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História Resistência - Aquele que me salvou


Escrita por: kwshi

Notas do Autor


Olá. Essa é a primeira fic com mais de um capítulo que escrevo. Estou realmente muito nervosa e não sou muito boa nisso.

Mas espero que gostem. O ponto de vista é do Sasuke.

Capítulo 1 - Aquele que me salvou


Fanfic / Fanfiction Resistência - Aquele que me salvou


2019 foi o fim do mundo como conhecíamos. Pelo menos era o que me tinha sido dito. Conhecia aquela história de cor. Aliás, todos conhecíamos. Não deixar o passado ser apagado é o que foi nos ensinado desde que nos entendemos por gente.

Mas antes de contar como tudo ocorreu, deixem eu me apresentar. Meu nome é Sasuke Uchiha, e eu luto pela liberdade.

Agora, onde eu estava? Ah sim, 2019, o início do fim. A história de como o mundo entrou em colapso, e que lhes contarei a seguir.

As grandes potências militares viviam em tensão, não se sabe exatamente há quantos anos. Mas um atentado terrorista que vitimou dois primeiros ministros, e uma dezena de outros diplomatas foi o estopim para um conflito armado. Nenhum dos países assumiu  autoria, o que acabou inevitavelmente levando à um confronto nuclear.

Em primeiro de setembro de 2019 as bombas caíram. Ninguém sabe ao certo –  talvez  por que não lembram ou por que não se importam mais – quem lançou o primeiro míssil.

Seis dias foi o que durou o bombardeio. E quando a fumaça abaixou metade do planeta ardia. Uma camada de poeira toxica era tão espessa que o sol mal podia atravessa-la. E durou semanas. Acredita-se que todo o planeta foi envolvido. O Japão era uma pilha de destroços fumegantes. E quando as notícias do restante do mundo começaram a chegar, ficou claro que a destruição era em escala global.

A Europa havia se tornado um deserto estéril, os Estados Unidos foram praticamente obliterados. Nem as gélidas planícies russas escaparam.

Contudo, ao contrário do que se acreditava, uma grande potência ainda resistia. Ninguém sabe ao certo como eles mantiveram seu poderio enquanto o resto do mundo colapsava. Mas o fato é que quando ninguém mais podia revidar, eles surgiram.

Antes das invasões começarem, muita gente tinha sequer ouvido falar em Akatsuki. Era um pequeno reino que nunca tinha sido considerado ameaça. Mas com o mundo em frangalhos, eles se ergueram e demonstraram seu poder.

O Japão foi o marco zero. O primeiro país a se render. Aí é que eu vi histórias começam a divergir.  Aqueles que vivem sobre o domínio da Akatsuki, acreditam que a organização salvou a humanidade. Contudo, a única coisa que nos foi oferecida desde o começo foi a rendição ou a obliteração.

Nos anos que se seguiram, as invasões da Akatsuki se tornaram mais frequentes e violentas. Seus tentáculos envolveram toda a Ásia e logo alcançaram a Europa.

Com a Europa subjugada, eles não se importavam mais em simular diplomacia. Com o continente africano foram especialmente brutais. Aqueles que não foram mortos pelos soldados eram submetidos ao trabalho na extração de recursos naturais – o que era igualmente mortal – e, em pouco mais de uma década o continente estava morto. Nem as américas foram poupadas.

No fim das contas, a Akatsuki dominava 80% do que restava do globo. Sob seu domínio cruel, muitos pereceram. De sete bilhões, nos tornamos algumas centenas de milhares.

A Akatsuki despertou o pior da humanidade. Milícias foram formadas e, alegando defender os interesses do reino contra rebeldes, tinham o aval da Akatsuki pra agir. E usavam disso para fazer o que quiserem. Pior que eles, apenas os soldados da própria Akatsuki. Em pouco tempo, o único lugar "seguro" se tornou a base do império, na cidade de Konoha. Todavia, chegar até lá era uma missão suicida.

Aí é que a minha história começa.

Vivíamos em um pequeno acampamento de sobreviventes. Eu tinha seis anos e meu pai decidiu que devíamos tentar ir até Konoha, antes do inverno começar de fato. Uma vez lá estaríamos finalmente seguros, pelo menos era no que todos acreditávamos.  A jornada deveria ser curta e sem grandes perigos. Não estávamos tão longe assim.

Mesmo avançando devagar, acreditávamos que conseguiríamos chegar ao nosso destino, e que finalmente podíamos ter esperanças de viver em paz. Como eramos ingênuos. Em especial, Fugaku Uchiha, meu pai. Ele deveria saber – aquela altura do campeonato – que não há lugares seguros. Pelo menos não existirão, enquanto a Akatsuki estiver em pé.

Mas naquela época, éramos todos inocentes e esperançosos. Éramos.

