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História Rica Dignidade - V de Vingança


Escrita por: SWANLIVE

Notas do Autor


Olá novamente luas! Só logo avisando, acho que vocês vão amar esse daqui hein? Tem muito CS pra recompensar aquele tanto de capítulo tendo que aguentar o Graham.

Capítulo 16 - V de Vingança


08 de abril de 2015 - 12:32

"Ei, você ainda precisa de alguém?"

Cerro os olhos para o papel colocado na porta de meu apartamento e o tiro com cuidado para não rasgar, então destranco-a e entro, sendo recepcionada por Ava, que dá pulos e latidos.

— Olá garotinha. - me agacho e acaricio seu pescoço, vendo então um papel muito bem enrolado e colocado em sua coleira.

Pego com cuidado e abro, dando de cara com mais letras impressas.

"Vamos fazer um trato".

Olho ao redor do apartamento e me preocupo quando não vejo ninguém, nenhuma pessoa que poderia vir a fazer isso tem a chave do meu apartamento.

— Que está acontecendo aqui Ava? Você é cúmplice garotinha? - tento não ficar assustada.

Ignoro os papéis para procurar comida, afinal, saco vazio não para em pé. Venho da empresa, ao qual estava tendo uma reunião com alguns representantes das marcas dos carros.

Pego uma faca e a deixo do meu lado, algumas pessoas próximas a mim dizem que eu fiquei paranóica depois do roubo da minha conta bancária, uma coisa que eu nunca entendi e nunca vou entender, eu não preciso de motivos para querer me defender e quando apareceu um, me pareceu mais que justo.

Uma rosa vermelha em cima da bancada me chama atenção, a pego e junto tem outro papel que quando o abro um cheiro amadeirado vem até meu nariz, eu o conheço bem.

"Chegue um pouco mais perto, sempre para cima, sempre para frente".

Automaticamente olho em direção às escadas e sigo até elas, que estão cobertas de pequenos papéis enrolados. Sorrio com a ideia de Killian, como se não tivesse visto inúmeros vídeos como este no YouTube, ao qual as mulheres apaixonadas seguem as pistas e no final o homem está lá, pronto para pedi-lá em casamento, uma coisa que eu sei que não vai acontecer aqui, Killian e eu não nos vemos a quase um mês, o que me deixa dúvidas se realmente é ele.

"Se você não tem coragem, não adianta ter vontade."

Penso sobre a frase escrita e por algum momento me sinto ofendida, eu não deveria, ou seja, ele foi direto.

"O meu silêncio é um excesso de palavras que não podem ser ditas."

Eu provavelmente já sabia disso.

"O amor é como o sarampo: todos nós estamos sujeitos a ter."

Me lembro de quando Killian disse isso para mim, as coisas ainda estavam normal naquela tarde, quem diria que depois tudo desmoronaria?

"Anos, amores e taças de vinho são coisas que não devem ser contadas."

Sorrio com essa, eu adorei.

Os papéis estavam colocados aleatoriamente nos degraus, alguns tinham outros não, então logo chego a última.

"O que cura um amor é outro."

Tudo isso, todas essas frases me fazem pensar onde Killian quer chegar com isso, a um mês eu venho fugindo de suas ligações, de seu contato, mas ele parece não desistir. E eu ainda quero saber como ele teve essa ideia e como fez para ter todo acesso a minha casa.

Por mais que eu esteja fugindo, provavelmente eu sou a que sinto mais falta. Killian sempre era o amigo que me fazia sorrir, ele me fazia bem, do seu jeito, mas fazia. Depois do dia que ele disse que não poderia "fazer aquilo", a única coisa que eu mais queria era sentir seus lábios contra os meus, mas eu não gosto da sensação de estar me apaixonando por alguém que agora terá outra noiva para cuidar.

Na porta em minha frente tem uma placa, também impressa, com uma seta indicando o corredor da esquerda, o sigo até chegar na porta que tem outra seta indicando a esquerda novamente, mas é o fim do corredor, então abro a porta e logo me deparo com várias letras recortadas provavelmente a mão e coladas na parede.

"Um pouco de problema não machuca ninguém."

