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História Rica Dignidade - Indesejáveis


Escrita por: SWANLIVE

Notas do Autor


Oie luas! Deixa eu esclarecer algumas coisas sobre o Clark que podem ter ficado confusas: Ele é uma pessoa do bem, pode parecer que ele surgiu do nada, mas não é, vocês vão entender em algum cap por ai, e ele é mais novo que o Killian. EEEE, eu o amo demais afz!

Como eu costumava brincar com uma amiga minha, esse capítulo é #CapítuloBomba, só pra preparar vocês mesmo haha. Desculpe qualquer errinho.

Capítulo 14 - Indesejáveis


27 de fevereiro de 2015 - 02:50

Killian's POV

Eu estava irritado. Não, irritado não, irado. Eu queria destruir qualquer coisa que visse em minha volta, qualquer vidro, porta ou pessoa, mas não podia fazer isso, eu estava preso, preso em uma festa idiota, depois ao meu pai e enfim preso em casa. Ficar sentado sem fazer nada, não era uma opção, nunca gostei de ser ameaçado, e não seria dessa vez que eu seria. Eu estava sem tempo e sabia disso.

Avisei a Milah que iria sair e pedi que não deixasse ninguém entrar para saber onde eu poderia estar, depois disse para não esperar por mim acordada e ela já sabia que se tratava de sair e voltar dias depois. Ela e meu pai ficam chateados quando eu sumo sem avisar para onde vou, acham que eu saio porque preciso de "um descanso", mas mal sabem que o verdadeiro descanso é estar junto a eles.

Deixei meu pai em casa e dirigi na velocidade máxima até chegar ao local que queria, eu não ligaria em levar multas ou qualquer outra frescura, e se algum policial me parasse, só lamentaria por ele.

Estacionei a moto em frente ao enorme galpão que costumava frequentar a algum tempo atrás, nós velhos e sombrios tempos. Não tinha ninguém ainda, nem mesmo um barulho qualquer, apenas grilos no meio da madrugada. Analisei com cuidado as gramas altas por não serem cortadas por ninguém, as marcas de pneus de carros, tentadas inutilmente serem escondidas e o cadeado preso a uma corrente que trancava a porta. Saquei minha arma e atirei no objeto, causando um grande e enorme eco por todo o espaço vazio.

— Onde está você agora seu vagabundo? - gritei sentindo as recordações voltarem com potência.

Antes que pudesse me aprofundar na minha linha de pensamento, meu celular tocou, anunciando que Emma ligava, ignorei a chamada, e não entendendo o recado, ela continuou ligando e eu ignorei a todas que continuaram.

O lugar estava diferente, eu não podia negar que ele me deixava fraco, nostálgico e talvez um pouco amedrontado, essa fase não foi a melhor da minha vida. Mexi em algumas caixas encostadas na parece, não tinham nada, mexi em outras no andar de cima, não havia mais nada ali, eles haviam mudado, mas eu sabia que ele viria, ele viria porque ele queria me ver. Me encolhi no canto do galpão e não precisei esperar por muito tempo até ouvir o som de marchas de carro.

— Killian Jones. - uma voz ecoou até chegar em mim, que ao ouvi-lá senti a raiva me dominar por completo.

— Neal Cassady. - gritei de volta entre dentes.

Fui até a peça abominável e o segurei por sua gola, que fingiu tédio e se libertou com facilidade.

— Calma ai estressadinho.

A raiva que me consumia não me permitiu respirar, a quanto tempo eu queria ver Neal morto... Soquei seu rosto com força sentindo o sangue de seu nariz escorrer por minha mão. Ele devolveu sem pensar, com a mesma intensidade.

— Você prometeu! - gritei o empurrando por seu peito.

— E você também grande filho de uma puta.

— Ah então agora vai xingar a minha mãe seu desgraçado? Ah Neal a quanto tempo eu quero ver esse seu rosto nojento e acabar com ele.

Me aproximei do indesejável com cuidado, meu maxilar se mantinha tão apertado que podia jurar que a qualquer hora quebraria meus próprios dentes.

— Escute aqui seu drogado, escute bem o que vou falar para você. A minha paciência está se esgotando, e sabe o que eu vou fazer? Eu vou acabar com você, assim como você fez comigo, com todos vocês e depois... Depois eu vou matar você, lento e dolorosamente.

Neal sorriu esnobe e limpou o sangue de seu nariz dramaticamente.

— Você vai me matar? Vai me matar? Eu estou com medo Killian, sinceramente estou com medo. Estou com tanto medo de morrer de... Não sei... Câncer? Não... Ah, já sei, em um acidente de carro. - ele fingiu falar sério e riu como se fosse uma piada.

