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História Reverse - II TEMP. - "Uma bruxa e seus encantos."


Escrita por: Catnip-Potter

Notas do Autor


Oi amorzinhos, sorry pela demora, vou tentar não demorar mais haha 🙋

TRILHA SONORA DO CAPITULO: Shawn Mendes feat. Hailee Steinfeld - Stitches 💚

Espero que gostem, boa leitura !

Capítulo 18 - "Uma bruxa e seus encantos."



Era insuportável a sensação de não saber o que estava acontecendo com Draco. Anos sendo chamada de irritante sabe-tudo não me ajudaram a conter minha curiosidade - que era pior quando se tratava dele. Eu queria tirar camada por camada daquele homem, esconder ele em baixo da minha camiseta e o proteger de todas as coisas ruins que lhe atormentavam.
Draco e sua insistência em esconder suas aflições achando que está me polpando de alguma coisa quando na verdade está me enlouquecendo de tanta angústia. Eu ouvi seus soluços através da porta do banheiro, ouvi o estrépito de alguma coisa se quebrando, ouvi o barulho do box de vidro tremer, eu sabia que ele não estava bem. Mas ele não quis dividir sua dor comigo, não quis abrir a porta - não para mim. Hugo observava meu "vai e vem" com ar de curiosidade, eu estava na porta, prestes a coloca-la abaixo com a minha varinha quando Hugo tocou minha perna e disse com aquele tom de maturidade que sempre me assustava "deixa que eu cuido dele". Não é que Draco abriu a porta para ele ? Quem não abriria.


Os dois estavam no quarto agora, Draco conversava baixinho com Hugo, dali da sala eu não conseguia distinguir o que falavam e tentava não me sentir excluída por isso. Meu livro abandonado em cima da minha barriga enquanto eu encarava os cristais do lustre exageradamente grande da sala de estar de seu apartamento, um pequeno sorriso se formando em meu rosto. Draco e sua fixação por coisas caras e luxuosas, ele estava apenas sendo um Malfoy - e apesar de não me importar com coisas materiais e seus preços, eu realmente começara a gostar daquele lustre e suas gotículas de cristais.


. . .


Desliguei o chuveiro e me enrolei na primeira toalha que encontrei, saí do banheiro, meus pés molhados deixando pegadas no assoalho de madeira. Entrei no quarto de Draco acendendo a luz, encontrando-o ali, deitado na cama com os braços cruzados atrás da nuca e encarando o teto.


— Pensei que estivesse dormindo com Hugo — comentei.


Ele não me olhou, apenas suspirou. Respirei fundo e peguei a camiseta dele e minha calcinha que eu tinha separado para dormir, me sequei e deixei a toalha sob a cama. Os olhos de Draco caíram sob mim e ele respirou fundo. Coloquei a calcinha e a camiseta rapidamente, apanhei a toalha e passei a secar meus cabelos. Seus olhos cinzas ainda me observavam em total concentração, ergui uma sobrancelha inquisitivamente.


— Perda de tempo — ele bufou.


Encarei ele sem entender a irritação em seu tom de voz e sobre o que ele estava falando.


— O que é perda de tempo ?


— Você se vestir — disse como se fosse obvio, aquele sorrisinho que eu detestava na infância brotando em seu rosto, entretanto, não chegava aos seus olhos. Apaguei a luz e pulei para cama engatinhando até ele, deitando em seu peito. Ele me embalou, sua mão direita indo para as minhas costas por baixo da camiseta. Me aconcheguei ainda mais nele, passando uma perna por cima de seu quadril, fechando meus olhos quando ele começou a descer e subir o indicador, enviando arrepios por minha espinha.


— Quer conversar ? — sussurrei no escuro.


Ele sabia sobre o que eu estava falando, mas não me respondeu de imediato, ele ficou tanto tempo calado que pensei que tivesse adormecido - eu mesma começara a me sentir sonolenta quando Draco respirou fundo.


