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História Rex Meus - O Toupeira, o pilantra e a princesa


Escrita por: caulaty

Capítulo 3 - O Toupeira, o pilantra e a princesa


Cartman não gostava de dias ensolarados. Desde que era criança, enquanto todos aproveitavam que o sol havia saído e corriam pelos campos de girassol brincando de pega-pega, o garoto – extremamente gorducho na época – preferia se esconder no subsolo, nas adegas de vinho do restaurante do namorado de sua mãe. Ele era um homem negro, grande e gentil que todos chamavam de Chefe. Cartman gostava dele tanto quanto gostava de dias ensolarados, mas era a coisa mais próxima que tinha de uma figura paterna, visto que sua mãe dançava no cabaré e se deitava com todos os seus clientes, resultando em uma tremenda dificuldade de descobrir quem era seu pai biológico. E Chefe deixava que ele se escondesse no restaurante e brincasse com os ratos, porque nunca teve muitos amigos. Uma pena que os dois tenham tido suas cabeças cortadas antes que pudessem ver aquele garoto gordinho se tornar Monarca do estado.

Gostava dos ratos. Talvez tenha sido essa a sua primeira – ou única – ligação com a princesa McCormick: o fato de que a garota andava para todo canto levando um pequeno roedor na palma da mão, tratando-o com carinho, roçando seu nariz no focinho dele. Isso não o impedia de provocá-la sobre o quão anti-higiênico era viver com um rato próximo ao rosto, mas bem lá no fundo, Cartman gostava do animal.

Pode ouvir o chiado baixinho e fino do rato quando as portas do salão se abriram e o salto alto da princesa anunciou sua aproximação. Cartman continuou parado perante a janela com as mãos nas costas, sendo banhado pelo sol matinal que invadia a vidraça. Observava o pátio lá embaixo, um de seus guerreiros sentados à beira da fonte enorme com estátuas de peixes jorrando água para cima, flertando com uma das cortesãs. Apertou o maxilar em desaprovação, balançando a cabeça de leve. A voz da princesa o desconcentrou:

-Receberam notícias dele?

-Quem? – perguntou distraído, virando-se para olhar para ela como se só então percebesse sua presença.

A princesa revirou os olhos e abanou com a mão para que ele esquecesse, caminhando em direção ao divã de cor rubra para se sentar, soltando o pequeno Lemmiwinks sobre seu colo para que o rato andasse livre sobre seu vestido volumoso de renda preta contrastando com o tecido roxo. Suas duas tranças douradas caíam em frente aos ombros e a tiara reluzia em sua cabeça, encontrando com a luz do sol.

-Eu não gosto nada disso, Cartman.

-Ah. Nossa, mil perdões, princesa. Eu não sabia que o rei tinha que pensar no que você gosta ou desgosta antes de proteger seu reino e a vida de todos que vivem nele. O que você quer? Que o cetro continue com aqueles duendes traíras imundos?

-Você não tinha que ter mandado meu irmão. Sabe muito bem que eu não teria permitido isso se você não agisse pelas minhas costas.

-Eu não tenho que te pedir permissão de nada. Eu sou o rei!

Essa era a frase que Lady McCormick mais havia escutado da boca de Eric Cartman desde o golpe e a tomada do poder. Ela o encarou com desprezo, seus olhos tão azuis cintilando em irritação e seus lábios rosados trêmulos enquanto ela tentava engolir as palavras. Enfim, Cartman quebrou o olhar fixo, caminhando para o outro lado do salão. Deu a volta no piano branco que ficava no centro do cômodo, massageando as têmporas de forma pensativa, deixando escapar um de seus grunhidos pesados que – e é claro que ele não tinha conhecimento disso – os criados do castelo imitavam quando tiravam sarro dele.

-Você não se importa? Ele era a única criança que brincava com você, que te dava o mínimo de atenção. Vocês são amigos desde pequenos. Como pôde mandá-lo de bandeja pros inimigos dessa forma?