Diz a frase. Isso é bem a cara de Killian com seu jeito misterioso de ser. Eu acredito que cheguei no final da "caça", e adivinha a surpresa, ele não está aqui. Penso em lhe mandar uma mensagem falando algo sobre o que ele fez, mas, será mesmo que foi ele? Se sim, o que eu possivelmente posso vir a falar? "Obrigada"?

Me deito na cama do quarto de hóspedes e avisto em cima da escrivaninha uma caixa relativamente grande embrulhada como um presente. Ansiosa como sou, tiro o laço e arranco a tampa, desvendando o que parece ser um vestido na cor rosa, mas em cima tem outro papel, que parece mais uma carta.

"Hoje faremos uma aventura,
Pego você as sete,
Por favor, use o vestido.
Quer uma dica? 
V P/ G"

Como uma adolescente, sorrio com toda a situação e sinto uma pequena alteração cardíaca e cá entre mim, é engraçado, criativo e por mais que eu não queira admitir, romântico.

V P/ G? Eu não faço a mínima ideia do que isso pode ser, então não considero uma dica, já que não sei nem sequer o que a primeira letra significa, mas não me interesso o bastante para pensar nisso, os meus pensamentos voam para onde vamos e o que vamos fazer, que está na dica, então eu não faço a mínima ideia.

Com toda a animação das frases e do presente e de que talvez eu tenha um encontro marcado, encontro...? Com tudo eu ainda me pergunto como Killian pode ter entrado aqui já que não tem minhas chaves, mas Tinker as tem, e como já percebi os dois parecem ter uma grande vontade de "trabalhar" juntos.

Volto para minha cozinha e ligo para Tinker, que atende apenas quando ligo pela segunda vez.

— Eu. Estou. No. Meu. Trabalho. Coisa. — ela já reclama ao atender.

— E eu também estava até chegar em casa e descobrir que alguém provavelmente abriu as portas da minha casa, quem faria isso?

— Aaaaah, sobre isso, viu só a criatividade do cara? Emma, juro, apenas ele e ninguém mais teve a ideia de tudo e a parte que você ainda vai descobrir.

— Então vocês são cúmplices agora? - me sinto ofendida por não fazer parte do grupo.

— Sim, afinal, se ninguém der um empurrão as coisas não funcionam! Você fica se corroendo pelo o que aconteceu e não segue em frente.

— Corroendo pelo o que aconteceu? Tinker, eu trabalho com a verdade, eu já superei e inclusive, como assim seguir em frente?

Tinker solta um lufo de impaciência do outro lado, ao qual é alto o bastante para que eu possa ouvir.

— Vai me dizer que não percebeu que Killian está super todo pro seu lado?

— Não!

— Emma, você é uma doce, juro, eu te adoro, você é minha melhor amiga, mas acontece que às vezes você se finge de desentendida.

Solto uma gargalhada inocente.

— Ele foi até sua casa e você se escondeu, ele te deixou mensagem e você não respondeu, e agora ele faz isso, qual é? Ele era seu assessor, você o demitiu, devia ter acabado aí, não?

Sim... Devia ter acabado aí, mas não acabou...

— Emma, eu preciso voltar ao meu serviço, por favor, concerte essa sua vida. Beijos.

— Beijos.

Desligo o telefone e repenso em suas palavras "concerte sua vida", que ousada! O fato me lembra o almoço que tinha marcado com Regina, sim, Regina, nós combinamos de nos encontrar, algumas coisas precisam ser colocadas sobre a mesa.

Entro no elevador e desço para o térreo do prédio, que tem um restaurante do próprio local, ao qual pessoas de fora não podem entrar, por isso vejo Regina mexendo em revistas colocadas na recepção. Puxo ar para o meu pulmão e crio coragem para seguir em frente.

Não nos falamos mais depois do ocorrido, sendo assim, as palavras que eu disse para ela ainda podem estar vivas em sua mente, a maneira como eu a trarei também.

— Ei, Regina. - chamo sua atenção.

— Emma, oi.

Ficamos por no mínimo dois minutos nos encarando, completamente constrangedor devo dizer. É difícil olhar para Regina agora que sei que Graham dormia com ela e horas depois fazia o mesmo comigo.

— Então, vamos entrar? - digo por fim.

— Ah claro, estava esperando você chamar.

