Justin Bieber.
Centro Psiquiátrico Creedmoor;
Tempos Atuais.
Depois de Katie ter se virado e em um silêncio angustiante sair de minha sala, a dor em meu peito ao pensar que, depois de tudo o que passamos estávamos voltando para o início, onde todo o tormento começou me deixou enlouquecido.
Estava me esforçando bastante para trazer Katie de volta. A minha Katie. Eu precisava ter certeza de que ela estava progredindo e tendo resultado com o tratamento devidamente recebido, mas nada me doeu mais do que receber aquele olhar indescritível vindo de si.
A mão que pousou em meu ombro direito não era o suficiente para manter-me relaxado, mas mesmo assim fiz questão de virar-me e encarar Stacy que com um sorriso dócil, acariciou meu rosto em um gesto de solidariedade.
— Vou falar com ela. Fique aqui. — pediu, olhando-me.
— Eu preciso ir vê-la, Stacy. Ela… Ela deve estar pensando coisas absurdas e na…
— Não se preocupe com isso. Vou ajudá-la. Você vai ver. — continuou pacífica.
Acabei por assentir ao confiar em minha ex-esposa, mas ainda assim amiga e balancei a cabeça suspirando. Um beijo cauteloso foi plantado em minha testa e com medo observei Stacy afastar-se cada vez mais de meu escritório. A frustração me era imensa e nada pude pensar a não ser no ato de Katie antes de sair daqui de dentro.
Virei-me indo até minha mesa e sentei na poltrona subindo as mãos de meu rosto até meu cabelo e pousando em minha nuca. Respirei fundo, lembrando-me da primeira vez que conheci aquele olhar.
Antes.
— Katie, não se preocupe com isso.
— Justin, é a milésima vez que me pede uma coisa dessa. Mas eu não consigo! — vociferou, batendo os braços no vazio e involuntariamente criando um biquinho nos lábios. Encarou-me em silêncio transmitindo certa depcepção, e por um instante senti medo do que poderia vir a seguir. — Eu vi como ela te olhava.
— E você viu como eu a olhava? Eu não estava nem ligando, Katie. Eu só estava olhando para você. — tentei ser calmo, aproximando de seu corpo que aos poucos recuou até deparar-se com a parede.
— Mesmo assim. — tentou, sem argumentos continuar.
— Kat… — chamei, a vendo me olhar ainda de biquinho. — Eu amo você. Apenas você.
Minhas mãos seguraram seu rosto o deixando pequeno entre meus dedos, e dei-lhe vários selinhos até ter certeza de que ela estava melhor. Quando seu lindo sorriso apareceu, suas mãos envolveram minha nuca e sorri por impulso inclinando a cabeça ao tomar seus lábios em um beijo calmo.
Minha língua ao ser cedida a passagem passou a combater com a sua em uma disputa gostosa, onde ambos gostariam de ganhar. Minhas mãos já começavam a suar ao ter aquele desejo consumindo-nos novamente. Eu tinha certeza de que Katie era a mulher da minha vida, e que jamais a deixaria partir.
— Jay…
Minhas mãos desceram até seu bumbum, e com um aperto carinhoso tomei impulso para pegá-la ao colo, caminhando consigo até a cama de casal contida em meu quarto.
— Uh?
— Eu te amo. — sua voz saiu em um sopro, voando diretamente até meus ouvidos causando uma sensação inexplicável.
Meu sorriso alargou-se com sua fala, e pude sentir minhas bochechas doerem de tão grande que era minha alegria. Saber que ela me amava tanto quanto eu era o suficiente para me deixar completo. Para nos fazer sentir vivos novamente.
— Eu te amo muito mais, Kat.
Ela sorriu de maneira tímida, e abaixei minha cabeça dando beijos calmos em sua bochecha até a extensão de seu pescoço. Senti sua pele arrepiar-se em poucos toques, e explorando aquela área levei a mão direita até a sua entrelaçando nossos dedos. Voltei meus lábios até os seus, dando um selinho demorado recebendo um carinho gostoso na nuca como resposta. Nossos sorrisos se misturaram, e mesmo que parecesse clichê eu amava esses momentos que eu tinha ao seu lado.
— Vamos continuar?
— Você quer continuar, meu amor? — perguntei, vendo-a balançar a cabeça com vergonha.
