História Ressucitada - Eu tenho poderes?

- MAS QUE MERDA VOCÊ ACHA QUE ESTÁ FAZENDO? - Meu professor de matemática me puxou para longe de Jenna, que desmaiou. - Vamos, circulando. - Gritou para o público. E você, mocinha, venha comigo.

O professor me puxou para a sala da diretora, que me atendeu quase instantaneamente. 

Eu estava naquela sala escura, cheia de quadros de gatos e cachorros que me encaravam com olhos psicóticos.

- Como você pode atacar uma amiga sua? - O interrogatório começou.

- Ela não é minha amiga. - Respondi, friamente.

- Colega, que seja. Você sabe que temos regras claras...

- Eu não ligo para essas regras idiotas. Ela me derrubou, chutou meus livros e ainda me provocou. E eu sou a única que levo a punição, como sempre. 

- Que sempre? Está é sua primeira inflação. Você quase matou Jenna e ainda quer se fazer de vitima?

A diretora anotou algo no temido papel laranja: Estou suspensa por três dias.

Me levantei da cadeira após a bronca de moral e sobre eu ter que controlar meu temperamento antes que eu fizesse alguma cagada e acabasse indo para a prisão. Assim que abri a porta, olhei para a diretora que ainda me encarava com um olhos preocupada e falei:

- Ela mereceu. E eu faria tudo de novo se fosse preciso.

Os olhos vazios da diretora começaram a voltar ao normal e pude lembrar como era a cor verde. O que aconteceu?

Fechei a porta e senti uma onda de medo e felicidade ao mesmo tempo. 

Fui para a sala de aula, mas mal fiquei dez minutos ouvindo aquela chatice de Artes que um bilhete chegou em minha mesa.

''Chloe, por favor, me encontre atrás da arquibancada, eu preciso falar urgentemente com você. - Alex''

Alex... Esse carinha... Eu estou afim dele desde a oitava série. Eu nunca pensei que ele ao menos soubesse meu nome.

Bateu o sino e praticamente fui correndo para o local marcado e esperei uns cinco minutos até minhas esperanças acabarem e eu começar a perceber que eu levei um bolo. 

Mas então, ouvi risadinhas e palmas. Diversas palmas.

- Ora, ora, ora... Se não é a doce e ingenua Chloe. - Ouvi a voz de Jenna.

Ela veio seguida de mais cinco garotas do time de luta livre do colégio.

- O que? Quer apanhar mais? - Perguntei, sorrindo.

- Não... Dessa vez, quem vai apanhar é você, querida. Contra uma, eu sei que você passa o rodo em mim, mas contra cinco garotas que lutam no time de Luta Livre... Garotas... Garantam um dente para mim.

Então eu vi as cinco garotas enormes e com sede de sangue me rodeando e estralando os dedos. Eu senti o cheiro da morte.

Seus olhos negros com pupilas ensanguentadas me encaravam com um olhar maligno e suas bocas escorriam sangue.

Elas basicamente pularam em cima de mim e começaram a me espancar. Não lutei contra, apenas senti a dor assumir meu corpo, junto a raiva.

Minha visão começou a desaparecer e eu fingi ter desmaiado. 

Elas pararam de me bater, me deixaram vários hematomas e se levantaram, começaram a bater nelas mesmas e fazendo piadas sobre mim, e quando todas viraram as costas, me levantei.

Elas se viraram rapidamente e começaram a rir. A mais alta e musculosa riu:

- O que? Quer apanhar mais.

Logo atrás delas havia um espelho, e eu olhei meu reflexo por ele: Cheia de hematomas roxos, unhadas e sangue escorrendo por todo o meu corpo, minhas vestes ensanguentadas. Então eu senti uma brisa de leve e um calor subindo pelo meu corpo.

Todos os meus ferimentos começaram a se curar e elas me olharam perplexas. Tentei fingir que eu não estava surpresa com o que estava acontecendo.

Então eu disse:

- Não continuaram os seus caminhos.

Elas saíram correndo, eu esperei um pouco e eu corri atrás delas, sem elas perceberem. Quando eu estava prestes a entrar em minha vã, olhei para trás: Todos estavam me encarando, inclusive o grupo de cinco lutadoras. Dei um sorriso cinico e acenei para elas.

- Tchau, tchau.

Então elas caíram no chão, uma luz azulada saiu delas.

Mortas.