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História Restituição - Estratégia


Escrita por: AnnabeleVermont

Notas do Autor


Espero que gostem! É curtinho, mas é de coração!

Capítulo 26 - Estratégia


Fanfic / Fanfiction Restituição - Estratégia

Depois de chegar em casa naquela sexta feira, tomei um bom banho e comi um filé de frango grelhado com legumes e purê de batata. Deitei no sofá para assistir Tv, acabai cochilando por umas 2 horas. Quando acordei o noticiário reportava alguns acontecimentos terríveis ocorridos em Seattle nos últimos dias. Desaparecimentos, assassinatos, acidentes sem explicação. Coisas horríveis. Decidi desligar e subir para meu quarto. Comecei a ler um livro sobre algumas inovações na área da engenharia mecânica, já eram 10 horas da noite quando senti um cheiro familiar se aproxima. O melhor cheiro desse mundo, que até ganha do cheiro de doce de banana que minha mãe fazia quando eu era criança, que incendeia minhas memórias. Pude ouvi-lo se transformar.

-Pode subir, a porta está aberta. Estou com preguiça de descer. – falei me acomodando sentada na cama.

Jake preferiu o modo mais radical, e escalou a casa entrando pela sacada do meu quarto. Estava só de bermuda para o meu desespero. Ele deitou atravessado na cama, estava cansado. Olhando para o teto.

-É meu dia de ronda, estava aqui perto... vim ver como você está.

-Como você está Jake?

-Cansado. – falou ainda olhando para o teto.

Apoiei meus cotovelos sobre minhas pernas cruzadas.

-Está fazendo mais ronda do que todos nós, não esta Jake? – Falei aborrecida.

Ele virou a cabeça na minha direção e me olhou nos olhos.

-Só não quero sobrecarregar vocês!

-Não estamos sobrecarregados Jake. Você está!

-Não se preocupa comigo Amy, está tudo bem. Quero saber como você esta?

-Agora estou preocupada com você.

Ele voltou a olhar para o teto. Não estava decifrando o que se passava em sua cabeça.

Ele levantou e caminhou até as cortinas, deu algumas puxadas.

-Continuam firmes não é? – falou se referindo ao dia em que ele me ajudou a colocar os varões das cortinas da porta da sacada. Ele estava resfriado e ficava espirrando toda hora, me lembrei com carinhos daquela recordação de um dia divertido que vivemos.

-Estão.

Depois ele ficou olhando para fora do quarto com um semblante entristecido e notavelmente inquieto. Jake não estava normal. Eu sei, eu o conheço.

Para confirmar meus pensamentos ele caminhou e sentou-se ao meu lado se encostando na cabeceira da cama, como eu estava. Depois olhou para mim com olhos assustados.

-Amy, tem mais uma coisa que você precisa saber...

Continuei olhando para ele, era um assunto muito sério, dava para notar.

Ele levou as mãos à cabeça e passou os dedos pelos cabelos com um pouco de raiva.

-Preciso que você me ajude a decidir uma coisa muito importante. E eu sei que é covardia minha pedir sua ajuda para isso, mas eu não sei o que fazer.

-Fala logo Jake.

Ele respirou pesadamente.

-Eu acabo de vir da casa da Bella, o Edward me chamou lá para pedir a ajuda da matilha. Aquela irmã dele que vê o futuro, descobriu quais são as intenções da Victória. Eu não sei se você tem visto nos noticiários alguns acontecimentos sem explicação que tem ocorrido em Seatlle. – Acenei positivamente, visivelmente assustada com o rumo daquela conversa. – É ela. Ela está criando um exercito de vampiros recém-criados, que são muito fortes, para se vingar matando a Bella e todos os Cullens.

Engoli a seco. Estava completamente atordoada com aquela informação.

-Isso não é problema nosso Jake... Eles noticiaram centenas de desaparecimentos, é muito perigoso... não podemos comprar essa briga. – falei pensando simplesmente na segurança de todos nós, e é claro, principalmente a do Jake. Não posso cogitar o fato dele se envolver em uma batalha, certamente correndo riscos emitentes de morte.

Seus olhos ficaram um pouco mais apavorados.

-Amy, eles vieram pedir nossa ajuda, não vão conseguir sozinhos, vão todos morrer. Com nosso reforço as chances são outras.

-Chances? – Falei perplexa. – Isso não me tranquiliza Jake, você não pode colocar nossas vidas em risco, a vida de todos nós. – falei desesperada tentando convencê-lo de que aquilo era loucura.

-Amy, eu sei que você é generosa, mas eu sei também que não posso pedir isso a você... eu só esperava que você pudesse me ajudar com tudo isso. – falou completamente angustiado.

- O que a Alice viu da batalha, ela pode ver o futuro, não pode?

-Ela não viu. Disse que está tudo escuro.

-Jake isso não está certo. Você sabe qual é a escolha certa a fazer. – falei suplicando para que ele dissesse não, a eles.

