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História Rica Dignidade - The New York Times


Escrita por: SWANLIVE

Notas do Autor


ENFIM CHEGAMOS! Sei que fui a exagerada né, sai postando três capítulos, mas pelo menos agora está igual nas duas plataformas. Isso é bom para mim mas acredito que ruim para vocês, já que agora terão que esperar quinze dias :( (ou menos porque estou de férias). Espero que gostem e me desculpem qualquer errinho.

Capítulo 17 - The New York Times


09 de abril de 2015 - 06:45

Narrador

O carro preto estava a 140 km por hora quando chegou no pequeno subúrbio, diminui sua velocidade quando se aproximou da calçada quente. Robin, que observava todo o local avistou um carro de polícia estacionado poucos metros de distância da casa com a porta vermelha.

— Killian, olhe aquilo - apontou para o empecilho.

— Medroso desgraçado - reclamou e encarou Smee sentado no banco traseiro. - de um jeito nisso. Robin, porta dos fundos.

Smee, que respeitava fielmente a hierarquia, pegou seus instrumentos e andou disfarçadamente até os policiais, que comiam tão concentrados que nem sequer notaram quando um homem de rosto preto os doparam. Voltou para seu local inicial e observou enquanto Killian descia do carro com seu terno típico de quando ia fazer cobranças.

Jones bateu na porta com impaciência, ninguém atendeu. Minutos depois ouvi-se um vidro se quebrando, como se alguém tentasse fingir às pressas pelas portas dos fundos, segundos depois Robin a abriu a porta principal pelo lado de dentro.

— Típico - murmurou o amigo que segurava um homem pela gola de sua camisa.

— Vamos bater um papinho Will, está na hora de acertarmos as coisas.

Fechando a porta atrás de si, Jones forçadamente o sentou em uma cadeira, Robin pressionava seus ombros para baixo na intensão de segura-lo.

— Eu prometo, semana que vem eu posso te entregar todo o dinheiro, à vista - Will começou a sentir o medo invadi-lo.

— Will Will Will o que eu faço com você? Aliás, que show tentou fazer colocando a polícia em sua cola?

— Me desculpe não foi minha intensão, eu simplesmente...

— Ah - Robin exclama sem paciência.

— Está tudo bem Will. Está tudo bem.

O homem cerrou seus olhos, não esperava por um perdão.

— Mas está ciente dos juros que terá que me pagar, certo?

— Sim senhor eu sei sobre tudo, eu só peço que não machuque ninguém...

— Ótimo Will, você é um pessoa legal de se conversar. Você entrou nisso, deve saber como funciona a agiotagem, terá que me pagar uma hora ou outra, eu poderia deixar passar meses, e cada dia que passasse aumentaria o juro e no final eu teria muito mais que o necessário, mas sabe o que acontece? Eu preciso do dinheiro pra adivinha quando? Semana que vem. E se você diz que vai pagar semana que vem, vai mesmo pagar semana que vem? Não é?

Will, um pai de família, já com alguns fios de cabelos brancos, claramente pintados de tinta loira, confirmou nervoso.

— Ah e sem falar que você também vai tirar a polícia do seu pé e seja lá que ladainha contou para aqueles bobões, você vai desmentir - acrescentou Robin.

— Aliás, seu carro está ótimo conosco, não se preocupe. Viemos com ele hoje, desculpe, usamos alguns quilômetros. Bem, nós não temos muito tempo. Como posso garantir isso..? Will, por que você não beija meus sapatos?

Hood encarou o amigo com surpresa, isso era novo, nunca haviam o feito antes, não costumavam fazer coisas do tipo, apenas passavam um pouco de medo e pressão.

— O que? - pela primeira vez Will havia falado algo espontâneo, já que era a segunda vez que essa cena acontecia.

— Beije, meus, sapatos. Me garanta que terá meu dinheiro, sabe que seu carro não é a única coisa que temos em nossa mãos.

Era verdade, se quisessem ameaça-lo com sua família eles sabiam exatamente onde encontrar todos, mas Killian jamais seria capaz de desconstruir uma família como a sua foi desconstruída.

Will se ajoelhou no chão jurando aos céus que se não conseguisse o dinheiro ele mesmo arrumaria uma maneira de matar Jones. Quando o homem começou a se inclinar o tempo parou para Killian por frações de segundos, ele tinha memórias daquilo.