A garçonete nos guia até a mesa que eu havia reservado e deixa o cardápio em nossa frente, nos deixando sozinhas logo em seguida, o que pra mim é a pior parte. Quando Regina percebe que eu não serei a primeira a falar, ela toma coragem e percebo que logo ela dirá algo.

— Emma, eu não sei como e nem o que falar com você, em toda minha vida eu nunca passei por algo mais... você sabe, que esse momento.

Largo feliz o cardápio que fingia ler, afinal, eu não precisei começar, mas agora eu sei continuar.

— Você pode começar me falando sobre o Graham.

— Okay. Bem... Hã...

Percebo que não só pra mim mas também para Regina, é difícil falar sobre o homem que enganou nós duas, ela também sente ódio dele, assim como eu, e não vou negar, pelo fato de ela ser a amante e de que éramos melhores amigas, provavelmente seu ódio é maior que o meu.

— Nós começamos essa... coisa, em uma festa insignificante de Storybrooke... eu não quero me aprofundar nisso Emma, por favor, não me faça falar mais nada, acredite, eu estou com tanto nojo e ódio quanto você.

— Regina, calma, nós estamos indo devagar, eu não quero que me conte como foram suas noite ou seu primeiro beijo, quero saber sobre mim, ele nunca deixou nada escapar que tinha outra pessoa? Você nunca desconfiou?

Regina solta uma risada sombria, não para mim, o que me tranquiliza.

— O idiota era tão bom que eu nunca sequer poderia imaginar. Claro que tinha o fato de que ele não morava em Storybrooke e eu deveria desconfiar que alguém como o Graham não ficaria sozinho em Nova York, a grande cidade.

— Incrível o fato de nenhum conhecido, sei lá, ficar sabendo disso e nos avisar, que dizer, Tinker sabia, ela sabia de muita coisa, Tinker sabe de coisas que eu nunca poderia imaginar, o fato de ela não saber sobre você também é simplesmente insano.

Respiro com impaciência, essa é a pior conversa que já tive em minha vida, queria que Regina e eu estivéssemos realmente comendo algo e conversando sobre qualquer coisa menos isso.

Ela chama um garçom e faz seu pedido enquanto apenas peço para ele "o mesmo de sempre".

— Eu posso tentar te pedir perdão por isso? Adiantaria alguma coisa?

— Regina, isso que você está me pedindo não é uma coisa que acontece de uma hora para outra, é um processo lento, se eu dissesse para você que te perdoo eu estaria mentindo, é tão recente.

— Eu entendo Emma... E também queria que entendesse que eu não sabia sobre você, que eu também fui engana e também tive meu coração quebrado, e o fato de que vocês estavam noivos piora tudo, tanto pelo fato de que me sinto culpada por estragar duas vidas que seguiriam juntas como carne e unha, tanto porque você ainda é minha melhor amiga Emma e de um jeito ou de outro, a escolha principal dele foi você, isso me faz sentir uma intrusa.

Penso nas palavras de Regina, ela está certa em todos sentidos, além de que falou coisas ao qual eu não havia pensado, por isso minha mãe achava tão importante eu ter uma conversa civilizada com a "amante número dois" como ela costuma chamar já que não sabe que Regina é a amante.

— Ah Regina, eu tenho tanto medo disso nos prejudicar, você e Tinker são umas das pessoas mais importantes da minha vida, eu sei que não é sua culpa, a culpa inteira é de Graham e apenas ele devemos culpar.

Eu tenho mesmo medo disso nos prejudicar, e por mais que meu psicólogo diga que sim, eu continuo acreditando que nós podemos superar isso, afinal, Graham é só alguém que vai ser esquecido com o tempo e logo será reduzido a nada, enquanto Regina sempre esteve e sempre estará ao meu lado, nós somos como uma família. Tento colocar em minha cabeça de que isso que aconteceu conosco é algo comum, mas é difícil.

O mesmo garçom volta com nossos pratos e os coloca em nossa frente, o que me deixa feliz, assim podemos ter um tempo para pensar melhor. Comemos em silêncio e eu continuo sempre checando as horas, que como a maioria do meu tempo, passa devagar. Eu estou ansiosa para ver Killian, será que ele sente o mesmo?

— Como estão seus assuntos em Storybrooke?

— Do mesmo jeito, um problema aqui outro ali, nada fixo, ainda continua a mesma cidade tranquila que sempre foi.

