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História Rica Dignidade - Riquezas e Dignidade


Escrita por: SWANLIVE

Notas do Autor


Olá luas. Estou triste, bem triste por esse capítulo e, a demora do mesmo é única e especificamente por não estar conseguindo escrever porque: não estou preparada para dizer adeus a Rica Dignidade. Bem, ainda faltam alguns capítulos, mas como vocês verão, a história deu um pulo completo e estamos mesmo na reta final. Espero estar perdoada. Eu já havia avisado em uma das notas que histórias minhas não possuem muitos capítulos e o máximo que eu já cheguei foi 24. Mesmo assim, espero que gostem desse capítulo, que foi completamente dedicado aos pensamentos confusos de Emma.

Aproveitem.

Capítulo 23 - Riquezas e Dignidade


31 de dezembro de 2015 - 22:30

As vezes a vida nos prega peças. Não, não, na verdade, a vida é uma peça. Uma peça com vários cenários, vários personagens, oportunidades, cenas, falas, encenações, vestuários, objetos... todos os dias existem apresentações, porque não há tempo de ensaiar alguns minutos antes de entrar no palco. O mundo é o grande palco, nós somos os fantoches, que por algum motivo, temos a impressão de que somos donos das nossas próprias escolhas, mas não é verdade. Tudo que dizemos, fazemos, escolhemos, vivemos, tudo, é baseado em algo ou alguém. A realidade é que queremos estar no controle total, queremos sentir a sensação de ter poder pelo menos sobre a própria vida, tão enganados... tão ingênuos... Ah essa doce sociedade, que nos impõe todos os dias novas culturas, maneiras de pensar, de agir, de vestir, de ser. A vida é uma peça e, nós somos os fantoches, não escolhemos quando queremos rir, nem quando queremos chorar, outros fantoches escolhem por você. As outras personagens que decidem se estão de bom humor para serem educados, se estão de mal humor para serem grossos. Nunca, em uma vida, seria possível imaginar as coisas que poderíamos passar, os medos que poderiam nos seguir e as alegrias que poderiam nos aparecer, mas eles aparecem mesmo assim, sem data, hora e nem lugar. Estou pensando em ensaiar minha cena todos dias, porque mesmo sem saber o que vem depois, preciso saber o que é agora, preciso respirar o ar do momento, saber me controlar, conhecer meu personagem, pra falar quando puder, bem saber quando algo vier.

Em caso de saudade, ligue. Parece algo tão simples, tão fácil de fazer, mas não é, jamais vai ser. Apenas quem verdadeiramente sente falta de alguém, sabe que apenas ouvir a voz não serve para nada. Temos que tocar, temos que sentir, temos que olhar nos olhos e saber que a alma e a pessoa estão ali ao seu lado. O calor humano, a pele com pele, aquele que esquenta o frio que existir no local. Uma semana, pensei que iria sorrir na cara do "uma semana" e, sinceramente, me sinto ingênua por ter pensado que o fato de conhecer Killian a pouco tempo faria com que não sentisse falta o suficiente. A sensação que tive foi que não aprendi quando Jones desapareceu por dias. Estar apaixonado... ah estar apaixonado...

Parece tão idiota mas, eu não podia me divertir, nem curtir, meus pensamentos sempre voavam de volta para Nova York, mais especificamente para Killian Jones. E sobre pensamentos "impuros", pensei mesmo que nunca os teria. Enganada mais uma vez por minhas próprias ideias. Mas se quisesse voltar logo e ter que voltar novamente apenas no ano novo, eu devia deixar o amor de lado. Foi o que fiz. As ligações cessaram, as mensagens não foram lidas e meus pensamentos foram bloqueados. Por seis dias eu me dediquei em minha vida em Miami. Para ser sincera, eu continue pensando no quanto gostaria que Killian se mudasse comigo. Depois outros pensamentos começaram a me perturbar: É certo estarmos juntos, se apaixonando mais a cada dia, mesmo sabendo que no final vamos no separar? Eu não sabia os planos de Jones, mas ainda tinha esperanças de que nos últimos segundos ele se virasse e dissesse, olhando em meus olhos "eu me mudo para Miami com você. Vamos juntos construir nossa vida".