— Ela costumava ser tudo para mim, durante anos a única que eu podia contar, a única que eu tinha certeza que me amava. Mas ela não me amava, Hermione — sua voz falhou — ela se mostrou ser exatamente como meu pai …


Um nó se formou em minha garganta, por isso ele passou horas naquele banheiro. Eu não me dei conta de que ele ainda sofria com o que acontecera, nunca mais haviamos tocado no assunto daquele dia horrível. Eu imaginava que ele estivesse de luto pela morte dela, enfrentando a dor a sua maneira, mas era mais do que isso, ele não conseguia perdoa-la pelo o que fez.


— Ela me apunhalou pelas costas, ela me destriu, me quebrou, eu sinto tanta raiva dela e ainda assim dói. Dói mais do que posso explicar.


Sua voz estava carregada de ressentimento, e meu coração apertou. A dor dele passou a ser minha, ele precisava perdoar Narcisa - não porque ela merecia perdão, mas porque ele merecia ter paz. Apertei meus braços ao seu redor, afundando o rosto eu seu pescoço.


— Ela ter feito o que fez não significa que ela não te amou, Draco. . .


— Como não Hermione ? — interrompeu-me, de repente com raiva — Ela era minha mãe e optou por acabar com a minha vida a ir contra suas verdades !


Eu me encolhi em seus braços, chateada com a rispidez em seu tom de voz. Respirei fundo antes de tornar a falar, escolhendo com cuidado minhas palavras. Eu não queria piorar as coisas, não queria brigar, tudo o que eu queria era cuidar dele.


— Verdades que também foram suas um dia, ela só estava defendendo aquilo que acreditava — falei baixinho, temendo sua reação.


Silêncio.


— Draco, ela acreditava estar fazendo o melhor para você. . .


— Isso não justifica toda a merda que ela fez.


— Não, não justifica. Mas … ela o amava, não é isso o que importa agora ?


Ele bufou com desdém.


— Draco, todo esse rancor só fará mal a você. Esqueça e perdoe, siga em frente porque as coisas deram certo — me apoiei no cotovelo, com a mão livre puxei seu queixo em busca de seus olhos.


Seus olhos estavam cheios de água, ele tentou desviar o olhar do meu mas não conseguiu por muito tempo. Engoliu em seco desvencilhando-se de mim, levantou e caminhou para a janela. Sentei-me na cama e observei tirar um masso de cigarros do bolso e acender um cigarro. Ele o levou aos lábios e tragou. A única fonte de luz do quarto vinha da lua cheia lá fora que refletia em Draco deixando-o mais pálido que o normal, alguma coisa brilhou em seu rosto, uma lágrima. Ele soltou a fumaça e fungou, um som desolado. Doía só de olhar.


Naquele momento tudo era cinza, seu cabelo, sua fumaça, seus sonhos. Ele estava tão desprovido de cor que não sabe o que isso significa.


Me levantei e caminhei até ele abraçando-o por trás, minhas mãos acariciando seu abdomêm, fiquei na ponta dos pés apoiando o queixo em seu ombro. Ele enrijeceu mas não me afastou, sua mão livre caiu sob a minha em sua barriga, apertando meus dedos.


— Eu amo você, Draco. Eu estou aqui e sempre estarei aqui por você — sussurrei ao pé de seu ouvido — Você é meu, meu amor, e não posso deixar que faça isso com você mesmo. Não vou deixar que se sinta assim de novo, nuca mais ! E caso aconteça, apenas saiba que você não precisa enfrentar isso sozinho.


POV. DRACO


Eu precisava dela - sempre precisei - mas, guardar aquilo só para mim iria me destruir pouco a pouco. Palavras não precisavam ser ditas perante ao que ela estava me oferecendo. Eu a puxei para mim, rodeando seu corpo em um abraço e desmoronando, deixando toda aquela dor escapar em lágrimas, apertando o rosto dela contra o meu peito, sentindo sua mão pequena beliscar minha camiseta enquanto ela murmurava sem parar o quanto me amava e que sempre estaria ali para mim.


