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História Reverse - II TEMP. - Lightning and Fires


Escrita por: Catnip-Potter

Notas do Autor


Eu sei que demorei, sorry.

MUSICA DO CAP: Hailee Steinfeld - Starving

Quero agradacer a todos que favoritaram e comentaram, isso me motiva mt e leio todos, amo cada um ! Deixo um agradecimento especial a minha mulher, Cap. Obrigada por tudo <3

Espero compensar vocês <3

Capítulo 12 - Lightning and Fires


POV. HERMIONE

 

Perdoar e esquecer. São duas palavras que colocadas em pratica não é nada fácil. Perdoar incita esquecer. Esquecer incita ter certeza de o que quer que tenha acontecido, não acontecerá novamente. Mas eu não tinha essa certeza, toda a minha confiança havia se esvaido com as mentiras, com o abandono. Eu me sentia insegura e extremamente idiota cada vez que cedia. Idiota costumava ser uma palavra insignificante para mim, uma palavra que não se aplicava a quem eu era. No entanto, desde que Draco voltara a minha vida me sentia idiota, tola,  confusa.  Idiota porque - na minha concepção - se eu tivesse um pouco mais de amor proprio não me entregaria a ele depois de tudo; tola porque cada maldita palavra que saía da boca dele parecia tão sincera aos meus ouvidos, mas sempre havia aquela pontada de duvida me cercando; confusa porque eu não fazia ideia de como reagir, do que decidir. Naquele momento, enquanto esperava por uma resposta do lado de fora daquela sala, minha cabeça estava a milhão, meu corpo um turbilhão de emoções e sensações. Eu andava de um lado a outro, a cada virada vacilando em meu salto agulha, o coração apertado e descompasado. Aquela maldita angustia não passava, eu estava a beira de ter uma crise seria de ansiedade, estava tremendo de medo. Meu maior medo era descobrir que a historia dele não passava de uma grande mentira. Eu não sei se aguentaria outra mentira, talvez até me desse forças para me afastar completamente. Outra decepção com certeza iria doer como o inferno. Eu queria tanto acreditar nele, depositar esperança e fé naquele homem, só mais uma vez. Ri comigo mesma. Eu estava mesmo tentando me convencer de que o perdoaria uma ultima vez ? Era patetico. Gina tinha razão, no fim das contas, eu sempre cederia. É isso que se faz quando se ama verdadeiramente, nós nunca desistimos, sempre vale a pena tentar de novo. Mas eu não queria ser esse tipo de pessoa, eu não podia ser, isso me feria, fazia com que eu me sentisse fraca. Fraca por não conseguir dizer "não" a aquele lindo par de órbes cinzas. Porque tinha que ser tão dificil resistir a ele ? Gemi agoniada e resolvi me sentar - pela quinta vez em uma hora. Esperar estava me deixando louca.

Mais uma hora. Eu estava passando mal, um calor absurdo tomou conta de meu corpo. Eu precisava vomitar. Levantei e sai correndo pelo corredor em busca de um banheiro.Encontrei um assim que virei o primeiro corredor, rumo ao elevador. Adentrei o banheiro em passos vacilantes, graças a Merlin estava vazio. Escancerei um dos box e me coloquei de joelhos diante de um vaso sanitario. A ânsia veio violentamente, mas nada saiu. Isso se repitiu algumas vezes, até que consegui controlar a movimentação em meu estomago. Cambaleei até a pia, ali apoiei minhas mãos no marmore gelado, encarando-me no espelho. Eu estava pálida, suor brotava em minha testa, meu corpo formigava e tremia, o ar parecia preso em meus pulmões. Crise de ansiedade. Abri a torneira e lavei meu rosto algumas vezes; tirei meu blazer, deixando-o cair aos meus pés e molhei meus braços também, em seguida meu pescoço e minha nuca. Mais um pouco e eu estaria dentro daquela pia. Eu precisava procurar um especialista, essas crises me deixavam tonta. Me virei e sentei no chão, transtornada. Eu não ia aguentar ficar naquele corredor sombrio, sozinha, esperando por uma coisa que eu queria evitar.

