História Revolução. - Beijo.

Point View Justin Bieber

As pequenas pedras brilhantes iluminavam a caverna. Eu e Violeta permanecíamos em silêncio apenas ouvindo o som da cachoeira a poucos metros de onde nós estávamos.

Eu tremia vez ou outra por conta dos ventos gelados que batiam contra meu corpo, mas Violeta, diferente de mim, não tremia nem parecia se incomodar com o frio.

Ela se levantou pegando uma pequena fruta que havia em uma espécie de árvore a nossa frente.

Seu formato era oval e a mesma brilhava intensamente. Kleper não fica tão escuro durante a noite por conta do brilho próprio de sua natureza.

- Coma. – Me estendeu.

Arqueei minha sobrancelha.

- Vai me envenenar? – Perguntei risonho.

Ela revirou os olhos mordendo um pedaço.

- Satisfeito? – Me estendeu novamente.

Ri assentindo.

O peguei de sua mão o provando, tinha um gosto exótico, nada comparado ás comidas da terra.

- É diferente. – Comentei.

- É. – Ela deu os ombros. – Devia se acostumar á coisas diferentes.

Arrastei-me até a mesma ficando á seu lado.

- Por que fica tanto na defensiva? – Perguntei tentando ser ´´legal´´ com ela, afinal a mesma tinha salvo minha vida.

Ela revirou os olhos permanecendo calada.

- Eu sei que nós humanos temos negligenciado vocês, mas pelo menos enquanto estivermos presos aqui, vamos dar uma trégua?

Ela me olhou de canto e pareceu refletir por alguns segundos.

- Tudo bem. – Deu um meio sorriso e apontou para meu supercílio. – E você, esta bem?

 - Estou bem.

- Você diz que está bem, mas não parece bem. – Falou juntando seu par de sobrancelhas.

- É o que os humanos fazem, eles sempre dizem que estão bem. Evitamos falar de algo que não podemos mudar. – Dei os ombros. – Vou buscar umas coisas no carro. – Falei me levantando.

Ela assentiu. – Vou me lavar na cachoeira. – Disse se levantando.

Fui em direção ao fim da caverna me distanciando dela.

Point View Margoth

- PROCUREM! O QUE ESTÃO ESPERANDO? NÃO ESTOU VENDO VOCÊS AGIREM, SEUS IMBECIS!! – Eu gritava extremamente raivosa.

Será que sou a única realmente afim de achar alguém aqui? Que droga!

- HOLF?! – Gritei o mesmo que conversava despreocupado com Lize, uma garota nova na equipe.

Ela era daqui mesmo de Kleper então era uma humana modificada. De qualquer forma o jeito que eles conversavam ultimamente estava sendo inútil para o esquema, na verdade tudo que ela fazia parecia inútil para mim.

- Sim? – Respondeu em um tom calmo e sereno.

- Se fosse para ficar conversando não teria te chamado. – Sorri falsa. – E você? Veio aqui para ficar á ver navios? ANDA VAI PROCURAR O JUSTIN E A HÍBRIDA.

- Não precisa gritar e mandar em todos Margo. Não somos seus escravos, por que não tenta achá-los ao invés de berrar como uma insana? – Disse Holf.

- NÃO.ME.CHAME.DE.MARGO. É MARGOTH. – Falei pausadamente.

Ele apenas revirou os olhos me ignorando. Lize riu começando a busca.

(...)

- Acho melhor encerrarmos as buscas por hoje. – Disse Lize ofegante.

Vasculhamos por toda parte, inclusive o local da ultima missão e nada, absolutamente nada, nem sequer uma pista de onde eles estavam. Minha cabeça já criava paranóias e minha consciência gritava o quanto eu fui burra por deixar que isso acontecesse. Ainda que eu não soubesse, a gravidade disso era grande e eu definitivamente estava ferrada.

Eu o amo e ele pode estar correndo perigo ao lado daquela híbrida maldita!

- Ok. – Soltei um longo suspiro. – Podem ir na frente, vou dar só mais uma olhada.

Eles assentiram entrando em seus carros e guardando seus equipamentos. Não demorou muito para que eles fossem, sobrando apenas eu, Holf e Lize.

- Quer que eu te espere? – Perguntou Holf educado.

- Não. Podem ir sem mim. – Falei semicerrando meus olhos.

- Tem certeza? Pode ser perig.. – O interrompi irritada.

- VÁ! – Ordenei.

Ele me olhou com uma feição irritada e simplesmente se virou e saiu totalmente convencido. Lize me olhou por algum tempo ainda sem sair do local, ela tinha um jeito meio petulante e sonso de ser, mas no fundo era uma garota de visão.

- O que esta olhando? Vá embora. – Falei sem paciência.

Ela apenas assentiu saindo dali.

Vasculhei por mais alguns segundos, mas novamente nenhum rastro dele ou dela. Onde diabos eles se meteram?

Point View Justin Bieber

Abri o porta malas do carro tirando de lá alguns mantimentos e até algumas armas, nunca se sabe quando vai precisar, não é?

Os levei até a caverna dando uma pequena olhada em volta. Não havia visto Violeta durante o trajeto nem por perto então resolvi esperar.

Cerca de meia hora havia se passado e eu já estava começando a me preocupar com seu sumiço. Ela me salvou da morte duas vezes e isso fez com que meu ódio por sua espécie se tornasse, no fim, uma grande admiração.

Me levantei indo até a cachoeira que ficava a poucos metros dali. Aproximei-me lentamente ouvindo o barulho da água batendo contra as pedras da mesma. Ela estava lá de costas, completamente nua.

Meus olhos desceram inevitavelmente por cada curva de seu delicioso corpo, ela era completamente linda. Um ser praticamente perfeito, como algo esculpido.

Tirei minhas roupas permanecendo apenas de cueca me direcionando até a cachoeira ficando extremamente perto de seu corpo, ela ainda estava de costas para mim.

- Você é linda. – Sussurrei colocando minhas mãos em sua cintura.

Ela se virou com uma expressão calma e sorriu colocando suas mãos em meus ombros. A puxei colando nossos corpos.

Seus olhos se tornaram verdes, agora, em um fraco sinal de desejo, poderia ser só impressão minha, pois em um desejo intimo, eu também a desejo.

- Eu sei o que você quer.. – Sussurrou rouca e sedutora. – Me beije. – Murmurou aproximando seus lábios dos meus.

Mordi meus lábios descendo meus olhos por sua boca, seios e intimidade. Era como se minha sanidade sumisse do meu ser, completamente hipnotizado. Naquele momento eu queria beijá-la, queria senti-la mesmo que isso me causasse sérios problemas.

Eu estava fora de mim. E então eu a beijei, a selei de leve no inicio aproveitando a breve sensação de ter seus lábios aos meus, nossas bocas se chocavam calmamente.

Uma pequena eletricidade tomou conta de meu corpo me fazendo ter pequenos calafrios enquanto me colava a ela. Não prolonguei muito, não queria perder a cabeça de vez.

A selei novamente nos separando.

Ficamos apenas parados por alguns segundos, eu ainda permanecia de olhos fechados enquanto a água caia sobre nossos corpos, eu ouvia o alto som de sua respiração se misturando ao som de meus batimentos cardíacos.

Qualquer estudante de medicina sabe que batimentos cardíacos acelerados são um sinal de problema. Um batimento cardíaco acelerado pode indicar qualquer coisa.

 De um transtorno de pânico, a alguma coisa muito, mais muito, mais séria.

Um coração que bate ou um que pula uma batida, pode ser um sinal de uma aflição secreta.

 Ou pode indicar um romance… Que é o maior problema de todos.