"Gold, que antes andava de um lado pro outro avaliando todo o lugar, parou e encarou o homem em sua frente.

— Beije minhas botas - disse com superioridade.

O homem inclinou-se sem mais delongas e parecia estar disposto a tal humilhação, mas então ouviu-se um baque, e Gold estava nos braços de Neal. O que parecia disposto a beijar sua botas havia na verdade agarrado seus dois pés e derrubado seu oponente.

— Ótimo Killian. Mas você vai melhorar - levantou com ajuda de Neal.

— Mas não disse que eu poderia continuar. De qualquer forma, nunca me disse nada sobre beijar botas.

— Você é meu aprendiz, deveria saber que pedir para beijar botas não é um bom sinal.

— Poderia significar superioridade, não? - se intrometeu Neal.

— Para quem observa, sim, mas para você não é bom. Pedir algo tão difícil é sinal de desespero, significa que está tão desesperado para conseguir o que quer  e que está tão fora do controle que precisa de um adiantamento, algo que garanta que aquela pessoa está totalmente em suas mãos, que a controla, e se isso não acontece você está pronto para acabar com aquela pessoa, entregando-se assim, de mão beijada, para polícia.

— Mas isso que dizer que... quer dizer, no seu mundo deveria ser uma coisa boa.

— Aprenda idiota, estar desesperado é uma fraqueza, você tem que estar forte para tudo que vier."

No fundo de suas memórias as lições que aprenderá com Gold ainda o ajudavam, ele estava desesperado e sabia o porque disso, mas não deixaria suas emoções e sentimentos o atrapalhar.

Antes que Will pudesse realmente fazer o que lhe foi mandado Jones puxou seu pé e deu uma boa joelhada na cabeça do loiro.

— Eu acredito em você Will. Estarei aqui semana que vem - puxou o amigo para saída principal. - Não saia da cidade.

09 de abril de 2015 - 00:34

Dias passados, de muitas noites vazias, muitos dias sem cores, muitos sorrisos sem fundamentos. Por tanto que somos obrigados a passar, somos recompensados no final da estrada, ao qual existem outros inúmeros caminhos que você pode vir a seguir. Com o tempo você descobre que o paraíso não é um lugar, mas sim um sentimento. Não adianta estar em um lugar perfeito, com coisas perfeitas se as pessoas ao seu lado não apresentam um sorriso perfeito, se elas não te fazem se sentir perfeito. O paraíso pode ser maravilhoso, mas ainda assim não é um lugar para se estar, mas sim um sentimento para se sentir. Mas para chegar a essa conclusão eu passei por muitos tristes paraísos.

Minha maior necessidade agora não é o amor, ele doí, mas parece tanto querer ficar próximo a mim e me faz tanto querer ficar próximo a ele. Killian Jones fica bobinando em minha cabeça sem parar, "o que ele pode estar fazendo?" "o que estaríamos fazendo se estivéssemos juntos?". São pensamentos tão idiotas que me assustam, tão desnecessários que me fazem querer pensar mais.

Convidei Regina para passar o tempo que quiser em meu apartamento agora que está aqui em Nova York, mas sua mania de não parar quieta prevalece até em um lugar diferente, e como se eu já não esperasse isso, ela saiu de manhã e até agora não deu as caras, assim como Killian, que deu o chá de sumiço.

Ligo a televisão e busco um canal de filme qualquer apenas para me mantar acordada, ouço Ava latir para porta e tento me lembrar se a tranquei. Me assusto com o barulho alto que o aviso de mensagem do meu celular faz pela casa. Sinto meu coração se acelerar com o nome "Jones" na tela e tento o controlar.

"Está acordada?"

"Sim... Posso saber o por que da pergunta?"

"Por que não tenta adivinhar?"

Volto meu olhar para a entrada principal e de longe vejo a luz do corredor que passa pelo estreito buraco da porta.

"Talvez porque você está na porta do apartamento."

"Onde está seu senso de humor Swan? Achei que seguraria o joguinho por mais tempo. De qualquer maneira, pode abrir a porta?"

"Um minuto."

Amarro meu cabelo e vou em direção a entrada, confirmando pelo olho mágico se o que Killian diz é verdade, o vejo fazer uma careta e abro a porta sem mais delongas, tentando manter minha respiração controlada.

— Bem, se você queria me surpreendeu, conseguiu. Eu não esperava você aqui, muito menos a essa hora.

