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História Reverse - II TEMP. - Make A Wish


Escrita por: Catnip-Potter

Notas do Autor


Olá amores.

Primeiro quero agradacer a minha mulher maravilhosa, amem ela tanto quanto eu porque sem ela esse capítulo não teria saído tão cedo, eu te amo cara, obrigada por suas idéias incríveis e suas frases soltas inspiradoras ❤.

TS DO CAPITULO: Far Away - Nickelback (pq sim, escutem rs)

BOA LEITURA, capítulo enorme, mas vale a pena. Espero que gostem ❤

Capítulo 21 - Make A Wish


Um estalo, aparatamos em um beco estreito, longe dos olhos dos Trouxas, escuro o bastante para afastar qualquer pessoa que estivesse passando por perto. 

— Não acredito que você me convenceu a fazer isso. Deve ter sido o sono. — chiou Potter ao meu lado. 

Rolei os olhos. 

— Só para te lembrar: você é um bruxo, Potter, e o melhor amigo dela. É obrigação sua estar aqui. — repliquei em um grunhido. 

— Aparatar não é agradável, muito menos em longas distâncias. 

— Você está parecendo uma velha reclamona.

— Cale a boca, Malfoy. 

Suspirei enquanto o puxava pela capa para fora do beco. 

— A Rua 47 não fica muito longe daqui — murmurei para mim mesmo. 

Saímos para a rua, as luzes inundaram meus olhos, os prédios erguendo-se imponentes sobre nós. Duas fileiras de carros - que pareciam intermináveis - davam cor a Quinta Avenida. Ele puxou a capa da minha mão e tropeçou para a calçada, seus óculos quase caíram e ele se apressou em coloca-los no lugar, seus olhos varrendo a rua que se estendia de ambos os lados. Potter se virou para encarar-me com uma sobrancelha arqueada.

— Nova York? 

— Fuso horário, Potter. Nosso melhor amigo de hoje.

— Porque não estou surpreso? — suspirou.

Dei de ombros, um sorriso torto em meus lábios. 

— Temos 19 horas — comentei. 

— Ela deve estar furiosa — Potter estremeceu. 

Não pude deixar de encolher um pouco meus ombros, estreitando os olhos enquanto a imaginava em um ataque de fúria.

— Espero que sua mulher a acalme um pouco. Tem certeza que podemos confiar nela? 

— Gina não vai dizer nada a Mione, não se preocupe com isso. — ele respirou fundo, sua mão percorreu o cabelo amassado — Então, para onde vamos, exatamente? 

— Vamos a Tiffany's — respondi, meu sorriso se ampliando. 

— Porque não estou surpreso com isso também? — grunhiu Potter.


POV. GINA


Eu era uma boa amiga, Merlin sabe o quanto. Eram seis da manhã e eu estava pronta para uma missão complicada, arriscaria dizer que a era mais dificil que me deram: confundir e distrair Hermione Granger. Céus! Ninguém se lembra o porque de a chamarem de a bruxa-mais-inteligente-da-sua-geração? Guardar um segredo não devia ser tão complicado assim, era o que eu pensava enquanto subia degrau por degrau do prédio em que Malfoy morava, e onde Hermione estava. Mas ela era a minha melhor amiga, seus olhos saberiam que havia alguma coisa acontecendo no instante em que pousassem nos meus. Com a chave firme na mão, - que Draco deixara comigo antes de desaparecer com o meu marido - tomei coragem, respirei fundo e destranquei a porta. 

Hermione estava deitada, dormindo no sofá da sala, semi-nua. Seus cabelos esparramados pelo braço do sofá, seu braço para fora do mesmo. Pé ante pé, caminhei para o corredor, avistei uma única porta entreaberta e lá entrei. Hugo estava na cama, rolou para o lado oposto ao que estava antes começando a querer acordar. Fechei a porta devagar para que não rangesse, peguei minha varinha e lancei um Abaffiato no quarto e caminhei para perto de Hugo, sentando na beira da cama. Acariciei seus cabelos para desperta-lo.

— Hugo? — chamei próximo ao seu ouvido — Acorda garotão.

Ele se contorceu, piscando os olhinhos com força. 

— Tia Gin? — balbuciou, a voz sonolenta, virando-se para me fitar com suas íris cinza. 

— Olá meu amor — apertei suas bochechas, ganhando um grunhido misturado a riso — Preciso de você garotão, temos uma missão a cumprir! 

Ele sentou-se na cama esfregando os olhos com as mãos.

— Tipo uma brincadeira? — murmurou. 

Franzi o cenho, um sorriso brincou em meus lábios. Hugo tinha acabado de me dar uma ideia. 

— É pequeno, uma brincadeira.


. . . 


Belisquei de leve o ombro de Hermione, sacudi o mesmo uma, duas, três vezes e nada. Ela sequer se mexeu. Hermione não costumava ter sono pesado, no entanto, nada que eu tentara estava adianta. Ela parecia meus irmãos, desmaiada, em coma. Bufei de frustração, com impaciência me debrucei sob o encosto do sofá, com o rosto próximo ao seu ouvido coloquei os dedos em baixo da lingua e assoviei o mais alto que meus pulmões permitiram. Hermione assustou, deu um pulo em um rompante, sentando-se no sofá tão depressa que quase bateu com a cabeça na minha.