Saquei a arma da minha cintura e coloquei em sua têmpora. A raiva me fazia tremer por dentro e ordenava apertar o gatilho sem mais delongas, mas eu não queria fazer isso, eu queria vê-lo sofrer antes de tudo.

— Killian, Killian, Killian, você se sentiu ofendido pelo o que eu disse na festa? Todo garoto mal criado sofre consequências, você não deveria ficar bravo com isso. Aliás, eu espero mesmo que consigam bastante dinheiro para o filhotes, eu adoro cachorros.

— Você sabe muito bem qual é o problema. - apertei mais a arma em sua cabeça, estranhando o fato de Neal ainda não ter reagido de alguma maneira.

— O que está acontecendo Killian? Seu tempo está acabando neném, você sabe disso, não precisa desse drama todo, só faz o que tem que fazer e se verá livre de nós para sempre. Sentiremos sua falta parça. - fez biquinho.

— Seu mentiroso. - abaixei a arma de supetão. - Onde está Gold?

Neal abriu um sorriso nada agradável e me faz baixar a guarda por completo, ele sabe me provocar e isso me irrita ainda mais, o fato dele saber os meus pontos fracos, porque o meu ponto fraco, são eles.

— Você tem medo Killian, tem que admitir, está obcecado, fanático. Nós o enlouquecemos, pensei mesmo que você era mais forte que isso, mas é apenas mais um frouxo, como todos os outros que nos aparece.

— Onde está Gold, me responda. - esbravejei, tentando transmitir o ódio e desprezo que sentia dele.

— Relaxe estressadinho, ele já deve estar longe, em sua casa, tomando um vinho ou se aproveitando de mulheres que babam por seu dinheiro.

— Vocês são dois medíocres mal amados que nunca tiveram um mulher de verdade porque não são bons o suficiente em nada que fazem. - falei com desprezo e cuspi em sua face, percebendo que minha boca sangrava.

Neal murmurou algo como "e você é?" e socou meu estômago com força, cai no chão e ele se aproveitou para utilizar seus pés em mim, com um pouco de dificuldade agarrei seu pé e o derrubei, ficando por cima e batendo com força a arma em sua nuca.

— Vai se arrepender disso playboyzinho. - falou tentando se manter acordado.

— Eu quero que você apodreça no fogo do inferno.

— Eles não me aceitariam lá.

08 de março de 2015 - 10:50

A noite toda. Ficar a noite toda sentada em uma cadeira dura de sala de espera de hospital nunca foi fácil, ainda mais quando junta-se a preocupação e a ansiedade. Quando chegamos explicaram que estavam fazendo algum tipo de procedimento com seu braço e que eu deveria esperar, mas quando tudo acabou eu estava dormindo no banco do hospital juntamente com Clark, que foi a companhia mais agradável que eu poderia ter.

Acordamos cedo, mas Graham estava dormindo, pude ver pelo vidro da sala onde estava, então aproveitei para ir para casa, tomar um banho e trocar as roupas de caminhada do dia passado. Clark fez questão de me fazer ir em sua casa com ele para que ele fizesse o mesmo e voltasse comigo.

Eu não avisei meus pais sobre nada, não queria causar alarme para o que, segundo os médicos, era algo simples de ser resolvido e sem muitos problemas, avisaria assim que saíssemos do hospital.

Agora as coisas por aqui parecem muito mais agitadas do que durante noite, o tempo todo passam médicos e enfermeiras e pessoas chorando, não é um lugar agradável de se estar. Vou até a sala de Graham com um café e um pão com geleia na mão para servi-lo. Sento-me na cadeira e ele se senta em sua cama.

— O que você aprontou dessa vez? - abro um sorriso triste em sua direção. - Eu fiquei desesperada, você fez meu coração parar.

— Foi um acidente de carro, eu não sei bem o que aconteceu, mas o carro capotou umas duas vezes, mas eu estava de cinto, que inclusive machucou meu pescoço, aqui - ele aponta para a queimadura que o cinto o causou. -, pode ver?

— Sim... Graham, você não tem noção do alívio que estou sentindo em vê-lo aqui. - deposito um beijo em sua boca, sentindo a lágrima escorrer por meio de nossos lábios.

— Me desculpe pelo susto.

— Eu trouxe seu café da manhã, aprovado pelos médios. Claro, se você conseguir comer algo. - sorrio de seu braço com gesso. - Para onde você estava indo quando isso aconteceu?

Graham respira fundo e da um gole em seu café, provavelmente agradecendo pelo braço quebrado ser o esquerdo.

