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História Rica Dignidade - 1 Oak


Escrita por: SWANLIVE

Notas do Autor


Oi luas. Tudo bem com vocês? Eu espero que sim. Voltei com mais um capítulo e espero mesmo que gostem. Desculpem desde já qualquer erro.

Capítulo 19 - 1 Oak


14 de abril de 2015 - 06:14

Sim, nós fizemos a noite parecer mágica.

É incrível a maneira como Killian consegue se divertir com tudo em sua frente. Algumas vezes ao observá-lo a sensação que se tem é que ele não tem nenhum problema sequer, mas em outras temos a sensação de que tudo que ele faz é em prol de resolver algo.

A intenção de acordar cedo era para poder ver o sol nascer de seu escritório, mas sinceramente, eu não ligava mais para nada que fôssemos fazer, desde que fizéssemos juntos.

Depois de Killian me deixar escolher qualquer uma de suas inúmeras camisas, sorrimos do quanto isso parecia clichê e, o ouvir pedir desculpas por isso, mas disse a ele que gostava.

- Então sua cor favorita é azul? - questiono enquanto mexo em alguns papéis jogados no meio da mesa.

- Então a comida que você não gosta, é cebola. Eu pensei mesmo que tivesse me dito que odiava japa.

- E eu odeio, entretanto, eu sou vegetariana, isso é obvio - me sento no chão perto da vidraça e aguardo enquanto Jones se junta a mim.

- Você sabe que... eu nunca tive uma namorada vegetariana.

Sorrio por um momento, até perceber o que realmente Killian acaba de falar. Namorada? Não estou mesmo sabendo da parte em que nos oficializamos o nosso caso. Tento não permitir que minha insegurança transpareça, afinal, não quero constrangê-lo, porém, as vezes eu mesma me pergunto se depois de Graham eu estou preparada para algo mais sério.

Disfarçadamente olho para a tatuagem de A. Aventurar-se. Amor. Não pode ser tão difícil, tentar de novo não deve ser difícil. Devemos dar uma segunda chance ao amor, certo? Eu não posso desistir dele como se nunca fosse senti-lo novamente.

- Então eu sou sua namorada? - cutuco sua barriga.

- Ah Emma... - ele passa singelamente seu dedo por minha bochecha. Sinto uma incrível sinceridade em suas palavras, assim como no dia em que falsamente me pediu em casamento.

Ouço o barulho da porta sendo aberta e em seguida alguns passos, que são interrompidos no meio do caminho.

- Jones! Não sabia que estava aqui, volto depois se quiser - Milah, sua secretária, fala.

Fecho meus olhos com vergonha. Automaticamente sinto minhas bochechas queimarem e percebo que Killian me observa. Ele provavelmente está rindo do meu desconforto.

- Milah, na verdade estava mesmo precisando de você. Será que poderia, por favor, trazer um pouco de suco para Swan?

Me viro para Milah ao tempo de vê-la erguer sua sobrancelha. Não acho que ela tenha gostado da ideia de trazer algo para mim.

- Não precisa, de verdade.

- Poxa que pena, o suco que temos aqui é maravilhoso. Aliás, seu pai está aqui senhor Jones.

- Tudo bem. Você pode sair agora Milah.

Estudo a secretária sair em passos firmes. Ela realmente não parece muito satisfeita em nos ver juntos, mas o que eu posso fazer? Só lamento por ter conquistado Jones mais rápido. Mas por Zeus, que tipo de pensamento é esse?

- Do que estávamos falando mesmo?

Encaro Jones a luz do sol que está para nascer e me perco completamente em seus olhos. Seus olhos azuis como o mar, seus lábios entreabertos e seus cabelos caídos em seu rosto. Seria exagerado dizer que ele é perfeito. Mas sinceramente eu não ligo, ele é perfeito.

Ele me afeta e eu adoro isso. Por um momento sinto raiva de Graham por ter feito o que fez comigo, porque de uma maneira torta, isso atingiu minha confiança, endureceu meu coração e me fez pensar que todos serão como ele. Isso me impede de me entregar totalmente ao novo momento. Nessa noite eu poderia ter aproveitado cada toque, cada beijo e detalhe, poderia ter me aproximado, ter chegado em seu coração e não simplesmente lhe dar o artificial. Killian merece mais. Eu não sei o que dizer, nunca soube, porque quando tenho a oportunidade, sou distraída pelo medo de errar, por pensar que estou pulando em um buraco fundo e dando um tiro no escuro.

- Algo sobre... - engulo em seco.

- Eu conheço você quando está pensando. O que é?

Não sei muito bem se esse tipo de sentimento é algo que devemos compartilhar, ou será que é apenas o medo de errar novamente?

- Não é... é sobre nós, sobre isso - gesticulo com as mãos. - Sinto que não...

- Já sei o que vai dizer. Vai falar sobre achar que não confia totalmente em mim e que não está dando tudo de si. E escute o que eu tenho a te dizer Emma, você não precisa se preocupar com isso agora, se sente insegura dessa maneira é porque acabamos de começar. Não precisamos pular fases, vamos seguir o ritmo que deve ser. Tudo começa como uma semente jogada na terra, ela é pequena, mas ela evolui quando bem regada, quando recebe o cuidado necessário. E assim é o amor.

