História Ressucitada - Perdida

Eu pedi um lugar conhecido, não uma floresta no meio do nada. 

Depois de botar minhas tripas para fora, vomitei até o que eu não tinha, decidi voltar para casa. 

Pensei em minha casa, imaginei que eu vim parar aqui porque não fui muito especifica. Ainda assim, eu só poderia ir para lugares conhecido, e não lugares no meio do nada. Afinal, como eu poderia ir para um lugar que eu não conheço? O que é estranho.

Enfim, me concentrei. Imaginei meu quarto aconchegante e confortavel, com uma cama e uma familia, ainda que não seja a melhor familia. 

Senti minha visão falhar e uma pancada forte no estomago. Fechei os olhos e cerrei os punhos assim que uma dor forte em minha cabeça me atingiu.

Rapidamente as dores passaram e eu abri os olhos. Eu continuava na floresta, mas agora num descambado com grama seca. Um vento forte batia em meu rosto e senti um frio horrível.

O que aconteceu? Por que não posso voltar para casa?

Comecei a andar, ou melhor, rastejar naquele descampado. Mal conseguia me mover, uma tontura me atingiu, mas não conseguia parar de andar. 

Um milhão de perguntas vieram à minha mente. Por que não posso usar meus poderes? Por que estou aqui? Ou melhor, onde é aqui?

Senti um frio na barriga quando ouvi vozes horripilantes sussurrarem em meus ouvidos e um bafo em meu pescoço.

- Você não pode ficar aqui.

Esse sussurro penetrou em meus ouvidos e foi até minha alma e me deu arrepios.

Pigarreei.

Não. Isso não pode estar acontecendo. Isso não é verdade. 

Abri meus olhos. Havia uma garota na minha frente, uns três metros de distância apenas. Não. Havia muitas garotas num diâmetro de três metros de mim. Para qualquer lugar que eu olhasse, ela estava lá, duplicada milhares e milhares de vezes. 

Mas elas não eram uma garota comum.

Elas eram eu.

Sem olhos, ensanguentadas e com seus poros vazando um líquido negro e viscoso.

Elas começaram a por a mão em seus pescoços e gritar por ajuda, implorar por misericórdia.

Caíram ajoelhadas no chão, ainda agonizando, até que uma luz azulada começou a sair dos corpos até que ela caíram no chão, sem vida.

Mas uma delas continuou de pé e começou a correr em minha direção, segurou meus ombros e começou a berrar:

- FUJA! NÃO SEJA UMA IDIOTA! NÃO MORRA QUE NEM EU!

Então aconteceu com ela o mesmo que aconteceu com as outras.

Comecei a berrar:

- EU QUERO IR PARA A MINHA CASA! POR FAVOR! QUERO IR PARA MINHA CASA!

Fechei meus olhos novamente, me concentrei e lá estava eu, em meu quarto.

Dessa vez sem dor, ser vomito, sem enxaqueca.

Estou ficando louca.