Ela era a paz por si só, era toda a minha estrutura, ela segurava a minha desordem, ela era tudo. Hugo era a minha força, o amor mais puro que experimentei em toda a minha vida, ele era tudo. Bastava isso para seguir em frente, virar a página de uma vez por todas.


Era tão … dificil ! Eu pensei que nunca fosse perdoar tudo o que minha mãe havia feito, que nunca fosse superar aquela maldita dor. Mas ali, naquele momento com Hermione, eu sinto que posso começar, que posso tentar. Não vai ser fácil - e tenho minhas duvidas de que eu chegue a esse ponto um dia, que eu a perdoe de fato - mas Hermione me dera esperança.


Essa é a mulher que eu cresci para amar. Um pouco bagunçada igual ao cabelo. Diria até selvagem. Um pouco arruinada pelos cantos, faltando pedacinhos. Um belo desastre, igual a mim. Um pouco mais igual a mim. Hermione perdeu quase tudo, quase tanto quanto eu. Mas ela ainda estava ali, acho que ela realmente sempre estaria. E eu? Eu seria grato.


Grato por ela ter me feito inteiro quando eu estava em pedaços.


. . .


Meus dedos perambulavam em sua barriga, traçando desenhos invesiveis em sua pele. Eu estava distraído, completamente entorpecido pelo corpo daquela mulher extraordinária.


Uma bruxa e seus encantos.


Ela estava nua, sentada na mesa da Sala de Jantar comigo entre suas pernas. Seus dentes estavam cravados em seu lábio inferior enquanto ela me observava com aqueles lindos olhos castanhos, seus dedos brincando com os cabelos de minha nuca. Em que momento fomos parar lá ? Eu não me lembrava e não me importava. Minha boca tomou a sua mais uma vez, meu corpo chocando-se contra ela enquanto eu agarrava seus quadris.


Era a melhor forma de me perder, de esquecer qualquer problema.


Ela.


POV. RONALD WEASLEY


Em minhas mãos estava a minha única chance, a última. Precisava dar certo a qualquer custo ! Jeb estava sentado sob a pia do banheiro masculino do Ministério, balançava as pernas para frente e para trás, animado por ter vindo trabalhar comigo. Eu estava enganando meu proprio filho, meu sangue, isso não me deixava confortavel mas eu precisava ao menos tentar. Ele se tornara meu passaporte direto para a cama de Hermione e quem sabe até seu coração.


— Vamos ficar aqui a manhã toda, tio Ron ?


Eu estava de costas para ele, o copo com a poção firme em uma de minhas mãos enquanto a outra segurava a varinha, murmurei o último feitiço para que não fossemos interrompidos.


— Não Jeb, e não me chame de tio Ron enquanto estivermos aqui, tudo bem ?


Ouvi um suspiro e me virei para ele.


— Não se preocupe, prometi que iria te mostrar todos os setores do Ministerio e vou — assegurei, um sorriso nasceu em seu rosto — Mas em troca preciso que beba isso aqui.


Me aproximei dele até seus joelhoa tocarem minha barriga, Jeb farejou o ar.


— E o que é isso ? Tem cheiro de peixe — disse estremecendo e franzindo o nariz.


— É uma poção de energia, assim você vai poder brincar o dia todo por aqui sem se cansar — menti.


O sorriso em seu rosto reapareceu e ele esticou a mão pegando o copo sem hesitar, engoli em seco enquanto o observava fazer careta conforme ia tomando. Jeb estremeceu mais uma vez em seu ultimo gole e soltou o copo na pia que estava a suas costas.


— Isso é ruim ! — resmungou colocando a lingua pra fora.


— O gosto passa rápido.


Desci ele da pia e ele correu para porta, ansioso por explorar o Ministerio. Eu não podia perder tempo, a uma hora dessas Hermione já estaria em sua sala. Respirei fundo tomando coragem, ergui minha varinha e a apontei para as costas de Jeb.