-Eu sei Amy. Não posso pedir isso a vocês, vou apenas falar com a matilha e se alguém quiser ajudar, que seja por vontade própria. – falou abaixando os olhos.

Aquela frase congelou meu coração. Um medo indomável nasceu gelado dentro de mim. Ele já havia decidido, e era por isso que a Alice não via nada, porque ele estará lá. Já fez sua escolha.

Jake olhou para mim, e eu perdi o mundo embaixo dos pés. Vi nos seus olhos que ele estava só tentando encontrar uma maneira de me contar que já estava dentro. Dentro de algo que o colocava em uma fila expressa para a morte. Dentro de uma luta que não pertencia a ele. Dentro de uma prova de amor pela Bella. Dentro de tudo o que eu mais temia. Meus olhos se encheram de água, perdi o controle sobre meu desespero. O fato de reconhecer que ele corre risco de vida me fez sentir o maior medo de todos os que existem. Medo de perde-lo, de me encontra sem ele, de nunca mais vê-lo pelo resto da minha eternidade insignificante.

-Não Jake, você não pode fazer isso... – falei sem conseguir conter meus medos dentro de mim.

-Amy – ele se apavorou. – Não chora... Não devia ter te falado essas coisas... – Falou angustiado tentando encostar em meu rosto, mas eu o impedi. -Não Jacob! Você já tomou sua decisão não é? É por isso que a Alice não vê a batalha, é porque você estará lá! – Tentava encontrar algum resquício de calma dentro de mim para continuar falando. – Você não percebe que fez, sozinho, uma escolha por todos nós? Quando você decide estar lá, você decide que eu também estarei. E provavelmente que todos nós estaremos. – ele ficou completamente sem reação. – Isso é muito injusto Jake, você colocar nossas vidas em risco por causa da Bella. E não pense que eu estou desse jeito por ciúmes. Eu não estou preocupada com o motivo. Mas eu não posso nem cogitar a ideia de que você esteja correndo um risco tão eminente de morte. Não posso admitir que você faça essa estupidez.

-Amy, você tem que tentar intender... Se os lobos estiverem lá, tudo vai correr bem.

-Bem? – O interrompi perplexa – Você já sabe que os recém criados são muito superiores em força do que os vampiros comuns, que já são fortes em grupo. Você consegue imaginar o que um exército deles pode causar à nossa matilha?

Os olhos do Jake estavam apavorados, suas mãos estavam tremulas e mesmo assim, eu não conseguia parar de falar, ou ainda dizer o que ele quisesse ouvir. Saber que ele faria uma idiotice sem tamanho como aquela, colocando sua segurança em risco, fez meus instintos primitivos de proteção aflorarem. Eu não conseguia controlar minhas emoções e algumas lágrimas de raiva desciam pelo meu rosto. O que o deixava ainda mais desnorteado.

-Amy, eu não posso dizer não a eles. – Falou com a voz falhando de emoção. Sem conseguir levantar os olhos até meu rosto. – A única coisa que eu posso fazer é deixar que os outros façam suas escolhas sem saber que eu estarei lá.

Tomando coragem dentro de si ele levantou a cabeça para me encarar.

-Jake, eu não posso conviver com a ideia de que você pode...

-Eu não vou morrer Amy, você tem que confiar.

Seus olhos suplicavam por alguma misericórdia.

Virei meu rosto para o lado oposto.

-Vai embora Jacob. Você já fez sua escolha, nada do que eu disser vai mudar isso.

Ele ficou mais alguns segundos imóvel, depois levantou-se da cama e saiu pela sacada. Pude ouvi-lo se transformar e correr dentro da mata até que não fosse mais audível.

Minha respiração estava irregular, e eu estava completamente atordoada. Posso dizer que fiquei imóvel por uns 30 minutos apenas pensando em “100 maneira de morrer em uma batalha com vampiros” e confesso que todas elas me pareciam muito próximas à realidade. Quando as lágrimas secaram em meu rosto, consegui me acalmar um pouco. Direcionei meus pensamentos para o fato de que ele poderia sobreviver, para tentar disseminar o pânico dentro de mim.

Passei a noite toda em claro, apenas pensando naquele assunto. Quando já estava amanhecendo consegui pensar com mais clareza e lucidez. Contive minhas emoções e instintos e direcionei meu foco às estratégias. Se ele vai participar, então tenho que garantir que estará seguro.   Além de mim, tenho que convencer todos os outros a participar também. Eu sei que parece muito egoísta, e na verdade, é. Mas não posso simplesmente apertar em um botão e desligar o imprinting dessa decisão. Somos a mesma coisa, e acho que já aprendi isso.

Se não pode destruí-los, junte-se a eles. E ainda acrescento: Juntem-se a eles quantos eu puder convencer, para que as chances de vitória aumentem.

Jacob que me perdoe, mas eu vou intervir como nunca nessa história.

É sombrio, eu sei. Mas se eu puder escolher alguém para sobreviver, esse alguém é sem sombra de dúvidas, aquele que não sobrevivo sem. 


Notas Finais


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