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História Rica Dignidade - A de Aventura


Escrita por: SWANLIVE

Notas do Autor


MINHAS LUAS! Pelo amor de zeus vocês vão ter mesmo que me perdoar por qualquer erro que tiver nesse capítulo! Juro que passei o domingo, a segunda e a terça inteira mexendo com ele e, se tiver um erro eu não quero nem ver porque eu mesma me suicido.

Enfim, espero que mesmo que vocês gostem e aproveitem o maior capítulo da fic (omg) e também vou deixar aqui meu twitter mais uma vez só pra reforçar: @xjenswanlive.

Capítulo 18 - A de Aventura


13 de abril de 2015 - 10:00

No mesmo bairro que estivemos semana passada, desço do carro com Robin ao meu lado. Dessa vez não tem nenhuma polícia, então Smee fica em seu devido lugar, dentro do carro. Subimos as escadas e bato na porta na espera de que Will a abra. Entramos assim que somos convidados e somos parados três passos depois de passar a entrada.

- Todo o dinheiro está aí, pode checar - ele fala nervoso.

- Me dê isso - Robin puxa de sua mão e abre os envelopes, começa a conferir. Cinco minutos depois ele confirma com a cabeça. - Está certo.

- Que ótimo hein Will, que bom que cumpriu sua promessa, foi ótimo fazer negócios com você.

Nos viramos para sair e o ouvimos limpar a garganta, nervoso.

- Senhor, meu carro.

- Ah, não é que é mesmo, quase me esqueci - Robin comenta e joga a chave para Will, que a segura com orgulho.

Quando saímos dou um soco no braço de Robin por rir de uma coisas dessas. Ele sabe o quão perigoso seria se Will colocasse a polícia em minha cola.

- Está feliz agora? - ele pergunta assim que entra no carro e coloca o sinto de segurança.

- Estou mais que feliz. Você vai pra sua casa e eu vou até Gold, preciso resolver isso agora.

- Não quer que eu...

- Não Robin, é melhor eles não saberem que você existe, sabe, você... eu... me importo com você - tento fazer isso soar um pouco menos estranho, mas continua sendo esquisito.

- Você vai mesmo ficar bem?

- Vou, não se preocupe, eu conheço bem aqueles dois, não fariam nada, não agora... eu me preocupo com depois.

- Killian, eu já te falei pra avisar para polícia.

- E eu já te falei que fazer isso seria me matar, seria me entregar e acabar com toda a vida que me sobrou.

- Tudo bem, já entendi.

Deixar Robin para trás para ir atrás de Gold não é uma coisa fácil. Sempre quando estou sozinho em meus pensamentos, penso em tudo que fiz, penso no que ainda faço e no que ainda farei. Calculo comigo mesmo se o que fiz valeu a pena, se foi o certo e sensato. Quis salvar uma alma e no final eu mesmo a destruí, ainda acabei perdendo a minha no percurso. Se a culpa é de alguém, esse alguém sou eu, mas insisto em pensar que não, porque dói demais lembrar. As lembranças, elas corroem a alma quando machucam, elas arranham o coração quando mexidas, são tão traiçoeiras, nos fazem sentir tudo novamente... As emoções, os sentimentos, os momentos, os sorrisos, os choros, são todos transformados em uma grande nuvem branca, que podem nos ajudar ou nos afundar.

Quando chego no local que combinei com Neal e Gold, estaciono o carro metros antes, observo o lugar por no mínimo dez minutos, então desço, seguindo direito para a casa. A porta branca tem uma placa com o número oitocentos e oito. Confiro no papel se é a correta, quando vejo que é exatamente aqui que eu deveria estar, entro sem bater.

- Que lugar é esse? - sussurro para mim enquanto analiso a casa.

Continuo andando, procurando qualquer um deles, tentando ignorar a bagunça de mochilas jogadas ao chão. Por instinto vou até uma delas, eu preciso saber o que tem dentro, a curiosidade consegue ser maior que eu.

