História Reviravoltas do Destino - Uma quase confissão

Maka Albarn On

 Levantei cedo no dia seguinte. Tomei um banho e fiz minha higiene matinal, em seguida, indo para o meu guarda-roupa. Comecei a procurar por uma roupa para me fazer ficar bonita o suficiente para que eu fosse me confessar para a pessoa que está em todos os meus pensamentos e me faz ficar vermelha como um tomate. Isso mesmo, decidi de uma vez por toas que vou me confessar! E vai ser na praia, como Tsubaki me aconselhou.

 Queria ter feito isso ontem, mas a coragem me faltou. Ainda bem que meu pai me ligou, assim eu tive uma boa desculpa para sumir dali. Que droga! Mas hoje eu conseguirei!

 Depois de muita indecisão, optei por um vestido leve, que ia até metade das minhas coxas. Ele tinha alças finas, amarelo claro e estampa de abacaxis de um tom rosado. Ele também tinha um cinto da cor canela. Coloquei uma sandália da cor canela com pedrarias douradas, que minha mãe me enviou quando estava passando pelo Brasil (uma fofura!). Passei um batom nude e rímel, para parecer bem natural. Como meu cabelo não estava em um dia de rebeldia, somente o escovei e arrumei minha franja. Minhas unhas estavam perfeitas, num esmalte da cor verde esmeralda. Passei também um perfume floral.

 Fiquei fazendo diversas poses em frente ao espelho, me achando a maior diva do universo. Depois de treinar o que eu diria para o Soul umas cem vezes, abri a porta do quarto, determinada, e marchei para a cozinha. Já que o Soul havia feito o jantar, eu faria o café-da-manhã. Coloquei meu avental rosa e comecei a fazer ovos e bacon com suco de laranja, a comida de café-da-manhã preferida do Soul. Dez pontos para Maka Albarn!

 Depois de fazer a comida, arrumei ela toda bonitinha em uma bandeja que uso para servir comida quando temos visitas em casa, e tirei o avental. Respirei fundo e me concentrei. Você consegue Maka. Andei até a porta do quarto do Soul, batendo levemente com os cotovelos na porta e entrando em seguida. A luz da manhã entrava pela janela, e como as cortinas do quarto dele eram finas, era possível ver tudo com clareza. Soul dormia como um anjo em sua cama, que fofo! Mas quase babei na comida por ele estar sem camisa. Alguém coloca um selo de HOMÃO DA PORRA nesse garoto!!!

 Deixei a bandeja sobre o criado mudo dele e o cutuquei levemente. Nem preciso dizer que a minha cara estava pegando fogo.

Maka : S-Soul, está na hora de acordar. Logo o Black Star vai chegar. – Ele se remexeu na cama e abriu lentamente as orbes vermelhas como sangue que tanto me atraíam. Bocejou.

Soul : Bom dia, Maka. – Sentou-se na cama. – O que temos para o café?

Maka : Fiz ovos e bacon para você. – Apontei para a bandeja sobre o criado mudo. Os olhos dele brilharam.

Soul : Você é a melhor! – Ele me abraçou e eu corei mais ainda. Logo em seguida, ele puxou a bandeja para o seu colo e começou a devorar a comida como um canibal que não come há semanas.

 Depois de assistir parte dessa cena chocada, me virei para me retirar até a cozinha e tomar meu café, mas fui impedida por uma pergunta.

Soul : Maka... O que você queria me dizer ontem?

 Congelei. Será que agora era a hora? Achei que seria mais romântico me confessar para ele na areia branca, água cristalina e brisa marítima. Comecei a me desesperar.

Soul : Maka? – Sem me virar, tomei coragem. Me virei, devagar.

Maka : É que eu queria me desculpar com você, Soul. Eu ando meio estranha por que... Bem, porque tem algo acontecendo... – Respirei fundo. Ele me encarava.

Soul : E o que está acontecendo? Você sabe que sempre pode me contar tudo.

Maka : É que... – A campainha tocou. Salva pelo gongo. – Acho melhor eu ir abrir a porta. – Sorri nervosa.

 Andei apressadamente até a porta de entrada, á destrancando e a abrindo, dando de cara com um Black Star cheio de energia, uma Angela com sono e uma Tsubaki sorridente.

Maka : Bom dia! Por favor, entrem. O Soul esta tomando o café-da-manhã, mas logo podemos ir.

Black Star : Tem café-da-manhã pra mim também? – Falou enquanto entrava no apartamento.

Maka : Vou pensar no seu caso. Da última vez, você esvaziou toda a comida dos armários e geladeira. A comida nos mercados tá cara, sabia? – Tsubaki atravessou a porta com Angela no colo e eu a tranquei.

Black Star : Por isso mesmo que temos que comer na casa dos outros!! Ovo de páscoa custando 70 REAIS!!! QUE ABSURDO!! – Joguei um livro que estava próximo da TV na cabeça dele, o fazendo cair no chão.

Maka : Cale a boca, Black Star. Meus vizinhos estão dormindo.

Angela : Black Star é um bobão. – Ela bocejou e se recostou em Tsubaki, sonolenta. Angela é tão fofa!

 Tsubaki a deitou no sofá e fomos até a cozinha. Fizemos leite achocolatado e torradas com manteiga para a Angela e o Black Star, e depois sentamos a mesa da cozinha e ficamos conversando sobre mim e Soul.

Tsubaki : Você precisa contar logo pra ele, Maka-chan! – Ela tomou um gole do seu leite achocolatado. Mordisquei minha torrada.

