História Reviravoltas do Destino - Snamione - Décimo Sexto Capítulo

- Você?! - A sobrancelha de Severo levantou-se e ele olhou para mulher em sua frente. - O ​​que você esta fazendo aqui, senhorita Cooper?- Severo exclamou.

- Severo, eu não tenho aonde ir! - As lágrimas começaram a cair. 

- E seu apartamento? – perguntou sem entender.

– Eu fui despedida do Ministério... e o apartamento é apenas para os funcionários... todas a minhas economias foram gastas no funeral de minha mãe. Eu sei que você não pode me receber ... eu sei ... eu tenho certeza que você não quer ter que ... É só que eu não tinha outra escolha ...- Ela parou enquanto seu corpo tremia de frio.

- Não tem mais ninguém que possa permitir que você passe a noite em sua casa?

- Eu não tenho ninguém. – disse fungando.

- Eu não posso. - Ele respirou fundo. – Minha situação é complicada. Não fica bem, para todos os defeitos eu sou casado.

- Claro – assentiu e logo espirrou repetidas vezes. – Então, eu devo ir. - as lágrimas em seus olhos eram ainda mais brilhantes. Então ela se virou.

Ela parecia devastada. Sua roupa parecia completamente molhada. Ela parecia esta ficando roxa de frio. Ele não entendeu por que ele sentiu a necessidade de deixa-la ficar para a noite. Ele deveria dizer não! – pensou em silêncio enquanto ela se afastava.

- Por favor, não vá! Eu ... posso permitir que fique para noite, mas apenas essa noite. Isso vai causar problemas suficientes pra vida toda.  

- Obrigado, Severo. - pousou a mão em seu ombro, mas não resistiu e agarrou-se a ele, como se ele fosse uma grande fonte de calor, seu corpo estava tremendo contra ele.

- Senhorita Cooper, eu ... eu não tenho certeza de que isso seria apropriado. – sua voz era tensa e seu corpo estava rígido.

- Desculpe, eu não pensei direito. Muito obrigada, Severo. Eu não sei como posso te agradecer.

- O que esta acontecendo aqui? – Eileen havia assistido toda a interação enquanto se aproximava.

- Essa é a senhorita Cooper, uma conhecida minha e ela ficará para a noite. – disse apontando para a mulher ao seu lado. – Senhorita Cooper, essa é a senhora Prince, minha mãe! – disse se virando para a ruiva. – Eu preciso conversar com ela, mas você pode subir. O quarto de hóspede é o segundo a direita.

- Tudo bem! - ela disse calmamente. – Obrigada novamente. - Ele apenas assentiu.

Após observar a mulher subir as escadas virou para encará-lo. 

- O que é isso? – falou furiosamente

- Ela é apenas uma conhecida. Não tinha onde passar a noite, não tive coragem de deixa-la La fora nesse frio.

- Conhecida? Pra cima de mim, Severo? Desde quando essa mulher é sua conhecida?

- Mãe, por favor, hoje não foi um bom dia. – argumentou.

- Severo, o que você esta pensando? Eu pensei que você era mais inteligente do que isso! Ela sabe que você é casado? – Eileen estava exaltada.

- Mãe. – começou, mas foi interrompido.

- Pelo amor de Merlim, Severo! Não me diga que você tem alguma coisa ou teve alguma coisa com essa mulher?! E a Hermione? Essa mulher não pode ficar aqui. – disse indignada.

Severus sabia que para ela deixa-lo em paz, ele teria que ser cruel. Seu coração sangrou quando ele olhou para ela friamente. Mas ele estava tão cansado de tudo isso que precisava ser duro.

- É a minha casa, e ela é minha convidada. Ela fica o quanto quiser. E enquanto a Hermione, isso não está funcionando para mim por mais tempo. Ela tomou a decisão dela, foi embora na primeira oportunidade. É hora de seguir em frente. - disse ele, mas por dentro estava se remoendo. Esse não era sua vontade. – Por que eu deveria esperar por ela? – disse bruscamente.

- Porque você deve! - Falou duramente. - ouça-me - disse ela, e ele olhou para cima para encontrar seus olhos. – Eu não criei um filho para agir como um canalha. A Hermione é sua esposa e essa casa e tanto sua quanto dela. E você, meu filho, deve respeita-la. E até que Hermione apareça você deve a ela o devido respeito. Eu realmente espero que você repense o que acabou de dizer, não foi nada agradável.  Eu entendo que seu dia não tenha sido agradável, mas não sabemos como está sendo o de sua ESPOSA. O dela pode estar sendo muito pior, Severo. – disse consertando a bolsa que insistia em cair e virando-se.

- Aonde você vai? – sussurrou.

- Eu tenho que resolver uma ultima coisa ainda hoje. Quando eu chegar você saberá!

*** 

Eileen ainda não estava acreditando que havia sido tão fácil passar pela recepção e depois com um simples feitiço tinha localizado em qual quarto Weasley estava. Aqui estava apenas esperando ele atender a porta.