- Procurando algo específico, senhor Jones? - ouço a voz de Gold e fecho meus olhos por alguns segundos. - Você pode abrir se quiser, sabe disso.

- Estou com seu dinheiro - falo entre os dentre.

- Hm, direto.

- Pegue a porcaria do dinheiro, conte e eu estou livre de você. Sem dívidas, sem nada - entrego os envelopes em sua mão.

- Eu não apostaria nisso Killian.

Sem nem perceber, sinto meus dedos fecharem e minha mandíbula travar. Era esse o trato, sem mais nem menos. Eu deveria pagar e estaria livre. Não que eu acreditasse que ele fosse mesmo me esquecer.

Gold solta um risada falsa e abre os envelopes devagar.

- Era apenas um teste Killian, pode relaxar - começa a tirar o dinheiro e jogar em cima de sua escrivaninha - Sabe, a alguns dias um dos meus homens foi atacado sem motivos... Você tem alguma ideia de quem poderia ter sido?

- Se você se refere a Neal, me desculpe se machuquei um dos seus bonecos. Pode contar isso mais rápido? Eu não tenho o dia inteiro.

- Algo em especial Jones? Alguma mulher talvez... Não, já sei, é Davy! Nã... definitivamente é a loira.

- Você pode terminar de contar isso sem mim. Espero que a idade te mate logo seu velho dos infernos.

- Pode deixar Jones, aguardo você e sua família em meu velório.

Seguro a porta por alguns segundos e tenho a infelicidade de olhá-lo por outros minutos.

- Quando você morrer, e você vai, eu vou estar lá sim, mas pra ter certeza de que posso te ressuscitar e te ver sendo enterrado vivo.

- Espero que as pessoas que você ama te ensinem que o ódio não leva a lugar nenhum.

Emma's POV

Torrada com mel e suco de laranja.

O café da manhã com Regina na casa de Tinker não poderia ter sido melhor. Eu havia percebido que o clima entre nós três estava um tanto pesado, até começarmos a conversar como nos velhos tempos. Não há alegria maior que ver todas nós unidas novamente.

O tempo está extremamente propício a laçar a felicidade novamente, afinal, é primavera. O sopro da vida, devagar, parece voltar para minhas veias. Sorrir para besteiras, fazer besteiras, observar a cor do sol, encontrar felicidade nas pequenas coisas, ouvir uma música e saber que tudo está da maneira que você gostaria que estivesse. É para isso que vivemos.

E o melhor é saber que isso não está relacionado apenas ao meu novo envolvimento romântico, mas sim, a mim mesma. Com tantos conselhos eu realmente começo a entender que o certo é nos amarmos primeiro, que se apoiar em alguém e fazer desse alguém o seu tudo, nunca foi correto. Aprendi que não adianta perdoar se você não se perdoa. Aprendi que o medo não nos permite experimentar coisas novas.

E eu pensei que nessa altura do campeonato seria impossível aprender mais coisas, mas então percebo que nunca saberemos demais ao ponto de não poder saber mais.

David disse que já me esperava a vinte minutos quando entrei, um tanto sem graça, na sala de reunião de HANS.

- Bom dia a todos. Me desculpem o atraso - me sento na cadeira próxima a John.

- Sabe que você é a principal na reunião de hoje, não é? - ele sussurra em meu ouvido quando enfim termino de colocar todas minhas coisas na mesa.

Olho assustada para todos que me observam e fico mais inconfortável do que já estava.

- Bem, vamos começar então senhores. E senhoras - meu pai se virá para mim e imploro para que ele não perceba meu olhar de desespero. - Emma, sabe por que precisamos de você aqui hoje?

- Receio que não.

- Deveria ser uma surpresa, mas como estou sendo um tanto pressionado, achei digno te contar de uma vez. Estamos abrindo outra empresa HANS na Flórida, em Miami.

Me vejo automaticamente abrindo uma grande sorriso para David. Isso é ótimo. Na verdade é maravilhoso, é perceptível o quanto estamos evoluindo. 