— Estava voltando para casa, do aeroporto, tinha acabado de chegar de viagem.

— Sua mãe sabe de algo? - indaguei mexendo em seus cabelos ondulados.

— Acredito que não, já estaria aqui se soubesse.

— É... Eu conheci uma pessoa nova, essa pessoa é super legal Graham, e, a conheci ontem, não tem como saber muito mas, é uma das pessoas com o coração mais sincero que conheci até hoje.

— É? Quem é?

Assim que falar que seu nome tem "Jones" eu tenho certeza de que Graham irá despreza-lo antes mesmo de conhecer, não quero irrita-lo antes mesmo de levantar dessa cama.

— Ele está aqui, seu nome é Clark.

Ele cerra seus olhos e procura por alguém no quarto como se eu o tivesse escondido.

— Ele não está aqui seu bobo. Os pais acham que ele é louco, mas eu não acho, eu acho que tem outra coisa que ele não me contou ainda, afinal, nós nos conhecemos ontem.

— E o que fizeram? - Graham ainda comia seu lanche, com certeza estava com muita fome.

— Jardinagem. Ele é um pouco... Tudo bem, talvez muito viciado nas plantas e queria ajuda com as de sua casa, então me pediu que o ajudasse.

— E como ele te encontrou? - parou de comer para me encarar.

— Eu não sei. Vou chamá-lo aqui. - dou de ombros.

Saio antes que Graham me impeça de sair do quarto e sigo até a recepção onde deixei Clark sentado me esperando. Quanto mais chego próximo mais consigo ouvir uma voz conhecida, tento me recordar de quem é, mas nada me vem em mente, apenas uma nostalgia. Chego e me dou de cara com uma morena conhecida.

— Regina? - falo boquiaberta ao me relembrar de sua antiga aparência, agora ela parece ainda mais com uma mulher séria, com seus terninhos e seus cabelos estão bem maiores, sem contar o quanto pegou corpo.

— Emma? - ela abre um sorriso e vem em minha direção, me dá um abraço apertado, que devolvo com a intensidade ainda maior.

Vejo Clark se aproximar com um sorriso divertido e me desvencilho de seus braços.

— Esse é Clark. - comento o puxando para mais próximo de nós.

— Hm... - ela me lança um olhar malicioso, por mais que sua expressão esteja mais cansada do que nunca via antes. - Ele trabalha aqui?

— Não. - ele mesmo responde. - Eu sou apenas o acompanhante. Por que não pergunta a Regina o que ela está fazendo aqui Emma?

Estranho o comportamento de Clark e começo a pensar se ele realmente não tem alguns parafusos a menos. Sorrio sem graça para Regina, que faz o mesmo, mas a curiosidade me mata, talvez ele tenha ouvido algo enquanto estava sentado, então realmente decido perguntar.

— O que faz aqui Regina?

Ela respira fundo demonstrando que realmente está enfadada, passa as mãos por seu cabelos negros e deixa sua postura se relaxar.

— Graham sofreu um acidente, não sei se vocês tem contato ainda, mas me ligaram e aqui estou eu. Disseram que a sala já tinha uma visita e que eu... - ela para e me olha com curiosidade.

Solto um sorriso pelo nariz e olho rapidamente para Clark que permanece ao meu lado, eu não sei se entendi muito bem.

— Vocês ainda se falam, isso é bom, eu pensei que tinham perdido o contato.

— Como Emma perderia o contato com o próprio noivo? - Clark interrompe.

Regina da uma risada como se não acreditasse no que acabou de ouvir  e se volta para mim esperando que eu desminta o que ele disse, mas permaneço a encarando, me afastando aos poucos.

— N-noiva? Quem?

Não consigo dizer mais nada, eu acho que entendi sim o que está acontecendo aqui. Abaixo a cabeça por alguns segundos e sinto o cheiro do perfume adocicado de Regina e me lembro do dia em que Graham chegará de uma viajem de "trabalho" e foi ver o salão, pude sentir o mesmo cheiro.

— Regina, quem é você para Graham? - sussurro e tenho medo de que ela não tenha ouvido e tenha que repetir a pergunta que nem mesmo eu quero fazer.

— Como assim? Graham é meu namorado.

Sinto-me um pouco tonta e tenho a sensação de que vou tropeçar e cair no chão para nunca mais levantar. Agarro o braço de Clark que me puxa para o corredor e ouço os sapatos de Regina nos seguir.

— Isso quer dizer que...

Me viro de supetão para Regina, assustando Clark e até mesmo a prefeita.

