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História Resistência - O Substituto


Escrita por: kwshi

Notas do Autor


Oie gente.

Tudo bom com vocês?

Esse capítulo eu fiquei meio enrolada e tal e quase não posto. Mas consegui terminar, mesmo demorando.

Espero que gostem e que a qualidade não tenha caído muito.

Obrigada.

Capítulo 3 - O Substituto


Fanfic / Fanfiction Resistência - O Substituto


Uma semana se passou sem notícias de Kakashi. Eu precisava começar a encarar o fato que ele podia não voltar. Àquela altura do campeonato, ele podia ter sido capturado, ou pior. Podia estar morto.

Não havia muito o que fazer agora, a não ser tentar manter a esperança. Confesso que a cada dia que se passava, ficava cada vez mais difícil.

Me levantei naquela manhã disposto a retomar meu treinamento. Por mais que eu sentisse a falta dele, creio que não seria perdoado se ele voltasse e me encontrasse naquele estado. Fiz minha higiene matinal e fui encontrar com Iruka e os demais, para o café da manhã e as primeiras instruções do dia. Ainda que ele realmente estivesse morto, sete dias era tempo mais do que suficiente para amargar o luto, mesmo tendo mais uma vez perdido a única família que eu ainda tinha.

Ao sair do quarto – ainda utilizava o alojamento de Kakashi – ouvi vozes irritadas vindo de trás da porta ao final do corredor. Normalmente eu não sou do tipo intrometido, mas mesmo de longe consegui distinguir as vozes de Iruka e Asuma.

- Como assim? Não precisamos substituí-lo. Ele vai voltar! – Iruka parecia exaltado. E ao perceber que falavam de Kakashi, me encostei à porta, para poder ouvir melhor.

- A decisão veio de cima. Capitão Yamato deve estar aqui em cinco dias. – a voz de Asuma não deixava espaço para questionamentos.

Iruka saiu porta a fora tão atormentado que nem chegou a perceber a minha presença ali. Desceu apressado as escadas, e instantes depois Asuma surgiu. Trazia um cigarro aos lábios, mas notou a minha presença antes de acendê-lo. O olhar dele parecia me estudar atentamente enquanto ele me encarava. Troquei o peso de um pé para o outro, sentindo o desconforto crescer dentro de mim.

- Sasuke... Você deveria ir tomar o café. Acredito que vá se juntar à nós hoje. – Acendeu  cigarro e deu uma longa tragada. Como eu não respondi, ele apenas desceu as escadas.

O segui com os olhos enquanto repassava o diálogo anteriormente ouvido. Sentia que deveria correr atrás de Asuma e exigir uma explicação. Quem era Yamato, e o que tinha deixado Iruka tão perturbado. Não podia acreditar que pretendiam substituir Kakashi. Agiam como se não acreditassem que ele pudesse voltar. Tinha vontade de socar Asuma. Como ele não acreditava que o outro voltaria? Como ele aceitara que esse tal de Yamato viesse? Eu estava tão irritado. Kakashi não podia simplesmente ser substituído.

Desci as escadas determinado a confrontar Asuma. Mas ao chegar no térreo fui interceptado por Lee.

- Finalmente, Sasuke-kun. Achei que tinha desistido de treinar. – Disse dando um daqueles sorrisos brilhantes.

- Olhe, tenho uma coisa pra fazer antes. – Tentei me desvencilhar do jovem, mas aparentemente a turma toda estava ali. Logo fui cercado por um grupo de garotos barulhentos e Neji Hyuuga.

Todos pareciam agitados aquela manhã. Uma olhada rápida em volta e notei que os irmãos do deserto não estavam presentes. Também reparei no loiro que resgatamos na última missão.

O garoto estava visivelmente melhor. Os ossos não estavam mais a vista, o rosto limpo tinha até certo... Eu não quero usar essa palavra, mas vamos dizer que tinha certo charme. Não sei explicar, mas algo nele me incomodava.

Fui cercado, e antes que eu pudesse escapar, Asuma já estava fora da minha vista. Aparentemente meus planos de confronta-lo teriam que ser deixados de lado por enquanto.