- Pa... David, isso é ótimo. Mas... Sem querer ser ignorante, qual o motivo de fazermos uma reunião para anunciar isso se todos aqui já sabem?

Observo John bater rapidamente a caneta em sua mão, sua expressão não é muito agradável.

- Porque o que vai ser discutido aqui foi uma escolha de todos presente Emma, todos aqui estivemos em uma reunião antes e achamos que deveríamos... partilhar esse momento com você - Alfred, o rapaz da tesouraria, informa.

Forço uma risada.

- Não posso negar que estou ficando um pouco nervosa.

- Depois de muito pensarmos, David, seu pai, e nós, chegamos a conclusão que você é a pessoa mais indicada para tomar conta dessa empresa em Miami - John fala por fim.

Tomar conta de HANS em Miami? Isso significaria...

- Bem, é claro que para isso você tem que estar próxima, tem que estar lá.

Meu pai acaba de insinuar que devo me mudar para Miami. Sim, é isso que ele quer dizer. Provavelmente minha ficha ainda não caiu, continuo perdida em meus pensamentos. Ainda me lembro como se fosse ontem, quando David abriu a primeira HANS, eu o fiz me prometer que deixaria que eu tomasse conta de uma quando estivéssemos "dominando" o mundo. Mas com isso eu não quis dizer uma empresa onde estivesse longe da minha família, dos meus amigos, da minha casa.

- Senhorita Emma? - Amélia me tira de meus pensamentos e me traz de volta a realidade. - Obviamente que não precisamos de uma resposta agora, você tem o direito de pensar, mas é a pessoa mais indicada para o trabalho.

- Por que eu? - pergunto.

- Por que não você? Senhorita, nós sabemos como você é. Sempre está totalmente disposta a ajudar, tem energia, já conhece tudo sobre a empresa, tem espírito de liderança, entre outras. Esse cargo já é seu. Não pode perder esse oportunidade.

- Eu com espírito de liderança? Olhe, eu sei que sou filha do chefe de vocês, mas isso não me faz boa. Eu tenho certeza que qualquer um de vocês se saíra melhor que eu nisso, olhe Amelia, ela tem esse narizinho empinado, é organizada, sabe mexer com contas.

Todos da sala sorriem com meus comentários, mas continuo séria.

- Filha, eu te indiquei porque essa sempre foi sua vontade, se lembra? Além disso, você tem experiência Emma. Desde que comecei você trabalha para alguém, agora está na hora de outras pessoas trabalharem para você.

- Eu não acho que eu...

- Deixaremos você pensar tudo bem? Me avise quando estiver pronta pra responder.

David deu a reunião como encerrada e se retirou junto com todos os outros. E eu fico com o meu pensamento de sempre: Isso é loucura.

- Preciso falar com você. Pode vir comigo? - termino de juntar minhas coisas e me junto a John, sentindo minha raiva subir, apenas por ele ter concordado com algo assim. Será que eu não tenho nenhuma importância?

O sigo até chegarmos em sua sala, onde ele fecha tudo para que ninguém possa ouvir nossa conversa. Largo minha bolsa no primeiro lugar que vejo e seguro no braço de John para que ele não se sente, precisamos de uma conversa cara a cara.

- Como você se atreve a concordar com isso? - percebo logo de início que estou alterada.

- Emma, eu não concordei. Posso pelo menos começar a falar? Foi ideia do seu pai e apenas do seu pai. Ele é meu chefe eu não posso fazer nada para mudar isso, acha que eu não tentei convencê-lo a não te falar isso?

- Bem, claramente não foi o suficiente. Por que eu John? Por que?

- Porque você é única Emma. Sabe o que seu pai me falou? Disse que escolheu você porque quer ter certeza que quando morrer, você saberá tomar conta de tudo isso que vocês construíram juntos. Ele quer ver seu desenvolvimento, quer ter certeza que se dará bem, que saberá liderar.

- Morrer? Mas...

- É importante para ele Emma, sabe disso.