— Isso quer dizer que você é uma amante sua idiota, isso quer dizer que eu fui traída, e você sabia disso não sabia? Esse papelzinho de inocente não me engana Regina. Como não saberia que Graham é meu noivo, estamos preparando a porra de um casamento a meses para... Para nada. Isso quer dizer que você é uma vagabunda, uma outra, uma vadia e eu quero que você vá se ferrar Regina. - grito, cuspindo todas as palavras em cima de Regina. Clark começa a me puxar para a saída sem dizer nada, talvez tentando não me irritar mais.

— Você acha que eu sabia disso Emma? Nós éramos amigas, a última coisa que eu...

— Me solte você também. - me solto de Clark com brutalidade e me direciono para a sala onde Graham está.

Ouço alguns outros novos passos vindo atrás de mim e os ignoro. Tiro o anel de meu dedo com raiva enquanto caminho para sua cama, ele me olha assustado.

— Você é um... - jogo sua aliança em sua colo. - Oh Graham... - minha voz sai tremida.

— O que houve?

É tantos sentimentos, tantas sensações diferentes que não sei explicar, é tamanha a raiva que sinto do homem em minha frente que as palavras faltam em minha boca, minha cabeça só tem bagunça.

— Sabe o que eu quero seu medíocre miserável? Que você engula esse anel idiota com todas as palavras de amor que me proferiu. E me faça o favor de nunca, nunca, nunca olhar para mim novamente, traíra.

Sinto um par de mãos pesadas agarrarem meu braço e logo percebo que é um segurança. Antes que ele me peça calma ou me carregue para fora, seguro o gesso de Graham e o levanto com vontade, o soltando em seu colo.

— Eu quero mesmo que você vá se ferrar. Vá se ferrar. - Grito na porta de saída.

Sou "educadamente" convidada a me retirar do hospital, ao qual saio pegando fogo. Deixo Clark para trás e só depois me lembro que minha bolsa estava com ele. Canto pneu e dirijo o mais rápido que posso para qualquer lugar. Sinto as lágrimas tamparem minha visão e minhas mãos começarem a tremer, encosto o carro em um posto e o desligo.

Eu quero explodir.

A dor que sinto é incomparável com qualquer outra dor que já senti em minha vida. Levar um soco doeria muito menos do que levar um soco no coração. A sensação é tão avassaladora que parece que a qualquer momento meu coração não vai permitir mais que eu viva. O choro sai descontroladamente e tudo que consigo ouvir é o meu próprio desespero dentro do carro.

Por tanto tempo eu fui avisada, eu fui alertada, deveria ter me preparado psicologicamente, deveria ter corrido atrás de saber, mas eu sou inocente demais, boba o bastante para não perceber o que estava de baixo do meu nariz. Agora tudo parece tão transparente, tão obvio que eu me sinto uma burra.

O quão desatenta uma mulher pode ser? Depois de tantas palavras que deveria desconfiar, de tantas verdades bem na minha frente e eu nunca as percebi, ou percebi e decidi ignorar. Eu poderia ter seguido em frente a muito tempo, poderia ter achado alguém que realmente me amasse a muito tempo atrás, esse poderia ser um casamento de verdade, mas eu sinto que perdi tempo.

Agora eu me sinto frustada, destruída e acabada, de todos os pensamentos bons que passaram por minha cabeça até o dia de hoje, agora eu só consigo pensar em coisas ruins, não consigo ver o bem em Graham e tudo que eu quero é ter certeza de que nunca mais vou olhar em seus olhos novamente.

Com todas as seções no psicólogo que eu passei, nesse momento eu tenho certeza de uma coisa, ele me falaria pra não passar por isso sozinha, me diria para encontrar alguém que mais me passa conforto e um ombro amigo, eu sei quem, minha mãe, ela que sempre tem uma mensagem para a vida, um ensinamento, algo de bom para dar. Eu me sinto bem com ela.

Seco minhas lágrimas e me sinto incrivelmente ridícula por me encontrar nesse estado por um homem que nem sequer me amava, tento prometer a mim mesma que não chorarei mais, mas apenas de pensar em não o fazer sinto as lágrimas voltarem novamente. Controlo minha respiração e ligo o carro novamente. Eu preciso da minha mãe.

Poucos minutos depois já estou na casa dos meus pais, abro a porta e imploro mentalmente para que ela esteja em casa, segundos depois tenho minha resposta quando ela grita da cozinha.

— David?

Ando devagar e paro em frente a porta e assim que vejo seu rosto um turbilhão de sensações me invadem novamente. Vejo-me fazendo biquinho em uma tentativa de segurar as lágrimas em meus olhos, funciona por alguns segundos.

— Emma, o que aconteceu? - ela se assusta e corre em minha direção.