Seis dias sem tempo nem para respirar onde, no futuro, eu espero me acostumar com essa vida, até que tudo seja rotineiro. Escolhemos o apartamento que, segundo meu pai é "perfeito". Tenho vista para o mar, tenho novamente dois andares, sacada e tudo que sempre tive direito. Não foi fácil chegar nessa conclusão. Rodamos três dias com um corretor em busca de algo próximo ao serviço, mas que ao mesmo tempo parecesse com o meu antigo apartamento, assim não sentiria tanta falta. Mas nada, nunca será igual ao meu velho e bom apartamento, onde tantas coisas aconteceram.

Seis dias sem tempo nem para respirar a rotina continuava. Por três dias passamos por um processo de seleção da escolha de meu chefe imediato. Depois de ouvir tantas besteiras de pessoas que não faziam ideia de como ser vendedoras, eu me encontrei no último. O último. Me pergunto porque o nome Oliver Barry não estava no início da lista, me pouparia de tanto cansaço, de tanta dor de cabeça. Oliver trabalhou com venda de carros por dez anos, estava chegando ao posto de chefe quando seu "amigo", que também queria o cargo, tramou para ele e o fez ser expulso da empresa. Triste fim, não mais porque eu o encontrei. Trinta e cinco anos, cara de novo, cara de rico, cara de surfista, cara de festeiro, coisas que de fato ele é. Oliver é o tipo adulto jovem, não passamos nem uma semana juntos, contando que o encontrei no quinto dia da minha viagem, mas foi claramente perceptível seu jeito.

Com os dois dias que me restavam, Barry conseguiu fazê-los valer a pena. Me levou em três praias diferentes apenas no primeiro dia. Ele não levaria se meu pai não tivesse insistido, dizendo que precisávamos encontrar a "conexão". No final, a namorada de Oliver terminou com ele por ciúmes, eu claro, me vi preocupada com esse fato, mas ele... claramente ele estava bem aliviado. Me disse que nunca encontrou uma mulher que realmente visse seu coração e não sua beleza ou marca de carro, me acalmou dizendo que logo encontraria outra parceira. Se Killian me visse andando de buggy com Oliver, ele com certeza sentiria ciúmes e eu com certeza não ia saber contornar a situação. Mas no final, nós dois demos certo, mesmo sendo tão distintos um do outro.

Quando Oliver nos acompanhou até um jantar de despedida, descobrimos que o jovem tem uma filha de dezesseis anos. De todos os choques do ano, esse foi o pior. Dezesseis anos. E ela é maravilhosa, tão linda que chega a doer os olhos, sendo assim, em uma cidade como Miami, estava na cara que era modelo. Eva Barry, uma linda jovem simpática que se apaixonou em mim, assim como eu me apaixonei por ela nas poucas horas que passamos juntas. Por algum motivo, ao seu lado eu me senti como uma adolescente novamente.

Quando as coisas estavam começando a esquentar, tivemos que voltar para Nova York e deixar meus novos amigos para trás. Prometi que logo voltaria e pretendia levar uma pessoa muito especial. Tinha essa esperança, até voltar e perceber que não temos controle de nada, então voltei novamente ao ponto inicial. A vida é uma peça. E a peça do meu fantoche... o escritor do meu personagem deveria ser bem amargurado.

Voltamos e recebemos uma festinha de boas-vindas. Foi uma verdadeira graça e, claro, a ideia veio de Killian, como imaginei assim que recebemos a surpresa, afinal, quem é que vive me surpreendendo dessa maneira? Dei os presentes de Tinker, fiquei quase meia hora nos braços de minha mãe, depois Ava não saia do meu pé por um segundo e claro, Jones, que por um mês não me largou. Eu não me importei.