Queria adiar aquele momento pelo qual tanto ansiei. Com medo de ambas as decisões que o Ministro pudesse tomar. Draco ser mandado de volta a Azkaban significaria que eu teria mais noites de insonia, significaria mais sofrimento, que o Hugo não iria conviver com o pai. Por outro lado, ele livre, significaria que eu teria de tomar um decisão. Não seria uma decisão simples, na verdade, minha decisão podia mudar nossas vidas de muitas formas, sendo ela positiva ou negativa. Suspirei. Eu tinha que ir embora daquele lugar, precisava de um tempo. Decidida, me levantei agarrando meu casaco e saí o mais depressa possivel.

 

POV. DRACO

 

Eu não tinha controle de nada. As palavras saiam de mim, livres e desempedidas, queimando meu torax e ganhando sua tão alçada liberdade. Era uma sensação sufocantemente boa. Mas doía, achei que a vergonha do meu passado me consumiria ali mesmo, na frente de estranhos, na frente de quem sempre me acusou. O Auror perguntava e eu respondia, era um ato automático. Não sei dizer em que momento ele finalmente chegou ao ponto de começo desta merda toda mas quando dei por mim, estávamos falando de Blásio. Doeu o triplo passar pelo inferno novamente.
— E o que tem a dizer sobre o assassinato Blásio Zabini ? — perguntou o grandalhão.
— Perder meu melhor amigo foi horrivel. Doeu quando a noticia chegou a mim e ainda dói lembrar dele, ou falar dele. Tudo o que posso dizer é que eu nunca faria isso com Blás, ele era como um irmão ... — engoli o nó na garganta, minha voz começando a embargar com as lagrimas que enxeram meus olhos — Eu sabia que tinha sido Rodolphus, eu tinha isso tão certo em minha cabeça ... Tudo o que eu queria fazer era arrancar a cabeça dele do pescoço, eu ia me vingar da pior forma que pudesse.  — a essa altura achei que a raiva fosse me consumir, que saudade eu sentia de Blás  — Então fui ao velório com essa intenção, de alguma forma eu sabia que ele fizera aquilo para me atrair, me atingir, ele sabia que eu ia querer ir atras dele.  — era como um flashback, a chuva que caía, meu amigo sendo levado para longe de mim e eu sem poder fazer nada, o vento forte, aquele maldito com seu sorrisinho homicida. Fechei meus olhos durante aquelas lembranças, era como estar perdido dentro de mim, dos meus pesadelos. 
—Tenho certeza que tudo foi planejado por aquele maníaco. Ele estava la. Eu cego pelo odio, não pensei antes de agir, seria muito facil mata-lo ali, seria rápido, ele nem estava me vendo. Mas eu queria que ele sentisse dor — respirei fundo — percebi que ele ia aparatar e agarrei ele por impulso. Isso desgraçou minha vida de certa forma.
Parei de falar, sentia minha boca seca, a lingua aspera. Acho que nunca havia falado tanto em toda a minha vida. Acho que nunca disse a verdade com tamanha facilidade.
— O que aconteceu depois ? — o Auror perguntou.
Prossegui falando sobre o Voto Pérpetuo e toda encenação de minha mãe.
— Ele me mandava fazer coisas, — contei — queria que eu fosse o bode expiatório de toda essa merda, assim se caso tudo viesse à tona antes do tempo - como veio - eu seria o único culpado nessa história. Ele arrumaria outro para o meu lugar e ainda se vingaria de mim, o plano perfeito, não?
— Quais eram os planos dele ?
O tom do Auror deixou de ser acusatorio e passou a ser de curiosidade. Isso me fez relaxar um pouco em meu assento. Me permiti ter esperança pela primeira vez durante aquele interrogatório.
— Basicamente ele queria tomar o lugar de Voldemort. Disse que faria as coisas direito, que não seria incompetente como o Lord das Trevas. Tudo muito patético e um pouco hilario, se quer saber minha opinião — respondi calmamente, um sorriso de deboche se espalhando em meu rosto.
— O que ele te mandava fazer, Sr Malfoy?— perguntou o Auror, trocando um olhar com o Ministro, que observava tudo em absoluto silêncio.
— A principio ele mandou que eu buscasse seguidores. Todos os malucos que pudesse encontrar para apoiar as fantasias delirantes dele. Depois vieram os sequestros a Trouxas; ele me obrigava a tortura-los, mas era ele quem os matava. Ele se divertia, ele sempre sorria quando chegava a hora. Com frequência mantínhamos alguns deles no porão, era assim que eu conseguia sair e andar livre pela comunidade Bruxa, poção polissuco e cabelos de trouxas, afinal, eu era um assassino procurado.  — contei até dez na minha cabeça para não gritar, "acusado injustamente"  — Rodolphus os mantinham acordados, conscientes ... Gostava de ver eles sofrerem.  — limpei a garganta, a verdade que viria à tona era a que mais me atormentava  — Houve garotas também ... Ele era mais cruel com elas, ele as abusava durante horas, me fazia ficar sentado ouvindo tudo, depois ele as matava da força mais tortuosa que conseguia, era como viver no inferno. Não me perguntem o porque, ele dizia ter nojo mas era visível o prazer dele naquele momento, o que deixava tudo mais nojento. No fim, o grande "truque de mestre" seria a dominação do Ministério, ele queria o Ministro morto e queria que eu o fizesse.
Kingsley se remexeu, inclinando-se um pouco sobre a mesa. Ele gesticulou, incitando-me a continuar. Franzi meus labios e cenho, retomando o fio de pensamento.
— Estava quase tudo certo, ele tinha planejado tudo. Eu estava tenso com tudo isso, não aguentava mais ser um fantoche nas mãos dele. Achei que fosse pedir para morrer de uma vez, vocês não têm noção do que é sufocar quando se tem ar nos pulmões. Naquela noite eu resolvi sair, precisava espairecer, não conseguia parar de me amaldiçoar por aquele Voto, por ter deixado Hermione e o nosso filho . . . Usei a poção Polissuco mais uma vez e fui para o Três Vassouras. Ela estava lá. Foi aí que eu finalmente me dei conta de tudo e resolvi por um ponto final naquela bagunça. Eu tinha que tentar.

