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História (res)Surgir - Prólogo


Escrita por: SilverCamellia

Notas do Autor


Espero que gostem~
Não esperem nada muito grande
Escrita com grande help da Marimana <3

Capítulo 1 - Prólogo


Fanfic / Fanfiction (res)Surgir - Prólogo

Antes, era escuridão. As criaturas que apreciavam a dor e o sofrimento dormiam em estranha paz, os sobreviventes de mundos primordiais cobrindo seus grotescos corpos das rajadas de vento impiedoso.

Então, um dia, os sobreviventes, cansados de agonizar pela eternidade sem chance de salvação, se destruíram, fazendo os monstros mais frágeis e libertando suas energias, todas com o mesmo propósito; vingança contra os que tanto os torturaram.

As criaturas se erguerem de seu sono, contemplando a energia, agora com um propósito, tomar sua forma mais pura e se tornar magia.

Quando a primeira luz surgiu de sua lança e as fundações da existência foram iluminadas, a magia se fez consciente, onipotente e onipresente, reverberando por tudo que existia e fazendo sua vontade de vingança ser indestrutível.

Recoberta pela vontade de vingança, a magia se lançou em luta contra os monstros, removendo seus corpos pútridos da existência e iluminando os abismos cobertos de limo com o sangue, que brilhava com a energia dos que já haviam morrido, e fazendo a existência se iluminar depois de tantos eons em escuridão.

Quando os últimos seres fugiram para os cantos mais obscuros da existência, após uma batalha mais duradoura que a energia no sangue dos monstros, a magia se apoiou em um penhasco e contemplou os abismos pintados à sua frente, vendo toda a energia que recobria os abismos se libertar e dançar em forma de uma fumaça reluzente, as vozes roucas de tanto gritar em agonia agora agradecendo a ela, pela recém ganha liberdade.

E a magia não sabia o que fazer. Ela não sabia falar, pensar, agir, nada além de lutar por vingança. Ela estava perdida. Era uma guerreira, sua armadura idêntica a dos guerreiros que antes perderam, porém mais forte, decidida a derramar sangue. O que faria agora?

As vozes se uniram, a libertando de sua servidão a eles, antes de se misturarem ao ar, desaparecendo. Ela estava só e sem rumo.

Após encarar o teto -ou seria céu? - por horas, ela resolveu se erguer e procurar algum lugar quente para se abrigar, decidindo por entrar em uma caverna que parecia feder menos. Em passos cansados, se arrastou para um canto qualquer e caiu, adormecendo quase imediatamente.

Seu sono profundo durou anos, a batalha deixando-a desgastada, e mesmo estando tão cansada, algo simples a acordou.

Um tilintar, doce e delicado, ressoando dos fundos da caverna, acordou a menina num sobressalto. Com olhos cansados, ela finalmente notou seu próprio corpo, recuperado da batalha. A pele recoberta por pelos finos, as mãos cobertas de calos, os pés sujos de limo, a túnica pálida encoberta pela desconfortável armadura.

O som se repetiu, chamando sua atenção. Algo ali chamava ela, pedia que viesse. E a moça seguiu o som, buscando alguma resposta agora que sua mente estava livre das amarras do ódio. Conforme corria, inconscientemente soltava as peças da armadura, que caiam pela caverna, e ia mais depressa, algo brotando em seu interior e a transformando, abrindo algo - um sorriso - em seu rosto, fazendo a voz que nem sabia que tinha soar pelo corredor de pedra. E ela seguiu atrás do som.

O fim da caverna se aproximou, e com ele a frustração da moça. Não havia nada de diferente. A caverna estava vazia. E a moça se sentia do mesmo jeito. Vazia, sem motivo, sem razão. Lágrimas alcançaram seus olhos. Ela se sentia perdida de novo. Chorando, a moça encostou na parede do fundo e sentou, gritando com todas as forças, e ninguém ouvia.

Quando as lágrimas não subiram mais e sua garganta deixou de fazer barulho, ela sentiu algo a cutucando. Não exatamente cutucando, mas tinha algo atrás, algo que incomodava suas costas. Limpando o rosto com a barra da túnica, ela se virou para a parede e viu algo que não estava lá antes.

Era algum símbolo feito na pedra, algum desenho delicado e bem feito, montado em volta de um pequeno buraco. As mãos abandonaram a túnica molhada e cutucaram os desenhos, os olhos arregalados adorando as formas e cores novas que lhes eram apresentados.

Quando o desenho começou a sumir, ela finalmente notou que um dos seus dedos estava na fissura, e ambos brilhavam. Num susto, ela pulou para trás, e a parede voltou ao normal.

Ofegante e, pela primeira vez, assustada, ela repetiu o processo. Uma, duas, três vezes. Quando tomou coragem, deixou o indicador dentro da pequena abertura, e não o tirou. A parede novamente reluziu, e brilhou com força, incansavelmente, numa luz quase cegante. E então, o buraco sumiu, e ela conseguiu enxergar.

Era um reflexo, disso ela sabia. E aquela era ela. Sua pele era de uma cor engraçada, não era do tom das pedras, mas não se assemelhava em nada com a luz que havia se afastado as bordas da parede. Algo em sua cabeça, cabelo? Estava emaranhado, bagunçado, se desdobrando até suas pernas. Seu corpo parecia firme, e a túnica mais transparente. Ela gostou de seu rosto. Fez caretas, piscou, absorveu o máximo que pode daquilo.

Quando estendeu a mão novamente, e tocou a superfície fria, um estrondo fez uma rachadura surgir, e seu reflexo se cortou em milhares de pedaços e caiu ao chão, mas nenhum machucou ela. E atrás do espelho, mais caverna, mas dessa vez iluminada e lisa, as paredes recobertas de mais desenhos.

A moça se ergueu, observando os desenhos de uma distância segura. E era ela. Aparecendo, lutando, dormindo, tirando a armadura, vendo o reflexo. Era ela o tempo todo. Até agora, observando a parede. E ela do desenho tocava na outra parede, esta com rabiscos estranhos. Em dúvida, ela continuou seguindo o desenho, vendo ela construindo algo e parecendo feliz.

Decidindo confiar no desenho, ela se virou para a outra parede, encostando o dedo em um deles, e se assustando com a voz que surgiu.

Acalme-se, Archí! A voz pediu, e ela se acalmou, ouvindo-a dentro de si. Eu sou apenas uma guia. Vou te ajudar a se orientar, já que os espíritos a abandonaram, mas não posso ficar por muito tempo, então escute. Siga os desenhos, eles contam o futuro e te dirão o que fazer. Construa um castelo para si, um lugar para morar, a superfície já está limpa o bastante para você. Voltando-se para o lado da caverna onde havia corrido, ela tentou se lembrar de como era lá antes. Mas não faça nada que consuma muita energia. Crie vida, Archí. Você tem esse poder, já que o da batalha foi embora. Não se preocupe com nada por enquanto, apenas crie. Esse é o seu destino. Agora, tenho de ir. Boa sorte.

Tão rápido quanto tinha aparecido, a voz sumiu, deixando a moça sozinha novamente. Olhando para os arabescos, ou melhor, as letras, ela conseguiu ler eles. Eram guias. Se virando para o desenho e vendo a si mesma construir algo, ela exalou o ar que havia prendido e sorriu, sentindo o prazer de ter um motivo novamente.

-Hora de criar, Archí.


Notas Finais


Eh, tá mais ou menos
Essa história também tá sendo postada no AO3, então não se preocupem
Até <3


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