A vida estava passando mais rápido do que eu esperava que ela passasse, nunca imaginei que em um piscar de olhos nós estaríamos em setembro, quase no fim do ano. Todos os dias dos quatro meses passados eu adiava a ideia de conversar com Killian e perguntar a ele o porquê de não poder ir comigo para Miami. Eu tinha três meses e podia escolher, ou eu me afastava de Jones, na melhor das intensões de não machucar meu próprio coração novamente, ou, poderia me aproximar muito mais dele, aproveitar o tempo que tínhamos. Não reconhecendo a minha própria escolha, eu me surpreendi por ter ficado com a primeira opção.

Killian realmente não facilitou nesse processo de afastamento, suas mensagens, ligações, pedidos de desculpas por coisas que nem mesmo havia feito, seus atos românticos, seus beijos e toques que, quanto mais eram proibidos, ficavam melhor. Nós havíamos nos encontrado um no outro, nunca havia me sentido tão ligada a uma pessoa como com ele. Nossos movimentos, nossas palavras, declarações, sentimentos, noites, tudo parecia certo. Mas nunca foi. Não foi destino, não foi uma coincidência. Eu me sentia péssima por me afastar, sentia estar o usando, já que não me preocupava em passar horas com ele, não o devolvia o amor que recebia e fingia sorrir de suas graças, quando sorria. Eu o aceitava apenas para ter o prazer de tê-lo em minha cama, de aproveitar sim nossos últimos meses, mas da maneira errada. No fim, ele se acostumou, parou de reclamar da minha maneira fria de o tratar.

Engano o meu em achar que esse três meses me deixariam menos apaixonada, muito pelo contrário, eu me apaixonei muito mais. Sempre que ele batia na porta de casa, eu fingia não ligar, mas meu peito chegava a doer com as batidas do meu coração. Foram os piores meses da minha vida e Jones pareceu perceber isso, mas não fez questão de fazer algo para me ajudar, já que o mesmo sabia muito bem o que eu esperava dele.

Um dia antes de ter que me mudar, um dia antes da grande festa de ano novo, um dia antes da minha vida mudar completamente, eu decidi que não queria ir embora e deixar as coisas dessa maneira. Eu queria me esclarecer. Nunca fui de expressar a minha opinião quando percebia que ela poderia causar alguma intriga, porém, ninguém sabe o que calado o quer. No fim das contas, eu não poderia reclamar de algum comportamento de Killian, não poderia reclamar por ele não ter nem tocado no assunto de Miami por sete meses, não poderia reclamar por ele não ir, afinal, eu não disse a ele o que me incomodava, por mais que ele soubesse, ele não tinha certeza.

Eu sabia que acabaríamos brigando uma hora ou outra, mas eu tinha um plano para não estarmos brigados no dia seguinte. Poderia apenas fingir que nada aconteceu. No geral, o plano era o seguinte: dia 30 eu falaria tudo o que tivesse direito, ouviria suas explicações e justificativas, dia primeiro, uma hora antes voar para longe, falaria tudo o que meu lindo coração sente, falaria a ele o quanto gostaria que ele estivesse comigo, o beijaria com toda a paixão que tivesse. Pode parecer um jogo, que estou brincando com seu coração, mas quem sabe se ele também não brincou com o meu? O importante é que eu sempre encontraria uma desculpa para voltar correndo para Nova York.

Killian sentou em minha frente, mexeu em meus cabelos com um tanto de hesitação e sorriu. Um sorriso nervoso, triste e nostálgico. Tudo o que eu queria no momento, era ler seus pensamentos, já que seu olhar era tão intenso que podia jurar que ele lia os meus, assim como a primeira vez que nos encontramos.

- Você é linda Emma Swan. Uma linda mulher - ele disse por fim, depois de minutos pensando.

Fechei meus olhos por alguns segundos e me deixei levar por suas palavras, proferidas de uma maneira tão doce. Por mais que eu quisesse admira-lo, não deveria me deixar levar, nossa conversa não podia esperar mais um dia.