— Eu tenho saudade de lá. Tenho saudade de como éramos unidos, toda a família, todos os amigos... Eu saí muito cedo, queria que tivéssemos morado lá por mais tempo.

— Não é tarde pra tudo Emma, você sabe que ainda pode ir. - Regina toma vários goles de sua água e me sinto mal por não estar a acompanhando e sim estar com um vinho.

— Não, - sorrio da sua inocência -, nem tudo é tão fácil para mim como é pra você. Meus pais tem uma vida aqui, e eu também, não posso deixar tudo para trás.

— Bem, você deixou Storybrooke. - ela fala ressentida - Você me deixou e levou Tinker com você, levou Mary, que era como uma mãe para mim, David, o meu melhor amigo, me deixou sozinha para tomar conta de toda aquela cidade, apenas eu e mais alguns... Quem você vai deixar para trás aqui se você leva todos seus discípulos quando se migra?

Uau! Eu nunca havia visto por esse lado, nunca havia pensado em como excluímos Regina de nossos planos, de nossas vidas, e ela nunca reclamou, sempre nos apoio da melhor maneira que pôde. A escolha de me mudar nunca foi minha, eu nunca tive nenhuma escolha em minhas mãos, mas o que falar de alguém que nunca tentou sair de sua zona de conforto?

— Venha para Nova York, você pode morar comigo o quanto quiser. - enfim me animo em algo e sinto que nós somos capaz sim de esquecer o que aconteceu se tentarmos.

— Nem tudo é tão fácil para mim como é para você... Mas eu não estou fechando nenhuma porta, talvez um dia você precise Emma, talvez um dia mais que nunca você precise de alguém e eu vou estar ao seu lado, porque eu te amo e isso é tudo que precisa estar ciente.

— E eu preciso de você aqui! Tem tantas coisas acontecendo e mais que nunca eu preciso do seu jeito sério para me ajudar a voltar a ser quem eu costumava ser, eu me sinto tão idiota em dizer que cada dia é um desafio ter que ir até um psicólogo para ter que me dizer para parar de ser idiota. - viro o copo de vinho e coloco mais em minha taça.

— Emma, escute isso, você não precisa de mim e nem de um psicólogo, você só precisa de algumas palavras que te mudarão agora. Você pensa que sua nova vida te mudou, que Nova York te mudou, que Graham te mudou, você pensa que antes você não era insegura, que antes era mais divertida e que não precisava de ninguém, mas é mentira, a verdade é que você sempre foi, sempre foi todas essas coisas, a diferença é que antes você não tinha medo, não tinha medo de enfrentar coisas novas, era a pessoa mais corajosa que eu conhecia, e foi isso que você perdeu. Esse não é o sentido da vida, faça alguma coisa, mude alguma coisa, não tenha medo de ser você, tens medo de que as pessoas não gostem do que você faz, tem medo do que as pessoas vão achar se tiver opiniões próprias, e você não tem que ter, apenas seja você mesma. Quero dizer, se você morrer hoje, o que você fez da sua vida? Você foi para reuniões, foi trabalhar? Brincou com sua cachorra, foi fazer dinheiro, pra que? O que disso você vai levar para seu caixão? Viva cada dia como se fosse o seu último dia, e o que você faria hoje? Iria ficar em casa se corroendo por coisas ruins que acontecem? Não! Aja! Vá pular de um avião, se apaixone por outra pessoa e quebre a cara novamente porque você sabe que vai acontecer, ninguém é para sempre e tudo pode ser substituído. Quando nós éramos crianças você falava para todo mundo que queria um futuro inesperado, e eu te admirava por isso, mas quando eu cresci eu percebi que isso estava errado, o seu futuro não é daqui anos, o seu futuro é agora, de manhã você sonhava com um futuro e olhá só, nós estamos nele, faça-o valer a pena, não fique aí parada. Essa nossa história deveria ser um motivo de piada "eu e minha amiga estávamos com o mesmo cara, ha ha ha que engraçado, mande a próxima, eu quero descobrir o mundo". Você entendeu? Esse é o sentido da vida.

— Regina, eu, eu...

— Não precisa falar nada, só saiba que eu vou ficar por alguns dias, são minhas férias.