Fui arrastado pelo pequeno grupo, até a mesa onde todos comiam. Eles falavam ao mesmo tempo, de forma que era difícil compreender o que diziam. Não que eu estivesse muito interessado em começar uma conversa. Já não sou um cara muito afável, mas posso ser especialmente desagradável pela manhã. Pelo menos era o que Kakashi costumava dizer, então acredito que seja verdade.

O desjejum tratava-se de um mingau ralo, porém empelotado, com alguns nacos de pão. Era basicamente o mesmo prato todos os dias, variando a quantidade de pelotas e espessura do caldo de acordo com quem estava na cozinha naquela manhã.

Engoli o café em silêncio. Não consegui prestar atenção nas conversas que surgiam a minha volta, mas prometi a mim mesmo me esforçar para não ficar apático o restante do dia.

Após o café, segui os outros garotos até o pátio. A turma tinha aumentado visivelmente. Entre as caras novas, obviamente, estava o garoto que resgatamos. Gai chegou pouco tempo depois. Ainda tinha farinha nas grossas sobrancelhas.

- Formem suas duplas – Assim que ele disse aquilo me virei instintivamente para Neji. Que era meu par costumeiro, mas aparentemente ele já estava formando dupla com Lee.

Suspirei pesadamente e olhei em volta. Aparentemente todos já tinham formado seus pares, e havia sobrado apenas o garoto novo. Então ele se aproximou. Aparentemente eu teria que treinar com um novato. Não estava com saco pra ensinar ninguém naqueles dias. Suspirei e busquei Gai com os olhos, esperando que ele percebesse e me arrumasse um parceiro adequado. Mas da cruzar o olhar com o dele, o adulto apenas deu um sorriso brilhante, acompanhado de um sinal de positivo. Me dei por vencido.

- Sou Uzumaki Naruto. – disse o loiro me estendendo a mão.

- Uchiha Sasuke – Apertei a mão dele rapidamente. Me virei para me focar nas instruções de combate de Gai.

- Prazer em conhece-lo Sasuke-kun – ele tinha um sorriso irritante. Nunca fui do tipo comunicativo, por isso gostava de treinar com o garoto Hyuuga. E agora estava ali, preso com alguém que parecia gostar bastante de tagarelar. Acreditei estar errado quando ele permaneceu em silêncio durante as explicações e demonstrações de Gai, mas algo me dizia que minhas esperanças logo iriam por água à baixo.

Começamos a praticar aquela especie de combate que Gai desenvolvera. Era uma mistura de muai thai com kung fu, e mais alguma arte marcial antiga, que ele aprendeu com um avô ou algo do tipo. A cada golpe que eu acertava no loirinho, ele parecia ficar mais empolgado.

- Não vou desistir, Sasuke-kun! - Ele disse ao limpar o sangue que saia do canto da boca. Eu não estava realmente no clima, queria apenas treinar em paz.

Não vou mentir, ele me acertou uns bons socos, mas estava muito inquieto, e acabou por se distrair. Me aproveitei desse detalhe e acertei um gancho de esquerda no queixo dele. Ele se desiquilibrou e acabou por cair sobre o traseiro, mordendo a lingua ao se chocar com o chão.

Me senti imensamente culpado ao ver o sangue brotar dos lábios do novato. Enquanto Gai e Lee se aproximavam para ajudar o menino a se levantar percebi que tinha realmente pego pesado com o Uzumaki. Então fiz o que achei que devia. Fui até o garoto que já tinha sido posto de pé e estendi a mão para ele. O punho estava parcialmente fechado, restando apenas o indicador e o dedo médio estendidos. Era um sinal que aprendi ali. Um sinal secreto que representava a união daquelas pessoas sob um mesmo objetivo, e que viamos um ao outro como iguais. Não que eu achasse que o novato estava no mesmo nivel que  eu, mas estava admitindo um erro, ok? Aparentemente, no breve tempo que passou ali, ele tinha aprendido o mesmo, pois não demorou a retribuir o sinal, e entrelaçamos nossos dedos em um breve momento.

Rapidamente soltei a mão da dele e a enfiei no bolso. Não havia nada que precisasse ser dito ali, então me afastei, deixando espaço para os próximos adversários. 