- Eu sei John mas eu... O que vai ser de mim? O que meu pai está me pedindo é demais. Eu irei sozinha para Miami? Aqui eu tenho minha família, tenho Tinker, tenho minha casa, tenho você... E lá... lá eu não sei nem por onde começar.

- Você sabe que pode negar, mas se o fizer... Emma, eu sou a primeira pessoa a não querer que você vá, mas e se esse for o seu futuro...

- Inesperado. Já sei o que vai dizer.

- Por que você diz que quer isso se foge de todos possíveis futuros inesperados?

Sento em sua cadeira e apoio a cabeça em minha mão, o maior símbolo de indecisão do universo.

- Só me prometa que vai pensar. Olha, eu sei que não sou seus pais mas, está na hora de decolar sua vida, procure outro cara, se case em Miami, tenha filhos e ensine a eles tudo o que você sabe. Só Deus sabe o que você é capaz de fazer Emma Swan.

- Por que as pessoas não seguem os conselhos que dão?

- Eu só quero o seu bem, sabe disso. Vem aqui.

Vejo John abrir seus braços e não demoro pra correr até eles novamente. Ele acaricia meus cabelos e por fim dá um beijo em minha testa. Desejo nunca ter que larga-lo novamente.

- Eu te amo - olho em seus olhos, tentando fazer com que ele entenda que realmente o amo.

- Eu te amo.

Ao falar isso me lembro que ainda não comentei com John sobre o meu caso com Killian, ou sei lá o que é isso que nós temos. Por um momento sinto que não vou conseguir, mas ele é meu melhor amigo, seria mais que justo ele saber algo assim.

- Eu tenho que te contar uma coisa... eu e Killian...

- Nem precisa terminar, eu já sei.

- Como?

- Acha que eu não percebia a maneira como se olhavam? Eu estou feliz por vocês Emma, e também estou feliz por ter me contado.

- Certo. Eu preciso ir agora, tenho que pensar sobre o que acabamos de discutir. Eu prometo que vou analisar todos os fatos, você está certo, talvez o futuro esteja em minha frente e eu não o veja.

[...]

Eu iria para casa, mas não queria correr o risco de encontrar Regina ou Tinker, ter que falar sobre a proposta do meu pai e ficar por horas conversando sobre isso. Com Killian as coisas eram mais rápidas, eu poderia contar e depois acharíamos outras coisas para fazer. Mas, em plena segunda-feira encontrá-lo em casa seria apenas um sonho.

Mas se ele esperasse mesmo me encontrar estaria sim em sua casa. Quase dois dias sem se ver pessoalmente é totalmente irritante para quem está começando um novo relacionamento agora. Chego no seu apartamento e toco a campainha sem muitas esperanças, alguns segundos depois ouço a porta do elevador se abrir e me deparo com Killian, que parece surpreso ao me ver.

- Parece que tivemos a mesma ideia - Jones faz questão de me dar o beijo na bochecha. - Sabe que está aberta não é? A porta.

- Jones a casa é sua, não ia entrar sem que você estivesse aí. Pensei que talvez aquela Mi... Mi...

- Milah - Killian me lembra o nome de sua secretária quando estramos.

- Essa mesmo. Pensei que talvez ela pudesse estar aqui, ou seu pai talvez.

- Meu pai está na casa de Clark e Milah costuma ficar aqui apenas quando meu pai está. Sabe Swan, hoje é um dia feliz, eu estou feliz, quer brindar?

- É mesmo? - tento deixar a minha confusão de lado e me juntar a Killian em sua alegria. - Posso saber por que?

- Claro que sim! Adivinha quem tem outro casamento para preparar?

- Hã deixa eu pensar... desculpa não consigo pensar em ninguém que eu conheça - brinco.

- Mas então, vai me falar o que aconteceu com você ou não? E não me venha com "por que acha que algo aconteceu?", você sabe que eu tenho dons mágicos desde que nos conhecemos.

Killian me entrega a taça de vinho que acabou de encher e a levanta, na espera de que eu brinde com ele, o que eu faço, extremamente chateada por não ter conseguido esconder minhas emoções.