O punho pesado de Cartman colidiu forte contra a mesa talhada de madeira, chacoalhando o vaso de porcelana que havia em cima e as flores dentro dele.

-Você não entende nada, princesa. Kenny é mais sorrateiro que esse rato fedido no seu colo, muito mais ágil e mais inteligente. Sim, ele é um rebelde. Sim, eu tenho vontade de quebrar a cara dele no chão quase o tempo todo. Mas eu definitivamente não tenho com o que me preocupar. O homem sabe fazer seu trabalho. Deixe-o fazer.

Ela separou os lábios para protestar, erguendo o dedo indicador com a unha pintada de vermelho, mas o rei não permitiu:

-Ninguém conhece o rosto dele. Ele renegou qualquer denominação real depois da rebelião, ele nunca foi a um campo de batalha, os elfos não sabem quem ele é. Aquele viadinho do Kyle não vai ter ideia de com quem ele está lidando. Ele trará o cetro de volta ao devido lugar e logo essa merda toda vai terminar e eu vou pendurar a cabeça do Kyle em cima da minha cama como troféu.

A princesa se calou. Olhou para baixo, para a pequena criatura que tentava roer a renda de seu vestido, e deixou um sorriso transparecer nos lábios. Levou o dedo à cabeça de Lemmiwinks para fazer um carinho, observando o animal fechar os olhos e roçar seu rosto contra o dedo delicado dela. Quando Cartman deixou o salão, batendo as portas e resmungando alguns palavrões, a princesa se inclinou para chegar com o rosto mais próximo de seu ratinho e sussurrou para ele:

-Nosso rei pode até ser grandão, mas temo que o cérebro dele seja menor do que o dos elfos. O que você acha, Lemmiwinks?

 

 

Christophe vestiu as luvas pretas lentamente, como se quisesse aproveitar cada segundo. Um cigarro queimava no canto da boca do homem, que parecia não se importar com a cinza que caía sobre a mesa à sua frente. Kenny estava sentado em uma cadeira do outro lado da mesa, com as mãos firmemente amarradas para trás, observando o elfo com cautela. Mordeu o lábio inferior em precipitação, incomodado pelo silêncio. Talvez tenha pensado muito rápido que todas as partes do reino dos elfos eram bem conservadas e agradáveis, pois aquela salinha minúscula podia ser muitas coisas, mas agradável não era uma delas. O cheiro de fumaça e limo nas paredes de pedra era terrivelmente forte. Estava tão quente que Kenny considerou pedir ao elfo que rasgasse sua camisa.

Mas essa talvez não fosse uma ideia muito inteligente.

Christophe era uma enorme contradição à ideia de que todos os elfos eram delicados, andróginos, pequenos e gentis. Na realidade, essas características eram exatamente opostas ao homem à sua frente. Uma das pernas dele estava apoiada na cadeira do outro lado da mesa, o pé revestido por uma bota pesada de couro de animal, o peito coberto por uma regata verde musgo completamente frouxa no corpo dele, expondo músculos definidos e a pele muito branca, como se ele não visse sol há duas décadas. Os olhos de Kenny desceram até o cinto de Christophe, que segurava mais objetos pontiagudos do que ele gostaria.

-Não se preocupe. – o francês disse ao observar o olhar fixo do loiro para suas armas, retirando o cigarro da boca. – O rei tem algum tipo de filosofia pacifista que delimita muito o quanto posso me divertir com você.

Kenny sorriu.

-Seu sotaque é diferente. De onde você é?

-Deixe que eu faço as perguntas, loira, que tal?

Enfim, o moreno virou a cadeira para se sentar ao contrário, com as pernas abertas, voltando a tragar o cigarro demoradamente antes de retirá-lo da boca, apoiando os braços no encosto da cadeira. Soltou a fumaça em direção ao prisioneiro, que franziu o rosto e tossiu, virando a cabeça para o lado.

-Cara, faz quantos anos que você não toma banho? – Kenny perguntou rindo, depois fez uma careta. – Você fede.