Neji e Lee iniciaram o combate enquanto eu me afastava. Sei que devem estar achando que eu fui estupido com o garoto desnecessariamente, mas em minha defesa, aquele não era um dos meus melhores dias.

Nos dias que se seguiram, não consegui confrontar Asuma. Aparentemente ele e seu time tinha saído em alguma missão. Não os encontrei nos próximos dias. E também evitei os momentos em que estavam todos juntos. Era claro que eu ainda não havia superado a possível perda de Kakashi.

Mas não faltei mais os treinos. Não era só por que Kakashi não estava ali que eu devia me desviar do meu objetivo primário. A Akatsuki deveria ser destruída. Todos ali estavam dispostos a dar a vida por isso, e baixas eram inevitáveis. Passei os próximos dias me convencendo disso. Aparentemente, eu não era o único.

Numa noite, tinha me preparado para jantar sozinho mais uma vez, quando ouvi batidas na porta. Por um momento hesitei, ponderando se devia ou não abrir aquela porta.

-Sasuke? – A voz de Iruka veio do outro lado. Imaginei que ele viria cedo ou tarde.

- Entre – respondi enquanto encarava a lata de sopa de cogumelos na minha frente.

- Nós viemos ver como você está – Quando ele disse nós levantei os olhos da sopa a minha frente e encarei a figura loira que entrou atrás dele.

- Uzumaki.... – minha voz soou tão desanimada quanto eu achei que seria. Remexi a colher na sopa e suspirei. – Como está a boca?

- Ah, então foi você. Ele me disse mesmo que tinha sofrido um pequeno acidente durante um treino. – Iruka dizia enquanto se sentava na mesa onde Kakashi costumava fazer as refeições e planejar estratégias.

- Esta bem melhor. Sem ressentimentos. – Disse o loiro, mostrando seu melhor sorriso. Era um sorriso muito bonito, admito. E inicialmente eu me senti menos culpado pelo soco do início da semana. Mas aí pude ver o pequeno ponto escondido no canto do lábio. Mordi o lábio inferior me sentindo novamente culpado. Se pontos foram necessários, o corte havia sido mais grave do que parecera inicialmente.

Abaixei a cabeça e voltei a me concentrar na sopa diante de mim, como se fosse a coisa mais interessante do mundo. O silêncio se instalou novamente. Mas ao contrario de quando estávamos com Kakashi, aquela quietude era desconfortável e sufocante.

Não sei exatamente quanto tempo se passou assim. Mas mal tinha comido minha sopa, ouvi a voz do loiro. Levantei os olhos e o encarei.

- Tenho certeza que a Anko vai acha-lo. Ela e Gaara não... – Ele dizia com uma convicção que quase me convenceu.

- Naruto! – Iruka interrompeu, mas já era tarde, eu já havia entendido.

- Por que ninguém me avisou? Eu devia ter ido com eles. – protestei, empurrando a sopa para longe. Tinha perdido totalmente a fome.

- Anko montou uma equipe de rastreadores experientes. Você só iria.... – Se interrompeu e mordeu o lábio inferior. Iruka não precisou terminar. No fundo ele tinha razão, e eu sabia. Por mais que eu quisesse encontra-lo, poderia me deixar levar pela emoção e acabar por estragar a missão. Tudo que eu podia fazer agora era sentar e esperar.

Remexi mais um pouco a minha sopa e me forcei a comer até o último bocado. Kakashi havia me ensinado que em tempos como aqueles não era certo desperdiçar comida, independente do que fosse. Terminamos o jantar em silêncio, enquanto eu alimentava certa esperança de reencontrar aquele homem. Eu sabia o quanto a esperança era efêmera, mas não podia evitar. Por mais que tentasse parecer maduro, eu ainda era uma criança de 12 anos no fim do dia.

Naquela noite eu adormecido mais facilmente, e pela primeira vez naquela semana, não tinha sonhado com Kakashi morrendo da mesma forma que Fugaku.

No dia seguinte completaria dez dias da ultima missão. Dez dias que Kakashi estava desaparecido. Também era o dia marcado para a chegada do tal sujeito chamado Yamato.

