História Retour Vers le Passé - Revelações

POV. Adrien

***Na mansão Agreste***

- Plagg, como isso é possível? - Perguntei ainda incrédulo.

- Eu sei lá garoto! - Disse ele com indiferença enquanto dava uma mordida naquele queijo nojento.

- Minha filha Plagg, minha filha com a Ladybug. Tem noção do quão estranho isso é? - Fiz uma breve pausa tentando absorver a informação. - Espera! Quer dizer que eu e ela... Ela e eu... - Corei com a imagem que me veio à mente.

- Pois é. Dá-lhe garanhão! - Ironizou Plagg. - E acho que vocês não vão demorar não.

- Por que diz isso Plagg?

- Ora! Você é bom em matemática, faça as contas!

- Ela diz que veio do futuro, de dezessete anos do futuro. Ela deve ter mais ou menos quinze ou dezesseis anos. Tirando os nove meses de gestação... - Fiz os cálculos mentalmente, gesticulando com os dedos, contando cada número. - Quer dizer que daqui seis meses à um ano eu serei pai? - Corei. Realmente era MUITA informação.

Estava na hora de vê-las, me transformei e fui ao encontro delas. Cheguei na Torre Eiffel e sentei para esperá-las, fiquei lá encarando o "nada", perdido em pensamentos.

POV. Sophia

- Vamos! Temos que encontrar o papai, que dizer, o Chat na Torre Eiffel em quinze minutos. - Eu disse.

- Ainda não sei se quero ir. - Disse Mari desanimada.

- Você não tem perguntas a serem respondidas?

- Sim, mas... - Não deixei ela terminar a frase e completei.

- Mas nada! Vamos! - Disse puxando-a pelo braço.

- Tudo bem. - Ela disse em rendição. - Tikki, transformar!

- Ookami, uivar!

Após trasformadas, saímos em direção ao local combinado. Chegamos e nos deparamos com Chat sentado no topo da Torre. Subimos ao encontro dele. Sentei ao seu lado e Ladybug sentou-se do outro, de modo que Chat ficou entre nós duas. Ficamos os três em silêncio por um longo momento, apenas apreciando e linda e calma Paris. Foi Chat quem quebrou o silêncio.

- Como você veio para esse tempo? - Perguntou ele ainda encarando o "nada". Expliquei sobre a luta contra o akumatizado e como tudo aconteceu.

- Tive sorte de que quem me encontrou foi mamãe, ou melhor Ladybug. - Eu concluí.

- E onde você está hospedada? Está bem? - Perguntou ele.

- Lógico! Estou ótima, estou com a mamãe.

- Mas e suas identidades? - Chat estava curioso.

- Ora! Eu sou filha de vocês lembra? Eu sei quem ambos são sem as máscaras.

- Eu também fiz a mesma pergunta Chat. - Disse Ladybug com ironia.

- Espera quer dizer que você sabe quem eu sou? - Perguntou ele.

- Claro! - Afirmei. - Mas não se preocupe eu não contarei para ninguém, assim como não contarei que é Ladybug. - Dei uma leve risadinha.

- Droga! - Ele resmungou. - Eu queria tanto saber!

- Na hora certa Chat, na hora certa! - Suspirei. - Não posso mexer mais com o passado do que já estou fazendo.

- Mas Loup, e se isso fosse para acontecer? - Perguntou Ladybug.

- Como assim? - Perguntei confusa.

- E se estivesse predestinado que você voltaria no tempo e tudo isso acontecesse? - Mari realmente é muito inteligente. Não tinha pensado nessa possibilidade.

- My Lady pode estar certa! - Disse Chat.

- Confesso a vocês que ainda não me tinha passado essa hipótese em mente! - Fiz uma breve pausa. - Isso é possível. Mesmo assim devemos tomar cuidado, até termos certeza se que isso tudo estava predestinado ou não. - Concluí.

POV. Marinette

- Loup, você é filha única? - Perguntei curiosa.