— Império !


POV. HERMIONE


— Não vou te deixar sair, vamos travar um duelo aqui mesmo se ousar tentar !


Eu ria histericamente. Draco estava por cima de mim, suas mãos segurando meus pulsos acima de minha cabeça, suas pernas prendendo meus quadris, imobilizando-me.


— Draco, vou me atrasar ! — tentei falar sério em meio ao riso, isso só piorou a situação para mim porque o sorriso de desafio em seu rosto aumentou. Ele estava mesmo disposto a me manter refém ali.


— Que se dane ! Um dia sem você acho que o pessoal do seu departamento da conta.


Revirei os olhos.


— Vou contar até três — alertei.


— Eu sugiro que conte até cem, ou mais. Não vou te soltar, Granger.


Granger. Sempre que ele me chama pelo sobrenome meus braços se arrepiam, isso é sempre um sinal de que Draco esta querendo causar problemas, me pertubar até eu perder a razão. Suspirei.


— Um … — comecei.


— Isso não vai funcionar.


— Dois …


— Na verdade é bem infantil. Vai fazer o que quando chegar no três ? Chorar, baixinha ? — ele riu, seus olhos faiscando.


Estreitei meus olhos para ele, olha só quem esta falando de infantilidade.


— Três !


Ergui minha perna acertando seu pênis com o meu joelho. Sua boca se abriu e seus olhos desfocaram, enchendo-se de lágrimas, Draco me soltou e rolou para o lado libertando-me, a expressão mais engraçada de dor estampada em seu rosto. Uma gargalhada eclodiu de mim, e rolei para o outro lado vitoriosa.


— Meu pai vai saber disso ! — ele gemeu.


Eu nunca superaria essa frase, Draco a repitira tantas vezes ao longo dos anos que deixou de se tornar uma "ameaça" e passou a ser hilário. Ouvir ele dizer agora - tantos anos depois - me descompassou e eu ria descontroladamente.


— Quer mesmo quebrar seu brinquedo favorito, Granger ? — ele chiou após um curto período de tempo quando eu consegui controlar a risada, parecia zangado.


Recuperando o folêgo me sentei na cama, olhando-o por sobre o ombro. Ele ainda estava encolhido em posição fetal, as duas mãos segurando seu pênis, o rosto franzido.


— Duvido que eu tenha causado qualquer dano permanente. Aliás, eu te avisei — mordi meu labio, divertindo-me.


— Você é uma bruxa má e perigosa, Granger.


Caminhei até o outro lado do quarto para pegar minhas roupas do chão.


— Devo agradecer o elogio ? — murmurei com sarcasmo enquanto abaixava-me para pegar a ultima peça do chão.


— Uma garota educada agradeceria.


— Eu não sou uma garota educada — retruquei virando-me para ele.


— Tem razão. Você devia ser punida só por estar desfilando pelo quarto de calcinha — ele disse, seus olhos me analisando com malicia enquanto umidecia os lábios.


— Punida é ? — minha voz tornou-se desafiadora e me virei para ele em passos lentos — Quem iria me punir ?


Um sorriso malicioso se espalhou em seu rosto.


— Porque não vem até aqui para discutirmos isso melhor ? Posso te mostrar quem iria te punir.


Aquele tom arrastado era minha ruína, mas eu não me deixaria levar, não naquele momento. Draco estava me subestimando, me provocando e sua "brincadeira" me rendeu alguns minutos de atraso no trabalho - talvez até mais. Ele mais do que ninguém merecia uma punição.


— Pensei que tivesse quebrado o meu brinquedo — falei em uma tristeza fingida, fazendo beicinho.


Ele umideceu os lábios.


— Ele se recuperou rápido. Digamos que aquela "abaixadinha" tenha ajudado bastante.