Além de meu pai, viajava também com minha mãe Mikoto, e meu irmão mais velho, Itachi. Conosco também iam outras três famílias, e algumas pessoas avulsas. Não me lembro exatamente quanto éramos. Durante grande parte do percurso, viajávamos a noite. Fugaku queria diminuir a chance de sermos atacados por alguma milícia clandestina.  Ao mesmo tempo em que ele realmente acreditava – todos nós na verdade – que se encontrássemos soldados da Akatsuki, estaríamos salvos. Com  exceção de Itachi, que parecia sentir que algo daria muito errado. Mas ninguém o escutaria, afinal ele tinha apenas doze anos.

Entenda, naquele tempo, com os conflitos externos praticamente no fim, mas com revoltas e rebeliões estourando por todo o território, os civis eram levados a acreditar que a Akatsuki protegeria a todos, e qualquer um que se levantasse contra o governo, se levantaria também contra o povo. Estávamos desesperados por um senso de segurança em um mundo de caos. E o governo prometia isso de forma bem convincente. Era o chamado poder da propaganda. E não éramos os primeiro, tão pouco seriamos os ultimos a cair naquele conto do vigário.

Conforme o tempo passava, nosso grupo foi se desfazendo. As pessoas iam perdendo a esperança e se separavam. A fome e a árdua jornada também cobrava seu preço. Os mais velhos não conseguiram e ficaram pelo caminho em covas rasas.

Todavia, o grupo sentiu-se aliviado ao avistar as muralhas de Konoha no horizonte. Nosso martírio chegaria ao fim, e teríamos chance de paz. Eu pude ver o alivio no rosto do meu paiz ao olhar para minha mãe e irmão. Ledo engano.

Fomos abordados por um grupo soldados. Eu estava assustado mas meu pai me dizia que agora tudo ficaria bem. Ele não podia estar mais errado.

Os soldados, ostentando as nuvens vermelhas em seus uniformes, nos abordaram com brutalidade. Quando meu pai se deu conta do que estava acontecendo, as mulheres já estavam sendo arrastadas, enquanto os outros homens eram brutalmente agredidos. Minha mãe se agarrou a mim e ao meu irmão, quando os soldados se viraram para ela. Mikoto era uma mulher bonita, apesar da idade, de dois filhos e do horror da miséria.

Quando Fugaku tentou se colocar entre nós e os soldados foi cercado por aqueles homens que o espancaram até que ficasse irreconhecível. Mikoto só conseguia chorar.

O que parecia o líder veio na direção de minha mãe, Fugaku conseguiu se soltar, mas antes de alcança-los, foi executado diante de nossos olhos.

Ainda acordo no meio da noite, suando frio, ouvindo o grito estridente de Mikoto.

Depois que o corpo sem vida de Fugaku atingiu o chão, tudo e tornou confuso. Não sei ao certo como aconteceu. Me lembro do corpo de Itachi sendo arrastado pelos soldados em uma direção, enquanto minha mãe era carregada, esperniando e chorando para o outro. Eu era uma criança de seis anos, e não queria perder minha família. Então fiz o que toda criança desesperada faria, corri para minha mãe. E a ultima coisa que me lembro é a bota do soldado me atingindo em cheio na cara.

        //...//....//....//....//....//

Não sabia ao certo quanto tempo passei desacordado. Estava tudo escuro quando abri os olhos. Ou pelo menos o olho. Meu olho esquerdo estava tão inchado que não consegui abri-lo. Sentei e afastei os cobertores que me envolviam. Não sabia onde estava, ou quem tinha me posto ali. Minhas roupas foram trocadas. Usava um conjunto simples de algodão, mas que afastava o frio daquela época do ano. Ao tentar levantar, senti uma pontada muito forte no rosto e cheguei a ficar zonzo. Acabei caindo sentado na cama.

- Ele acordou. Parece que você estava certo, canino. - Minha vista ainda estava turva, mas identifiquei duas figuras na porta. Eram dois homens usando trajes que pareciam militares. Meu coração parou. A voz grave vinha do homem da esquerda. Era forte e tinha uma cabeleira castanha por baixo da bandana negra que usava. A barba grande e desalinhada cobria boa parte do rosto, e trazia na boca um cigarro aceso.

- Ele é um lutador, Asuma. Eu soube no momento que pus o olho nele. - Respondeu o outro. A minha visão ia aos poucos ficando mais nítida. Pude notar que o segundo homem tinha cabelos grisalhos e arrepiados, mesmo aparentemente sendo jovem. Havia também um tapa olho e algo que parecia um cachecol cobrindo parte do rosto. - Chame Shizune para dar uma olhada nele.

Ele caminhou até mim quando eu tentava me levantar de novo, e me segurou antes que eu caísse. Deitei novamente com a sua ajuda, e logo em seguida outra pessoa entrou. Era uma jovem moça que se apressou a cuidar de mim. Não disse uma palavra enquanto trocava as ataduras dos meus ferimentos.

- Eu assumo agora, Shizune-san – Era novamente o homem grisalho de antes. Em algum momento enquanto ela cuidava dos meus ferimentos ele havia saído, e agora retornava com uma tigela de alguma coisa fumegante.