Ele está certo. Mais uma vez. Não posso me cobrar tanto sendo que acabamos de descobrir esse novo sentimento. Tudo começa do zero.

- Olhe - indico para que Killian veja o nascer do sol.

Os raios alaranjados entram pela vidraça e minutos depois o sol começa enfim a aparecer. O lindo sol da manhã, aquele que transfere toda paz necessária. Ele ilumina todos os inúmeros prédios presentes em Nova York, deixando-os ainda mais bonitos. Eu sentirei falta disso. Sentirei falta de observar a grande cidade em movimento, a enorme cidade que nunca para.

- Acha de devemos sair daqui? - indago, preocupada com o fato de estarmos em seu escritório e qualquer um poder entrar quando quiser.

- Acho que devemos ficar.

- Tudo bem então. Me fale algo sobre você. Sua vida, família - cruzo as pernas como uma criança e me volto para Killian.

- O que você quer saber Swan?

- Eu não sei... algo - insisto. - Como suas sumidas frequentes? Por que faz isso?

Me lembro da sensação de medo e de desprezo que senti quando Jones desapareceu e me deixou preocupada. Havia sido o nosso primeiro beijo e, aquela reação, era a última que eu esperava. Não podia ter sido ruim o suficiente para assombra-lo daquela maneira. Isso me intriga até hoje...

E novamente Killian assume sua postura séria e sem expressão, como o clássico tipo de pessoas que são frias e calculistas. Não apenas esse assunto, mas existem coisas que o deixa desconfortável em falar. Não quero estragar nosso clima, muito menos provocar uma briga, quero apenas nos aproximar mais sentimentalmente, quero sentir que da mesma maneira que eu tento confiar nele, ele faz o mesmo por mim.

- Bem, não tem muito o que falar Swan, acho que já sabe de tudo. Faço isso quando... quando sou covarde.

- Ei, sentir raiva não é covardia - levo minha mão a sua e a aperto de leve. - Todos nós sentimos raiva e, muitas das vezes tudo que queremos é sumir e ficar sozinhos.

- É...

Eu consigo notar que dentro desse "É", existem inúmeras palavras, cabe dentro uma frase completa, que é ocultada apenas por um simples "é". Sinto que o "ser covarde", não se refere a sentir raiva, mas sim a coisas que ainda não sei.

- Sabe, quando eu fui atrás de você e não te achei, eu pensei que fosse culpa minha. Se não havia gostado de me beijar ou...

- Não! - Killian logo trata de me interromper. - Não Emma, eu jamais ia pensar isso. Na verdade, eu fiquei pensando naquele beijo por dias.

- Verdade? - uma alegria boba cresce dentro de mim. Se ele pensou sobre isso, há algum tempo que causo um tipo de efeito sobre ele.

- Mais que verdade. Agora me fale algo sobre você.

- O que quiser saber.

Jones finge pensar por alguns segundos e depois parece se lembrar de algo realmente sério.

- Você quer te filhos Emma Swan? Gosta de crianças?

Sem querer, arregalo os olhos mais que devia. Que assunto é esse? Os olhos azuis de Killian sorriem por ele. Claramente era essa sua intenção, me assustar. Exatamente por isso que não vejo problemas em responder, afinal, é uma pergunta normal.

- Eu não sei... na verdade eu não tenho ideia de como sou com crianças, não tenho muitas oportunidades de ver alguma. Mas, por que da pergunta?

- Me desculpe, eu não queria te assustar. É que me lembrei de Clark, você me perguntou algo sobre a minha vida e não te dei nenhuma resposta, talvez possa te falar sobre outra vida.

- Clark? Bem, o que tem ele? E o que tem a ver com crianças?

- Vou te contar a história completa. Aliás, tem certeza de que não quer sentar em uma cadeira? Não tenho certeza se o chão é confortável - ele pergunta e se senta encostado na parede, com suas pernas esticadas.

- Será confortável se eu fizer isso - me deito no chão, apoiando minha cabeça em sua perna.

Ele parece contente com minha escolha e logo começa a mexer em meus cabelos. Gosto da sensação de estarmos tão tranquilos. O dia já amanheceu, temos coisas para fazer e trabalhos para realizar, porém, estar aqui parece tão certo. O ambiente tem uma paz inexplicável, a pessoa ao meu lado está me transmitindo uma deliciosa sensação de liberdade, de alegria, de... inúmeras coisas. Eu não desejo estar em outro lugar que não seja aqui, nos braços de Killian.

- Bem, como começar a te contar isso...? Ah Clark... Sempre foi uma das pessoas que sempre admirei. Ele tentava me ajudar a construir uma boa personalidade e ser alguém digno, mesmo que fosse mais novo. Também era a pessoa de melhor humor da família, seu espírito juvenil contagiava a qualquer um que o conhecesse, você iria o adorar Emma. Mas então, aconteceu o que aconteceu.

Presto atenção nas palavras que Killian tem a dizer. Desde que vi Clark pela primeira vez, percebi que tinha muita coisa nas entrelinhas. Quis saber sua história, mas não havia ninguém que pudesse me contar.

- Clark conheceu uma linda jovem, que dizia o amar, mas todos sabíamos que ela queria apenas seu dinheiro, só ele não percebia o fato. Loucamente apaixonado, ele se casou. Um pouco depois os dois tiveram um filho e, eu nunca havia visto meu tio tão feliz em sua vida. Pouco depois tiveram duas meninas e esse foi o ápice de sua felicidade, simplesmente sorria para tudo e qualquer coisa.