Mordi meu lábio sorrindo - tentando ser sedutora, embora eu não fosse boa nisso, pelo menos não propositalmente. Andei até onde ele estava e subi em seu colo, sentando bem em cima de seu pênis. Um gemido baixo escapou de sua boca, mas dessa vez não era de dor. Inclinei-me sob ele e contornei com a ponta da lingua seu lábio superior para em seguida sugar o inferior. Rebolei em seu colo, movimentando-me de forma perigosa. Draco suspirou, se apoiou nos cotovelos para alcançar minha boca, fechou os olhos completamente absorto, seu pênis pulsando em minha calcinha. Entretanto, antes que ele pudesse me beijar saltei de seu colo para fora da cama, seu olhos se abriram repentinamente. Corri para a porta, a abri e soprei um beijo antes de sair por ela, deixando para trás um Draco descrente e frustrado.


Missão cumprida.


. . .


Eu estava lendo uma denúncia de um Elfo, concentrada e chocada com cada palavra daquele documento, me perguntando como as pessoas podiam ser tão terriveis assim e usar a magia em seu sangue para o mal. Uma única batida na porta, ergui meus olhos do pergaminho de testa franzida. Não gostava de ser interrompida em momentos de leitura, ainda mais se tratando de um caso sério como aquele. Pensei em ignorar e simplesmente fingir que não estava; mais duas batidas, suspirei.


Devia ser Harry, ele é o único que vem até minha sala fora de horario - apesar de eu insistir para que ele não apareça antes do horario de almoço, uma vez que de manhã sempre estou atolada de trabalho.


— Entra Harry ! — falei alto para que ele ouvisse.


Voltei minha atenção para o documento, escutei o ranger da porta quando ela foi aberta.


— Não é o Harry.


Uma voz familiar - mais do que eu gostaria que fosse - me despertou. Meus olhos se ergueram novamente, dessa vez para encontrar Ron parado a soleira da porta, ele tinha um sorriso estranho brincando no canto de seus lábios.


— Ronald, o que … ? — comecei dizer, levantando-me, mas minha voz morreu quando notei que ele não estava sozinho.


Meu coração deu um solavanco e parou, era como se o mundo tivesse silenciado, minha garganta secou. Parado um pouco atras, segurando em uma das pernas de Ronald havia um garotinho. Seu cabelo era de um castanho escuro, era o de menos. Eu estava paralisada porque suas feições eram as mesmas de Hugo, as mesmas de Draco.


Ele tinha os olhos tão cinzas quanto os dele.


Eu estava atordoada enquanto o observava.


— Não vai nos convidar para entrar ?


A voz de Ronald me tirou de meus devaneios e meu olhar disparou para ele com desconfiança. Engoli em seco e ele entrou - sem convite - fechando a porta atrás de si.


— Ah, desculpe meus modos, esqueci de te apresentar meu novo amigo. Hermione, esse é Jeb — disse Rony empurrando o garotinho para sua frente — filho de Pansy.


Eu não conseguia encontrar minha voz, ele estava mesmo fazendo aquilo comigo ?


— Diga "oi" Jeb.


— Oi — murmurou o menininho, suas bochechas coraram.


— Olá Jeb … — consegui dizer, minha voz tremendo.


— O Ron disse que você conhece o meu pai, é verdade ? — perguntou Jeb.


Eu não sabia o que dizer, o ar parecia faltar.


— É verdade sim Jeb — disse Ronald — Olha bem pra ele Hermione, será que não te lembra alguém ?


— Ronald, porque está fazendo isso ? — minha voz soou cansada, atordoada.


— Eu disse a você inúmeras vezes que aquele cretino não valia nada ! Bem, aqui está a prova da traição do seu Comensal de merda.


— Porque Ronald ? — insisti, dessa vez mais alto.


Ele deu uma risada curta, cruzando os braços. — Eu avisei você, depois de tudo você ainda quis ele — Ronald avançou um passo, irritado — Você esta com ele não esta ?


Não respondi, apenas cerrei o maxilar, recusando-me a deixar que ele visse o quanto aquilo tinha me desestruturado. Ficamos em silêncio alguns segundos nos encarando, ambos com raiva. Seus olhos escureceram.