- É besteira.

- Não parece besteira. Se não quiser contar agora está tudo bem, mas quero que saiba que eu sempre vou te apoiar.

- Eu confio em você, só desejo que coloque em sua cabeça que não quero prolongar o assunto, tudo bem? - ele concorda e junto minha forças para falar. - Meu pai está abrindo uma nova loja em Miami e quer que eu... me mude para lá, mas eu não...

- Emma! Isso é sério?

- Sim.

- Então você tem que ir! Não pode perder uma oportunidade dessa. Ainda mais porque seu pai já me falou que quer isso desde que começaram.

- Mas Killian eu não quero deixar tudo para trás.

- E você não vai. Sua família vai estar eternamente em seu coração, seus amigos, talvez Tinker até vá com você. Sabe, Miami não é tão longe, você sempre pode estar aqui com eles.

- Mas e você? - falo sem pensar.

- Eu? Bem, eu não posso adivinhar o futuro, e nem você, por isso você tem que aproveitar o que tem agora, as coisas mudam Emma, não acha que sua vida será para sempre essa, né? Você ainda tem tanto para ver, não pode parar agora. Você tem que ir, o resto vai junto.

Seria mesmo poético se não fosse trágico. Killian está certo, eu sei disso e, exatamente por isso eu fico chateada, porque eu quero muito ir, mas eu quero tanto ficar. As coisas que me amarram em Nova York não estarão aqui para sempre, todos seguirão suas vidas e, se eu não fizer o mesmo ficarei para trás.

O amor que é amor não irá morrer. É tão engraçado o fato de que li essa frase em um biscoito da sorte. Sim, eu sei que o amor não morre, mas é difícil se desapegar. O amor dos meus pais não morrerá, dos meus amigos não morrerá, Killian... eu nem mesmo sei o que Killian sente em relação a mim.

- Eu prometo que vou pensar - seguro sua mão em forma de agradecimento - E...

- Eu tive uma ideia! Mas provavelmente você não vai aceitar, então é melhor eu nem falar... - Killian se finge de desentendido.

- Me deixou curiosa, sabe disso.

- Eu não posso contar e correr o risco de você negar - ergo minha sobrancelha e o observo fazer o mesmo. Ele é tão lindo.

- Você não sabe se eu vou negar - me levanto e abraço Jones pelas costas, sentindo as batidas de seu coração.

- Sendo assim... - ele se vira e ameaça me beijar, mas então toca meu nariz, como fazemos com as crianças. - Não é nada que essa cabecinha perversa está pensando.

Desvio meus olhos de sua boca e os reviro, fazendo Killian sorrir.

- Okay, isso pode esperar. O que você quer fazer?

- Lembra quando estávamos juntos naquele bar e brindamos sua liberdade, sua nova vida na aventura?

Dessa vez respiro com impaciência de verdade. Pensei que tínhamos esquecido o assunto passado, mas ainda estamos nele.

- Sim - tento soltar Jones mas ele me puxa novamente, negando que nossos corpos se separem.

- Você estava disposta. E eu acredito na sua palavra, sendo assim, você toparia se tornássemos isso oficial?

Franzo meu cenho sem entender. Do que estamos falando afinal?

- Tudo bem vou ser direto, você tem alguma tatuagem?

- O que? - sorrio da minha confusão. - Eu realmente não estou entendendo. E não, eu não tenho nenhuma.

- Você teria coragem de fazer uma tatuagem comigo? - levando em conta a maneira como ele fala sério, julgo que não esteja brincando.

- Não quer que eu tatue seu nome, não é?

- Ha ha você é tão engraçadinha. Quero que tatue um A.

- Um A?

- Um A. Um A de aventura, aventurar, amar, aparecer, amor.

Pode não ser uma má ideia, é significativo, é bonito, é algo que Killian julga importante. Eu jamais teria pensando em algo assim antes.

- Onde quer fazer?

- Hm... eu não sei, alguma ideia?