- Killian, eu preciso te perguntar uma coisa.

- Certo.

Me levantei do sofá e fui até a cozinha, já que não aguentaria ficar ao seu lado em uma hora dessas.

- Qual o verdadeiro motivo que te prende aqui em Nova York? Por que não quer ir para Miami comigo?

Ele respirou fundo e se levantou, mantendo nossa distância considerável, o que eu agradeci.

- Eu não posso ir Emma, é que... não dá.

- Não dá - soou mais irônico do que eu desejava. Estava impressionada com minhas novas maneiras de tratar as pessoas. - Não dá... Killian, você percebe o quanto essa frase é ridícula? Nos conhecemos a um ano e você não tem capacidade de me dar uma explicação digna do motivo pelo qual não pode ir.

- Swan... você está estressada, amanhã é um grande dia, vamos parar com isso.

- Não! Eu estou cansada. Estou cansada de nunca falar o que quero e nunca ouvir o que desejo. Eu sempre te contei tudo o que tinha direito e, como disse, nós nos conhecemos a um ano mas tenho a sensação de que não conheço nem o seu dedinho do pé.

- Isso não é verdade, eu te conto as coisas.

- Ah me conta? Então me diz por que não pode ir à Miami.

- Você está sendo egoísta.

- Isso é um absurdo - murmurei à mim mesma. - Jones, se você conta tudo, por que eu não faço ideia de quem é Dlog? Você se lembra dele não é? Aquele cara que te ligou e você não atendeu. Por que eu não faço ideia qual a sua ligação com Neal? Por favor, aquela história que me contou é ridícula. Por que sumiu por tantos dias depois daquela festa? Por que seu pai diz que "você escala nas pessoas para conseguir o que quer". Aliás, qual a porra do motivo ao qual você tem que "proteger" o seu pai, que não precisa de proteção alguma. Olhe só quantas perguntas sem respostas eu tenho. E sabe o que eu sinto, sinto que ainda assim você não vai contar. A realidade que você é comigo, não condiz com a realidade das pessoas que verdadeiramente te conhecem, por que?

Killian se calou por longos minutos, quando pensei que não ouviria mais sua voz, ele decidiu que eu ouviria sim.

- Você vai saber. Mas a pressa é inimiga de tanta coisa Emma. Você quer que eu admita que tem coisas que você não sabe, então eu admito, mas eu não quero que viaje com pensamentos negativos.

- Eu não ligo para pensamentos negativos Killian. Sabe, eu sai de um relacionamento ao qual eu não sabia de nada. Graham não me contava nada Killian, e eu o aguentei, por meses e meses, sendo enganada. Acontece que eu não suporto mais isso. Você é igual a ele. E eu soube desde o início que não seria diferente, afinal, é para isso que as mulheres servem não é?

- Emma, chega, você está falando besteiras.

- E você não está falando nada.

- Por favor vamos esquecer isso, amanhã você tem um longo dia pra frente.

- Eu não quero esquecer só porque você está sem argumentos. Eu quero respostas e se você não as tem, por favor vá embora, não quero te ouvir.

Sim, eu aticei sua raiva, era isso que eu queria, esperava que fazendo isso poderia arrancar algo de Jones, mas ele não fez nem vestígios que falaria algo.

Ele pegou seu blazer um tanto irritado, nem mesmo olhou em meus olhos e se direcionou até a porta.

- Jones - o fiz se virar, um tanto sem vontade. - Não vai me contar agora e não vai me contar mais tarde, porque eu quero que saiba que eu não vou me amarrar a alguém que não faz nada para restaurar algo que dizia gostar. Eu não vou mais sustentar relacionamentos sozinha, eu não vou viver todos os dias pensando onde eu errei. O que nós tivemos foi ótimo, mas espero que esteja ciente que isso ia acontecer e que o que nós tivemos, chegou ao fim.

- Boa viagem.