Contei tudo a eles, até o momento presente, entreguei nomes e endereços que me lembrava. Falar da morte de minha mãe, de como soube do envolvimento dela com Rodolphus, foi extremamente dificil - tanto quanto falar de Lizzie e Blás. Mas também foi um alivio tirar todo aquele peso das costas, colocar tudo pra fora, sem virgulas ou espaços. Tudo as claras, como realmente aconteceu.

Depois de algumas horas, finalmente tudo tinha sido revelado. Eu estava com o corpo dolorido, meu organismo implorava por um pouco de agua fresca e os efeitos da Veritaserum estavam dissipando-se, causando uma chata dor de cabeça. Me recostei na cadeira, exausto, esperando alguma reação dos dois homens na minha frente.

O Auror batucava sua varinha na beirada da mesa, pensativo. O Ministro cruzou suas mãos, me olhando com atenção. Alguns minutos se passaram em completo silêncio, até que Kingsley limpou a garganta e também se recostou em sua cadeira.
— Isso é muito para absorver — disse por fim.
Engoli em seco, pensando que depois de tudo ele ainda não havia se convencido. Eu iria voltar para o limbo maldito que era esperar por uma liberdade que não vinha. Então ele voltou-se para o Auror ao seu lado.
— No entanto, esta claro para mim que o garoto é ... inocente das acusações — ele disse ao Auror, parecendo um pouco contrariado.
O grandalhão levantou-se.
— Tudo o que ele disse condiz com o depoimento de Lestrange, sem duvidas, Ministro. Acho que por hora, devemos liberar o garoto da prisão domiciliar, ja que ele não é mais um suspeito em potencial. — disse o Auror, suspirando em seguida como se estivesse insatisfeito com o que ele mesmo acabara de dizer.
Era tarde demais. A esperança de ficar livre me tomou como uma onda. Eu mantive a expressão neutra, anos sendo doutrinado para ser um Malfoy me vieram à calhar. Mas por dentro eu estava eufórico; finalmente eu estaria livre de toda aquela droga.