- Não! - Ela respondeu, deu um suspiro e prosseguiu. - Tenho um irmão. Ele é dez anos mais novo que eu. - Corei.

"Quer dizer que Chat e eu teremos dois filhos." Pensei. Nesse instante senti meu rosto queimar, provavelmente minhas bochechas estavam mais vermelhas que meu traje. Olhem para Chat e o vi na mesma situação.

- Se me permite Loup, quantos anos você tem? - Chat perguntou, ainda corado.

- Dezesseis. - Ela respondeu.

Não havia como aquela situação ficar mais embaraçosa. Nossos olhares se encontraram, era impossível dizer quem estava mais nervoso. Resolvi quebrar aquele silêncio infernal.

- Ah, como eu queria conhece-lo. Quer dizer, é obvio que um dia irei conhece-lo, mas queria saber como ele é. - Eu disse.

- Eu até tenho uma foto que carrego sempre comigo. Mas infelizmente não posso mostrá-la a vocês. - Sophia disse. Eu ia perguntar o por quê de ela não poder nos mostrar, mas Chat foi mais rápido.

- Por que não Loup Garou?

- Primeiro, é uma foto de família na qual eu estou sem máscara, Ladybug sabe quem eu sou, mas você, - Ela apontou para Chat. - você não sabe. Segundo, como eu disse, é uma foto de familia e logicamente vocês estão nela, SEM AS MÁSCARAS, isso revelaria a identidade de vocês.

- Mas eu quero tanto saber quem é My Lady sem a máscara. - Ele disse como um lamento. - Por que não me deixas saber quem é, My Lady? - Ele me perguntou.

- Hoje não gatinho. - Respondi com um sorriso discreto no canto da boca.

O silêncio reinou novamente. Queria falar com o Chat. Mas não encontrava palavras, abri minha boca varias vezes, mas nenhum som saia dela. Sophia me olhou, piscou e em seguida se levantou.

- Bom, acho que está na minha hora. - Ela disse fingindo olhar um relógio imaginario em seu pulso.

- Sim, vamos! - Eu disse.

- Não! Você fica! - Ela disse para mim como se estivesse me impondo uma ordem. - E você também! - Ela apontou para o Chat, que nem se moveu.

Em um movimento rápido ela desapareceu no ar, literalmente. Meu olhar encontrou o de Chat Noir.

- E-Eu... Não sei o que dizer... Isso tudo é muito confuso. - Eu disse.

- Isso é realmente muito estranho. Mas, My Lady, devo admitir que fiquei feliz ao saber que você um dia será minha. - Ele estava com aquele sorriso bobo no rosto, um sorriso que eu já estava familiarizada, e que me fez falta.

- Chat eu não sou um objeto. - Protestei.

- Nunca achei que fosse. - Ele fez uma breve pausa e prosseguiu. - My Lady, você sabe que eu te amo, não sabe? Te amo mais que minha própia vida. Quero que saiba que independente de quem você seja por trás da máscara, sei que irei amá-la tanto quanto quando está com ela.

Aquilo realmente me surpreendeu. Sempre soube que Chat tinha uma quedinha por mim, mas esse amor que ele tanto fala. Será que devo lhe dar uma chance?

- Chat, se eu lhe der uma chance, terá que aceitar minhas condições, tudo bem? - Ele balançou a cabeça positivamente muito animado. - Primeiro, até eu achar que é o momento certo, não revelaremos nossas identidades. Segundo, se você tentar qualquer gracinha, eu te mato. Entendeu?

- Obrigado, My Lady. Sei que ainda vou conquistar seu coração. - Ele pegou minha mão como sempre fazia e depositou um beijo em suas costas, porém, foi um beijo diferente, calmo e doce. Era como se fosse um beijo que ele queria dar nos meus lábios e não apenas em minha mão. - Tenho que ir, te espero aqui amanhã no pôr-do-sol.

Em seguida ele pegou seu bastão e simplesmente saiu. Peguei meu ioiô e fiz o mesmo.