-Pelo menos temos algo em comum. – Christophe respondeu com um sorriso malicioso que o loiro não esperava. Elfos não costumavam responder dessa maneira aos comentários dele. Isso fez com que Kenny simpatizasse muito mais com aquele homem. – Agora, é do meu entendimento que você compartilha do mesmo sobrenome que a princesa. Quer me contar sobre isso?

-Somos filhos do mesmo pai, não tem muito segredo.

-A princesa não tem irmãos. Espera mesmo que eu acredite que um infante da própria realeza seria enviado em uma missão? A realeza humana não faz nada além de engordar e mandar nos outros.

-É, bem, nós não temos a relação familiar mais saudável do mundo. Olhe, eu concordo com você. Eu também teria nojo de humanos se eu fosse um de vocês, com um rei gordo preguiçoso inútil como o Cartman nos representando, fica difícil esperar outra coisa. Mas eu não trabalho para ele. Eu não sirvo ao castelo. Só porque minha irmã vadia se vendeu à vida de luxuosa e sanguinária da monarquia, não quer dizer que eu seja igual. Eu sou andarilho, fiquei com fome e as maçãs estavam lá. Nem todos os humanos são lixo, sabe?

Os olhos negros de Christophe sequer piscaram enquanto o homem ouvia o discurso. Assim que Kenny se calou, o moreno retirou o cigarro dos lábios para amassá-lo contra a madeira a mesa até que ele se apagasse, levando as duas mãos ao topo da cabeça coberta por um capacete de metal, diferente do que os guerreiros e guardas usavam. Lentamente, ele ergueu o capacete para revelar um cabelo castanho imundo e orelhas... Como as de Kenny.

-Puta merda. Você não é um elfo. – O loiro sussurrou, mais para si mesmo do que para o outro. – Uau. Eles sabem?

A resposta foi uma risada de deboche, não exagerada, mais como um ronco que insultava a inteligência de Kenny.

-É claro que sabem. – Respondeu, colocando o capacete sobre a mesa. – Então não pense, senhor McCormick, que meu problema com você se deve à sua raça. Meu problema com você se deve ao fato de você ser um ladrãozinho de merda sem honra nenhuma. – A mão suja de Christophe bateu forte sobre a madeira e ele inclinou o tronco para mais perto de Kenny. – O que você veio buscar? O que seu rei quer?! Você veio cortar a garganta do Kyle enquanto ele dormia?

Não escapou à percepção de Kenny como esse homem se referia ao rei elfo pelo nome com tranqüilidade, como se sequer aceitasse chamá-lo de outra coisa. Muito diferente do guerreiro que o acompanhou até a cela.

-Não! Eu não faço ideia de que porra você está falando.

A mão que estava deitada sobre a mesa foi à gola da camisa de Kenny, puxando-o com força mais para frente até que seu rosto estivesse bem próximo do de Christophe.

-Por que um andarilho estaria circulando tão próximo do reino inimigo à sua raça? Você podia estar morando embaixo de uma porra de pedra, mesmo assim você sabia que os reinos estavam em guerra.

-Quem é você pra dizer alguma coisa? De algum jeito você veio parar aqui, agora trabalha para eles. Não fale como se fosse um absurdo.

-Eu não quero te socar, loira. Dê-me uma resposta melhor. E não tente me dizer que não sabia que esse era o reino dos elfos, eu não sou imbecil.

-Eu já disse. Eu não tenho casa. Eu não comia há três dias, eu sabia que os elfos plantavam... – A voz do loiro falhou sob a respiração, dando lugar a uma tosse pesada, fazendo com que ele apertasse os olhos e desviasse o rosto. Ele sentia gosto de sangue na garganta. – Se vocês... Se vão me matar, façam isso logo. Porque eu não tenho informação relevante alguma a oferecer. Não posso dizer o que eu não sei. Garanto que ninguém no reino sentirá minha falta, minha irmã nem sabe se eu estou vivo. Você é um cara inteligente. Por que acha que nenhum de vocês sabia que ela tinha um irmão?