- Que tal no dedo mindinho? O dedo das promessas...

- Perfeito.

Eu não acreditava que ele estava falando sério até sairmos em seu carro e irmos direto para um estúdio de tatuagem, que ele já dizia conhecer. Perguntei se ele tinha alguma tatuagem, ele disse que sim, uma âncora no braço, mas decidiu pagar para tirar pois achava que não tinha cumprido com o propósito de "manter os pés no chão".

- Eu estou com medo. Não achei que estivesse falando sério. Isso foi tão rápido - falo para Killian enquanto o tatuador liga para o cliente, para que possa nos colocar em seu lugar.

- Se não quiser...

- Eu não sei, eu quero mas... nossa minha mãe vai me matar. Você está mesmo falando sério?

- Prontinho, mudei o próximo horário. Vão mesmo fazer?

- Uma perguntinha, isso vai doer?

O homem, que se chama Eric, olha para Jones com um sorriso travesso, o que aumenta meu nervosismo.

- É a primeira vez dela.

- É normal ficar nervoso na primeira vez. Eu não posso dizer que vai ser legal, mas, vocês mulheres enfrentam dores bem piores.

Engulo em seco e torço para que realmente tudo fique bem.

Depois que entramos, Killian me perguntou quinhentas vezes se eu realmente queria fazer e que eu ainda podia mudar de ideia, já que me pegou de surpresa. Ele me deixou escolher se queria ir primeiro ou depois, ao qual escolhi ser a segunda. Quando chegou a minha vez não largou a minha mão esquerda por um segundo, já que escolhemos fazer no dedo da mão direita.

E por fim quando Eric terminou, ele nos passou todas as instruções e cuidados a tomar. Jones não me deixou pagar, o que eu já esperava. No carro ele disse algo que me marcou, pode parecer simples, mas ele me disse que estava feliz. Simples assim. E depois entrelaçamos nossos dedinhos como quem faz um juramento, não pude deixar de notar que eles se encaixaram perfeitamente.

Por um momento eu estive com medo. Uma tatuagem não é uma besteira qualquer, ficará marcado em seu corpo eternamente, a não ser que arranje uma maneira de retirá-la, fora isso ela sempre estará ali. O medo de me apegar a um simples "A" e em vez de associa-lo a "aventurar" eu o associe a Killian Jones. E se fizer isso será péssimo, afinal, eu tive a prova mais concreta que nada é para sempre, mas também descobri que tudo pode ser substituído.

E ao mesmo tempo me sinto feliz por ser tão corajosa ao lado de Killian, por querer descobrir o mundo ao seu lado, embora nem saiba o que somos ainda. Nunca em minha cabeça pensaria em fazer uma tatuagem e, se pensasse eu nunca a faria ao mesmo dia. Mas as loucuras que fazemos, no final todas viram histórias para contar, não é?

Depois de comer em uma lanchonete escolhida por mim, voltamos para casa de Killian e a cada cinco e cinco minutos volto a olhar para a tatuagem no meu dedo, o que o faz fazer o mesmo com a dele.

Enquanto subimos eu torço internamente para que não tenha ninguém em seu apartamento, assim, ele será só nosso. Tenho a pequena sensação de que ele pensa a mesma coisa.

- Você vai cuidar muito bem disso, estamos combinados? - Jones abre a porta de seu quarto e me convida a entrar, se jogando em cima da cama em seguida.

- É uma tatuagem pequena, nada pode acontecer aqui.

- É claro que pode, não importa o tamanho, ainda assim terá que cuidar.

- E você também é médico agora? - pergunto na brincadeira enquanto tiro meu casaco e em seguida meu blazer.

- Só não quero te ver machucada - Killian me puxa para o meio da cama e acaricia meu rosto.

- Mas eu não vou - dou um selinho em sua boca.

- Emma, por que não jogamos um jogo?

- Um jogo? Você está cheio de surpresas hoje não é?

- Estou apenas me aproveitando do poder nosso A. Aventure-se. Aliás, comece desligando o seu telefone por favor.