— A noite é uma criança Swan. Não vai me convidar para entrar?

— Ah sim - o puxo para dentro e volto a trancar a porta. - Posso te oferecer alguma coisa?

— Claro - Killian tira seu blayzer no caminho até a sala, o sigo. - Um copo da água. Estava assistindo filme? Por que está tão escuro aqui? Não gosta da luz?

Sorrio com seu comentário e volto com sua água.

— Escolha interessante a sua... água. Eu poderia me sentir ofendida, acha que não tenho boas bebidas? - ergo a sobrancelha e me sento no sofá.

— Eu só não bebo todos os dias. Prefiro deixar para dias necessários.

— Isso é bom, assim posso me certificar de que você não sofrerá um acidente por conta de bebida. E sobre a luz, não acha que a luz da cidade já não é suficiente? - olho para a grande vidraça com visão para os grandes prédios.

— Ficaria incomodada se eu tirasse essa gravata? Estou com ela desde as cinco da manhã. Aliás, desculpe o sumiço, não estava em casa e achei interessante passar aqui e te dizer um olá.

Estranho toda a formalidade de Killian, achei que depois do acontecimento de antes de ontem ficaríamos mais próximos, mas talvez estivesse enganada.

— Sem problemas. Mas, só para saber, aconteceu alguma coisa que.. Talvez tenha te deixado irritado? - desligo a televisão e observo Killian se sentar parecendo preocupado.

— Na verdade sim e é exatamente sobre isso que quero falar com você - Jones pega seu celular do bolso do blayzer e me entrega depois de abrir algo. - Leia isso.

Aceito o celular desconfiada e me preparo para o que quer que venha a ser.

"The New York Times
12 de março de 2015.

Nessa segunda-feira agitada, acreditamos que o casal composto por Emma Swan e Graham Humbert chegou ao fim. Fontes nos indicam que Graham teria acabado de chegar de uma viagem, sofrerá um acidente de carro e foi encaminhado diretamente para o hospital, onde sua noiva Emma chegará horas depois e teria saído durante a manhã cantando pneus por uma possível discussão do casal. Já outras fontes dizem que a herdeira de HANS estava apenas irritada e que não houveram desavenças. Não sabemos da real notícia, mas o que sabemos é que não queremos ver um dos casais mais caridosos longe um do outro, ainda mais agora estavam planejando um dos casamentos com orçamentos mais altos."

"The New York Times
09 de abril de 2015.

As pessoas costumam dizer que quarta-feira é o dia do nada pois exatamente nada que deva ser lembrado acontece nesse dia, mas isso não é verdade. O casal "Gremma", como nossa editora decidiu nomear, chegou ao fim. E o pior não é isso, mas sim a maneira como chegaram a esse ponto. As idas e vindas do amor costumam ser extremamente malucas para socialites como Graham e Emma, ainda mais quando se envolve o assessor do casamento, Killian Jones. Existem inúmeras fontes, mas as que mais chamaram atenção foram as que diziam que Emma Swan já havia traído seu noivo, o que o levou a trai-la de volta, resultando assim no fim do casal. Graham Humbert ainda está sozinho desde o fim do noivado, já Emma foi fotografada ao beijos com Jones na noite do dia 08. Por que perder tempo não é? O importante é ser feliz."

Termino de ler e sinto a raiva chegar aos poucos. Como eu não vi essas matérias antes? Quem são "fontes" para dizer que eu traí Graham primeiro e transforma-lo na vitima e não no atacante? Abaixo o celular e me lembro das palavras de Regina e Tinker, tento me concentrar em não ligar para opiniões alheias, mantenho o foco e digo para mim mesma mentalmente que está tudo bem a matéria estar errada e que o importante é nós sabermos a verdadeira história.

— Jones, por que está estressado por isso? - devolvo seu celular e ele aceita voltando seu olhar para mim.

— Como assim por que Swan?

— Porque... você não queira que seu nome fosse exposto em público? - chuto porque eu realmente não vejo outro caminho para Jones estar irritado por isso.

— É claro que não. Swan, eu que te pergunto, por que está agindo tão tranquila em relação a isso? Esse seria o momento em que você iria se afastar de mim, eu estou preocupado com você.

Penso por alguns segundos. É isso, Killian pensou que quando eu lesse a matéria fosse fugir dele novamente como sempre faço, fosse me assustar e ficar irritada, talvez até me lembrar do meu passado com Graham. Aparentemente eu sou extremamente previsível, e é exatamente isso que pretendo mudar.