— DRACO MALFOY EU JURO QUE VOU TE … — sua voz morreu quando ela olhou a sua volta e no lugar de seu namorado encontrou a mim sorrindo de canto. Ao meu lado Hugo riu, divertindo-se. 

— O que você ta fazendo aqui, Gina? — seu tom de voz beirava a irritação. 

— Bem, da ultima vez que me olhei no espelho eu ainda era ruiva e tinha sardas, isso quer dizer Weasley, não Malfoy loiro oxigenado. A propósito, bom dia, estou bem, obrigada Hermione. — retruquei com ironia.

Ela rolou os olhos e os esfregou com as mãos em seguida, igual Hugo fizera alguns minutos antes. Depois olhou para o relógio na parede, sua boca se abriu um pouco e ela retornou seu olhar para mim com indignação.

— São 6:30 da manhã! Você me acordou a 6:30 no meu dia de folga! Ginevra Weasley eu vou azarar você! — disse exasperada.

Suspirei. 

— Eu precisava de você — murmurei fazendo um beicinho.

Hermione me encarou por alguns segundos, trinquei os dentes enquanto tentava me concentrar em segurar a expressão seria, quando tudo o que eu queria fazer era rir, rir muito. 

— Onde esta o Draco? — ela perguntou de repente, fitando seu próprio corpo com a testa franzida.

— Eu não vi sua Doninha favorita por aqui, e não me importo nem um pouco. 

Percebi que ela se remexeu no sofá com inquietação, estranha. 

— Gin, eu …

Era a hora, eu precisava ser convincente. Tudo estava pronto em minha cabeça, só me restava torcer para que desse certo e ela não desconfiasse de nada. 

— Mione, Potter esta tendo um caso, eu preciso de você! — a interrompi, minha voz soou quebrada, atordoada, exatamente como eu queria. 

Seus olhos se arregalaram, ela abriu a boca algumas vezes mas não disse nada. Hugo me cutucou na perna, olhei para ele que tinha uma sobrancelha erguida, sem emitir som Hugo disse "o que é ter um caso, tia?". Gesticulei com a mão para que ele esperasse, Hugo deu de ombros e correu para o colo de sua mãe, que ainda me encarava com perplexidade. Ela voltou-se para ele pegando seu rosto entre suas mãos e depositando um leve beijo em sua testa.

— Bom dia querido, porque não vai se trocar, em? — sua voz era doce, porém um pouco trêmula. 

— A gente pode tomar café naquele lugar legal, mamãe?

— Claro, podemos sim. Agora vá se vestir — ela sorriu para ele. 

Hugo desceu de seu colo e encaminhou-se para seu quarto aos pulos. Quando seus passos cessaram Hermione me puxou para o sofá com tudo, parecendo ansiosa e aflita ao mesmo tempo. 

— Gin, isso não pode ser v-verdade. Harry não trairia você, ele … — começou. 

— Ah, não trairia? Como você pode ter tanta certeza Mione? — a interrompi — Ele acordou bem cedo, pensou que eu estivesse dormindo mas eu não estava. Eu o vi saindo com uma loira da porta da NOSSA casa. 

Hermione balançou a cabeça em negativa, engolindo, tão abalada quanto eu fingia estar.

— Já o vi com essa mulher loira algumas vezes, perto do quartel dos Aurores, eu não sei, não sei o que pensar, como agir … — coloquei as mãos no rosto, encobrindo meu pequeno sorriso e tentando parecer desolada.

Eu pensava em todas as vezes em que vi Harry e Draco juntos, estava me esforçando ao máximo para não rir de como tudo aquilo soava ao sair de minha boca. Quando uma lágrima escorreu por meu rosto e caiu em minha calça jeans tive que parabenizar a mim mesma por minha atuação. Solucei, balancei os ombros e forcei mais lágrimas, tudo por uma boa causa, porque eu era uma boa amiga. Senti quando Hermione levantou-se do sofá, seus passos furiosos enquanto ela andava de um lado a outro, provavelmente pensando a respeito. 

— Se isso estiver mesmo acontecendo, Harry Potter será um homem morto! — ela grunhiu, verdadeiramente com raiva. 


Dizer aquilo de Harry tinha surtido efeito, eu estava me saindo melhor do que esperava.



POV. DRACO


ALGUMAS HORAS ANTES 



Eu só precisava tocar no lugar correto, um vaso de cristal em cima de uma das vitrines, repleto de rosas amarelas. A alça do vaso era a chave, só precisei toca-la com a minha varinha discretamente. Eu não queria chamar mais atenção do que já estávamos. Dois homens com roupas estranhas e descabelados dentro de uma joalheria famosa como aquela só poderia atrair olhares curiosos e narizes torcidos. Uma vitrine ao lado se deslocou para trás, tornando visível uma espécie de alçapão, mas ninguém além de nós podia ver aquela passagem, pelo menos não os Trouxas. Potter ergueu uma sobrancelha inquisitiva. 

— Então é aqui que você vai me matar, Malfoy? — murmurou em um tom de medo fingido.

Rolei os olhos para ele, um riso breve escapando por meus lábios. Potter sorriu e passou por mim para descer os degrais do alçapão, eu o segui. O percurso não era longo, logo alcançamos a porta dupla de vidro que nos dava passagem a uma Tiffany's idêntica a dos Trouxas - tirando algumas peças e candelabros que flutuavam e taças que enchiam-se sozinhas em uma bancada de cobre. Ao contrário do que Potter pensava a Tiffany's não era uma joalheria Trouxa, um de seus fundadores, Charles Lewis Tiffany havia sido um bruxo famoso de sua época justamente pelas jóias exuberantes que criava com o uso da magia.