- Clark é pai de um menino e duas meninas? - me levanto de supetão.

- Shiu, me deixe terminar a história. Perguntas e reações, depois - Killian me puxa de volta para nossa antiga posição e busca sua concentração novamente.

- Como ia dizendo, esse foi o ápice de sua felicidade. E então, para compensar, veio-se o ápice de sua tristeza. Sua mulher o largou pois "deveria se mudar para outra cidade". Clark tentou convence-la a não ir, insistiu para ir com ela, mas era óbvio que ela havia encontrado outro homem ao qual achava que valia mais a pena lutar. Levamos essa atitude como um truque para receber pensão de três filhos. Meu tio tentou de todas as maneiras ficar com a guarda dos pequenos, mas não conseguiu, sempre perdia. Não demorou muito para Clark começar a surtar com a situação, afinal, seus filhos e sua esposa estavam a quilômetros de distância. Um dia sua ex mandou os filhos para visita-lo, foi onde ele tentou fugir com os três, mas a mãe descobriu e proibiu os garotos a verem o pai e o pai de ver os garotos, o ameaçando de entrar na justiça, onde provavelmente iria se abrir um mandato de distância, o que seria bem pior. Depois disso tudo, meu tio entrou em depressão e seus pais se preocuparam se ele começara a ficar louco. Isso é uma dúvida ainda, mas de uma coisa todos sabem, é verdade que ele nunca mais foi o Clark que era antes.

Estática, encaro Killian sem reação. Isso é horrível. Não, na verdade tem muitas outras palavras que podem definir a situação. Impiedoso, repulsivo, desumano, cruel, péssimo e inúmeras outras. Que mulher priva o próprio pai de ver seus filhos? Era tão difícil perceber que ele havia feito tudo o que fez, por amor? Apenas ouvindo sobre sua vida pude sentir um pingo da dor que ele provavelmente deve ter sentido e sente até hoje. Na verdade, é pecado comparar a minha condolência com seu real sofrimento.

Me lembro de uma vez estar falando com Clark e notar que ele havia comentado algo sobre filhos, um menino e duas meninas, mas jamais imaginaria que havia falado aquilo como algo que vinha de dentro. Algo que ele pensava constantemente. Sem falar nas vezes em que frisou que era solteiro e não tinha uma mulher, ele ainda sente sua falta.

- Está tudo bem, anjo?

- Não. Não. Isso está errado Killian, ela não pode fazer isso com ele. Não podemos deixar...

- Anjo, não podemos fazer nada, é passado. Passou. Clark não comenta sobre isso e ninguém comenta isso com ele pois sabemos, ele está mesmo tentando se recuperar.

Anjo.

Foco no nome que Jones acabou de me chamar, pela segunda vez e, imagino se essa palavra soa tão doce em todas as bocas ou apenas na dele. Então me lembro quão egoísta e sem coração estou sendo ao voltar o foco para mim, quando temos um problema bem maior aqui.

- Mas isso é tão desumano Killian. Não se pode simplesmente fazer alguém te amar, criar laços e então quebra-los dessa maneira cruel.

- Eu sei como se sente. Fiquei assim por meses, até que percebi que continuar corroendo isso não me deixaria mais certo, muito menos me faria ganhar em um tribunal.

Killian está certo, não há nada que possamos fazer em relação a mulher, mas podemos fazer por Clark.

- Já pensou em fazer algo para seu tio? Como... como fazer uma corrida de carro com ele ou ajudá-lo com seu jardim, talvez uma viagem. Já imaginou se ele precisa apenas se divertir?

- Acho que nosso A está fazendo um grande efeito em você Swan. Eu prometo pensar no assunto. Agora, acho que devemos comer alguma coisa. Ah, por favor, não comente nada com ele, se sentir confiança em você, irá te falar, então você fingirá ouvir tudo pela primeira vez.

[...]

A grande intensão era sair da casa de Killian antes das onze, mas decidimos tomar café da manhã então fomos para o seu quarto e ele foi me explicar cada detalhe e cada relíquia que tinha. Depois que vesti as minhas roupas fomos comer e então o famoso Robin decidiu mostrar as caras. Nunca havíamos nos falado antes, mas logo percebi que ele era totalmente gente boa.

Era perceptível de que ele e Jones eram grandes amigos, tanto que Robin fez Killian prometer que sairíamos para alguma festa ao qual ele levaria como par, Regina. Tudo isso porque a santa havia ligado em meu telefone no meio da conversa, então fui obrigada a mostrar sua foto para Robin, que depois insistiu que queria conhecê-la, pois havia se "simpatizado" com a mesma.

Hoje é um novo dia, completamente diferente do de ontem, ou seja, agora, tudo o que quero é compartilhar todas as novidades para Tinker e claro, Regina. Por mais que minha maior preocupação seja com minha mãe, por ter medo de que ela também decrete que eu devo ir para longe de casa, pois se ela o fizer, eu sei que irei. Mary é a pessoas mais sábia que conheço, desde pequena, quando dava ouvido a seus conselhos, me saía bem em tudo e, quando não dava, as coisas andavam para trás.

