
Mas paciência que tenho algumas coisas planejadas para ela, e no futuro todo o mal que ela fez (e -spoiler- vai fazer) vai voltar para ela :)

• Sobre as regras da yakuza, eu pesquisei e encontrei em vários lugares algumas delas:
- Não esconder dinheiro da gangue;
- Não se envolver pessoalmente com narcóticos;
- Não procurar a lei ou a polícia;
- Não violar a mulher ou os filhos de outro membro;
- Não desobedecer a ordem de um superior.
(Eu não consegui achar a fonte dessa informação, então se alguém souber me avisa!)
Mas achei que para se adequar melhor à fic eu poderia acrescentar mais algumas:
- A esposa do Oyabun é sagrada e intocável.
- Não revelar a identidade dos membros.
- Não chamar atenção desnecessária para a máfia.
- Não revelar os segredos dos clãs.

• Sobre a gravidez da Karin... Assustei vocês, não foi? Vocês pensaram que era do Sasuke, né? HAHAHAHA
Eu planejei isso já tem tempo e espero que tenha conseguido levar de uma forma que fez sentido. Acompanhem o meu raciocínio:
No capítulo 4 Fugaku cobra um herdeiro de Sasuke. Karin que estava presente no momento resolveu que seria uma forma de dar mais estabilidade ainda ao casamento com Sasuke e também se sentir igual as amigas que já estavam passando por essa fase em seus casamentos. Sasuke deixou claro que não planejava um filho, mas mesmo eu não tendo mostrado isso na fic a Karin parou de tomar o anticoncepcional para se aproveitar do fato do Sasuke não gostar de usar preservativo e assim conseguir engravidar. Mas, não saiu como ela planejava já que nessa mesma época alem da Uchiha Corp. estar passando pelo recall, Sakura havia acabado de descobrir tudo e ir embora, ou seja, Sasuke nem chegou perto de casa e da esposa. Então ela continuou com seus encontros com Suigetsu e TCHAN, grávida dele HAHAAHHA Queria ter conseguido explicar isso melhor no capítulo, mas como não consegui aqui está :)
AH, quanto a toda a questão do exame e essas coisas... Eu não sou médica, nem tenho filhos e realmente não sei muito sobre isso, então fiz o que costumo fazer: Pesquisar! De acordo com minhas pesquisas as questões sobre risco do teste de dna e etc são reais, e como estava agravado pelo estado psicologico dela fez mais sentido ainda.
A fonte que usei para criar o diálogo entre Neji e Sasuke sobre isso foi esse site: http://e-dna.com.br/blog/o-exame-de-dna-pode-ser-feito-na-gravidez

• Agora vamos esclarecer as dúvidas que sei que vocês tem! :)
Cadê a Sakura? Ele não vai atrás dela?
Então, como foi explicado no capítulo passado, ele depois de descobrir que a amava de verdade resolveu que ia atrás dela. Chamou Yamato e o cara ajudou com o que conseguiu, mas para realmente encontrar Sakura ele precisaria de autorização do Oyabun de Konoha (que é para onde ela foi).
O Sasuke ia sim atrás do Oyabun da Kurama (que no caso é o pai do Naruto) para poder virar Konoha de cabeça abaixo atrás da Sakura, mas isso foi antes de toda a situação com a Karin acontecer! Quando ele matou o Suigetsu ele comprou briga com o clã Akatsuki, e foi jurado de morte pelo Orochimaru. Tudo isso misturado com os problemas que já tinha com a Tríade Chinesa, o fizeram ter certeza que ter Sakura ao seu lado não era uma boa ideia. Sasuke descobriu que amava ela e isso o fez entender que as vezes amar é deixar ir, e para mante-la segura ele estava deixando ela viver longe dele. A partir do momento que Sasuke admitiu amar Sakura ela se tornou o maior ponto fraco dele, e como diz na sinopse "ter sentimentos é mostrar fraqueza, é dar armas para seu inimigo", ou seja, estando juntos ela poderia ser usada contra ele, e ele não suportaria isso. Minha intenção com isso é fazer essa atitude do Sasuke uma super prova de amor ❤
Espero que tenham entendido :)

Mas, não se preocupem, a Sakura vai voltar e apesar de muita coisa ainda acontecer antes deles finalmente ficarem juntos, digo que tudo está seguindo direitinho como planejei. Calma que Sasusaku vai acontecer! E agora de maneira certa, né?
Vale deixar meu aviso de sempre: Abram suas mentes para os clichês da vida ❤ HAHAHAHA
Prometo que de certa forma vou fazer algo diferente :)

IMAGENS DE REFERÊNCIA:

Aoda, o gatinho que o Sasuke adotou: http://68.media.tumblr.com/3ad3a7445e7d3d350268458c2114af84/tumblr_ohgf9yrhq31vsy478o2_r1_1280.jpg
http://68.media.tumblr.com/5762105978a95ad7d1c1a8d231d79b67/tumblr_ohgf9yrhq31vsy478o1_500.jpg
Baseado no gatinho simpático que aparece nas imagens de Sasuke Shinden e também na minha gatinha :)

Sede da Sharingan: http://68.media.tumblr.com/d3a7f3c0637fa7111445ffc4112bba5d/tumblr_og8s8hyWKW1vsy478o2_500.jpg
Caso vocês não se lembrem mais de como ela é.

Uchiha Corp.: http://68.media.tumblr.com/ad9d859e2f99a55cfd64349bcc515926/tumblr_ofmc101njp1vsy478o7_400.jpg
Sala do Sasuke: http://68.media.tumblr.com/a87c982823eb8f6a9acfed8847fd25da/tumblr_ofmc101njp1vsy478o8_1280.jpg
Também para lembra-los de como é.

GLOSSÁRIO:

Oto: Otogakure (音隠れの里, Otogakure no Sato, significa literalmente: Vila Oculta pelo Som) foi a vila oculta pessoal de Orochimaru, que foi fundada com o propósito expresso de recolher ninjas para suas experiências e sua busca para aprender todas as técnicas.
Em Resiliência é a cidade onde fica a sede da Akatsuki, clã controlado por Orochimaru.

Shatei: São os conhecidos como irmãos mais novos na yakuza.
No caso da fic, são aqueles que normalmente aparecem nas missões vestindo ternos pretos e fazendo a segurança.

Forbes: Forbes é uma revista de negócios e economia americana. Propriedade de Forbes, Inc. e de publicação quinzenal, a revista apresenta artigos e reportagens originais sobre finanças, indústria, investimento e marketing.


E é isso, espero que tenham gostado da surpresa :D
Não sei quando vou poder fazer isso de novo, infelizmente foi exatamente como eu pensava que seria: corrido.
Por isso, por enquanto vou manter a rotina de postagens de sempre e espero que não fiquem muito chateados com isso.

Estou ansiosa para saber o que vocês acharam e também saber o que vocês imaginam que vem por aí nessa segunda fase da fic ❤
Vou adorar responder os comentários com teorias e ideias!
AH, e também quero ver as comemorações pelo fim do casamento do Sasuke HAHAHAH

E acima de tudo, espero que independente do rumo que Resiliência tomar de agora para frente, vocês continuem acompanhando pois tem MUITA coisa para acontecer e estou fazendo cada capítulo com muito carinho ❤

Agora deixa eu ir porque tenho que fazer um bolo HAHAHAH
Parabéns para mim uhuuul! :D

Muito obrigada ❤
Beijos E ATÉ DOMINGO!

"Para sentir a dor das pessoas, não precisamos conhecê-las, basta ter coração e se colocar no lugar delas. #ForçaChape"
E que Deus conforte à todos afetados por essa tragédia.


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