. . .


— Esse definitivamente não. — Potter cruzou os braços, as sobrancelhas erguidas para mim. — A não ser que sua intenção seja transformar Hermione em um lustre ambulante. 

Eu ri, balaçando a cabeça em negativa. Também não havia gostado daquele anel, o diamante era enorme, extravagante demais. Já tínhamos vasculhado metade daquele lugar e nenhum anel parecera bom o suficiente para ela.

— Potter, você vai por ali e eu por aqui, o primeiro que achar um bom anel grita o outro. 

Ele assentiu e se encaminhou para o lado oposto ao qual eu estava. Cocei a nuca enquanto passava os olhos minuciosamente por cada anel de cada vitrine. 


Meus olhos se detiveram em uma pequena almofoda pérolada, que descansava em um suporte redondo de vidro, flutuando no meio do saguão. Me aproximei no mesmo instante em que Potter, ele parou do outro lado e trocamos um olhar ansioso.

— É esse. — dissemos em uníssono.


. . . 


Não pensei que fossemos demorar tanto, mas assim que encontramos o anel Potter teve um ataque de turismo, e resolveu "andar por aí". Não discordei, e andamos pela Quinta Avenida, conversando sobre coisas banais, como caras normais, sem toda aquela tensão de sempre. Ele até havia comprado um colar e alguns doces para sua esposa, rindo e torcendo para que ela não ficasse tão nervosa com a demora. 

— Precisamos de sorte, Draco. A última coisa que dissemos a Gina foi que não iríamos demorar. Ela vai ficar enlouquecida quando acordar e eu não estiver em casa — ele estremeceu enquanto pagava os doces no caixa de um supermercado.

Eu ri, mas estava preocupado enquanto me recordava de nossa época em Hogwarts, onde a Weasley era a primeira no quesito encrenca.

— Espero mesmo que esses doces a acalmem. Preciso manter meu rosto intacto para Hermione, não quero correr o risco de receber um "não". — repliquei presunçosamente. 

Potter rolou os olhos. 

— Como se ela realmente se importasse com seu rosto, Doninha. Hermione diria sim, mesmo que seus olhos estivessem fora das orbitas. 

Dessa vez eu que estremeci.

— Nem brinca com uma coisa dessas. Gosto dos meus olhos onde estão.

— Então aconselho que pegue alguns doces para Gina também. Ela não vai ser boazinha com você sem uma recompensa. — ele sorri para mim, piscando um olho. 

Preferindo não arriscar corri para o setor de doces, agarrando qualquer coisa com alta taxa de açúcar que visse pela frente. 


Depois disso paramos para comer, e então decidimos que era hora de ir. Regrassamos a Londres a exatas 5:00 da manhã, cada um com uma sacola abastecida de chocolate, alcaçuz, e outros doces.


Um doce seria capaz de acalmar uma fera? Potter estava rezando para que fosse o bastante.


Aparatamos para A Toca. Era um lugar importante para Hermione, assim como as pessoas que habitavam aquela casa, e não havia nada que eu pudesse fazer contra isso, nada que eu quisesse fazer a respeito disso. Eles foram sua familia por anos, sua estrutura, seu apoio. Para mim pareceu tão certo que meu pedido fosse feito ali, com ela cercada de tudo o que mais amava. Mas, não era assim tão simples, eu não estava a par de minha situação com os Weasley's. Não tinha ideia se meu nome ainda estava queimado na "rodinha" ou se o "esquecer e perdoar" estava sendo aplicado a mim também. Potter me empurrou para a frente quando me viu paralisado no gramado. 

— Anda Draco, a Sra. Weasley não vai deixar que façam nada contra você. Todos devem estar dormindo a uma hora dessas, não tem o que temer. — murmurou Potter, sonolento e impaciente.

— Não é isso, não estou com medo. — minha voz tremeu na última palavra.

— Então?

Respirei fundo.

— Só estou com … vergonha. — me forcei a dizer — Afinal, o que vou dizer a ela? "Ei, sei que agi como um merda perseguindo sua familia com meu preconceito, mas será que poderia ceder a sua casa para mim por essa noite?". Droga, isso é ridiculo — resmunguei. 

Potter riu, me contornou e parou em minha frente, balançou a cabeça em negativa enquanto colocava uma mão em meu ombro. 

— Você realmente não conhece Molly Weasley. Ela nunca faria você se sentir mal, acredite em mim, ela vai chorar horrores quando você contar a ela o que pretende fazer. 

Engoli a seco, mas assenti. Eu precisava fazer aquilo, quebrar aquela barreira entre mim e a familia da mulher que eu amo. 


Eu me balançava no calcanhar, as mãos enterradas nos bolsos do meu moletom enquanto esperava com Potter que alguém aparecesse para nos atender na porta. 

— Harry, o que faz aqui querido? — uma voz acalorada soou atrás de nós.

Nos viramos para encontrar a matriarca dos Weasley caminhando pelo gramado com um cesto nas mãos. 

— Ah, oi Sra. Weasley, eu … — começou Potter.

— Aconteceu alguma coisa? — a mulher perguntou, sua voz preocupada e seus olhos fixando-se em mim pela primeira vez. 