Abri a porta do apartamento e logo fui recepcionada por Ava, que demonstra todo carinho por meio de pulos, pequenos latidos e rabinho balançando. Me agacho para fazer carinho na mesma e, nem sequer noto a presença de alguém, até ouvir um romper de prato, seguido de um gritinho agudo.

- Emma, sinto que você não traz boas vibrações - ouço a voz de Tinker.

- Me desculpe senhorita Emma, juro que não era a intensão fazer isso.

Olho para Alysson, tentando me recordar quando havia a chamado para fazer uma faxina na casa. Ela começa a juntar os cacos com pressa, com medo de que eu a repreenda por ter estragado algo da casa. Não posso culpa-la, ela tem apenas dezenove anos, ajuda a pagar sua faculdade com o dinheiro de diarista, sendo assim, tem medo de dar qualquer deslize e não receber o valor combinado.

- Alysson, não se preocupe com isso querida - falo com doçura, ignorando o comentário anterior de Tinker. - Limpe isso com cuidado ou vai se cortar. Aqui, me deixe te ajudar.

Jogo as coisas que segurava em cima do balcão e agacho-me, tentando ao máximo juntar os cacos, sem me machucar.

- Nossa... estamos doces hoje, o que será que aconteceu? - a loirinha provoca novamente. - Onde estava Emma Swan durante a noite?

- Como se não fosse óbvio o bastante. Estava tirando a roupa em algum lugar por aí.

- Regina! - a repreendo quando vejo os olhos arregalados de Alysson.

- O que foi? Não encontrei problema em minhas palavras - Tink a acompanha em uma risada. Acredito que ambas sentem prazer em me provocar.

- Alysson ainda é virgem, além de que é a menina mais doce e inocente que já conheci. Podiam controlar essas línguas, pelo menos perto dela? - sussurro.

- Xiii. As quietinhas são as piores.

Reviro os olhos com um sorriso de canto. Quantas vezes eu mesma já não as ouvi dizendo essa frase para mim.

Digo a elas que quero conversar e as chamo para a cobertura, o que automaticamente me lembra: a última vez que estive ali foi com Jones e, eu estava com medo de chamá-lo para entrar em meu apartamento, por isso estávamos ali. No final, ele me disse que conhecia alguém apaixonado, e eu não estava apaixonada por Graham. Depois me veio com um discurso sobre o casamento é você precisar de testemunhas.

- Emma? Você viajou para bem longe agora, posso saber onde estava? - Regina estralou seus dedos em frente meus olhos.

- Sim, eu estava... Foi Killian. Eu estava com ele essa noite - falo de uma vez, ciente de que uma hora ou outra iria contar.

- Tinker, você me deve cinquenta dólares - é a primeira coisa que ouço após revelar um segredo. Sinto meu "espírito aventureiro" se esvair, por Tink pensar que não seria capaz de me arriscar.

- E eu fiz uma tatuagem - levanto minha mão, exibindo o "A", ainda enrolado em um papel filme.

Assisto a boca das duas caírem e formar um O, literalmente. Pelo visto acabo de falar coisas que não costumava fazer. Suas reações deveriam me deixar feliz por saber que estou tendo resultado na minha meta de mudar, porém, me deixa aflita por pensar que talvez eu fosse a pessoa mais sem graça do mundo.

- Eu... Emma! O que significa isso? Não é algum sobrenome de Killian, né?

- É claro que não sua idiota. Está claro que é um A de aceitação. Emma aceitou seguir a vida e isso serve para representar o momento, certa?

Fico impressionada com a rapidez de Regina para pensar em algo lógico sobre a letra tatuada. Ela nunca falha em suas cortadas.

- Bem, apesar de aceitação estar incluso no significado, a intenção maior foi um A de aventure-se, aventura e amor. E antes que perguntem, eu também não sei o que me fez fazer isso, foi... espontâneo.

- Espontâneo da sua parte?

- Tinker, eu sinceramente não acredito que você me achava a pessoa mais sem sal desse mundo - me irrito com outro comentário, vindo na intensão de me ofender.

- Calma Emma. Tinker só está impressionada com suas novas atitudes. Ela vive com você, está acostumada com seu antigo jeito, tem que dar um tempo para possa associar tudo.

Solto o ar com impaciência. E eu podia jurar que nada tiraria minha paciência no dia de hoje.

- Me desculpe. E não, não foi minha ideia - sinto meu rosto corar, por no fim de tudo, Tinker estar certa.

Elas aguardam para que eu responda exatamente o aconteceu, e sinto que teremos que sentar, afinal, terei que explicar sobre a tatuagem, sobre Killian, sobre a viagem e por fim, chamar Regina para sair comigo, Jones e Robin. Não que quisesse dar uma de cupido, mas conhecendo bem minha amiga, sabia que se eu não a avisasse sobre algum homem interessado, ela me esganaria.

- Por que não sentamos e eu conto tudo que tenho que contar, com todos os detalhes que vocês querem saber? - ofereço uma cadeira para cada. - Mas apenas conto se prometem fechar esses bicos por míseros segundos.

Tinker fingiu trancar a boca com uma chave e jogá-la longe, enquanto Regina apenas esperava, com sua pior expressão de "paciente".

- Tudo bem... continuem assim, porque eu sinceramente não acredito que consegui calar vocês duas - Mills ameaçou responder, mas estiquei meu dedo em sua frente. - A-hã. Só escute.