Balancei a cabeça assentindo e desci o rosto dando um beijo em seu queixo, voltando para o pescoço e parando ao chegar no vão de seus seios. Afastei-me, tirando sua blusa moletom e fazendo o mesmo com minha camiseta ao sentir que Katie se incomodava com ela. Seus olhos me admiraram por segundos que para mim foram horas, e fiz o mesmo entregando o quanto a desejava naquele momento.
Em poucos minutos já estávamos nus e nossos lábios se encontravam com intensidade, buscando transmitir o máximo de sentimentos naquele momento. Minha mão que até então segurava sua bochecha, desceu até minha região íntima a penetrando com toda a calma do mundo. Paciente. Apertei as sobrancelhas, percebendo o desconforto que Katie sentia ao mover-me devagar tentando ao máximo não machucá-la.
— Kat… Eu posso par…
— Por favor, continua, amor. — ela soltou o ar pela boca, segurando meu rosto e encarando-me nos olhos.
Reparei que o azul em suas íris se encontrava mais escuro. Minhas mãos se apoiaram ao lado de sua cabeça, e de maneira tranquila passei a me mover sobre seu corpo esbelto encarando atento suas expressões faciais.
Foquei-me em mantê-la confortável e aumentei a velocidade quando percebi que não a machucava mais como antes. Gemidos tímidos escapavam de seus lábios vez ou outra, e com o lábio mordido eu gemia abafado, deixando escapar os que me eram inevitáveis. Eu havia esperado tanto por esse momento, e respeitado tanto o espaço que Kat pedia em relação a esse assunto que finalmente estar o vivenciando deixava o momento ainda mais prazeroso. Todo o ambiente, o local onde estava e saber que era com ela, a minha garotinha, era o suficiente para esse pequeno momento se tornar especial, inesquecível. Era com ela que eu estava, com ela que eu me entregava de corpo e alma, nos fazendo um do outro com toques e olhares, isso era mágico. Era incrível o que o amor era capaz de fazer com a gente. Uma vez que nos apaixonamos, tudo muda, nosso ponto de vista, nossas atitudes, nós ficamos felizes com apenas um bom dia da pessoa e por Deus, eu amava aquela loirinha, aquela garota dona dos olhos mais fascinantes que eu já havia visto em toda a minha vida, e eu estava mais do que convicto de que estava sendo o homem mais feliz do mundo naquele momento.
Tempos Atuais.
Meus olhos se abriram quando cai-me na realidade que estava vivenciando, percebendo o quão estúpido agi ao praticar todos aqueles atos fora da minha sanidade, percebendo que abrira mão da minha felicidade por desejos momentâneos. Repreendi-me mentalmente, lembrando das nossas juras de amor e a promessa que lhe havia feito. Eu a amava, sim, por Deus, eu a amava! Precisava mostrá-la que iria continuar lutando por nossa felicidade, continuar em busca do perdão que mesmo já tendo conquistado, continuo pedindo todos os dias.
Levantei afobado da poltrona com certa pressa ao caminhar para fora do escritório e conduzi-me em direção de seu quarto, vendo alguns enfermeiros passarem com remédios e outras coisas em cima de uma bandeja prateada, pacientes em seus tempos livres vagavam pelos corredores em busca de reconhecer o local onde estavam, e com um suspiro desejando sua melhora desviei o olhar para o quarto onde a porta era a única coisa que me separava de Kat. Minha mão esticou-se, porém parou ao ouvir a voz de Stacy lá dentro.
— Não acha que está sendo dura consigo mesma, querida? — perguntou, fazendo-me bufar sem som por a porta estar totalmente fechada e eu não ter visão lá de dentro. — Acredito que Justin tenha falado de nosso divórcio para você. — continuou, e por um breve instante o quarto foi tomado pelo silêncio. — Admiro muito o Justin, e mesmo que eu o ame, eu sempre senti desde que a gente namorava que alguma coisa faltava. Eu nunca podia me sentir o suficiente para ele e depois de alguns anos casados, percebi que na verdade Katie, o motivo de nosso casamento não ter ido adiante é por Justin ainda amar você. É provável que você já saiba de todas estas coisas e até se recuse a acreditar devido a atitudes que ele faz as vezes, mas acredite querida, Justin e eu somos amigos agora e eu estarei sempre o apoiando assim como desejo a felicidade a vocês dois, pois sei que merecem.
Um sorriso singelo estampou-se em minha boca e com calma encostei a cabeça na porta. Stacy era realmente o meu anjo da guarda.