Meu estomago deu uma revirada, minhas mãos de repente começaram a suar dentro dos bolsos. 

— Não — ele se apressou em dizer — Bom, na verdade ainda não. Mas não é algo ruim. É por isso que viemos aqui, Draco precisava falar com a senhora. 

— Desculpe s-se não é uma boa hora, não temos tanto tempo, mas não me importo de vir mais tarde e … — comecei aos tropeços, receando levar uma azaração bem no meio da cara a qualquer momento.

Ela parou em nossa frente, seus olhos desconfiados foram de Potter para mim, trinquei os dentes. Então ela suspirou, sorriu para Harry afagando seus cabelos e depois sorriu para mim, estendeu o cesto - repleto de ovos - para que eu pegasse e assim o fiz sem pestanejar.

— Pode levar para mim, querido? Vamos, entrem, conversamos melhor lá dentro — ela disse, sua voz era suave e gentil.

Sua ação acabou pegando-me completamente desprevenido, e eu gravei na soleira da porta enquanto ela se encaminhava para o comodo escuro através da mesma. Ela tinha mesmo sorrido para mim? Aquele "querido" realmente fora dirigido a mim? Eu não conseguia entender, estava sem reação. Potter tombou a cabeça de lado, me observando, fechou a boca em uma linha fina como se estivesse contendo uma risada. Em seguida me pegou pelos ombros, guiando-me para dentro da casa.

— Anda Doninha, Molly não morde. Mas da abraços bem apertados, talvez uma ou duas costelas quebradas se você tiver sorte — murmurou em tom de quem se diverte.


. . .


Estavamos na sala dos Weasley, Potter estava a ponto de desmaiar no sofá, o queixo apoiado em sua mão escorregava a cada três minutos. Eu estava ao seu lado, uma xícara de chá pela metade, e os olhos tão pesados que piscar era um tormento. Esperávamos a Sra. Weasley retornar da cozinha. Ela havia insistido em nos preparar alguns biscoitos, alegando que estávamos abaixo do peso, que precisávamos nos alimentar melhor. Palavras como: "magrinho", "miúdo" e "Gina e Hermione vão se ver comigo" saíram de sua boca antes que ela disparasse para a cozinha. Uns vinte minutos se passaram até ouvirmos seus passos se aproximando, lá fora o sol começara a nascer, resistir ao sono estava cada vez pior. 

— Pronto meninos, biscoitos quentinhos para vocês e … — sua voz adentrou o comodo antes que ela, que se deteve no meio do caminho quando viu Potter quase caindo do sofá de sono — Harry, esta mesmo tudo bem querido? 

— Esta sim Sra. Weasley — murmurou sonolento. — Não se preocupe.

Ela estreitou os olhos com desconfiança mas não disse mais nada sobre o estado de Potter, deixou a bandeja que carregava com biscoitos em cima da mesa de centro e sentou-se na poltrona ao lado. 

— Não estou vendo vocês comerem porque? — ela disse, seu olhar severo indo de mim a Potter.

Nos apressamos em pegar um biscoito - Potter quase como um sonâmbulo. Mordi e o sabor de chocolate tomou conta de meu paladar, era o melhor biscoito do mundo, devorei em apenas três mordidas.

— Obrigado, Sra. Weasley — agradeci ao terminar o primeiro, já me inclinando para pegar o próximo. 

— Não há de que, sinta-se a vontade para pegar quantos quiser. — respondeu com um sorriso doce — A proposito, Harry disse que você precisava falar comigo. Não se acanhe querido, pode dizer. 

Engoli o biscoito e minha covardia, Potter me cutucou com o joelho, incitando-me a começar. Tomei folego. 

— Bem, é, e-eu ... Eu quero me casar com Hermione, eu sei que não sou o tipo de cara que vocês aprovariam mas, eu a amo. Se a senhora permitir, eu gostaria de pedi-la em casamento … aqui. Ela ama esse lugar, vocês são a familia dela, e consequentemente serão a minha também. Quero que seja especial, e seria maravilhoso se eu pudesse fazer isso aqui. Mas, se não for possível, tudo bem, eu vou entender. — comecei a tagarelar, perder o controle com o medo, tropeçando e tremendo em cada palavra — Sei que não mereço nada que venha da senhora ou de sua familia, sei quem eu era e não me orgulho disso. Não posso mudar o que passou, mas posso me redimir e tentar e …

— Rapaz, se acalme — ela me interrompeu, um sorriso enorme em seu rosto, os olhos cheios d'agua. 

Minha respiração estava descompassada, a olhei um pouco confuso. De repente ela levantou-se e me puxou para um abraço apertado, surprendendo-me. Meus braços travaram, de choque ou hesitação, eu não sabia dizer. 

— Minha casa sempre estará aberta para você, querido. Não se preocupe com o que passou, qualquer um que ame um dos meus será amado e acolhido por mim também. — disse chorosa em meu ombro. 

Por alguma razão, no mesmo instante me senti amado, acolhido e aquecido. Palavras tão simples e cheias de significado, um abraço tão sincero que fez com que meus olhos encherem-se de lágrimas. Quando dei por mim eu a abraçava com a mesma força, até mais. 

— Obrigado Sra. Weasley, obrigado. — sussurrei emocionado. 