Depois de ter a grande certeza de que realmente havia calado as duas maritacas, tentei me recordar dos acontecimentos, para saber a ordem e não esquecer algo importante.

- Bem...

- Querido diário...

- Tinker pelo amor dos deuses, deixe que Emma fale.

- Depois que me afastei de vocês, fui para a empresa, como disse, tinha uma reunião importante, que fiquei sabendo que era sobre mim, apenas ao chegar lá. John e meu pai me olhavam estranho e logo percebi que tinha um clima diferente. Tudo bem, é complicado dizer isso, da mesma maneira que foi complicado ouvir. David está abrindo outra filiação em Miami, e ele concluiu que eu, eu, Emma Swan, deveria cuidar dos negócios. Eles querem que eu me mude. Meu pai deseja se certificar que dou conta de aguentar seus negócios quando ele não estiver mais aqui. E isso me assombra. Eu não quero ir, mas ao mesmo tempo quero tanto. Eu não quero pensar em não ter mais David comigo, mas quero mostrar a ele que me ensinou muito bem e que eu tenho carinho por nossa empresa e que irei um dia cuidar, assim como ele cuidou. Eu sei o que ambas vão dizer a respeito, mas preciso ouvir de vocês, me falem o que achem disso.

- Miami? Emma! Você vai pra Miami! Tem noção do que isso significa?

Balanço a cabeça em negação.

- Quando for te visitar, nós teremos os melhores momentos. Imagina isso Emma, ir para aquelas praias maravilhosas, ou mesmo assistir golfinhos e baleias...

Como Tinker consegue pensar assim? Ela é tão livre. E eu invejo isso nela. Ela é uma adulta, com ar de criança, que consegue ser sedutora, madura, engraçada e... livre. Nada a prende, nenhum problema e nenhuma pessoa. Se ela quer, ela corre atrás. Seu pecado é achar que todos são assim.

- É isso que você quer? Emma, eu sei que está indecisa e, eu queria te dizer que é normal ficar assim, é normal se sentir com medo das mudanças, mas muitas delas vêm para o melhor.

- E o que eu faço então?

- Decida.

- Obrigada pela dica - respondo com ironia. - Enfim, depois fui até a casa de Jones e nos encontramos lá. Ele me incentivou a fazer a tatuagem. A ideia foi completa dele e, eu só aceitei porque pensei que não estava falando sério, e que na ida até o estúdio, mudaria a rota e me levaria para o Central Park. Mas não. Nós realmente fomos e eu não podia amarelar, não enquanto digo a todos que tento mudar.

- Bem, saiba que eu te achei muito corajosa - Tinker pega minha mão e analisa meu dedo. - E que você nunca foi a pessoa mais chata do mundo Emma. Eu gosto de você por quem você é. Quando dizemos que você deve mudar, não é o seu jeito de ser, mas sim, a sua maneira de pensar. Se sentia que não gostaria de ter isso em seu corpo, deveria ter avisado ao seu namorado, ele entenderia.

- O que ela quer dizer é que, não gostamos quando se diminuiu e pensa que é muito menor do que outras pessoas. E se você gostou do que fez, eu também gostei, porque eu já disse, sempre estarei aqui para te apoiar. Porém, nunca mais faça coisas que passem do seu limite.

- E eu não fiz. Não farei. Eu agradeço as palavras de vocês, é muito importante - abro um sorriso sincero.

- Acredito que não tenha terminado de contar.

Encaro Regina sentindo meu rosto queimar. Elas sabem o que aconteceu, mas fazem questão de me fazer falar coisas que me deixam sem graça.

- E depois você sabe Regina, não seja infantil. Aliás, tenho um convite para te fazer. Sabe a ligação que me fez enquanto estava na casa de Jones? Robin, o amigo dele, viu sua foto e insistiu que pedisse para fosse seu par em uma festa.

- E por que não disse não?

- Ah Regina, você e sua mania de fingir que não se importa com esse tipo de coisa, enquanto sabe que é idêntica a mim, porém, é discreta.

- Você está certa Tinker, acontece que eu nem mesmo vi esse tal de Robin. Ele é bonito Emma?

- Eu não sei o que é bonito para você. Está sempre escolhendo homens de alta sociedade, com colarinhos e tudo mais.

- Não está querendo dizer que escolho um homem por sua riqueza, está?

- É claro que não. Quero dizer que não é qualquer um que te agrada. E eu tenho que ir agora, preciso muito falar com minha mãe.

Me levanto e antes que pudesse chegar na porta do elevador, ouvi Regina me chamar novamente. Me virei e ela apenas disse "Diga que irei". Eu sabia que ela não recusaria. E sinto que não deveria me sentir ansiosa demais para isso, porém, a ideia de ver Killian novamente, faz meu coração pulsar em ritmos que ele não costuma fazer.

[...]

O reconfortante cheiro de casa dos pais. Quando desço do carro e abro o portão, o primeiro aroma que invade minhas narinas, é de café. Meus pais amam o tal líquido preto, e sendo filha, se não amasse também, não seria correto.

Paro por alguns segundos para poder pensar: eu devo falar sobre Killian? Não, para meu pai, agora não seria mesmo a hora correta, todavia, minha mãe me ajudou com isso, ela tem o direito de saber. Mas e se for cedo demais e nem mesmo ele queira que eu fale algo? Por outro lado, uma hora ou outra ela vai saber de qualquer maneira, sendo assim... é, eu não vou falar.