— Você é uma menina linda, Katherine. Justin fala muito bem de você e percebo a dor em seu olhar quando o vejo falar de seu caso. Acredito que o que eu disser agora você já tenha ouvido de muitas outras pessoas, mas irei repetir porque sei como você é especial para ele. Você consegue se livrar da depressão sim, mas para isso você só precisa querer, meu amor. Eu sei que mesmo assim é difícil. Você precisa ver em Justin e em todos os esforços que ele anda fazendo por você um motivo de querer continuar em frente, pense em sua mãe que está muito triste por te ver assim.
— E-Ela não gosta mais do Justin… — ouvi sua voz, seguido de um choro baixo.
— Mas você gosta, não gosta? — ela ficou em silêncio por alguns segundos, e desejei poder ter visto o que ela fez. — O amor de vocês é o mais bonito que eu já vi, Katie. Acredite em mim. Todas as coisas que Justin está fazendo por você são inexplicáveis e isso mostra o quanto ele te ama, não se deixe levar por coisas de sua cabeça. Você precisa ignorar, está bem? Precisa ser forte. Você precisa se forçar a lutar contra todas as tempestades que está enfrentando…
Abri a porta ao tomar coragem, puxando o ar forte pela boca em um ato de nervosismo, vendo Stacy de frente para a Katie na cama. Katie estava sentada, e ao perceber que entrei desviou o olhar virando-se de costas, suspirei, vendo Stacy olhar-me tristonha e aproximar-se para me dar um abraço.
— Cuide dela, Justin. Ela precisa de você. — pediu, em meu ouvido.
Balancei a cabeça agradecendo com os lábios em silêncio e a olhei se retirar fechando a porta. Alguns soluços começaram a escapar da boca de Kat, e ao aproximar me assustei quando a mesma bateu fortemente no colchão de sua cama, seguido do lençol sendo puxado por suas unhas rasgando-se assim várias vezes.
— Katie…
Ela gritou. Afastei-me de imediato vendo o travesseiro sendo lançado contra a parede próxima. Meus olhos esbugalhados encaravam a cena atônito, escutando já passos se aproximando de seu quarto. Tomei coragem, e em um impulso avancei rapidamente, envolvendo-lhe com meus braços e fechando os olhos ao sentir suas mãos pequenas baterem-me com força no peito. Ignorei toda a dor que estava sentindo, mordendo o lábio fortemente quando senti que meus olhos se inundaram de água.
Seja forte, Justin. Por ela.
Abri meus olhos com a vista um pouco embaçada e ainda de lábio tremendo olhei para Katie que se chacoalhava com um peixe fora d’água em meus braços. Suas unhas me arranhavam enquanto gritos eufóricos escapavam de sua boca entreaberta com soluços um tanto altos, e ao ver enfermeiros aproximarem levantei uma das mãos pedindo que ficassem onde estavam. Voltei a mão para o corpo de Katherine, subindo cautelosamente até seu cabelo e começando a lhe fazer um carinho enquanto ainda ofegante, a pegava no colo e me sentava na cama bagunçada de seu quarto. Seu corpo aninhou-se sobre o meu e balancei-a devagar, feito uma criança entregue aos carinhos da mãe.
— Tá tudo bem, Kat… Está tudo bem.
Meus braços a embalaram com um pequeno aperto lhe acariciando as costas e cabelo, obrigando-a a deitar em meu ombro e podendo assim sentir sua respiração em meu pescoço, o que fez minha pele involuntariamente se arrepiar. Fechei meus olhos mais uma vez, tendo sua mão apertando meu ombro com força o arranhando uma última vez antes de soltar e começar a relaxar sobre mim. O único som naquele momento era o de nossas respirações pouco ofegantes, e talvez os enfermeiros ainda nos olhavam. Não me preocupei com eles, voltei a fazer um pequeno cafuné no cabelo de Katherine.
— Eu estou aqui… Sou eu, Kat. O seu Justin… Eu estou aqui, está tudo bem.
Sua boca soltou um suspiro. Abri meus olhos com calma a olhando agora e tirei mechas de seu cabelo que grudaram na sua bochecha devido às incontáveis lágrimas que escorreram por ali. Seus olhos estavam fechados, e mais calma ela relaxava em meus braços permitindo-me fazer carinho em seu rosto. Se deixando confiar em mim. Um pequeno sorriso formou-se em meus lábios, lembrando que eu jamais me cansaria de admirar aquele rosto tão belo e angelical que Katie tinha.
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