- Olá, senhor Weasley!

- Senhora Prince?! – ficou ali por um momento sem saber o que dizer. - Olá para senhora também. Por favor, entre. No que eu posso te ajudar?

- Desculpe por vim sem avisar, mas o assunto é mais do que urgente.

- Senta-se, senhora Prince. Eu posso te oferecer um chá?

- Não querido, muito obrigada. Eu estou procurando por Hermione, ela está não aparece desde a véspera de natal.

- O quê? – exclamou surpreso.

-Eu estou morrendo de preocupação. Sei que esteve procurando por ela no dia 24 de dezembro. Achei que talvez pudesse saber de alguma coisa que pudesse ajudar.

- Eu estive com ela, mas foi muito rápido. Eu só queria uma poção, não achei nenhum lugar para comprar. Então, fui até lá. – suspirou profundamente - Mas agora tudo faz sentido. Ela não parecia bem, porém disse que não era nada. Eu devia ter desconfiado. Droga! – praguejou. – Eu deveria saber que ela não estava bem. Eu devia ter interferido.

- Não se culpe, você não poderia ter previsto.  – disse tentando segurar a emoção.

- Já acionou o Ministério?

- Sim, foi a primeira coisa que eu fiz. Mas por se tratar de uma heroína de guerra, o caso terá sigilo absoluto.

- A senhora não parece confiante!

 - E como ficar? Eles foram contra o casamento de Severo e Hermione, colocaram tanto empecilho! Eles estão achando que ela enfim abriu os olhos e viu que o casamento com um ex-comensal da morte foi.. como eles mesmo disseram? Deixa-me lembrar, há... um erro TERRÍVEL, por isso, deve ter tirado umas férias. Eles devem estar comemorando toda essa situação.

Flashback On

Um mês e meio atrás...

- Há alguma coisa que você possa fazer? – Perguntou Eileen. 

O auror parecia contente com o que Eileen havia relatado. Era como se ele tivesse gostado de saber que a senhora Snape havia desaparecido desde a véspera de natal.

- Não realmente.

- O que é que isso quer dizer? - Ela praticamente cuspiu para o auror. 

- Houve algum pedido de resgate? Algum indício de rapto?

- Não! Mas..- foi abruptamente interrompida.

- Então pelo que tudo indica ela quis ir embora. –disse presunçoso - Eu acho que umas férias do marido é o que ela precisa ter. Deve ter cansado de acordar ao lado de um comensal da morte todos os dias. – disse sarcasticamente. - Ela deve ter percebido  que o casamento tenha sido um erro terrível. Talvez um momento de rebeldia. A guerra acabou afetando muito algumas pessoas. Principalmente aquelas que lutaram ativamente. A senhora Snape pode ter sido uma delas e agora que o efeito devastador da batalha passou ela foi capaz de enxergar as a besteira que fez. Essa pausa é o que ela precisa agora. - disse o auror sorrindo brilhantemente.

- O sumiço de alguém é algo muito perigoso pra ser ignorado por causa de preconceitos mesquinhos. – exclamou perigosamente. - Essa é uma das razões pelas quais é dever do Ministério monitorar tão cuidadosamente todos os casos que chegam aqui. E se você acha que não tem competência suficiente para isso, então eu vou concluir que o que todos dizem é realmente verdade. – disse acusadoramente.

- E o dizem, Senhora Prince? - perguntou bruscamente. 

- Que o Estado se vale apenas de satisfazer os próprios interesses. E pra que mudar não é mesmo? O modelo atual é satisfatório pra vocês, então o resto não interessa. Eu acho muito interessante a quantidade de bens que alguém pode possuir depois de assumir um cargo no setor público que aparentemente não ganha tão bem assim.

-Eu vou analisar o caso. Mas demanda tempo. Às vezes, porém, as pessoas voltam por conta própria, com tempo suficiente. Só teremos que esperar para ver. – explicou sem jeito. 

Ela sabia que era melhor que podia conseguir agora, porém não iria esperar pela boa vontade de Ministério para decidir se valia a pena ou não investigar o caso. Então ela concordou com a cabeça em resposta. 

Flashback Off

- Você sabe que não pode ser verdade, né? Ela nunca faria isso. Ela ama vocês.

- Eu sei, e é isso que me preocupa.

- O que acontece agora? - perguntou Ronald, visivelmente preocupado.

Ela hesitou. 

- Eu não sei. - Ela sussurrou. – Mas eu vou continuar procurando. Uma hora eu tenho que acha-la. - Lágrimas brotaram em seus olhos. - Além disso – acrescentou com tristeza. – Ainda há vários lugares para procurar. – disse perdendo-se em seus pensamentos por alguns instantes.

- Senhora Prince? – disse o jovem chamando sua atenção. – Pode contar comigo! – ela sorriu e o abraçou.