E sobre a tatuagem? Ah... eu só espero não ser expulsa da casa ao qual eu já não moro. Meus pais sempre disseram que uma marca permanente como essa em seu corpo, pode te atrapalhar em muita coisa, como por exemplo em encontrar empregos descentes. Mas eu já tenho um emprego, já tenho uma vida e já sou uma adulta, essas palavras não podiam me impedir. Mas do que eu estou falando, talvez a reação nem seja tão terrível...

- Você. Fez. O. Que? - meu pai falou pausadamente assim que contei o que havia feito.

- Pai escuta, é só uma tatuagem, além disso, olhe só o tamanho dela, no que isso pode me atrapalhar na vida? Todo mundo faz isso, no mundo inteiro, a todo minuto.

Olho de canto de olho para minha mãe, que passa a mão em sua testa, claramente desconfortável com a bagunça que eu trouxe.

- Emma meu amor, você não é todo mundo - Mary tenta soar carinhosa, em uma clara intensão de acalmar meu pai.

- É um simples A. Se usar um anel correto, ela pode facilmente ser... O que eu estou falando mesmo? Eu sou adulta pai, eu posso fazer o que eu quiser da minha vida.

- É claro que não! Você ainda tem pais e, enquanto estivermos vivos, você ainda obedece à regras.

- Diziam que eu deveria obedecer enquanto estivesse de baixo do seu teto, bem, eu não estou mais. A propósito, você quer me levar para bem mais longe, acha que vai poder vigiar todos os meus passos?

- David, você disse que ela tinha ficado tranquila em relação a viagem.

- Você já sabia? - indago sem acreditar.

- Sim minha filha.

- Então você também está de acordo... aí não... podemos conversar? E antes que fale algo pai, não, nós não vamos continuar nossa conversa, não há nada que eu possa fazer, me desculpa. Desculpa pelas palavras...

- Está tudo bem filha. Me perdoe se te assustei com toda essa história de mudança - David me puxa para seus braços reconfortantes e me envolve em um abraço.

- Tudo bem David, agora deixa me deixe conversar com Emma, vocês ficam mais tempo juntos.

Depois de me separar de meu pai forçadamente, segui minha mãe até a sala e esperei que ela desse a primeira fala. Eu pensava mesmo que ela, assim como eu, não estivesse ciente de nada, mas claramente apenas eu não sabia de nada que estava acontecendo.

- Emma, não me acho no direito de falar algo sobre sua tatuagem, ela é uma graça, claro, se você me explicar o que significa. Mas eu sei que não é sobre isso que quer falar.

- É um A de aventure-se, amor, aceitação, enfim, tudo de bom que comece com A você pode agregar aqui. Mas como você disse, quero falar sobre Miami. Você era minha última esperança mãe, eu esperava mesmo que fosse a pessoa que não iria concordar com isso e então tiraria essa ideia da cabeça do meu pai.

- Então você está buscando alguém para te falar para ficar?

- Sim?

- Bem, me desculpe, eu pensei que quisesse isso. Já que não quer, vou falar com seu pai agora, afinal, ele deu a você o poder de escolha.

Simples assim. Mary utilizou comigo sua voz mais pacífica e se levantou, realmente disposta a fazer o que falou. E foi nesse momento que por dentro eu desesperei. Eu não quero, mas quero. A verdade é que quero ter a resposta na palma da minha mão, enquanto tenho tempo para pensar.

- Espere - falo com urgência e ela se vira com um sorriso quase imperceptível.

- Algum problema querida?

- Tudo bem eu vou ser sincera com você. Eu quero ir mãe, quero mesmo, mas eu não quero deixar tudo para trás. Meus amigos, minha casa, vocês. É pedir demais que eu me desapegue disso tudo.

- Tem certeza que é só isso e que não tem nada para me contar? - ela se senta novamente.

- Sim, tenho - minto.

- Então saiba filha, que você não precisa ir agora. A filiação não será aberta agora, isso pode demorar meses, enquanto isso você vai estar aqui, curtindo com todos nós.

- Eu pensei que teria que ir de imediato.

Ouço o sininho de mensagem do meu celular e desço os olhos com cuidado, vendo logo o "Killian Jones" na tela. Volto a olhar para minha mãe, que parece ter ignorado o som e eu torço para que a mensagem tenha acabado. Mas então, mais um sino, seguido de mais um. Sua atenção se volta para o telefone em meu colo e eu o pego rapidamente.

- Um minutinho.

"Aqui é o Robin.

Peguei o telefone de Killian porque se mandasse do meu você não iria saber quem era.

O que Regina disse?"

Respondi o "sim" mais seco da minha vida e deixei o celular de canto, tratando de silencia-lo. Eu nunca entendi qual o sério problema dessas tecnologias, que sempre atrapalham quando podem.

- Não tinha nada para me contar, não?

- Bom, eu não tenho. Agora, o dever me chama. Diga ao meu pai que estou pensando sobre o assunto, isso claro, se ele não estiver bravo comigo - dou um beijo em sua bochecha e trato de sair o mais rápido que posso, para enfim, respirar o ar puro.

[...]