Uma alegria estranha percorre todo meu corpo e me sinto grata por essas palavras, e pela existência de Regina e mais ainda por ela ter sido um instrumento dos deuses para me mostrar que eu me casaria com a última pessoa que eu ia querer fazer isso.

— Isso é ótimo! Eu aprecio suas palavras e eu fico tão feliz que vá ficar aqui. Tinker precisa saber disso e eu preciso te falar uma coisa.

— É sobre um homem? Cabelo preto, olhos azuis e roupas todas pretas que subiu com Tinker para seu apartamento sem você estar em casa?

— Como você sabe disso?

— Eu já estava aqui, mas não deixei que Tinker me visse e quando você chegou eu nem sequer a vi.

— Eu passei pela garagem, cheguei de carro. Você me esperou por muito tempo e espero que me perdoe por isso, mas... Ele era nosso assessor de casamento e me chamou para um encontro de uma maneira bastante diferente.

— Você gosta dele?

— Eu não posso mentir pra você, então, eu acho que sim, eu não sei exatamente.

— Então vá, faça a sua vida, governe Nova York com ele, cause, apareça e me fale como foi.

— Eu vou, por você. E se ele sair voando por aí, tudo pode ser substituído.

Killian's POV

Eu não posso explicar, eu apenas a quero mais do que já quis qualquer outra mulher, mesmo não podendo fazer isso, mesmo sabendo das consequências eu a quero, isso é egoísmo, mas quem disse que eu não era egoísta?

A observo se aproximar com o vestido que a dei e o cabelo preso e penso como é bom manter o contato visual com ela depois de tantos dias. Abraço Swan como se assim pudesse a manter segura para sempre em meus braços, e por incrível que pareça ela não hesita.

— Então, vai me falar o que de clichê vamos fazer? Um restaurante chique? Observar o céu? - ela pergunta com sede nos olhos, algo que se vê raramente.

— Não, não, uma pouco de problema nunca machuca ninguém não é?

— Bem, o vestido diz outra coisa. - ela sorri.

— Você vai ver, aliás, eu acho que hoje vai chover, e me desculpa, nós estamos de moto.

— Que, você é feito de açúcar?

— Boa Swan.

Nós vamos de moto, apesar de Swan ter tido um pouco de dificuldade em se ajeitar com o vestido, nós conseguimos e a levo para onde havia planejado, aula de dança, a aula de dança que seria para o seu casamento, mas eles não conseguiram chegar a esse ponto.

— Aula de dança? - Emma pergunta quando chegamos.

— V P barra G, vingança para Graham, ainda está no nome dele, nós vamos dançar mas quem vai pagar é ele, depois podemos pensar em algo mais criativo.

Emma dá uma pequena crise de riso e quando volta ao normal ri mais um pouco.

— Sabe, eu conheço alguém que é ótima com vinganças e que com certeza iria amar ajudar.

— Então já temos um contato, agora vamos, a professora deve estar nos esperando.

Ofereço o braço a Swan e ela aceita de bom grado. Subimos em silêncio e não tenho dúvidas de que o motivo desse sossego é o fato de ambos estarmos apreciando a beleza do lugar. Um cheiro de rosas e vinho dançam pelo espaço, de fato existem rosas, colocadas organizadamente sobre pequenas estantes no corredor estreito, mas são falsas, por mais que não pareçam.

Adentramos a sala ao qual foi indicada pelo telefone quando liguei, então aí sim vemos beleza, o lustre de diamantes é o mais chamativo, depois do espelho enorme que cobre uma parede inteira claro.

— Uau. - Swan fala primeiro.

— Uau. - dou continuidade - Qual o preço dessa aula? Sinto que alguém vai gastar um pouco. - sussurro.

— Eu não sei, quem marcou foi você...

— Boa noite. - nossa conversa é interrompida por uma mulher e um homem bem vestidos e com corpos eretos.

— Boa noite. - respondemos em dupla.

— Você deve ser Emma Swan e você deve ser o noivo, Graham.

Emma tenta esconder um sorriso virando-se de costas e fingindo estar espirrando.

— Prazer. - tomo frente.

— O prazer é nosso. Eu sou Sebastian e essa é minha parceira Katy, somos professores de dança há seis anos, mais especificamente aulas em grupo, mas temos muitas aulas individuais, como a de vocês.