O Ministro também se levantou, estalou a lingua e com um aceno da varinha um pedaço de papel veio flutuando de encontro a sua mão estendida. Ele o pegou e o bateu sobre a mesa, bem diante de mim.
— Assine e estará livre para ir, Sr Malfoy — disse.
Meu coração perdeu uma batida, voltando com tudo e pela primeira vez em meses me permitindo respirar, finalmente o ar entrava em meus pulmões e meu coração voltava ao ritmo do universo. Liberdade. A pena veio até mim e a peguei com a mão trêmula, queria acreditar que tudo era real, não mais um dos meus sonhos. Analisei o pergaminho rapidamente. Era um documento que retirava todas as acusações sobre mim, um termo de responsabilidade me comprometendo a comparecer quando eles precisassem e que resguardava qualquer possível transgressão que eu fizesse. Ou andava na linha, ou voltava para a prisão, bem simples de entender. Agarrei a minha chance sem pensar duas vezes, agora era real. Eu era um homem livre.

Assinei tão depressa que as letras sairam distorcidas - mas legiveis. Me levantei, desesperado para sair daquele lugar e encontrar com Hermione.
— Mas ainda terá que comparecer ao julgamento. Uma carta será enviada a você quando a data for marcada — disse o Auror.
Assenti.
— Esta liberado, Sr. Malfoy — disse Kingsley — Estaremos de olho.
Franzi a testa para ele e concordei devagar.
— Posso ir ? — perguntei coçando a nuca.
A porta se abriu a minhas costas e Kingsley fez um gesto com a mão para que eu passasse.

Caminhei para fora daquela sala, queria correr mas não o fiz, eu já tinha passado por muita humilhação para ter que dar mais esse gostinho a aqueles imbecis. Respirei fundo e senti o cheiro de liberdade entrar em mim, estava emocionado, por mais que não deixasse transparecer. Me detive um passo depois de passar pela porta, toda a emoção de um segundo atras se esvaindo quando percebi que Hermione não estava mais ali.

Foi aí que a realidade me atingiu como um tapa na cara. Nem tudo estava resolvido.

 

. . .

 