Ela se afastou para me olhar mantendo uma mão em meus ombros. Seu rosto estava manchado por lágrimas, porém, ela ainda sorria. Potter se levantou e a envolveu em um abraço de lado, desajeitado, sorrindo para mim. Ela o acariciou em seu rosto com a mão livre. 

— Então, digam meninos, em que mais posso ajudar? — sua voz estava um pouco embargada pelo choro, e carregada de expectativa. 


Por duas vezes enquanto eu contava sobre meus planos a Sra. Weasley caiu no choro. Depois de contarmos tudo a ela Potter achou melhor irmos para a casa dele, falar com a Weasley para saber se tudo estava saindo como havíamos combinado - caso estivéssemos demorando ela deveria ir até Hermione, distrai-la e mante-la ocupada até que voltassemos. Chegamos a casa de Harry era quase 8:00, estávamos acordados a tanto tempo que eu não me aguentava em pé. 

— Gina deve estar com a Hermione — murmurou Potter consigo mesmo.

— Deve não, tem que estar — retruquei.

Potter suspirou.

— E agora?

— Agora, eu não sei. Ainda é cedo, mas, preciso comprar uma roupa para o Hugo, e para mim também. Fora as outras coisas ... — esfreguei os olhos, que estavam doloridos e ardendo. 

Ele subiu as escadas devagar, eu logo atrás no mesmo ritmo. Harry entrou em um quarto que supus ser o seu, parei na soleira, esperando seja lá o que fosse que ele iria fazer. Potter abriu uma gaveta de um criado-mudo, de lá tirou um frasco com um liquido acinzentado dentro. Arqueei uma sobrancelha quando ele se virou para mim.

— E isso é …? — perguntei. 

— Uma poção de energia, precisamos ficar acordados por mais algumas horas. 

— Bem pensando, Potter. 

Ele tomou um gole e jogou o frasco para mim, destampei e virei o resto do conteúdo na boca. Era amargo, mas não era ruim, não tanto. Alguns segundos depois minha visão ficou turva, vi Potter cambalear para trás e depois não vi mais nada. A cegas caminhei para a frente, meus joelhos bateram em alguma coisa e eu caí, então perdi os sentidos, caindo na inconsciência. 



POV. GINA


Eu não sabia mais como contornar Hermione. Era 13:00 da tarde, e ela passara a me encarar com desconfiança enquanto lavava a louça do almoço e eu secava e guardava. A manhã havia sido calma no começo, até a historia de Harry e seu caso cansar meus ouvidos e encher minha cabeça com pensamentos paranóicos sobre a demora dele. Hugo tinha feito sua parte direitinho, cada vez que Hermione se perguntava sobre Draco ele pulava em seu colo e inventava qualquer coisa que mantesse ocupada. Mas ela era Hermione Granger, claro que aquele teatro não ía durar tanto tempo. 

— Sabe, acho que vou procurar pelo Draco — ela disse de repente.

O copo que eu secava quase escorregou de minha mão. Ela colocou o ultimo copo sob a pia e secou sua mão em um pano, virando-se para me encarar com as sobrancelhas unidas.

— Se importa de ficar com Hugo por alguns minutos? Não pretendo demorar. 

Vasculhei meu cérebro em busca de uma resposta decente. Limpei a garganta, tentando disfarçar meu nervosismo.

— Sabe o que é, Mione, e-eu esqueci q-que prometi ao Teddy que levaria James para brincar com ele. — engoli em seco diante de sua cruzada de braço desconfiada — Mas, posso levar Hugo lá se quiser. É até melhor, mais tarde eu o trago, pode ser assim? 

Mordi a parte interna de minha bochecha, torcendo para que ela acreditasse em minha mentirinha do bem e me deixasse ir com Hugo. Seu olhar permaneceu firme em mim por alguns segundo, então ela suspirou.

— Tudo bem, daqui uma hora mais ou menos encontro vocês na casa de Andrômeda. — disse Hermione.

— NÃO! 

— Porque não? E por Merlim, porque esta gritando? — chiou.

— É que, não vamos para a casa de Andrômeda. Vamos para a casa de mamãe, Teddy esta lá e …

— Bom, então eu encontro vocês lá.

— Não! Quer dizer, Ron estará lá então não acho que seja uma boa ideia. 

Sua carranca desmanchou-se quando mencionei Ron, eu quase comemorei e tive que morder a boca para não sorrir. 

— Não se preocupe, eu trago ele assim que se cansarem, isso pode demorar um pouco. Mas, se encontrar sua loira de farmácia pode aproveitar e "brincar" um pouquinho também — zombei beliscando sua bochecha.

Ela riu, cedendo.

— Tchau Ginevra! — dizendo isso me empurrou de brincadeira para fora da cozinha, fazendo-me rir.

— Hugo? Esta na hora. — cantarolei, chamando-o. 


. . .


Quando cheguei em minha casa corri direto para o meu quarto, precisava de uma banho gelado depois de toda aquela tensão. Entrei com Hugo segurando minha mão, pretendia deixa-lo brincando no tapete com alguns brinquedos de James. Mas tudo foi esquecido quando íamos atravessar a porta, paramos na soleira, boquiabertos. Hugo tirou a mão da minha e a levou a boca para conter o riso, balancei a cabeça em negativa se em acreditar no que meus olhos estavam vendo. Uma risada ameaçava explodir em mim a qualquer instante.

— Hugo espere aqui, não faça barulho — sussurrei com excitação.