— Killian, você não precisa se estressar com isso porque eu não estou chateada, de verdade. Isso é besteira, nós sabemos o que realmente aconteceu e isso que importa.

Ele cerra os olhos e dá um sorriso de canto de boca.

— Você está falando sério?

— Por que eu mentiria sobre isso? - no automático levo minha mão até o rosto de Killian e sinto sua barba quando ele deixa o peso de sua cabeça cair sobre meus dedos. - Por que não mudamos de assunto? - afago seu braço.

— Sobre o que quer falar? - o vejo se animar um pouco, mas não o suficiente, ele parece cansado.

— Por que não conta como conseguiu essa cicatriz? - passo o dedo no local e Killian força um sorriso, provavelmente se lembrando de como a conseguiu.

— Essa foi bem engraçada na verdade, isso foi em uma briga.

Bastante engraçada realmente. Esperava um "cai de bicicleta" ou "meu gato arranhou", mas pelo menos ele foi sincero em dizer que foi em uma briga, aliás, eu não acreditaria se ele desse qualquer outra desculpa, Jones não tem mesmo cara de alguém pacífico.

— Ótimo. Você venceu? - contemplo o corpo de Killian relaxado sobre o sofá da maneira mais discreta a que posso.

Sua expressão se fecha novamente.

— Eu acredito que não. Mas sabe, você podia me contar como conseguiu esse sorriso maravilhoso.

Essas mudanças repentinas de assunto me confundem.

— Que sorriso? - sorrio e ele devolve como se falasse "esse mesmo". - Essa cantada foi péssima Jones, vai ter que melhorar.

— Isso é porque não foi uma cantada. - ele sussurra.

Killian enfim levanta seu corpo e se arrasta ao meu, que automaticamente se afasta, o fazendo me seguir até que eu fique deitada. Sinto seus olhos percorreram sobre meu rosto antes de sentir seus lábios em meu pescoço.

Ah, isso era exatamente o que eu estava esperando. Um simples "olá" ou qualquer conversa hoje não seriam o suficiente se não pudesse sentir a doce boca de Jones.

— Ei, sabe que não estaremos sozinhos por muito tempo, não é? - tento me concentrar em minhas falas com Killian trabalhando em uma das partes mais sensíveis do meu corpo.

— Eu não ligo.

— Eu só ia dizer para aproveitarmos.

Jones interrompe seus beijos para sorrir do meu comentário e o puxo para um beijo de verdade. Diferente de nosso último momento, escolhemos começar devagar dessa vez, sem pressa, apenas apreciar estar nos braços um do outro.

Killian se senta e aproveito para sentar em sua pernas, tentando nos manter o mais próximo do que nunca estivemos. Tê-lo para mim é algo que quero a tanto tempo que chega um momento em que apenas a boca não parece suficiente o bastante para nos satisfazer. Tento abrir os botões de sua camisa até o próprio Jones se irritar com a complexidade e a retirar a força.

— Você está tremendo. - ele comenta ofegante acariciando meus cabelos.

Sim eu estou tremendo. Eu posso perceber isso só agora. Isso seria um aviso prévio do meu corpo dizendo que estamos indo rápido demais ou um aviso prévio que estamos devagar demais?

— E você está quente demais - rebato.

Levo minhas mãos até seu corpo e me lembro de quando o encontrei em sua casa tomando algum tipo de suco fitness e imagino quantas horas de academia ou qualquer outra atividade que exija esforço físico, ele deve fazer por semana.

Tento voltar de onde paramos, mas Killian me interrompe, para minha surpresa.

— Emma, se você não...

— Shiu.

Para ele pode parecer que estou com medo do que pode vir acontecer agora, mas não é apenas isso. São tantas sensações, tantos sentimentos, que tudo se mistura e vira uma grande bagunça, é impossível não demonstrar no exterior quando tantas coisas acontecem no interior.

— Killian, eu não faria nada que eu não quisesse. - falo sinceramente.

— Eu sei que não. Agora, onde paramos?

Tiro minha jaqueta e a jogo no chão, logo sinto os dedos de Killian se arrastarem por minha cintura levando a blusa junto. Depois de o apreciar me apreciar, colo nossos lábios novamente e solto uma risada abafada quando caímos para o lado e voltamos a posição inicial.