Maka : Eu sei, eu sei! Eu farei isso na praia! Ou quando der, porque até agora, tudo está indo contra a minha vontade de contar para ele que... – Soul apareceu na porta da cozinha e me engasguei. Tsubaki arregalou os olhos e quase cuspiu seu gole de leite.

Soul : Calma, eu não sou nenhuma assombração! Mas bem que eu queria ser para poder ver essas caras de bobonas que vocês têm assustadas todos os dias. – Ele riu.

Tsubaki : Hahaha. – Tsubaki revirou os olhos e eu corei.

Soul : O Black Star e a Angela já acabaram de encher o bucho. Vamos? – Assentimos.

 Depois de Tsubaki me ajudar a lavar as poucas louças que sujamos, eu e Soul pegamos minhas malas e a mochila dele, tranquei a porta do apartamento e todos nós descemos para o térreo. Arrumamos as coisas no carro e seguimos viagem!

 Praia, aí vamos nós! (E minha confissão de amor para o Soul também)

Liz Thompson On

 Depois da tarde onde eu e Kid nos confessamos um para o outro, resolvemos fazer um jantar especial para todos da casa no jardim. O sol já se punha, e eu estava sentada em uma poltrona do meu quarto, que ficava próxima a janela. Tendo uma vista da planície cheia de flores além do lago e o lago, fiquei admirando aquela paisagem. Kid havia ido verificar algumas coisas no quarto da Evangeline, pois ele queria que tudo fosse perfeito e simétrico. Não pude ir porque o cheiro da tinta estava me dando enjoo, e é bem ruim ficar andando de um lado para o outro com uma barriga desse tamanho e as costas doloridas.

 Eu já havia tomado banho e estava usando um vestido longo e leve da cor azul clara. Estava fazendo um calor insuportável, por isso, prendi meu cabelo em um coque. Usava chinelos e estava bem confortável. A porta se abriu e virei-me de lado devagar para ver quem era. Kid. Ele se aproximou e beijou meus lábios. Assim que se afastou, sorriu.

Kid : O quarto dela está perfeito, Liz. Amanhã o designer disse que vai comprar os móveis. – Ele puxou uma cadeira até o meu lado e se sentou. Depois, acariciou minha barriga, quando Evangeline chutou diversas vezes.

Liz : Acho que nossa menininha está um tanto impaciente hoje. – Dei um sorriso, e comecei a acariciar minha barriga. Kid segurou minha mão e eu o encarei.

Kid : Liz... Será que agora que nós nos abrimos um para o outro... – Ele me mostrou uma aliança branca e muito brilhante. – Você aceita namorar comigo?

 Lágrimas finas escorreram por minha face e meu sorriso aumentou de tamanho.

Liz : Claro que aceito! – Ele colocou a aliança em meu dedo anelar da mão direita e nos beijamos mais demoradamente. Ele foi carinhoso. Assim que o ar nos faltou, nos separamos e ele beijou minha testa. – Como conseguiu uma aliança de namoro tão rápido? – Ele sorriu.

Kid : Essa era a joia favorita da minha mãe. Eu a guardo no cofre dessa casa, junto com as outras lembranças boas que tenho dela.

Liz : Mas se era da sua mãe eu não posso aceitar! – Fiz menção de tirar a aliança, mas ele me interrompeu.

Kid : Ela é sua agora. Minha mãe iria gostar que você ficasse com ela. – Evangeline deu outro chute. – Viu, até nossa princesa concorda. – Rimos.

Liz : Então eu vou aceitar. – Dei um selinho nele. Agora finalmente, éramos um casal!

 Minha barriga roncou, mais parecendo um urso rugindo. Kid ficou meio assustado, e eu só pude dar um sorriso amarelo. Eu estava com fome.

Liz : O que acha de irmos comer?

Kid : Claro.

 Ele me ajudou a levantar e fomos andando devagar pela casa. Tomamos muito cuidado ao descer a escada e depois atravessamos a sala de estar. Saímos pela porta da frente e andamos até o lado oeste da casa, onde ficava o jardim e uma pequena fonte. Uma mesa grande mesa estava posicionada próxima a um canteiro de flores, e os empregados ainda traziam diversas comidas da cozinha. Minha boca salivava. Kid me ajudou a sentar, e minutos depois, vimos Patty vir correndo em nossa direção.

Liz : É só ver comida que já vem correndo! Cuidado, ou vai acabar como o Black Star, Patty! – Ela sentou-se de frente para mim.

Patty : Deus me livre disso!

 Quando os empregados acabaram de trazer toda a comida, começamos a comer e conversar animadamente. Chegou uma hora que alguns deles começaram a tocar instrumentos e cantar, e todos foram dançar em pares. Kid me convidou para dançar e lá fomos nós. Estávamos dançando uma música animada, quando ele me beijou.

Kid : Espero que tenhamos mais jantares assim. – Ele sussurrou em meu ouvido. – E acho que a Patty também quer. – Ele apontou em um canto não muito iluminado pelas luzes do jardim.

 Procurei para o que ele apontava e me surpreendi. Meu queixo foi para o chão com tamanha surpresa e meus olhos poderiam cair da cara a qualquer instante.

 Patty estava aos amassos com um dos empregados mais novos, se não me engano era o Will, um garoto de cabelos ruivos e olhos azuis. Parecia que iam se comer ali mesmo. Parece que minha irmãzinha não é tão inocente assim.

Liz : MAS QUE CARALHOS É ISSO!?  

                                                                                                                                    Continua...