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História Revenge Girl - Pare de se sabotar, Kinomoto


Escrita por: MandsChan

Notas do Autor


Kinomoto Kinomoto...

Capítulo 30 - Pare de se sabotar, Kinomoto


Caí ao lado do corpo de Shaoran na cama, completamente exausta e suada. Estávamos ofegantes e com os batimentos descompassados. Olhei docemente em seus olhos e percebi que estes estavam prestes a fechar. Aproximei-me de seus rosto, beijando-lhes as pálpebras, fazendo-o abrir os olhos.

- Não pode dormir, tem que me deixar em casa. – ele fez careta, fechando os olhos novamente.

- Devem ser umas 4h00 da manhã Sakura.

- Na verdade é 00h13. Ainda está cedo, e você disse que ia me deixar ir mais tarde. Já é mais tarde. – disse levantando-me enrolada no lençol, indo em direção ao banheiro.

- Pode andar sem lençol, não tem nada aí que eu já não tenha visto. - ele brincou puxando uma ponta do lençol que ainda estava na cama.

- Você tem suas meias, tenho o direito de ter meu lençol.  – disse sorrindo de lado, puxando o lençol de suas mãos. Ele revirou os olhos. Entrei no banheiro e liguei o chuveiro. Um banho não iria me atrasar, não mais do que já estava.

Saí do banheiro enrolada numa toalha pouco tempo depois. Shaoran não estava no quarto. Abri o armário e não encontrei nenhuma peça minha. Lembrei-me que tinha esvaziado o mesmo mais cedo, as roupas estavam na minha mochila. A mochila estava na sala.

Encontrei a mochila jogada no meio do tapete da sala, quando me aproximei para pegá-la percebi que Shaoran estava dormindo angelicalmente no sofá, já trocado. Esbocei um sorriso ao ver a cena e voltei para o quarto para me trocar.

- Shao... – sussurrei em seu ouvido. Ele apenas se mexeu.  – Acorda... – acariciei seus cabelos. Ele me ignorou. – SHAORAN!  - disse alto. Ele saltou do sofá assustado. Comecei a rir.

- Nossa, que delicada. –resmungou. Ignorei seu comentário e puxei-o para a porta. Queria logo chegar em casa.

...

- Isso são horas Kinomoto? – Tomy me recebia com os braços cruzados, Hiro apareceu logo atrás dela. Não me surpreendi ao ver que os dois ainda estavam acordados. Com certeza estavam me esperando para saber o relatório completo. Esses dois não prestam.

- Baixinha! – ele disse me agarrando rapidamente num abraço forte. Retribuí o abraço na mesma intensidade, estava sentindo falta do meu palhaço.

- Saudades tuas palhaço – disse com a voz abafada, já que estava com a cabeça enterrada em seu pescoço.

- Obrigada pela parte em que me toca. – Tomy resmungou. Separei-me de Hiro.

- Nem vem, te vi ontem. – disse fingindo indiferença.

- Exatamente... Ontem. Quer me contar o que estava fazendo até essa hora lá na casa do Li? – ri maliciosa.

- Vai dizer que não faz ideia...? – ela revirou os olhos.

- Então quer dizer que se acertaram? – Hiro disse um tanto quanto interessado.

- Jura que ainda tem dúvidas disso? – Tomy olhou meu primo, sarcástica. Soltei uma gargalhada.

- Sabe, eu estava a fim de contar umas coisas... – não consegui terminar a frase. Fui puxada violentamente para o quarto pelos dois curiosos.

Que horas eram? 3h00 ou 4h00 da manhã? Perdi as contas desde a última vez que olhei no relógio. Tomy e Hiro estavam parecendo aquelas fofoqueiras de bairro que querem saber tudo sobre a vida amorosa alheia, no caso a minha mais nova vida amorosa.

- Finalmente, finalmente vocês se acertaram! – Tomy gritava histericamente pela milésima vez. – Agora vamos sair como os dois casais oficiais de melhores amigos! – ela dizia sorridente. Revirei os olhos. Ela fazia tudo parecer um grande conto de fadas.

- Agora que vocês dois entraram nos eixos, o que vai fazer com aquele caderno especial? – Hiro perguntou um pouco apreensivo. Levantei-me confiante de minha cama, fui até meu armário e peguei o tal caderno. Joguei-o em minha pasta de trabalho.

- Amanhã mesmo dou um jeito de incinerá-lo. – disse alargando um sorriso sapeca no rosto.

- Como Shaoran reagiu ao saber do seu plano idiota? – a morena indagou curiosa. Bem, ainda não tinha contado esta parte da história.