Depois de ter minha varinha devolvida, finalmente pude sair daquele lugar. Aparatei para a mansão. Lar doce lar. Não era bem assim, eu não me sentia nem um pouco em casa, acolhido. Eu tinha tomado a decisão de deixar aquela mansão assim que me vi de volta a aqueles portões, talvez eu até a vendesse. Os fantasmas daquelas paredes eram demais para eu lidar. Com essa decisão tomada, assim que coloquei os pés lá corri para meu quarto, guardei em caixas tudo o que era meu, tudo o que tinha valor para mim. Nada a mais que isso, que o necessario. Estava fechando a última caixa quando Tinket apareceu. Arqueei uma sobrancelha para a Elfa em minha frente, interrogativamente.
— Harry Potter esta la em baixo, meu Sr. Disse que precisa falar com o Sr. Malfoy — ela disse em sua voz aguda.
Franzi o cenho um pouco surpreso.
— Hã, ér ... diga a ele que ja estou descendo — falei por fim.
Ela assentiu e desaparatou.
Poucos minutos depois desci. Potter estava em pé, fitando um dos quadros de minha familia.
— O que o trás aqui, Potter ? — perguntei ao descer o último degrau.
Ele se virou e trocou o peso da perna enquanto coçava a testa.
— Precisamos conversar — ele disse.
No mesmo instante tudo oscilou diante de meus olhos, me deixando tonto e com uma sensação horrivel na boca do estomago. Um milhão de coisas passando em minha cabeça, enquanto eu me perguntava se ele estava ali por causa de Hermione. Talvez ela tivesse desistido e não teve coragem de me dizer isso cara a cara; talvez - só talvez - ela não quisesse nada com alguém como eu, talvez ela soube que nesses três anos afastados eu não fora um completo santo. Mesmo que tenha sido obrigado pelo Voto Perpétuo eu torturei aquelas pessoas, fui egoista e deixei que morressem para que eu pudesse viver. Engoli em seco, aproximando-me dele.
— Sobre o que ? — me forcei a dizer.
— Hermione.
Como um soco certeiro nos pulmões, o ar pareceu escapar de mim. Indiquei o sofá com a cabeça para que ele se sentasse e assim ele o fez. Sem me importar com formalidades larguei-me no chão, encostando no outro sofá, descansando os braços em meus joelhos.
— Aconteceu ... alguma coisa ? — perguntei lentamente, temendo a resposta.
— Não vou ficar enrolando, ok ? Eu preciso falar disso com alguém e achei que seria justo que fosse com você — ele suspirou.
— Bom, então desembucha, Potter.
— Foi Ron quem disse a ela que você teve um filho com Pansy — contou — Olha, eu não sei o que esta acontecendo com ele, ele esta cego em relação a Mione e essa ... obsessão dele esta começando a me preocupar.
Não imaginei que meu ódio por aquele cara pudesse tomar proporções maiores, mas como quase tudo que dizia respeito a mim, eu estava errado. Ouvir aquilo tingiu minha visão de vermelho e fechei meus punhos enquanto imaginava o Weasley sendo torturado.
— Maldito — falei com os dentes cerrados.
Potter ajeitou os óculos e rescostou-se no sofá, fitando o teto.
— Acontece que, o pior de tudo, é que o filho é dele.
Engasguei com meu proprio ar, incrédulo.
— Pansy teve um filho com o Weasley ? — quase gritei.
Potter revirou os olhos diante da minha reação. Isso nunca havia se passado pela minha cabeça. Na época da escola Pansy detestava os Weasley's tanto quanto eu, o que me fez imaginar o que a levara a esse ponto. Nem mesmo Pansy merecia um babaca como ele. Eu desesperado para ter meu filho comigo e ele renegando o seu em nome de uma fixisação sem sentido.
— Sim, teve. — respondeu, arrancando-me de meus devaneios — Acho que ele esta tramando alguma coisa ... A foto que você achou, não foi Lestrange, foi ele — murmurou.
Potter parecia estar a ponto de explodir, estava claramente desconfortavel enquanto falava do amigo, parecia desnorteado com o que saía de sua boca, tão incrédulo quanto eu.
— Seu amiguinho esta implorando por um surra — chiei.
— Ele não aceita o fato de Hermione ainda ... bom, você sabe.
— Não, não sei. Na verdade acho que ela deve estar me odiando em algum lugar nesse exato momento — resmunguei, um pouco incoerente.
Potter bufou com desdém.
— Ela devia, você agiu como um completo covarde com ela — disse com zombaria, então suspirou, seu tom tornando-se leve — Mas ela o ama. Acredite em mim, eu sei do que estou falando.
Meu coração deu uma guinada, ele a conhecia tão bem quanto eu, talvez ele estivesse certo. Respirei fundo.
— Eu quero ela de volta. Quero compensa-la por tudo de errado que eu fiz — fechei meus olhos brevemente, lembrando da risada dela, eu quase podia ouvi-la — Eu a amo mais do que posso explicar. Eu preciso dela, você entende ?
Ele se remexeu, me olhando com atenção.
— Entendo — ele respondeu, pensativo.

 

POV. HERMIONE

 

Eu estava melhor, somente um abraço do meu filho e tudo se acalmou dentro de mim. O céu estava de um cinza escuro, dando sinais de que a qualquer momento desabaria em tempestade. No entanto o ar que adentrava a janela era puro, calmo, aliviante. Respirei fundo, ainda segurando a cortina do banheiro de Hugo. Ele estava ali, tomando banho e brincando dentro da banheira. Estava fechando as cortinas quandp escutei o barulho da lareira, alguém tinha chegado pela Rede de Flu. Os únicos que tinham acesso a minha lareira eram os Weasley e Harry.
— Hugo, fica quietinho aí que a mamãe vai ver quem chegou — falei a ele.
Hugo me olhou rapidamente e assentiu, estava entretido em sua brincadeira de enxer seu baldinho de agua e em seguida jogar para fora da banheira.