Antes que pudesse responder, ele saiu. Se foi. Eu estava em pedaços. Mais um vez.

[...]

- Você fez o que?

- Nós brigamos e... bem...

- Emma, por que decidiu que fazer isso um dia antes da sua viagem seria uma boa ideia? - Tinker me pergunta, irritada.

- Por favor não brigue comigo Tinker, não acha que ontem já foi o suficiente?

- Mas isso foi culpa sua.

- Eu não estou bem, ok? Parece que o mundo está girando e girando sem parar. Girando e girando - me encosto na mesa do convidado ao lado.

- Deve ser porque você já bebeu álcool o suficiente pra quem vai entrar em um avião daqui algumas horas.

- Eu queria o ver. Queria que ele estivesse aqui.

- Mas ele não vai vir Emma, acostume-se, e você não vai atrás dele, sabe-se lá onde ele se meteu. Deveria ter pensado nisso ontem à noite.

- Mas eu precisava falar o que sentia.

- Senhoritas - John nos chama na mesa ao lado. - Por que não se sentam aqui? Daqui a uma hora teremos um novo ano.

Antes de me sentar John segura em minha mão e me afasta dos conhecidos. O sigo sem problemas, aceitando ser levada para qualquer lugar que quiser me levar. Apenas quero que tudo isso acabe, quero que essa festa acabe, porque memórias do ano novo passado são parecidas: eu não estava feliz. Devo admitir que estou começando a me preocupar com viradas do ano.

- Jones deixou isso para você - ele tira um envelope de seu terno, entregando em minha mão.

- Hoje?

- Agora - procuro por Killian por cima das inúmeras cabeças, não o vejo e acredito que não verei. - Ele pediu, ordenou na verdade, para que lesse apenas no avião.

- Por que não me chamou para vê-lo?

- Emma, por favor comece a se despedir das pessoas que deseja. Faça seu discurso, nós temos que sair depois dos fogos. Ligue o microfone, acorde, se recomponha e deixe sua marca.

Aceito o microfone, receosa e me direciono ao palco, respirando fundo diversas vezes. Ninguém pediu que eu falasse algo, mas eu escolhi que queria assim, afinal, quero ser lembrada de alguma maneira e com certeza da melhor maneira possível.

- Boa noite - chamo atenção de todos, inclusive do pianista, que suaviza seu som enquanto abro o rascunho contendo meu discurso. - A noite está fria, mas não significa que não estão se divertindo, sim? Bem, essa noite, nessa festa, eu conheço todos vocês. Conheço cada rostinho aqui. Esse foi um pedido que fiz ao meu pai, pedi uma festa mais íntima, uma coisa nossa, uma família de amigos, de parentes, de conhecidos, de colegas. Sendo assim, todos aqui sabem que vou me mudar para Miami para assumir a nova HANS da cidade. O que muitos não sabem é que meu voou sai daqui algumas horas, daqui alguns minutos eu iniciarei meu novo ano em uma nova cidade, com novas pessoas. Eu tenho certeza de que para onde vou eu me depararei com novas aventuras, mistérios, diversões, tristezas e felicidades. Conhecerei pessoas e irei tocar a minha vida. A partir da meia noite, eu espero que o que é passado, continue sendo passado, espero que o passado não assombre o meu presente, não mude minhas atitudes, nem meu pensamento. Novo ano é uma caixa de surpresas, como todos os outros, não só para mim, mas para todos vocês. Nós já abrimos a caixa de dois mil e quinze, todos aqui sabem o que viveram, o que passaram e o que mudou. Esse ano eu conheci novas pessoas, ao qual foram importantes em minha vida, pessoas ao qual eu nunca vou me esquecer. Esse ano eu me vi longe de outras. Foi um ano de perdas e de conquistas, mas ainda assim, um ano maravilhoso.

Respiro fundo por alguns segundos, não acostumada com tamanha atenção direcionada a mim.  