Uma boa escolha. Robin havia mesmo feito uma boa escolha. Tudo para impressionar Regina. Não que eu vá muito em baladas, mas é impossível morar em Nova York e nunca ter ido na 1 OAK, uma das boates mais populares daqui. Não que eu quisesse desanimar Mills, mas disse a ela que se encontrasse Leonardo DiCaprio, não a deixaria ir pedir para tirar uma foto com ele.

Insisti de todas as maneiras que pude para Tinker ir conosco, mas ela pisou firme o pé e disse que não podia mesmo, mas eu sinto que ela apenas estava com ciúmes de Regina, coisa que ela não sentia antes.

- Se você ficar bêbada, eu juro que deixo você para trás - advirto antes de sairmos de casa.

- Não acha que devia cuidar de você e prestar atenção no decote desse seu terninho? - Regina leva seu dedo ao meu decote generoso e começa puxa-lo para o lado, recebendo um tapa na mão em retorno.

- Eu não estou brincando Regina, sabe que estou indo único e exclusivamente por você, então trate de não me dar trabalho.

- Eu não dou trabalho, apenas soluções.

- Claro que sim.

Encontramos os homens no saguão, mas antes que deixássemos que eles nos vissem, indiquei Robin para Regina, que abriu um sorriso malicioso e piscou para mim.

- Os exatos - olhei no relógio da parede. - Três minutos de atraso, foram culpa da Regina.

Eles se viraram e observei o olhar de Robin fitar minha amiga sem disfarces. Eu decididamente posso dizer que esses dois são fogo na roupa. Por um lado, tenho dó de Hood, já que Regina adora brincar com os corações dos homens. Mas isso é inevitável, afinal, ela não mora em Nova York, ele sim. Pelo menos eu acho.

Pigarreei e ouvi Jones fazer o mesmo.

- Regina, esse é Robin. Robin, Regina.

- Vocês podem ir na frente - Killian indicou a saída e por fim pude observá-lo como queria fazer.

- Você está...

- Shiu. Nós odiamos clichês, lembra?

- Sendo assim, eu só ia pedir para você trancar a porta do banheiro feminino, caso for colocar suas bebidas para fora novamente.

- Eu te garanto que eu não irei.

Killian pousou sua mão na base das minhas costas para nos levar até seu carro.

- Aliás, qual seu grande problema com vestidos Swan?

- Está achando ruim Jones?

- Em nenhum momento eu disse isso.

No carro, fui contando a Jones a conversa que tive com meus pais, enquanto lá trás, Mills e o senhor Hood conversavam. Não pude deixar de observar que Regina não utiliza de esforços para conquistar os homens, ela apenas é ela mesma, com seu jeito todo irônico e muito das vezes carrancudo. Mas parece ser tão infalível.

Quando entramos na balada eu me lembrei de como esses ambientes, nunca irão me agradar. Killian parece desconfortável por me trazer em um lugar ao qual eu não fico confortável, porém ambos estamos fazendo isso por nossos amigos. Eu não posso privar Regina de conhecer lugares novos só porque eu não gosto.

Percebi que algum momento Killy pediu a Robin que não demorasse a noite inteira, eu agradeci internamente por isso.

- Swan, acho melhor não ficarmos seguindo eles - Killian me puxou para uma mesa vazia. - O que quer comer?

- Por enquanto eu estou bem, mas, você sabe minha bebida favorita.

O fiz ir buscar uma taça de vinho, mas ele voltou com uma garrafa e depositou em cima da mesa com um sorriso, que sumiu quando fitou o cidadão que me encarava e parecia que me engoliria com os olhos.

- Deixa isso para lá e me sirva com o vinho que você trouxe - volto sua atenção para mim.

Killian se aproximou até quase me imprensar na parede, e minha respiração voltou a falhar novamente. Todas as sensações que eu não me permitia sentir quando estava com Graham, eu sentia agora que não estava mais. Talvez até tenham voltado com mais força.

- Eu não estava bravo Swan, estava apenas observando se ele poderia competir comigo.

- Se te ajuda em algo, ele não chega nem perto.

- Isso é um elogio? - observo Jones encher nossas taças quase em câmera lenta. - Sabe, eu não queria que estivéssemos aqui.

Sua voz soa rouca, como a noite passada e, me pergunto por que apenas ela já faz meu corpo inteiro se esquentar.

- Mesmo? - engulo em seco quando Jones aproxima ainda mais nossos rostos e ameaça me beijar. Levo a taça a boca, em um pedido gritante de que não iniciemos nada aqui. Não enquanto estivermos sentados em uma mesa ao qual todos têm visão privilegiada.

- Algum problema anjo?

Está aqui novamente o "anjo". Onde está o simples "Swan"? Não que esteja reclamando, mas exijo uma explicação do porquê me chamar assim, depois de meses, quando poderia ter feito antes.

- Pode me falar de onde tirou esse anjo, senhor Killian Jones?

- Ah isso... história interessante, você vai gostar de ouvir - ele se afasta, mas não parece chateado. - Sabe, ontem quando acordei e olhei para você dormindo, você parecia mesmo um anjo. Acho que faz jus ao nome.

Ah... ah como eu queria ter palavras lindas e atitudes maravilhosas como Killian. Ele sempre sabe o que falar e quando falar, sabe chegar em uma mulher e o melhor, sabe respeitá-la.