- Ele não reagiu, já que não contei. – disse calma. Os dois olharam-me perplexos.

- Como assim não contou? – Hiro se pronunciou.

- O que tem na cabeça? – Tomy estava de queixo caído.  – Depois de ter que voltar á Washington e fazer vocês dois passarem por tudo o que passaram, quando finalmente começa a resolver as coisas, não conta tudo? Shaoran foi completamente honesto com você Sakura! – isso Tomoyo, me deixa de consciência mais pesada.

- Eu não tive coragem, tudo bem? Eu não consegui dizer que estava fazendo um juízo completamente equivocado sobre ele, que estava planejando machucá-lo, sem nem ao menos averiguar a história de fato. – disse aceleradamente. – Ele nunca quis me prejudicar, sempre pensou em como eu estaria me sentindo, no final das contas. E eu? Só queria pisar em cima de seu ego e destroçar cada partezinha de sua dignidade. – disse indignada com minhas palavras.

- Mas... Ainda acho que devia ter-

- Não devia ter feito nada a mais do que já fiz Hiro. Este plano maldito já me deu muitos problemas, não quero que ele interfira mais em meu namoro do que já interferiu. Ele morreu, e vai ser queimado amanhã, junto com aquele caderno, e eu espero que vocês também queimem-no de sua memória, e nunca mais pronunciem a sua existência. – disse séria. Eles apenas assentiram e o assunto morreu.

- Pelo menos falou para ele sobre o estranho das mensagens, não falou? – um estalo aconteceu em minha mente. Awly, tinha me esquecido completamente de Awly. Hiro foi para o banheiro trocar de roupa, revirando os olhos. Ele me achava uma louca completa por conversar com um anônimo que tinha um amor platônico por mim.

Corri para minha mochila e arranquei meu celular descarregado de lá. Peguei o carregador que estava sobre a escrivaninha e liguei-o na tomada. O celular acendeu e eu fui logo tratando de ver as mensagens. Tinham 13 mensagens não lidas. Doze delas eram de Shaoran, querendo saber meu paradeiro... Mas uma, era dele. Abri a mensagem o mais rápido possível, e um sorriso brotou em meu rosto ao ler seu conteúdo.

“ Esqueceu de mim? Bem, eu não consigo te esquecer.

Faz realmente muito tempo desde que não nos falamos... Está tudo bem com você? Estou com saudades suas, Sakura. Conte-me o que aconteceu neste tempo em que não nos falamos, que eu até posso pensar em responder a uma de suas milhares de perguntas sobre mim.

Eu não sei como ainda não percebeu. Eu estou sempre tão perto de você, mas você insiste em não me ver.

Mande notícias. Não se esqueça que tem alguém aqui que realmente te ama, e muito.

Um grande beijo,

Awly”

Suspirei ao terminar de ler as palavras de Awly. Tomoyo me olhou indignada.

- Como pode ficar suspirando com as mensagens de um cara que NÃO É SEU NAMORADO? – me senti extremamente culpada. – E você não contou do estranho das mensagens, contou?

- Bem... Não. – disse um tanto quanto sem graça.

- Realmente, eu tenho pena do Li. – ela disse melancólica.

- Tomoyo...

- Não me venha com “Tomoyo...”, você sabe que está errada, e que de certa forma está o traindo, já que suspira com as mensagens melosas de outro. – fiquei sem fala. Eu estava tão certa do que sentia por Shaoran, estava certa de que o amava, de que finalmente confiava nele, de que ele era o homem de certo, da hora certa... Então por que ainda me via presa em Awly?

Hiro saiu do banheiro, e eu olhei significativamente Tomy para que ela terminasse o assunto. Não escondia nada de Hiro, mas acho que ele só seria mais um para me tacar pedras. Ele aninhou-se na cama, cobrindo-se até a cabeça, deixando somente os olhinhos doces de fora.

Levantei-me para trocar de roupa. Tomy estava indo para seu quarto, quando parou na porta, virando-se para encarar-me mais uma vez.

- Eu ainda acho que você só está começando a arruinar tudo outra vez. Mas pode deixar que eu não vou dizer nada. Afinal, quem sou eu pra me meter, não é mesmo? – ela disse num sorriso irônico e saiu. Pude ouvir sua voz distante murmurar “pare de se sabotar, Kinomoto”. Enterrei meu rosto nos travesseiros. Meu primo me olhou confuso. Eu estava perdida.

...

Apesar de ter conversado praticamente a noite inteira, consegui chegar na hora ao trabalho, lógico, depois de empanturrar meus olhos de corretivo, para disfarçar as olheiras.