Sorrio da cara de Killian por seu medo do meu celular. Eu não posso negar que também tenho medo dele às vezes, já que sempre toca nos momentos da minha vida ao qual eu gostaria de viver em paz. Obedeço e o desligo, voltando a me sentar onde estava.

- É um jogo de pergunta e resposta. Eu te faço uma pergunta e se você acertar, pode me pedir qualquer coisa, se você errar, eu posso te pedir qualquer coisa.

Um jogo, certo. Isso não me parece um jogo qualquer. Se Killian Jones acha que eu não sei jogar ou que vou arredar, ele está redondamente enganado.

- Claro. Você começa.

Vejo um sorriso travesso se formar em seu rosto e penso se talvez ele é mesmo muito melhor que eu nisso.

- Vamos começar com uma fácil... qual a minha cor favorita?

- Sério isso? Preto - como se não fosse realmente óbvio. Killian sempre está de ternos azuis escuros ou carvão, e quando não está com eles, se encontra com uma roupa completamente preta.

- Hm... me desculpe mas odeio te informar que é azul. E o que eu vou querer que você faça agora? - Jones desce seus olhos para minha blusa e dá uma piscada.

Isso não é mesmo válido, propositalmente ele fez uma pergunta que sabia que eu iria errar. Antes que pudesse protestar Killian me veio com "shiu shiu shiu" e eu soube que não poderia mesmo voltar atrás. Tiro a blusa sem mais protestos e começo a pensar na proposta que farei.

- Que comida eu odeio?

- Japa - errado. Se ele queria jogar sujo, aqui estou eu entrando em seu jogo.

- Hm... me desculpe mas odeio te informar que é cebola. Aliás, tire o blazer, o colete e a camisa. Ah! Essa gravata também.

Sem reclamar Killian tira tudo o que é pedido. Por um momento achei que ele iria protestar e falar que "só pode escolher uma coisa", mas acredito que ele queira apressar as coisas, já que ambos sabemos onde isso vai dar.

- Se eu pudesse escolher entre Caribe e Paris, qual escolheria?

Eu preciso mesmo acertar essa, caso contrário eu sei o que Killian irá pedir, então ele ficará na frente.

- Pa... Caribe. E você não pode mentir para mim!

- Você começou falando Paris, sendo assim eu venci. Agora escute só senhorita Swan, você está proibida de me tocar.

- Mas...

- Não, não, você perdeu, tem que seguir a regra do jogo.

Engulo em seco quando Killian se aproxima e dá um primeiro beijo no pé da minha barriga. Sinto os pêlos do meu corpo inteiro se enriçarem. Como se não fosse o bastante eu não poder toca-lo, Jones continua sua linha de beijos até chegar em meu pescoço, decididamente a parte mais sensível do meu corpo. Sinto sua mordida e levo minha mão até sua nuca.

- Hey, o que eu te falei sobre não poder tocar? - seus olhos azuis se encontram com os meus ao segurar meu pulso.

- O seu tempo acabou - mordo meus lábios.

- Cansei de jogar, vamos...

- Não, não, agora é minha vez.

Tiro Killian de cima de mim e abro o zíper da minha calça, a tirando em seguida. Por um momento sinto uma pontada de vergonha por estar tão exposta, mas sentir o olhar de desejo sobre mim, acaba com qualquer timidez.

Dou um beijo no ombro de Killian e passo minhas mãos por suas costas, sentindo ele fazer o mesmo. Arranho de leve seu tórax com minhas unhas enquanto mordo seus lábios e agradeço por enfim estarmos saciando nossas vontades.

- Emma, vamos terminar isso, eu sei o quanto você quer.

Antes que eu pudesse abrir a boca para reclamar, Killian junta nossos lábios mais uma vez e posso sentir seu gosto doce novamente. Abro o zíper de sua calça, realmente disposta a por um fim nisso e, com eficiência ele me ajuda a tirar tudo por completo.