Christophe soltou da camisa surrada de Kenny e recuou para trás. Sua expressão era completamente ilegível. O homem se levantou da cadeira, beliscando a ponta do nariz enquanto dava a volta na mesa e se colocava por trás do loiro, inclinando o tronco para levar os lábios próximos ao ouvido dele. A respiração era quente e pesada, dando ao loiro a impressão de que não havia um homem ali atrás, mas sim um bicho muito grande e selvagem. Os dedos sujos de Christophe agarraram uma mecha do seu cabelo, puxando a cabeça de Kenny para trás com força, arrancando-lhe um grunhido de dor. Sentia uma lâmina afiada pressionando contra a pele fina do seu pescoço, não o bastante para feri-lo, apenas para dar um recado.

-Digamos que eu acredite na sua historinha. Você teria abdicado de uma vida luxuosa para passar fome. Por que abandonou seu reino?

Respirar era difícil. O peito de Kenny subia e descia rapidamente, de forma agoniada. Seus lábios feridos se mantinham entreabertos.

-Cartman é um bosta tirano. Passar fome é muito melhor do que viver sob as condições dele. Ei, você acha que pode cortar meu cabelo com essa faquinha?

-E que condições seriam essas?

-Olhe, eu não quero que ele tenha o cetro tanto quanto você. O trono nem deveria ser dele para começo de conversa, ele queimaria vilas inteiras e cortaria gargantas de criancinhas para conseguir o que ele quer. É um filho da puta egoísta. - As palavras saíam mais trêmulas do que Kenny gostaria. Podia sentir os olhos do homem queimando em sua pele, ciente de que Christophe observava cada piscada que ele dava, cada tomada de fôlego. Era óbvio para Kenny que esse homem havia sido treinado – e muito bem treinado – para saber se ele estava mentindo. Decidiu acalmar as coisas com um sorriso. – Mas você deve saber muito bem disso, se está servindo à rainha dos elfos agora.

O aperto do braço de Christophe em seus cabelos se intensificou, forçando-o para trás contra seu peitoral com raiva. A lâmina também pressionava mais forte contra sua pele.

-Você não quer me irritar, loira. Você realmente não quer.

Era possível sentir nas mãos de Christophe o desejo de torcer o pescoço daquele loiro ignorante e acabar logo com essa história. Mas ele não o faria. Era um homem com um dever. Soltou Kenny de forma brusca, jogando-o para frente, fazendo com que ele batesse com o nariz contra a superfície dura da mesa. O loiro segurou na garganta um gemido de dor.

Kenny ergueu o pescoço devagar, a respiração ofegante. Conseguia enxergar um pouco melhor com o olho machucado agora, embora ele ainda não abrisse completamente. Viu Christophe pegar seu capacete caminhar até a porta, ajeitando o pequeno canivete dentro do cinto. Bateu duas vezes na madeira da porta e assobiou. Quase que imediatamente, dois homens abriram a porta, vestidos como os guardas que o atacaram. Virando o rosto em direção a Kenny para dar uma última observada no homem amarrado e ferido, Christophe cuspiu no chão e disse:

-Por enquanto é só. Levem-no daqui.

* * *

Christophe caminhava pelo longo corredor que circulava a parte de fora do castelo, passando pelos arcos de pedra clara e espiando o jardim, que estava tão calmo na escuridão da noite. Passava as costas da mão pela testa para limpar o suor. Porra, como aquela salinha era quente. Alguns elfos lhe desejavam boa noite, passeando sem pressa na direção oposta, alguns bebendo chá em xícaras de porcelana antes de irem para os seus aposentos, mas ele os ignorava. Era quase hora de dormir. Começou a andar em um ritmo mais acelerado, suas botas pesadas fazendo barulho quando ele subia a escada em espiral, em direção aos aposentos do rei.

Seguiu pelo longo corredor iluminado por tochas nas paredes, decorado com um tapete amarelo mostarda que Christophe sujava com suas botas. A porta do quarto do rei era a última do corredor. Deu três batidas fortes na porta de madeira, lembrando-se de que Kyle já havia dito como o reconhecia apenas pela batida na porta. Quem a abriu, no entanto, foi Stan. Christophe lhe cumprimentou curvando o tronco de leve para frente.