— Ele vai fazer de novo, sabe disso, não sabe ? Quando ele cansar de se deitar com você ele vai embora outra vez.


Agarrei a varinha em minha mesa e a apontei para ele. Ronald sorriu, desafiando-me; Jeb parecia aéreo, olhava de mim para ele em completo silêncio.


— Saia ! — falei baixo.


— Olhe o que ele fez com Jeb, abandonou o garoto. Ele não merece você Hermione, não merece Hugo — Ronald dizia devagar, deliciando-se em me desestabilazar - Ele fará o mesmo com vocês.


— Saia ! — falei um pouco mais alto.


Ronald avançou, parou defronte a mim, minha mesa era única coisa entre nós.


— Ele vai te descartar, como antes. Ele só esta interessado em foder você, e quando ele cansar, ah Hermione … — ele suspirou com satisfação.


— Saia ! — berrei a plenos pulmões.


Com um sorriso largo Ronald se endireitou e virou-se para ir embora.


— Diga "tchau" Jeb — murmurou passando pelo garoto e tocando seu ombro.


Jeb saiu de seu topor, seus olhinhos me fitaram assustados.


— Tchau moça — ele sussurrou.


Então se virou e correu para a porta onde Ronald o esperava, e saiu. Ronald piscou para mim antes de fechar a porta, me quebrando um pouco mais. Meu corpo inteiro tremia, eu estava me sentindo péssima, tanto pelo pobre Jeb quanto por toda aquela situação. Desabei na cadeira, os olhos enchendo de lágrimas.


. . .


Já fazia algumas horas que Ronald tinha deixado a minha sala, no entanto eu ainda me sentia pesada, meu coração ainda batia em um ritmo estranho. Eu estava em pé, fitando a cidade lá fora através da janela aberta, tentando - sem muito sucesso - respirar direito. Bateram em minha porta mais uma vez, fiquei tentada a mandar quem quer que fosse embora, mas não o fiz. Saí da janela, caminhei até a porta e a abri lentamente, receando que Ronald e o menininho tivessem voltado.


Mas era só o Alfred.


— Oi — ele disse esboçando um sorriso.


— Ah, oi Alfred …


Suas sobrancelhas se uniram e ele tombou a cabeça de lado.


— Você está bem ?


— Acho que sim — murmurei.


Estava um pouco aérea, ainda sem saber como agir e o que pensar.


— Precisa de alguma coisa ? — perguntei.


— Na verdade, não …


— Então ?


— É horario de almoço, pra sua sorte eu conheço um ótimo restaurante bem perto daqui, porque não vem almoçar comigo ? — seu sorriso se abriu.


Franzi o cenho, meu estômago estava revirando, duvidava que fosse conseguir ingerir qualquer coisa.


— Obrigada Al, mas não estou com fome — respondi com sinceridade, torcendo o nariz em desagrado.


Seu sorriso não vacilou.


— Qual é, vamos Herms ?


— Herms ? — ergui uma sobrancelha, ele nunca tinha me chamado assim.


Alfred revirou os olhos e estendeu a mão para mim.


— Você parece péssima, pode me falar sobre o que esta acontecendo se quiser, eu sou um bom ouvinte. Ainda pago seu almoço e de brinde tem meu ombro para chorar, é irrecusável ! — insistiu.


Suspirei cansada, lhe dirigi um sorriso tristonho ao pegar sua mão.


— Ta, dessa vez você venceu — resmunguei.


POV. DRACO


Eram tantas coisas ainda fora de lugar, cada vez que uma era concertada, duas eram quebradas. Eu havia me esquecido completamente da casa que herdei de meu avô Abraxas. Estava terminando de arrumar meu quarto quando recebi uma notificação do Ministério em que dizia que a casa de meu avô iria para leilão se eu não tomasse posse dela até o fim da semana. Adiar não era uma opção, eu queria acabar logo com aquilo, me livrar de todo o peso da minha familia, eu tomaria posse da casa de meu avô e a colocaria a venda, assim como pretendia fazer com mansão.