Ele assentiu com os olhos arregalados de ansiosidade. Corri para o quarto de hospedes, onde eu sabia que Harry guardava uma câmera. Não demorei a encontra-la, a Girei em minhas mãos e retornei as pressas para o meu quarto. Hugo pulou quando viu a camera. Me aproximei sorrateiramente do pé da cama e posicionei a câmera. Agora eu teria provas da "traição" para a Mione, eu guardaria aquilo pelo resto da vida. Em minha cama estava a cena do crime, Harry e Draco, adormecidos de frente um para o outro. Peguei a mão de Draco com cuidado e a movimentei colocando-a no rosto de Harry, a outra coloquei em seu ombro. Fiz o mesmo com meu marido colocando uma de suas mãos na cintura de Malfoy e a outra nos cabelos dele. 


Ah, o doce sabor da vingança! 


O flash iluminou todo o quarto, acordando-os no susto. Eles arregalaram os olhos um para o outro e berraram como duas menininhas. 

— Sorriam — falei aos risos. 



POV. HERMIONE


Eu nunca mais dormiria no sofá, era incrível o tanto que minha coluna conseguia doer. Me arrastei para a cozinha, abri a parte do armário onde eu guardava minha caixa de poções, peguei uma para dor e tomei. Elas causavam um efeito melhor do que qualquer remédio trouxa, era quase instantâneo. Eu havia procurado por Draco na mansão e no Beco Diagonal, sem sucesso. Ele não e estava em nenhum desses lugares, e depois de saber do "possível caso" do meu melhor amigo é claro que minha cabeça ficou a milhão, as paranóias a espreita, preparadas para acabar com o último fio de autoconfiança. Me recostei na bancada, meus olhos foram para o relógio na parede, ele tinha forma de Sol e trazia tantas lembranças de quando eu era pequena. O relógio fora de minha avó materna, eu amava ir a casa dela e amava aquele relógio, passava horas deitada no chão vendo o ponteiro rodar nos tons de amarelo, era hipnotizante. Quando minha avó ficou doente ela deu o relógio a minha mãe, era importante para ela também; e agora era meu, significava tanto. Mas naquele momento eu só conseguia fita-lo com irritação, era 19:00 da noite e nada de Draco, nada de Gina trazer o Hugo, todos resolveram desaparecer o dia inteiro. Isso era no minimo estranho. Eu esperaria mais meia hora, era esse o tempo que eles tinham. 


Meu microondas apitou, minha pipoca estava pronta. Mordendo o lábio com ansiosidade abri a porta do micro, o cheiro de pipoca exalou e rodopiou na cozinha. Já que eles queriam passar o dia longe de mim que assim fizessem, eu não iria mais atrás de ninguém. Eu tinha a pipoca, um edredom, e um documentário extremamente interessante sobre a Revolução Francesa. Caminhei para a sala com meu balde de pipocas, mal sentei no sofá houve um estrondo vindo da lareira. Pulei de susto, derrubando um monte de pipoca no chão, uma cortina de poeira enuviou minha visão da lareira. Um segundo depois George se levantou na foligem, varrendo suas roupas com a mão e tossindo. 

— Hermione, você precisa vir comigo — ele disse em suas pausas para tossir. 

Ergui as sobrancelhas confusa, enquanto ele saía aos tropeços da lareira.

— Ir com você?

Ele parou com uma mão na lareira, tomou folego e por fim me olhou. Seus olhos azuis estavam sérios. 

— Aconteceu uma coisa muito seria com a mamãe, precisamos de você la. 

Meu coração parou, ou começou a bater em um ritmo muito lento, eu não sabia dizer. Comecei a suar frio.

— Então vamos — falei com urgência, agarrando seu braço e puxando-o de volta para a lareira.

— Não, espere! — ele brecou, me puxando com ele — Você vai assim? — perguntou com um ar de cetissismo.

Passei meus olhos brevemente por minhas roupas - uma calça de laicra preta, uma camiseta verde de mangas compridas do Draco onde lia-se "VAI SONSERINA" e meias. 

— Vou — estiquei a palavra.

— Não vai não. Mamãe vai cair dura se você aparecer lá com essa camiseta. Aliás porque esta usando essa porcaria? 

Rolei os olhos.

— É só uma blusa, ela não vai se importar. Agora vamos! — o puxei mas ele não saiu do lugar — Anda George! 

Eu estava preocupada, ele disse que havia acontecido uma coisa seria com a Sra. Weasley e no entanto não estava movendo um músculo sequer para irmos rápido.

— Não vou com você assim.

Suspirei, isso estava estranho, se era serio porque ele estava perdendo tempo com uma bobagem como essa? Então ele pegou a varinha e a agitou na minha direção, mudando a frase da camiseta para: "Malfoy ama Weasley's e Potter's" com um coração logo abaixo da frase.

— Serio? 

Ele sorriu torto, como quem esta aprontando.

— Isso vai ser incrível — murmurou consigo mesmo. 

Franzi o cenho sem entender, abri a boca para perguntar o que ele queria dizer com aquilo mas George não me deu tempo, empurrou-me para a lareira, tirou um punhado de Pó de Flu do bolso e atacou aos meus pés. Não pude ouvir suas palavras, em segundos chamas verdes me envolveram, levando-me para algum lugar.