A mulher saiu tão silenciosa quanto entrou, enquanto ele se sentava ao meu lado. Ele mexeu a colher dentro da tigela, e acredito que tenha dado um sorriso.

- Me desculpe por isso. Mas a nossa médica disse que ainda não pode comer nada sólido. - Ele então estendeu uma colher na minha direção. O cheiro era terroso e levemente acido. Mas só então percebi que certamente não comia há tempos, por que meu estomago doeu de fome.

O caldo era grosso e cremoso, com um gosto forte e terroso, mas levemente adocicado. Nunca estive mais agradecido por comer algo que até hoje não faço ideia do que seja.

Depois de terminar a tigela, eu estava satisfeito. Ele me disse para descansar e saiu. Rolei na cama algumas vezes, me lembrava de tudo o que aconteceu. Queria levantar e ir procurar minha mãe ou Itachi, mas o sono veio rápido e, graças aos deuses, sem sonhos.

Os próximos dias se seguiram da mesma forma. Eu acordava zonzo, apesar de cada vez mais disposto, o homem grisalho vinha e me dava esse caldo para comer, perguntava como eu me sentia e logo eu adormecia de novo.

Não sei quanto tempo se passou nessa rotina. Acredito que algumas semanas. Um dia acordei sem as ataduras. Toquei meu rosto. O cabelo tinha crescido uns bons centímetros e caia sobre o meu rosto. Tentei me levantar, e dessa vez não senti o mundo se mover sob meus pés. Porém, quando tentei dar um passo, perdi o equilíbrio e caí de quatro no chão. As lágrimas já turvavam minha visão novamente quando senti as mãos dele me colocarem de pé.

- Não devia se esforçar tanto, pequeno. Ainda não está totalmente recuperado. – ele me pôs sentado na cama, e só então vi a bandeja sobre a cadeira onde ele se sentava. – Shizune disse que já pode comer coisas sólidas. Então eu trouxe algo mais do que a sopa. – Havia um grande naco de pão, e uma lata de feijões com uma pequena colher. – Já consegue sozinho? – Perguntou, colocando a pequena bandeira sobre a cama ao meu lado.

Fiz que sim com a cabeça e ele fez a expressão que depois de muita convivência identifiquei como um sorriso. O que é realmente difícil de saber. Uma vez que grande parte do tempo, tudo que se pode ver do rosto dele é um dos olhos.

- Pode falar, amiguinho? Você está seguro agora. – Ele suspirou aceitando o meu silêncio como resposta. – Me chamo Hatake Kakashi. Quando se sentir melhor, conversaremos, ok? – Me deixou devorando os feijões e foi em direção da porta.

- Eu... Uchiha... Sasuke. – Minha voz estava áspera e soou estranha aos meus ouvidos. Ele se virou e me encarou. – O que... Onde está minha mãe?

- Termine de comer e conversamos. – Ele caminhou na minha direção e sentou novamente na cadeira de sempre.

Tirou um cantil do bolso, e me ofereceu a agua. Terminei de comer e bebi quase todo o cantil dele. Minha garganta estava seca. Assim que eu terminei, ele se inclinou para frente e apoiou as mãos nos joelhos.

- Eu te encontrei em uma vala. – Ele foi direto, como um soco no estômago. – Estava sozinho, ensanguentado e parcialmente coberto de neve. Achei que estava morto, e teria morrido se não fosse encontrado. Shizune não estava certa que te salvaria, e a maioria dos lideres também achavam que os esforços seriam em vão. Você já estava com hipotermia. E não sabíamos quanto tempo estava caído ali, e nem o por que. Tinha o nariz quebrado, o lábio rachado. Eles quiseram terminar com o seu sofrimento, mas aparentemente nós dois somos teimosos.

Eu não esperava tamanha honestidade assim. Eu tinha seis anos, e fiquei realmente surpreso. Com o tempo aprendi a lidar com a honestidade feroz de Kakashi, e nos tornamos realmente próximos.

Quando eu me recuperei totalmente, ele me contou a história real da tirania do reino. Descobri os horrores da Akatsuki. Mesmo em Konoha, que muitos julgavam ser um lugar seguro, os mais pobres estavam sempre à merce dos soldados que raramente eram punidos por seus crimes.

Depois de alguns meses sob os seus cuidados. Eu já estava habituado ao acampamento, e os pesadelos tinham diminuído. Kakashi cuidava e me protegia. Até o dia em que perguntou se eu desejava fazer parte da resistência. Ele disse que não podia me forçar. Eu já estava com eles há um ano e conhecia os horrores da Akatsuki. Mas aquela era uma decisão que ele não podia tomar por mim. Não hesitei. A Akatsuki tinha tirado de mim tudo o que eu conhecia. Eu teria a minha vingança e derrubaria aquele governo nefasto


Notas Finais


Bem. É isso por enquanto. Eu revisei algumas vezes, mas posso ter deixado algo passar.

Espero que tenham gostado.


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