Sem me deixar aprecia-lo, sinto sua mão percorrer cada centímetro do meu corpo com muito cuidado e curiosidade. Killian toma minha boca com vontade, e sem as descolar, alcança o fecho do meu sutiã, abrindo e jogando-o para longe.

A cada peça de roupa tirada, recebo um olhar em forma de pedido para continuar e, entre beijos molhados e chupões cheios de desejo, os gemidos inevitáveis que saem pela minha boca, soam mais do que uma permissão, soam como pedido para que não pare. Não precisamos de muitas preliminares, apenas a maneira que ele me olha já é o suficiente.

A essa altura do campeonato permito que Jones guie o resto. Eu preciso o conhecer primeiro antes de tentar fazer qualquer outra arte. Ele me deita cuidado e me admira por algum tempo, não sinto vergonha, acredito que já passamos dessa fase, apenas faço o mesmo em retorno.

Sem querer mais esperar, ele se posiciona sobre mim, com uma das coxas entre minhas pernas, o que me faz tremer inteira e me permite liberar um gemido. Killian trás sua mão ao meu rosto e, com o polegar, contorna minha boca, deslizando o mesmo pelo pescoço, descendo por entre meus seios, passando pelo meu umbigo e, assim que percebo o que ele irá fazer, prendo minha respiração.

Quando seu dedo pressiona meu clitóris sou tomada por uma onde de prazer, e sem perceber forço-me mais ainda contra ele, querendo mais, pedindo por mais.

- Ki... - solto o ar que nem percebia ainda estar preso e tendo completar minha sentença. - llian - meu sussurro lhe parece mais do que convidativo.

Enquanto ele brinca comigo, continuo sentindo seu olhar percorrer por meu corpo, analisando todas minhas feições e detalhes. Killian desliza seus dedos pela minha virilha, e só me dou conta do quanto estou molhada quando ele os coloca dentro de mim sem problemas. Arqueio as costas quando ele o faz, implorando internamente para que agilizemos o processo.

Quando enfim percebe que eu não durei por muito tempo sem senti-lo, retira seus dedos e passo a sentir seu membro totalmente duro me tocando. Arfo mais uma vez, sentindo uma onda de adrenalina tomar meu corpo e pela primeira vez, desde quando começara a me tocar, Killian sela nossos lábios, acordando-me de meu transe. Sorrio para indicar que está tudo bem e que por zeus continuemos logo.

Devagar e com cuidado ele se aconchega dentro de mim, me dando tempo para acostumar-me com seu tamanho. Quando começo a movimentar meu corpo, ele entende que é a hora de agir. Em movimentos nem tão rápidos, nem tão lentos, Killian entra e sai com maestria. Nossas bocas pedem uma a outra, entre beijos e mordidas. Sinto algo crescendo dentro de mim e quando não aguento mais, grito seu nome no ápice do meu prazer, sentindo minhas paredes internas o apertarem ainda mais. Abro meus olhos a tempo de vê-lo chegar em seu ápice também, gemendo baixo meu nome e buscando minha boca para mais um beijo. Ficamos assim por mais algum tempo, processando em nossa mente o que acabara de acontecer.

Cansado, Killian se retira de mim e se deita ao meu lado, puxando-me para seus braços com um sorriso gostoso de ver.

Por um momento eu não quero pensar em mais nada, nem na mudança, nem na tatuagem, nem mesmo nas coisas boas, quero apenas estar aqui com Jones e aproveitar a minha aventura.


Notas Finais


Luas o que acharam? Eu espero mesmo que tenham gostado e vou deixar bem claro que se eu não tivesse tido a enorme ajuda da Mari @parrillaboone, esse final não tinha saído mesmo, já que vocês que me acompanham a mais um tempo sabem que se tem uma coisa que eu sou péssima é com hot, por isso mesmo nem me atrevo a colocar. Mas juntas fizemos isso e espero que tenha ficado legal.

Obrigada a todos que leram até aqui e aguardo vocês nos próximos caps anjos. Mil beijos. ♡


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