Se essa historinha foi inventada apenas para que eu me aproximasse, ele conseguiu e muito bem. Eu posso contar nos dedos às vezes que que Jones e eu nos beijamos e, isso não me agrada. Ou estamos juntos, ou não estamos. Não existe meio termo em situações assim.

- Me perdoe por não ter palavras como as suas para te falar - beijo o canto de sua boca.

- Anjo, só os seus lábios têm mais de dez mil palavras.

- Então espero que entenda o que eu tenho para te falar.

Junto nossos lábios sem pressa e levo minha mão a seus cabelos macios e gostosos de mexer. Logo sinto os dedos de Killian sobre minha nuca e o gosto de sua língua me invade. O gosto de vinho. Faço questão de explorar todos os cantos de sua boca e conhecer todas as texturas, guardando tudo em meu paladar e em minha memória.

Killian me comprime contra a parede e pressiona nossos lábios com mais força, me fazendo arfar em retorno. A sensação que tenho é que seu toque, mesmo que por cima da roupa, sai fazendo uma trilha de chamas por onde passa. Quando necessito de ar, Jones beija em meu queixo, minha mandíbula e faz questão de parar em meu ouvido.

- Anjo, você é tão doce.

Quando ouço sua voz tão próxima e sussurrada, meu corpo desencadeia um turbilhão de reações desproporcionais para o local em que estamos. E antes que pudesse pará-lo de vez, sinto uma sucção em meu pescoço e me pergunto novamente o porquê de tê-lo beijado aqui.

- Killian, Killian meu amor escute - seguro seu rosto com carinho.

Ele respira fundo e mantém seus olhos fechados por alguns segundos.

- Eu sei o que vai dizer, então não precisa falar.

- Tudo bem, eu não dizer que tem alguém olhando, porque não tem.

- Que é então?

- Acho que devemos nos juntar a Regina e Robin um pouco, não devemos os esquecer assim.

- Se é isso que deseja.

- Não está bravo, está?

- É claro que não Swan, ou acha que vou deixar você voltar para casa hoje?

Terminamos de beber o vinho que havia restado e começamos a andar à procura de Regina. Achá-los no meio dessa grande multidão não será algo fácil. Eu não faço ideia de quantas pessoas esse lugar suporta, mas com certeza, eles não estão seguindo a regra de respeitar um limite.

- Fique aqui enquanto os procuro na pista - Killian grita para que possa ouvi-lo com clareza.

Antes que pudesse responder que não gostaria de ficar sozinha, ele já havia saído. Bufei com impaciência e comecei a observar todas as cabeças que passavam. Se eu sair do lugar que Killian me deixou, tudo será pior quando ele voltar para me buscar.

- Emma Swan?

Me viro ao ouvir meu nome e fico surpresa ao me lembrar de quem se trata. Esse é Neal, o homem que estava na minha festa de arrecadação.

- Olá! Neal, não é? - espero até ele me comprimente com um beijo na bochecha e me afasto.

- Você lembrou, isso é um bom. Não esperava encontrar a senhorita em um lugar assim.

Sinto meu rosto corar por seu comentário. Bem, nem eu mesma esperava me encontrar aqui.

- Me desculpe se a constrangi, não foi minha intensão.

- Não, não se preocupe com isso - sinto raiva de mim mesma por ser tão branca e deixar transparecer qualquer cor diferente em minha pele.

- Se eu fosse seu acompanhante não te deixaria sozinha dessa maneira. De qualquer maneira, está bonita.

- Como sabe que eu...

Neal nem mesmo me deixou terminar minha pergunta sobre como ele sabe que estou acompanhada, e apontou para seu pescoço, logo entendi que o problema estava no meu. Droga Killian. Tento arrumar uma maneira de esconder isso e, não vejo jeito melhor do que soltar meu cabelo e jogá-lo por cima da marca.

- Emma? Com quem está falando? - ouço a voz áspera de Jones atrás de mim e me assusto por um momento.

- Neal. Ele esteve na festa de arrecadação. Talvez você não se lembre porque saiu pouco depois que ele chegou.

- Você tem razão, eu não me lembro. Agora vá chamar Regina porque nós vamos embora. Ela está próxima ao banheiro.

Me irrito com a maneira como Killian me ordena e fala com esse tom autoritário. Eu desejo que ele não espere que eu vá simplesmente abaixar a cabeça e acatar suas ordens de bom grado.

- Mas nós acabamos de chegar, devem fazer quarenta minutos desde que chegamos. De qualquer maneira, posso fazer isso depois de terminar com Neal, tudo bem?

Jones parece impaciente e irritado, estaria mentindo se dissesse que não sinto um pingo de medo de suas mudanças drásticas de humor.

- Mas ele não tem nada para falar Swan, vamos embora - ele tenta puxar em minha mão, mas a solto com cuidado.

- Você tinha algo para me falar Neal?

- Não, fique tranquila Emma. Eu apenas te vi e quis falar um oi. Nada demais. Não pretendo estragar a noite de vocês.

Podia jurar que ouvi Killian resmungar algo como "já estragou", depois de me puxar para longe, sem mesmo me dar tempo de despedir-me com decência. Estranho. Muito estranho, afinal, Jones nunca havia agido dessa maneira. E ele estava tão feliz.


Notas Finais


Até o próximo anjos. Mil beijos. Twitter: @xjenswanlive (podem conversar comigo por lá).


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