— Sem mais enrolações, por que não começar? - Katy sugere - Comecemos com a postura que devem manter ao dançar. Costas eretas, passos firmes, respiração controlada...

— Você é a moldura. E ela é a pintura. Na sua moldura. Tudo o que você fizer, é para exibi-la. - Sebastian completa.

— Ótimo, me dê sua mão. - me pede - Coloque-a nas costas dela, sempre lembrando que a dança de casamento não é totalmente sensual, é também uma dança que representa a ingenuidade do casal, e vocês precisam passar segurança.

— Okay. - Emma sussurra quase imperceptível, é impossível não notar sua vontade de sorrir.

Aproximo nossos corpos o bastante para Katy nos separar um pouco, o que leva Swan a soltar o sorriso que tanto segurava.

— Acha a dança engraçada senhorita Emma?

Assim que Katy a passa o sermão Swan parece querer ainda mais rir da situação, mas fica séria e nega com a cabeça.

— Vamos demonstrar primeiro.

Os dançarinos adquirem a posição que devemos seguir, em seguida Sebastian toma Emma para que "ela entenda a maneira como devemos no comportar". Katy faz o mesmo comigo.

— Você percebe que sua mão deve estar posicionada em centro das costa de sua dama, um pouco mais a cima? Suas mãos devem estar delicadamente encaixadas e seus pés alinhados.

— Assim como os pescoços devem estar levantados, mas não demais, centralizados ao ponto de seus olhares se fixarem.

— Coisa que eu vejo que não será difícil, já que não param de se encarar, não é mesmo alunos? - Katy novamente nos passa um sermão.

— Não podemos culpar um casal apaixonado Katy, eles vão se casar.

— Sim Katy, nós vamos nos casar. - Swan usa o tom de ironia.

— Tudo bem, já que prestaram atenção, reproduzam as posições.

Assim como Emma, Sebastian às vezes tem vontade de sorrir, mas no fundo é perceptível que assim como Katy, ele leva a dança a sério. Para eles isso não é apenas algo passageiro, a dança tem que expressar um sentimento, como se devêssemos dançar com a alma.

Swan toma a iniciativa e se aproxima, reproduzindo a posição exatamente igual, ou pelo menos achamos que sim.

— Ótimo, são bons aprendizes. - o homem incentiva - Liguemos a música então. Aliás, pedi que escolhessem uma música ao qual irão dançar na festa, fizeram isso?

— Hã... - droga. Eu me esqueci da música.

— Sim! Escolhemos Me and Mrs. Jones, na versão de Michael Bublé.

Agradeço Emma internamente pela escolha da música e por se lembrar de uma tão boa e tão rapidamente.

— Ótima escolha. - os dois elogiam ao mesmo tempo e vejo Sebastian mexer em seu aplicativo de música e conectar no pequeno rádio, que mostrar uma potência extraordinária.

Eles se unem para nos mostrar como fazer os passos e é incrível a maneira como sentem a música e a reproduzem em seus corpos. Quando a mesma acaba eles dizem que criaram a dança agora e que já a tem gravada. Era nossa vez.

Eu nunca vi a dança como algo para um homem fazer, é um pensamento machista, mas nunca vi nenhuma necessidade nisso, além de que as mulheres parecem muito mais elegantes quando fazem isso. Mas dançar com Emma e a ver dançar dessa maneira deixou meu coração quase tão palpitante como na noite em que nos beijamos.

Dançamos muito, repassando a mesma dança algumas quatro vezes, todas vezes sendo interrompidos para sermos corrigidos, então voltávamos do começo novamente, é cansativo, embora pareça que se passaram meia hora, se passaram duas horas.

— Você está fazendo tudo errado Jones. - Swan reclama.

— E você está perfeita, e está de salto.

— Que foi? Sabe dançar não?

— Shiiiu. - a rodopio e a colo em meu corpo, aproveitando que os professores estão distraídos.

— Se importam se formos buscar um pouco de água? - Sebastian pergunta enquanto seca seu suor com um lenço.

— Sem problemas. - é Swan que o responde.

Em um instante eles não estão mais aqui, o que me anima, ficar sozinho com Emma é algo tão raro de se acontecer, ela sempre está sempre tão rodeada de amigos e outras pessoas.