Mas como eu estava empolgado com a notícia do início das buscas, aquele detalhe me escapou totalmente. Só me lembrei da conversa, que ouvi dias atrás, depois de tomar o café da manhã. O mingau consistente e sem muitas bolotas indicavam Iruka na cozinha.

O acampamento era pequeno, não muito mais de uma centena de pessoas. Então a chegada de Yamato e seus homens causaram certo alvoroço. Ele havia chegado naquela manhã. Pouco antes do sol nascer. Trazia consigo um pequeno grupo com não mais de duas dezenas de homens. Todos soldados, aparentemente. Mesmo um deles parecendo incrivelmente jovem para estar ali.

Após o café, Asuma reuniu todos no lugar que um dia foi o jardim daquela ruína de hotel. Ali ele fez as apresentações. Todos mantiveram-se em um silêncio tenso. Yamato tomou a palavra e se apresentou. Disse algo sobre continuar o bom trabalho que Kakashi vinha fazendo. Quando percebi tinha o punho cerrado e rangia os dentes. Ele falava como se Kakashi estivesse morto.

Então ouvi alguém tocar meu ombro. Ao me virar, me deparei com aqueles olhos negros me encarando.

- Sasuke Uchiha, não? Capitão Yamato quer falar com você. – Nunca tinha visto aquele garoto na vida. Era realmente pálido, com os olhos negros e frios. Hesitei por um momento, mas achei melhor segui-lo.

Caminhamos até onde o pessoal de Yamato havia se instalado. O segui até uma sala, onde esperei por alguns minutos até o homem aparecer.

- Você deve ser o Sasuke. Kakashi falava muito de você. – O tom dele me irritava. Sempre falando de Kakashi no passado, como se ele estivesse morto.

Diante do meu silêncio, ele se sentou e começou a repetir seu discurso.

- Eu ouvi da primeira vez. – Esperei ter soado tão ríspido quando parecia. Mas ele sorriu e tirou o chapéu.

- Eu sinto muito, Sasuke. Não queria que nos conhecêssemos assim. Kakashi também foi muito importante pra mim....

- Pode parar com esse discursinho. – Me levantei, batendo ambas as mãos na mesa. Eu tava puto. – você fala como se ele já estivesse morto! – Eu estava visivelmente transtornado. Naquela época ele era tudo o que eu tinha. E a ideia de ter perdido o homem que era meu pai me atormentava.

- Mantenha a calma, Sasuke. Mais cedo ou mais tarde teremos que....

- Capitão Yamato, um dos homens de Anko chegou com uma mensagem urgente. – O garoto que havia me escoltado até ali, entrou, interrompendo a fala de Yamato.

- Parece que deveremos continuar isso depois. – Ele levantou e eu o segui. Se eram notícias sobre Kakashi, eu também queria ouvir. O garoto tentou bloquear meu caminho, e eu estava pronto para forçar minha passagem se preciso – Sai, deixe-o vir. – Yamato mal terminou de falar e o garoto já tinha se afastado de meu caminho.

O segui pelo acampamento. Podia ouvir meu coração batendo em meus ouvidos. E tinha a sensação de que ele podia ouvir também. Então tratei de me acalmar. Fiz o melhor que pude para controlar a respiração e os batimentos, mas era difícil. Eu estava ansioso pra caralho. Eu precisava saber. Mesmo que não fosse a notícia que eu queria, precisava saber o que aconteceu com ele.

Chegamos diante do pavilhão de Asuma. Podia sentir todos os olhos do acampamento nas minhas costas. O pavilhão se erguia imponente no meio do acampamento. A estrutura de lona negra nunca pareceu tão grande e escura. Entramos e lá dentro estavam Gaara e um dos subordinados de Anko. Uma mulher chamada Karui. Tinha a pele escura como teca, olhos cor de âmbar, e o cabelo acobreado. Ela mantinha os braços cruzados sobre o peito e encarava todos com um olhar feroz. Já Gaara mantinha o ar indiferente de sempre. Quando Yamato se apresentou, a mulher deu um passo a frente.

- Trouxe notícias da nossa pequena missão...


Notas Finais


Eu realmente não estou feliz com o capítulo e peço desculpas por isso. Vou me esforçar mais mo próximo, que será do ponto de vista do Narutinho.

Então não desistam de mim.


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