— Ele... Ele... - tento explicar mas o máximo que consigo fazer é correr para os seus braços, que me envolvem da maneira mais reconfortante possível.

Adoro o fato da minha mãe me dar espaço e o tempo necessário para pensar em tudo, ela não tem pressa, se percebe que está sendo o conforto de alguém, é tudo o que ela quer fazer, não importa o que tenha acontecido. Mas eu sei que vim aqui para compartilhar minha dor com alguém, por mais egoísta que essa atitude seja, ela é a pessoa em quem eu confio.

— Mãe, - me desvencilho de seus braços e sento na cadeira, esperado que ela faça o mesmo -, tem uma coisa que eu quero te contar.

— Você pode falar filha, pode se abrir comigo. - ela acaricia minha mão.

— Eu... Não vou mais me casar com Graham.

— Emma eu não entendo, eu não estou entendendo, me desculpe filha.

— Graham sofreu um acidente de carro. - minha mãe arregala seus olhos, ela deve estar achando que ele morreu ou está em estado gravíssimo. - Ele está bem, é que... É difícil pra mim falar isso.

— Filha, se você não quiser falar agora tudo bem, eu posso esperar, mas se é algo que te machuca, você tem que falar o mais rápido possível, antes que o ferimento fique abafado e tudo piore.

Não consigo encarar minha mãe, a vergonha que sinto não permite que olhe em seus olhos.

— No hospital, outra pessoa foi chamada, era a amante de Graham. - omito o fato de que é Regina, agora eu ainda me sinto com brava, mas o lado sensato ao qual eu não quero ouvir, me diz que a culpa não é dela.

A cozinha fica em silêncio por alguns segundos e sinto minha mãe apertar minha mão mais forte.

— Como se sente sobre isso?

— Com raiva, envergonhada e burra. - passso a mão no dedo em que o anel de noivado ficava.

— Você tem todo o direito que se sentir brava, e nenhum direito de sentir envergonhada ou burra. Emma, se alguém tem que sentir vergonha, esse alguém é Graham, por ter sido tão estupido e infiel. Isso mostra que ele não tem honra, que não é digno do seu amor, o errado é ele e apenas ele.

Crio coragem para contar a história toda e percebo que é melhor falar antes que eu perca a adrenalina do momento e acabe sufocando mais um machucado.

— Mas eu me sinto mal pela reação que tive, ainda mais pelo fato de que eu também não fui completamente fiel.

Mary cerra seus olhos e me encara pensativa, na espera que eu fale algo.

— Na noite da festa do meu pai eu fiquei com Killian.

Um silêncio se instala na cozinha, incrivelmente desconfortante. Não falo nada enquanto minha mãe processa as informações que joguei nela. Tenho medo de sua reação em relação ao Killian, mas ela não parece brava, me olha com um sorriso sincero, o que me incomoda por alguns instantes.

— E em uma escala de zero a dez, o quanto se sente culpada? - ela faz a típica pergunta que adora fazer.

— Costumava ser dez, agora é sete e quanto mais a minha ficha cair sobre o que Graham fez por meses, irá diminuir. - admito.

— Fique para dormir comigo hoje. Vem cá. - ela se levanta me dá um forte abraço, um ao qual eu gostaria de nunca ter que sair.

— Eu sinto falta dele. De Killian. - comento enquanto subimos a escadas para o meu quarto.

— Então você alimenta mesmo sentimentos por ele... Esse beijo, não foi uma simples beijo, não é?

—Você acha errado?

— Filha, nada que te faz bem é errado pra mim. Agora resta você descobrir se ele vale a pena, se é errado ou não, se ele te faz feliz ou não.

— Bem, eu poderia saber se ele não tivesse sumido no mundo...

— Então procure por ele. - ela sorri e acaricia meu braço com delicadeza.

— Mãe eu só não quero isso agora. Eu não quero mais bagunça na minha cabeça, eu acabei de sair de um relacionamento nada produtivo, eu só preciso processar tudo por alguns dias.

— Eu não quero te deixar triste mas, você tem que avisar a ele que ele está demitido, que não tem mais casamento e o sobre o Graham, saiba que eu estou totalmente decepcionada, e seu pai e eu vamos resolver isso.

— Eu não quero resolver nada. Eu não quero o dinheiro dele, eu não quero nada meu que ficava em sua casa, eu quero apenas esquecer.

E então, eu volto a chorar novamente.


Notas Finais


BOOM!!! Qual foi mais bomba, esse novo Killian ou essa treta da Emma? Eu estava ansiosa pra esse capítulo porque agora as coisas vão ficar interessantes haha... Até o próximo amores, mil beijos. ♡


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