— Você tem que melhorar suas vinganças Jones, isso não me parece uma.

— Pode não parecer, mas é. Não se sente bem em saber que ele não está mais em sua volta e que agora está livre?

— Livre... livre para?

Uma atitude fala mais que mil palavras, é o que minha mãe sempre me ensinou, pelo menos uma vez na vida tenho que fazer algo que ela me passou.

Emma é apressada e claramente sabe o que vou fazer, tentar beija-lá não é tentar quando ela quer a mesma coisa. Me inclino o bastante para alcançar seus lábios, quando o faço a porta é aberta novamente, o que faz Swan recuar.

— É... espero que não tenhamos estragado nada.

— Ah vocês com certeza...

— Chegaram na hora certa, estou morrendo de sede. - Emma me interrompe para completar minha frase, que soava um tanto grossa e aceita os copos de água que lhe são oferecidos.

— Que ótimo, mas lamento informar que a aula se encerra por aqui, esperamos que tenham gostado e que algo tenha entrado nessas cabeças, e claro, esperamos que voltem para próxima aula.

— Na verdade, foi tudo ótimo Katy, mas essa aula apenas está ótima, vocês são ótimos profissionais.

— Mas senhor Killian a aula é um pacote, não podemos separar isso e cobrar apenas uma aula, além de que ainda tem muito o que aprender.

— Não tem problema, podem cobrar o pacote.

— Tudo bem Emma, se você diz. Me desculpem caso tenha sido um tanto... puxada, e espero que se lembrem de tudo, obrigada.

— Lembraremos. - Swan e eu respondemos juntos.

— Eu os levo até a saída. - Sebastian se oferece.

— Não precisa, estamos bem.

Pegamos nossas coisas e nos retiramos do local, indo direto para Melissa A Moto, onde decididamente quero terminar o que começamos, porque o desejo de sentir os lábios de Emma aos meus parece me matar internamente.

Melissa parece mais longe do que onde a deixamos, ainda mais agora que sinto pingos de chuva em meu blazer. Que romântico, até parece que vivemos na época do Romantismo, onde até mesmo o clima cooperava para que os casais ficassem juntos. Pensei que isso só acontecesse em filmes e livros.

Quando chegamos desenlaço nossos mãos, que esquentavam uma a outra e a uso para puxa-lá para mais perto, que leva um susto quando percebe que sem enrolações está dentro dos meus braços e que seus lábios estão grudados aos meus.

Agora é diferente, não é como a primeira vez ao qual estávamos fazendo algo errado e perigoso, ao qual eu não podia fazer o que queria pois sabia que Emma se culparia depois, agora não é apenas o fato de que ela me quer, agora ela quer e pode ter sem se sentir mal por isso.

Nosso beijo não se esquenta, ele já começou fervendo. Nossas línguas sabem exatamente o que fazer, onde se encontrar e onde se encaixar. No fundo sinto o gosto de vinho na boca de Emma e me pergunto o que Graham tinha na cabeça para não valorizar a mulher que tinha em suas mãos.

Swan solta um gemido quando mordisco seus lábios e desço para seu pescoço, colocando pressão o suficiente em suas coxas para senta-la na moto, aprecio o mesmo com todas as minhas forças, apenas desejando ouvir mais, porém isso me faz parar, estamos na rua, não em casa.

— Por que você... - Emma tenta falar enquanto busca por ar.

— Porque você é especial demais para não se apreciar na luz. Está escuro aqui.

— Então...

Antes que Emma possa sugerir algo decido a interromper, se não formos devagar sobrará para mim e eu não quero a perder agora que acabei de a ganhar.

— Nós podemos comer em algum restaurante chique e clichê e depois eu posso te levar pra casa e te dizer que isso não é um adeus.

— Isso não é um adeus.

Swan repete em um sussurro e sei que está tudo bem, ela, assim como eu, sabe que está na hora de pararmos e que isso pode ter sido apenas começo de muitas coisas que ainda vão nos acontecer.


Notas Finais


Me contem o que acharam luas, sabem que adoro me interagir com vocês não é? Deram pulinhos por esse beijão no final? Eu espero que sim porque eu dei muitos haha! Obrigada por lerem até o fim e os espero no próximo. Mil beijos.


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