Caminhei até a sala, encontrando Harry ainda em pé na lareira, limpando sua jaqueta coberta por fuligem. Ele ergueu o olhar ao escutar minha aproximação.
— Ja falei o quanto detesto usar a lareira ? — ele resmungou, saindo.
Dei um leve sorriso ao meu melhor amigo.
— Centenas de vezes — falei.
Ele sorriu e me abraçou forte, depositando um beijo em minha testa. Harry se afastou um passo, segurando em meus ombros, sua expressão ficou séria repentinamente. Meu coração se apertou, eu sabia o que viria a seguir, ele ia me falar sobre o Draco. Tirei suas mãos de meus ombros, sem querer ouvir o que ele tinha a dizer. Meu dia tinha sido péssimo, tentei de todas as formas distrair-me, sem sucesso. Aquela pontada de medo não me abandonou um segundo sequer, apenas se aquietou na presença de Hugo.
— Mione ...
— Eu não quero saber — falei rapido.
— Quer sim — insistiu — é exatamente por isso que estou aqui. Você precisa ser forte agora, mais do que nunca, como sempre foi.
Engoli em seco, absorvendo suas palavras de forma negativa. Isso indicava que Draco não tinha sido solto, que ele voltara a Azkaban. Senti minhas pernas vacilarem e busquei apoio na parede a minha esquerda.
— Ei ... — Harry segurou minha mão, buscando meus olhos com os teus — Ele esta livre.
Meus olhos se arregalaram, minha boca secou enquanto borboletas assaltavam meu estomago. *Ele esta livre*, repiti em minha mente. Ele não mentira para mim, não sobre Rodolphus. Ele está livre. As palavras ecoavam dentro de mim, vibrando até ossos, despertando cada molecula e celula. Era real. Apertei a mão de Harry na minha e sem consegui me conter joguei meua braços em seu pescoço, abraçando-o com toda a força. Meu coração batia em um ritmo desrregulado, lágrimas embaçaram minha visão. Harry me apertou em seus braços.
— Você precisa ir — ele sussurrou em meus cabelos.
Me afastei dele, olhando-o confusa e secando com as costas da mão uma lágrima teimosa que caíra.
— Preciso ir ?
— Sim — ele esticou a palavra, sorrindo — eu disse a você, por isso estou aqui. Vim buscar o Hugo — falou como se fosse obvio.
Franzia o cenho, pensativa, me perguntando o que Harry estava querendo dizer.
— Buscar Hugo ?
Harry rolou os olhos para cima, me contornou e adentrou o corredor, seus passos foram se afastando. Permaneci ali, atonita por uns segundos.
— Ei molequeinho ! — ouvi Harry cumprimenta-lo.
Despertei de meu topor, as palavras dele começando a fazer sentido. Girei nos calcanhares e avancei pelo corredor, rumo ao banheiro.
— Tio Arry ! — escutei Hugo dizer contente.
— Sua mãe vai ter um troço quando vir essa molhaceira.
Harry riu, sendo acompanhado por Hugo. Entrei no quarto e em seguida no banheiro onde os dois estavam; no meu primeiro passo meu pé deslizou para frente, quase me levando ao chão. Minha sorte foi estar entre Harry e a bancada da pia, me agarrei nos dois. Hugo gargalhou mais alto e lancei a ele um olhar serio, fazendo-o rir ainda mais. Harry me puxou para cima, ajudando-me a endireitar o corpo. Hugo piscou seus olhinhos para mim em uma expressão fingida de inocente. Ele sabia como me ganhar, e na mesma hora a bronca que eu estava prestes a dar se perdeu em minha boca, suspirei. Havia mais agua no piso do que na banheira.
— Chega de banho — falei, enrolando meu cabelo em um nó frouxo.
— É, temos que arrumar suas coisas. Hoje vai ser a noite dos garotos — Harry disse a ele.
Me virei para meu melhor amigo, curiosa e frustrada ao mesmo tempo.
— Porque esta fazendo isso ?
Harry estreitou seus olhos verdes e deu um sorriso de canto.
— Porque é a coisa certa a fazer.
— A coisa certa para quem ?
— Ele ama você, você ama ele, pra mim é bem simples — Harry deu de ombros.
— Pra mim não é tão simples — retruquei meio irritada — Aliás, desde quando esta do lado dele ?
— Dele quem, mamãe ? — ouvimos Hugo.
Viramos o rosto ao mesmo tempo, Hugo nos encarava com curiosidade, balançando-se para frente e para trás. Voltei meu olhar para Harry, encontrando seus olhos ternos, ele esticou a mão e acariciou minha bochecha com o polegar.
— Vocês merecem uma familia — disse calmamente.
Olhei mais uma vez para Hugo, ele sorriu mostrando todos os seus dentinhos. Encarei Harry, meus olhos nublados por mais lágrimas. Eu daria a minha vida por meus meninos. Mordi meu lábio inferior e assenti para meu melhor amigo.