Saí da lareira a cegas. Eu sabia que estava na Toca pelo rangido que meus pés causaram no assoalho e o cheiro delicioso da comida da Sra. Weasley, porém a casa estava no breu. Meus olhos se estreitaram automaticamente - tanto pela penumbra, quanto pela desconfiança. Aquilo não era nada comum, aquela casa nunca ficava vazia, sempre havia alguma criança correndo e um ruivo querendo comer. Não conseguia ouvir nada, esperei mas George não veio atrás de mim, aquilo estava errado, alguma coisa estava acontecendo e eu iria descobrir o que era.


Peguei minha varinha do cós da calça.

Lumus — murmurei.

Com o caminho iluminado andei para a cozinha, não havia nada ali, tudo estava impecavelmente organizado. Franzi a testa ainda mais confusa, olhei ao redor em busca de respostas, então reparei que a porta que dava para o jardim estava completamente aberta. Desci os dois degraus e parei no gramado. Um pouco a frente havia luz, mordi meu lábio de repente apreensiva, guardei minha varinha e caminhei para a luz. Conforme me aproximava pude distinguir o que era aquela luz. 


Era uma lanterna envolta em algo muito parecido com cetim branco, era redonda e flutuava, uma luz fraca e azul chamuscava em seu interior. Era linda, e haviam outras um pouco mais a frente. Toquei a lanterna com o indicador, tinha a consistência de uma bolha de sabão mas não estourou como eu pensei que faria no primeiro momento.


Um arrepio percorreu minha espinha e abracei meu próprio corpo tentando conter um tremor. Não era medo, era alguma outra coisa que eu não sabia explicar. Fiz meu caminho seguindo as lanternas espalhadas pelo ar, minha mão subia para cada um delas, querendo tocar. Havia um espaço entre elas e ao horizonte eu via que a luz ía ficando cada vez mais forte. Meu coração parecia querer saltar de meu peito, minha respiração começou a descompassar e eu pensei que fosse desmaiar. 


Era quase desesperador não saber porque eu estava assim. 


Um arrepio interminável, não passava. Estava me aproximando da ponte que ficava atrás da Toca quando sombras se fizeram presentes, antes apenas formas indistintas, depois sombras nitidas. Por um segundo esqueci de como se respira, as sombras se tornaram pessoas, cada uma delas eu amava. Meus dentes se pensaram em meu lábio inferior quando eu meus olhos passaram por cada rosto. Todos os Weasley's estavam ali - exceto Ron - cada um deles parados de ambos os lados da ponte. Meus pais também estavam lá, Luna, e Harry, e . . . Senti minhas pernas vacilarem e meu coração retumbar em minha caixa torácica. Draco estava ali, por último, parado no centro da ponte com Hugo em seu colo, os dois usavam o mesmo traje a rigor, os cabelos de Hugo estavam penteados para trás, os de Draco bagunçados. Mas eram os olhos deles que quase me fizeram cair, meus dois amores, cada um em sua forma. 


Subi para a ponte, assim que dei o primeiro passo George que estava logo ali me estendeu um lírio, com a mão tremula eu o peguei. Do outro lado, Luna fez o mesmo me entregando outro lírio. Ninguém dizia nada, cada passo dado era um lírio dos que eu amava, um sorriso, e uma lágrima. 


Então alcancei Harry, que era o mais próximo de Draco. Já estava com uma penca de lírios nas mãos, os olhos cheios de água, o coração na mão. Meu irmão sorriu para mim, me entregou seu lírio e pegou meu rosto em suas mãos depositando um beijo suave em minha testa, seus olhos verdes estavam aguados. Sem dizer uma palavra ele indicou Draco com a cabeça, incitando-me a continuar.


Respirei fundo, olhei para Draco. 


Ele sorria, com a boca, com os olhos, com a alma. Draco colocou Hugo no chão ao seu lado e esticou a mão para mim. Uma lembrança de Hogwarts assaltou minha mente enquanto eu entrelaçava meus dedos nos dele. Tínhamos acabado de ser expulsos, ele queria que eu me arriscasse, que saísse com ele mundo a fora. Naquele pegar de mãos que as coisas tomaram proporções maiores, e agora parecia que estava acontecendo de novo. Draco me trouxe para perto, sua mão livre subiu para meu rosto, seu polegar acariciando de meu queixo a minha bochecha. Seus olhos me analisavam e ali eu via tanto amor, todo seu coração, o homem que eu amava. Então ele arqueou a sobrancelha para mim, seu sorriso travesso aparecendo e a última coisa que eu imaginei saiu de sua boca. 

— Quer dizer que eu amo os Weasley's e os Potter's? Sério?

Se tinha algum momento errado para eu rir na vida, algo me dizia que era aquele. Outros riram também mas não me virei para ver quem, o único som que se sobrepôs fora o da Sra. Weasley dando uma bronca em George, o que levou todos a rirem um pouco mais.


Enquanto minha risada se acalmava, ele voltou a assumir uma pose seria. Meu riso morreu de vez - assim como os dos outros - e pensei que meu coração pudesse parar.

— Sabe, conversei com Hugo, ele disse que deixa. 

— É mamãe, eu disse que sim. — chamou minha atenção.

Falou meu homenzinho, balançando-se nos calcanhares todo sorrisos. Como se suas palavras fizessem todo o sentido do mundo e pudessem explicar o que estava acontecendo ali. Minhas sobrancelhas se uniram em dúvida, meus olhos retornaram aos de Draco, eu não estava entendendo. 