O interfone do apartamento nos desperta do nosso clima e entre beijos e dificuldades consigo me sentar novamente.

Os beijos de Killian são dados com tanta paixão e ferocidade que se afastar dele se torna difícil, seu corpo parece me convidar para estar ao seu lado, para senti-lo.

— Me desculpe por isso - comento enquanto Killian segura em minha mão me impedindo de  levantar. - Eu preciso atender.

— Maldição interfone. - ele comenta e enfim me solta.

— Você pode usar o banheiro do meu quarto. De verdade, me desculpe, mas eu quero mesmo que conheça Regina.

Corro ao interfone localizado na cozinha e apenas digo "deixe que suba", estranhando também o fato de que ligaram para avisar que Gina subia, mesmo eu tendo avisado que não precisaria e não o fizeram com Killian. Volto a sala e ele já não está mais aqui. Visto minha blusa e jaqueta novamente, amarro meu cabelo mais uma vez e acendo as luzes da casa como se estivesse tudo em ordem a segundos atrás.

Depois de alguns minutos ouço uma batida na porta e largo meu copo de água para trás. Vou até ela e a abro sem demoras, Regina deve estar mesmo cansada, depois de passar o dia inteiro fora. Mas ao abri-la Ava começa a latir e me deparo com a última pessoa que desejaria ver agora.

— Graham? O que você está fazendo na minha casa a essa hora da noite? - sem nem perceber vejo minhas mãos estremecerem novamente, mas dessa vez, de medo.

— Emma eu só queria...

Killian aparece no fim da escada e quando nota que Graham está na minha casa, vem em nossa direção, me fazendo xingar internamente todos os deuses existentes e ao mesmo tempo agradecê-los.

— O que faz aqui? - Jones indaga com indiferença.

— Eu é que te pergunto o que você faz aqui.

Em um escala de zero a dez, o quanto você sente que isso é uma situação que não deveria acontecer? Onze.

— Graham, eu acho que você deveria ir embora agora, eu não quero falar com você e caso tenha esquecido nós não estamos mais juntos. - tento falar com educação.

— Eu sabia que você realmente tinha algo com esse... esse playboy de meia tigela. Você não tem medo de entregar seu coração assim tão facilmente?

— Humbert você ouviu o que ela disse, agora saia daqui antes que eu te force a fazer isso. - vejo o punho de Killian enrijecer.

— Medo? A única coisa que eu tenho medo aqui é de você. Agora por gentileza, se retire.

Ouço passos de saltos se ecoarem pelo corredor e Regina surge vindo em nossa direção, se assusta ao perceber quem está em minha porta. Ótimo, agora tudo vai ficar bem pior.

— Emma eu vim aqui para acertarmos algumas coisas e não esperava mesmo encontrar...

Antes que Graham pudesse falar mais algo, Killian o soca na boca do estômago e usa o tempo de fraqueza como vantagem para empurra-lo, que acaba topando em Regina.

— Jones, pare agora - seguro em braço com agressividade.

— O que você está fazendo aqui? - Regina se junta a nós e se afasta quando vê que Graham volta com fogo no olhar.

— Eu também não vim falar com você vadia.

— Que pena, porque seria um sonho se você o fizesse.

Regina leva sua mão para dar um soco em Graham, mas ele segura em seu pulso e começa a torcê-lo devagar.

— Ei ei ei.

Jones se solta de minhas garras e retira a mão de Graham do pulso de Gina. Agora ele mexeu com minha amiga, tudo o que eu quero é que Killian faça o que queria fazer antes, mas ao invés disso eles congelam.

— Se você quer revidar o máximo que pode fazer por sua ex noiva é me chamar para fora. Eu não vou fazer isso na frente de duas damas - Jones fala em uma altura suficientemente baixa para que eu ou Regina possamos ouvir apenas o sussurro, já que a puxei para dentro.

— Sabe Killian, eu vou embora agora porque eu não preciso mostrar minha força física para impressionar ninguém, mas se você entrar em meu caminho mais uma vez, eu vou revidar dez vezes mais do que deveria.

— Você não tem noção do quanto eu quero entrar no seu caminho.

Com essa fala Graham se virou com agressividade e entrou no elevador, apertando o botão com raiva e Killian fecha a minha porta com raiva.

— Por que fez isso?

— Como por que? Por que? - Jones mexe em seu cabelo em uma tentativa falha de colocá-lo no lugar. - Porque ele mereceu.