. . .

Agora estava anoitecendo, o céu estava entre o cinza e o preto, relampiava e alguns raios começavam a cair ao longe. Eu me sentia tão energizada quanto aqueles raios. Tinket abriu os portões para mim, dizendo que seu patrão estava nos jardins dos fundos. Eu caminhava até la em passos rapidos, no ritimo da minha respiração. Sentia como se fosse a primeira vez que o veria. Cheguei até o fundo da propriadade mas não havia sinais de Draco - não em terra firme. Ao ressoar de um trovão olhei para cima, uma gota caiu em minha bochecha no mesmo instante em que avistei Draco em sua vassoura, proximo a copa das arvores, ele parecia olhar diretamente para mim. Cruzei meus braços nas costas enquanto observava Draco fazer a volta em sua vassoura e descer em direção onde eu estava a sua espera. Ele se aproximou do chão e pulou de cima da vassoura, soltando-na no chão. Seus olhos da cor da tempestade estavam surpresos, ele veio andando até mim. Eram poucos passos. Um. Dois. Três. Quatro. No cinco ele parou e abriu a boca para falar.

Não lhe dei chance.

Pulei em seu colo, enganchando minhas pernas em seus quadris, tomando seus lábios nos
meus em um beijo saudoso. Ele cambaleou dois passos para tras com o impacto do meu corpo e acabou caindo sentado na grama comigo em seu colo. Parei o beijo para rir. Draco me observava de olhos levemente arregalados, ele esticou sua mão e com a ponta de seu indicador contornou meu labio inferior.
— Sua risada — ele murmurou.
Meu riso diminuiu para um sorriso, eu alisei seu cabelo loiro. Um raio caiu a suas costas, ao longe, seguido de um trovão. Começara a pingar mais forte.
— Achei que ... 
Ele começou a dizer, o interrompi com um beijo rapido, segurando seu rosto entre minhas mãos. Ele colou a testa na minha, engolindo, e enlaçando seus braços em minhas costas.
— Eu não vou a lugar algum — sussurrei ainda em seu labio.
— Isso soa perfeito pra mim — murmurou, sua voz rouca e calorosa.
Então seus lábios chocaram-se nos meus com urgência, no mesmo instante em que a chuva começou a cair torrencialmente, encharcando-nos em segundos. Aqueles raios e trovões eram insignificantes diante da nossa propria energia. Não tinha me dado conta do quanto estava faminta por ele, até prova-lo. Nosso beijo definitivamente causaria um incêndio nas arvores ao nosso redor, com mais rapidez e eficácia do que aqueles raios.

 

 


Notas Finais


COMENTEM amorzinhos !

LINK DA MUSICA: https://m.youtube.com/watch?v=ScjT8zvT7d0

Kisses <3

PS - Depois edito direitinho, não estou em casa rs


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