-Stanley.

-Christophe. O interrogatório já terminou?

O guerreiro não usava seu capacete, mostrando os cabelos negros bagunçados, e vestia apenas as ceroulas e uma camisa branca de botões abertos, expondo seu peitoral e abdômen, mas Christophe não prestou atenção nisso. Em poucos segundos, Kyle apareceu por trás de Stanley, passando a mão pelas costas dele e sinalizando com a cabeça para que ele entrasse, sorrindo e agradecendo. O rei saiu do quarto e fechou a porta atrás de si. Não usava mais seu manto, nem sua coroa, mas vestia a camisa azul claro de mangas longas e detalhes brancos em art nouveau, com uma pequena corda amarrada na cintura, as mesmas vestes que ele usava por baixo do manto mais cedo. Christophe se curvou apropriadamente, retirando o capacete da cabeça e colocando-o em frente ao peito, esticando a outra mão para segurar a do rei e beijá-la.

-Bonne nuit, Kyle.

-Céus, você é tão francês. – Kyle sussurrou com um sorriso enquanto o homem se erguia, não se referindo somente à nacionalidade dele. – O que descobriu?

-O homem confirma que é irmão da princesa. Mas que renegou a realeza porque não concorda com as táticas do rei. O definiu como... “Um bosta tirano”. Alega que a irmã sequer sabe que ele está vivo e que é um andarilho faminto. Que queria apenas nossas maçãs e não tem relação alguma com o reino de Kupa Keep atualmente.

A expressão do rei ficou mais séria ao ouvir cuidadosamente as palavras, levando o indicador aos lábios enquanto ponderava a situação. Por fim, deu um suspiro e perguntou:

-E em quanto disso você acredita?

-O homem é um pilantra. – ele respondeu com algo semelhante a uma risada, embora Kyle nunca o tenha visto propriamente rindo, ao mesmo tempo em que retirava um cigarro do bolso. – Agora, se ele é um pilantra do rei, eu não tenho certeza. Ele pode estar falando a verdade.

-Não fume aqui em cima.

Christophe umedeceu os lábios e guardou o cigarro novamente, sem qualquer hesitação.

-Os guardas disseram que ele já estava bem sujo quando o encontraram, não? Convenceria como um homem sem teto. Porém... Nada garante que isso não tenha sido proposital. Eu não o soltaria, Kyle.

-Não considerei isso em momento algum, acredite.

-Eu imaginei. Mas conheço seu coração ingenuamente bom, não custa nada alertar. Veja bem, Kyle, se você me permitisse usar de táticas mais eficazes... – Christophe tentou se aproximar, retirando a mão do bolso para erguê-la próxima ao rosto do rei, que imediatamente sacudiu a cabeça.

-Você não vai torturá-lo. Especialmente diante da possibilidade de se tratar de um homem inocente. Seja direto comigo, Christophe. Acha que ele está mentindo?

O homem pressionou os lábios e estreitou os olhos, estudando a expressão do rei e pensando a respeito antes de dar um veredicto. A mão ficou parada no ar, os dedos levemente dobrados e Kyle não deixou de buscar por traços de sangue nas unhas sujas de Christophe. Por fim, suspirou profundamente, ajeitando o capacete de volta em sua cabeça.

-É um homem persuasivo, majestade. Não, não acho que ele esteja mentindo. Mas preciso conversar mais tempo com ele, dar alguns dias para ver se ele escorrega em detalhes da própria história. Por enquanto, não acho que corramos nenhum perigo.

Kyle assentiu com a cabeça. Colocou-se nas pontas dos pés, levando uma das mãos ao ombro de Christophe, beijando sua face devagar antes de se afastar dele e levar a mão à maçaneta da porta.

-Muito obrigado, Christophe. Tenha uma boa noite.

O rei não podia ver apropriadamente no escuro do corredor, mas poderia jurar que viu Christophe corar um pouco.



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