Cheguei as nove em ponto. Claire me recebeu com um grande sorriso no rosto e um abraço carinhoso. Eu tinha dito á ela que tinha viajado e para não contar a Shaoran, mas nunca tinha entrado em detalhes, então ela nunca soube quando ia voltar.

- Que bom que está de volta Sakura.  – ela disse carinhosa. Aquela nerdezinha era muito fofa.

- É bom estar de volta. – ela então se separou do abraço e me olhou preocupada.

- O senhor Macborth está louco atrás de você. Acho melhor subir e ir falar com ele. – ela me aconselhava. Revirei os olhos e encaminhei-me para o elevador novamente. Ia ter que ouvir um sermão de meia hora de meu chefe gordo e milionário.

Dito e feito. O homem berrou em meus ouvidos ao saber da “doença na família” que tinha me afastado de meu trabalho, era um sem coração, tudo bem que era mentira, mas ele praticamente disse que minha “avó hospitalizada” podia morrer, mas que eu tinha que continuar firme e forte, e em New York, de preferência. Fingi prestar atenção calada, ignorando seu discurso, já que sabia o final de tudo.

- Espero que isso não se repita senhorita Kinomoto. Isso aqui ficou um completo caos com a sua ausência. - apenas assenti e murmurei mais um pedido de desculpas e me retirei. Não disse que já sabia o final? Era sempre assim, sempre que fazia uma besteira ele berrava em meus ouvidos. E só. Não tinha coragem de me demitir, já que como ele mesmo disse, tudo ficava um verdadeiro caos sem a minha presença.

Não quero me gabar, mas sou uma ótima profissional. Esforço-me muito e gosto do que faço. Por isso que neste momento vou me concentrar em um trabalho muito duro e difícil. Um trabalho que exige muita concentração e atenção. O trabalho de agarrar um certo castanho de terno que está sentado na ponta de minha mesa, com um sorriso malicioso nos lábios.

Separei-me de Shaoran com um sorriso bobo nos lábios. Olhei para o lado e percebi que sua pasta de trabalho estava sobre a mesa, ele tinha acabado de chegar e veio direto para minha sala... Espere um minuto. Acabado de chegar? Olhei para o relógio, já eram 9h28.

- Atrasado Li? – provoquei-o.

- É, tive que resolver umas coisas.

- Quando você diz resolver umas coisas, quer dizer ir á Starbucks com a Mei, certo? – semicerrei os olhos. Ele riu.

- Você é uma graça. Falta três dias seguidos e ainda vem reclamar de meu atraso de 17 minutos já que estou te esperando aqui dentro há dez. E estava com a Mei sim. A gente precisava por o papo em dia. – revirei os olhos.

- Por o papo em dia? Francamente Li, menos gay por favor. – ele aproximou seu rosto do meu novamente, roçando nossos lábios.

- Vou te mostrar o gay então. – e tomou meus lábios com os seus novamente, me fazendo esquecer de tudo em que estivera pensando. Realmente, trabalhar com o namorado não vai dar certo.

...

O ensaio fotográfico hoje na agência estava melhor do que nunca. Não sei se esse “novo” relacionamento estava me iluminando, ou coisa parecida, já que as fotos estavam sendo realmente divertidas. Todd estava me estranhando.

- Viu o passarinho verde, Sakura? – ele brincava enquanto eu descia do mini-palco do estúdio, após finalizar uma sessão de fotos.

- Não só vi como engaiolei-o para não fugir. – disse brincando ele riu.

- Que bom que está disposta, tem mais um ensaio em 10 minutos, vá se trocar. – saí saltitante em direção ao meu camarim.

Quando voltei, já trocada e com outra maquiagem e o penteado diferente, deparei-me com Todd conversando com uma mulher alta, de cabelos longos, negros e levemente ondulados nas pontas. Ela tinha um sorriso encantador e era realmente bonita.

- Sakura, quero lhe apresentar a Mulan. – ele apontava para a mulher morena que esbanjava um sorriso no rosto.  – Hoje é o último dia dela aqui, e a saideira vai ser com você. – ele disse um pouco triste ao referir-se ao último da tal fotógrafa.

- Prazer, Mulan. – disse alegre. Nem me incomodei em chamá-la pelo apelido, ninguém se chamava pelo nome naquele lugar. A morena sorriu.

- O prazer é todo meu, Sakura. – ela frisou meu nome em suas palavras me encarando misteriosa, como se estivesse me escondendo algo. Por um momento a olhei desconfiada, mas ela era tão sorridente, de olhar meigo e expressões suaves, que desmanchou qualquer pensamento negativo que pairava em minha mente até então.



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