Como resposta ele tirou a mão de meu rosto e a levou para trás de sua roupa, um passo para trás e de repente ele estava de joelhos, os olhos perfurando os meus, uma caixinha de veludo verde aberta em sua palma da mão, aninhando duas alianças. Um simples e prateada, ao meio desta um fio de ouro branco. A outra era um pouco mais chamativa, vários e pequenos diamantes a contornovam, ondulando-se no ouro branco, reluzia. Meus pulmões pararam, o ar se prendeu em meu tórax.

— Um dia, quando eu ainda era um moleque, Snape apareceu para conversar comigo. Ele estava diferente naquele dia, disse sem mais nem menos que eu saberia o que era amor através dos olhos. Eu nunca entendi o que ele quis dizer com aquilo até olhar nos seus olhos, Hermione. Quando eu realmente olhei através deles, para além deles e vi o quão maravilhosa você era. Eu que me nomeava "azarado" de repente me vi em seu abraço, e era arrebatador. Desde que segurei sua mão pela primeira vez Hermione, eu senti, senti tranquilidade, você era meu eixo, minha única paz em meio ao caos que era a minha vida. Eu nunca a mereci, pensei que você ter me aceitado como eu era bastava, mas você me fez querer mudar, me fez querer ser melhor. Eu tentei, por anos eu pensei que estivesse sendo o melhor para você mas eu não estava, e nunca vou me perdoar por isso. Eu vi meu padrinho morrer de dentro pra fora, e tudo o que me contaram foi que ele havia perdido o grande amor de sua vida. Sinceramente, na época a não fazia o menor sentido para mim, pensei ser mentira, oras ninguém morre de amor. Então eu te perdi, mais de uma vez, e me vi naquele espelho, no reflexo, no mesmo homem que eu admirei por anos. — ele suspirou, sua voz rouca tremia — E cada dia sem você eu morria mais um pouco, meu coração sempre esteve com você. Eu, o "azarado" tive outra chance, mais do que eu poderia pedir, mais do que eu merecia ter. Enquanto eu respirar Hermione, vou amar você, sempre. Amanhã, depois e depois. Eu vivo você Hermione. Você é a única razão para eu estar aqui, vivo, você salvou minha vida, me libertou daquela escuridão, me puxou daquele precipício do qual eu estava prestes ae lançar, seria um caminho sem volta. Mas você me resgatou, você me colocou do avesso e me fez perceber que o avesso sempre foi meu lado certo, que o lado certo sempre foi ao seu lado. Hermione Jean Granger, — ele pronunciou meu nome devagar, sorrindo — eu quero estar ao seu lado todos os dias de minha vida, quero ser o que sempre devia ter sido para você, me de a honra de ser minha esposa, case-se comigo?

Suas palavras, cada uma delas, tinham tocado-me a alma, elevando-me a um lugar inagualavel ao céu, talvez o próprio céu. Com lágrimas nos olhos eu segui meu coração, obedeci cada celula, partícula e instinto, eu disse a única coisa que havia de ser dita ao meu amor.

Sim! — minha voz saiu embargada, emocianda. 

Meu sorriso não cabia no rosto, e nem o dele quando eu respondi. Draco se levantou em pulo, a caixinha estalou sendo fechada com o movimento abrupto, as alianças esquecidas enquanto ele me puxava para seus braços abraçando-me apertado, selando nossos lábios em um beijo apaixonado. Aplausos e assovios soaram as minhas costas, eu sorri em sua boca, extasiada, alucinada, completa. 



POV. RONALD


Eu via o desenrolar da janela do meu quarto. A casa estava escura. Não havia vozes. E isso consumiu minha alma. As vozes dentro da minha cabeça eram ensurdecedoras. Porque eu estava me torturando com aquilo? Eu devia ter saído como mamãe me dissera para fazer, mas não, precisava doer, sangrar. 


Talvez eu estivesse me tornando masoquista, um sádico sedente pela minha própria desgraça. Cada passo que ela deu para ele um Crucio direto no peito, quando ele a abraçou eu perdi o ar e desequilibrei um passo para trás. Ela disse sim, ela disse sim, como ela disse sim, o que é preciso fazer para se ter um "sim" de quem se ama? Deixei-me cai na cama com as mãos sob os olhos, as imagens rodopiando em minha cabeça, deixando-me tonto. Eu merecia aquela dor lancinante, não merecia? 


Eu só não estava lidando bem com a dor, e em nada tinha a ver com Hermione. Mas tinha a ver com Pan, com Jeb, e com todas as coisas desprezíveis que eu fizeram. Meus olhos arderam e o choro veio, as lagrimas desciam sem parar, eu precisava concertar as coisas, tudo. 


Me coloque em pé, caminhei para a escrivinha com o zumbido de conversas e risadas pertubando-me os ouvidos. Peguei uma caneta e dois pergaminhos.


Um para Pan, o outro para o Malfoy. 





Notas Finais


COMENTEM, PLEASE preciso saber o que acharam disso ❤

LINK DA MÚSICA: https://m.youtube.com/watch?v=j4y-RzVGrHg

Cap, mozão, mais uma vez obrigada, amo você ao infinito e além ❤

Próximo capitulo em 15 dias (talvez sera o penúltimo)

Kisses.

PS: perdoem os errinhos rs


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