Aparatei em uma rua próxima ao Ministerio da Magia, de pouco movimento. Olhando brevemente para o lado para conferir se ninguém havia notado minha presença reepentina, reperei em uma pequena floricultura. Hermione invadiu meus pensamentos no mesmo instante, e me vi atravessando a rua, mechendo em meu bolso para pegar dinheiro.


Lírios. Ela tinha cheiro de lírios e baunilha.


Comprei lírios porque eram seus preferidos, porque queria surpreende-la e quem sabe conseguir arrancar ela daquela sala e ganhar mais alguns minutos do dia com ela. Andava pela calçada, empolgado em encontra-la - o estresse de ter que lidar com minha herença havia sumido, evaporado. Parei em frente a uma vidraça de um restaurante, usando-a como espelho para arrumar a gola da minha camisa.


Foi quando eu a vi, meu sangue ferveu, eu só via vermelho.


Hermione estava sentada em uma mesa ao fundo, acompanhada. Do outro lado da mesa um cara de cabelos cor de areia se inclinava para ela, seu rosto proximo demais, seu nariz quase tocando o dela. Ele estava quase beijando-a e ela não estava fazendo nada, estava parada, os olhos nos dele. De repente os lírios estavam no chão e passei por cima deles em passos furiosos. Empurrei a porta do restaurante com tanta força que o sino da mesma se quebrou, sendo arremessado para o balcão. Algumas pessoas me olharam, empurrei garçom de meu caminho para longe, fazendo-o cair por cima da bandeija com estrépito alto, logo em seguida alcançando a mesa deles e a derrubando no chão com um chute, acertei um soco no rosto do cara que estava com ela a mesa, derrubando-o com cadeira e tudo no chão, isso em segundos. Hermione levantou, cambeleou para trás assutada, seus olhos caíram nos meus.


— Draco ? — balbuciou.


Engoli o nó na garganta.


— Como você teve coragem, Hermione ? — vociferei, estava fora de mim.


Ela abriu a boca em choque, a fechou e tornou a abrir.


— Draco não é nada disso ! Eu não … — ela começou exasperada.


Não deixei que ela terminasse, dei as costas a ela e ao cara que estava se levantando do chão com a boca e o nariz sangrando e saí daquele lugar.


. . .


Era uma dor terrível, mais uma vez ! Eu andava sem rumo, entrando em qualquer rua sem me dar ao trabalho de olhar placas. Porque ela fizera aquilo comigo, depois de tudo o que aconteceu, como ela pode ? Meu coração parecia que ia estourar em meu peito, doía mais do que posso explicar.


Depois de algumas horas perambulando decidi ir para casa. Entrei furioso, batendo a porta, derrubando uma luminária e uma cadeira, chutei o sofá, virei a poltrona e soquei o vidro da mesa quebrando-o. Me deixei cair no chão, sentando contra a porta, a mão sangrando e soluços presos na garganta.


Isso não podia estar acontecendo, não comigo, não com ela.


Eu não ía aguentar ! Coloquei a cabeça entre os joelhos permitindo-me chorar de raiva, apertei os olhos e cerrei os punhos querendo matar aquele otário. Abri os olhos e pisquei para espantar as lágrimas, gritei de ódio, gritei de dor. Meus olhos de repente focaram em um envelope no chão entre minhas pernas com o selo do Ministério da Magia, com a palavra "URGENTE" carimbada.


Inspirei.


Eu não precisava de mais problemas, não agora quando meu mundo estava desmoronando, quando eu estava sem chão. 
 


Notas Finais


Comentem amorzinhos 💚

LINK DA MUSICA - https://m.youtube.com/watch?v=TObtwHlfLFk

Gente, vou passar a postar a cada dez dias.

BEIJOS E ATÉ O PROXIMO ✌


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