— Acho que ela quis dizer, por que você o deixou ir sem esmurra-lo mais uma vez - Regina balança seu braço na intenção de aliviar o desconforto.

— Não, não foi isso que eu quis dizer. Quer dizer, depois do que ele fez com Regina eu achei justo mas...

— Queria que eu observasse ele falar com você daquela maneira?

— Eu não sei, não... sei.

Killian se aproxima de Regina e começa a fazer algum tipo de massagem em seu pulso.

— Swan, eu não ia retrucar com alguém como Graham, por favor, nós somos adultos, palavras não iam fazê-lo mudar de ideia, ele ia voltar. E não tem problemas com seu pulso, você só está assustada, não fique estralando, logo o desconforto vai passar.

Por mais que não queira eu tenho que concordar com Jones, Graham não iria embora tão cedo se isso não tivesse acontecido.

— Bem... de qualquer forma, essa é Regina, Gina esse é Killian.

— Ah sim, seu... ex assessor. Prazer.

— O prazer é meu Regina.

— Então, o que vocês estavam fazendo aqui sozinhos?

Sinto minhas bochechas queimarem e encaro Regina com um tanto de raiva, apesar de saber que ela está apenas fazendo vingança por ter feito isso com ela uma vez.

Killian abaixa sua cabeça e tenta abafar um sorriso, diferente de mim ele não parece se incomodar a perguntar.

— O que será que aquele pérfido queria comigo? - tento mudar de assunto.

— Cara de pau como é? Provavelmente ia pedir para voltarem.

Observo o maxilar de Jones se enriquecer e me pergunto se isso pode ser ciúmes ou apenas raiva pelo o que Graham fez comigo.

— Está com fome Gina? Posso fazer...

— Não, você é péssima na cozinha. Se quiser posso fazer minha lasanha.

— Não acham que está muito tarde para comer lasanha? - Killian estranha.

— Também está muito tarde para visitar as pessoas - ela ergue a sobrancelha de uma maneira desafiadora.

— Regina.

Em um grupo de amigas sempre existem as mais calmas, as mais irritadas e as médias, Regina sempre foi a mais fogo, e eu sempre a acalmei porque Tinker é a média e seu pavio também não é lá essas coisas. Isso nunca me incomodou porque eu sei que faz parte do seu jeito sério de ser, na verdade é uma maneira de nos equilibrarmos.

Depois que Regina terminou sua lasanha nós sentamos e contamos histórias passadas, onde descobri diversas coisas sobre Killian que ainda não sabia, e também sobre minha amiga que não vejo a muito tempo. Sobre Jones, descobri o fato de que quando adolescente, Jones tentou seguir uma carreira de ator, começou com o teatro e depois participou de dois filmes como coadjuvante, mas percebeu que não era sua praia quando teve que dar seu primeiro beijo de verdade em uma garota cinco anos mais velha que ele.

Regina contou que seu primeiro beijo foi aos seis anos em um jogo de verdade ou consequência, mas eu já sabia disso, o que não sabia era que ela havia feito bullying com o garoto por se queixar de que ele beijava mal e babava demais, isso porque eles haviam apenas dado um selinho.

Contei que quando estava aprendendo a dirigir o professor da auto escola dava em cima de mim e quando fui fazer meu teste esqueci de colocar o cinto e dar a seta por três vezes seguidas, mesmo assim ele me passou porque achava que teria alguma chance comigo se fizesse isso.

Com história vai e história vem, nós fomos nos cansar as três e meia da manhã, Killian foi embora e Regina e eu fomos conversar no quarto de hóspedes, onde ela me exigiu falar sobre o que estava acontecendo entre Jones e eu, depois me contou como foi seu dia. O seu dia na casa dos meus pais. Gina ficou a manhã e à tarde fazendo um tour pela cidade com David e Mary sem nem mesmo me chamarem.

Fomos dormir as quatro horas.
E no meu sonho Killian acabava com Graham.

Na minha vida Graham acaba com meus pensamentos de paz, me faz esquecer os lábios de Jones para me concentrar em suas palavras frias e sem conteúdo. Como sempre.


Notas Finais


Gostaram anjos? Espero que sim! Bem, agora terão que esperar eu terminar mesmo, juro que não irei demorar nesse. Não esqueçam de me seguir no twitter @xjenswanlive e mil beijinhos.


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