- Eu sentei em frente ao meu computador por horas, imaginando o que poderia falar para tocar no coração de vocês, mas eu descobri que não havia nada. Não tinha nada que eu pudesse dizer. Nada grande ou espetacular, apenas as mesma coisas que todos falam sobre um novo ano, mas mesmo assim, aqui estou eu, porque eu percebi que mesmo que não tivesse nada digno para falar, eu tinha que me despedir. Eu tinha que pedir perdão. Eu não quero fazer parecer que eu vou morrer enquanto na verdade estou a horas de viagem. Eu sempre estarei por aqui, aqui é meu lugar, mas acontece que as pessoas que tinham a minha presença como rotina, precisam saber que eu peço perdão. Peço perdão pelas vezes que falhei com vocês, pelas vezes que não ouvi o que diziam, ou ouvi demais. Perdão se não soube como ajudar. E na mesma intensidade eu agradeço a todos. Agradeço pelos momentos, conselhos, risadas, diversões, troca de carinho, troca de amor, ou mesmo troca de raiva. Agradeço pelos abraços, pela ajuda no meu crescimento pessoal. Principalmente, agradeço pela paciência. Me desculpem se eu falei demais, mas eu precisava deixar claro que vocês que mudaram minha vida, mereciam mais que um texto bobo como esse, mereciam a riqueza que um arco-íris possui, mereciam a riqueza das gargalhadas que me fizeram dar, mereciam a riqueza do sucesso, do reconhecimento, porque todos vocês são dignos de toda essa admiração que eu os dou. Vocês são dignos dessa riqueza. Para todos eu desejo sucesso, meta, coragem e amor. Não desistam de tentar, porque as pessoas ao seu lado não vão desistir de conseguir. A vida é uma competição, vence quem chega primeiro, e o primeiro, não é o melhor, é o persistente, é o digno da riqueza do topo.

Fecho meus olhos e ouço as palmas ecoarem pelo lugar, sendo carregadas pelo vento do céu aberto. Saio do palco nas pressas, sentindo meus olhos queimarem com lágrimas. Eu não posso chorar, não aqui, não agora, mas a primeira pessoa que encontro é minha mãe, logo sei que as lágrimas irão sim cair.

Eu me despedi de todos. Ouvi as palavras de minha mãe por longos minutos, logo então as do meu pai, Tinker, Clark, Davy, até mesmo de Robin. John me falou coisas maravilhosas. Graham apareceu novamente. Eu não o impedi de falar comigo. Ele me pediu perdão por seus erros, disse que estava arrependido por tudo e logo me revelou que estava voltando para Storybrooke, para ficar. Por um momento eu fiquei feliz por ele. É bom que esteja seguindo o que quer.

O trato inicial era que eu iria me despedir de todos na festa e apenas Killian me levaria ao aeroporto, mas com os acontecimentos recentes e com a sua ausência, John tomou esse cargo para si.

- Vamos fazer a contagem regressiva - Tinker, já alterada, joga seus braços para cima e grita como uma louca.

- Só um segundo... - John checa seu relógio, esperando o momento certo para a contagem. - Vamos lá, agora.

Estamos falando de um novo ano. De uma vida nova. Exatamente por isso aproveito do forte fogo da vela para queimar a carta de Killian e o discurso, que ainda esquentavam minha mão.

10. 9. 8. 7. 6. 5. 4. 3. 2. 1!

[...]

"Anjo,

Meu anjo. Minha doce Emma.

Você não pode me ouvir. Mas pode me sentir. Você não pode me ver. Mas pode me imaginar. Você não pode me ter. Mas pode me querer. Porque eu te sinto, te imagino e te quero. Eu te quero muito mais do que já cheguei imaginar querer alguém. Eu te sinto muito mais do que sinto meus próprios pés. Eu te imagino muito mais do que seria saudável. Talvez você não entenda agora o bem que fiz a você em não estar ao seu lado, em não compartilhar meus medos com você, meus segredos, eu tenho medo de que não entenda agora e nunca vá entender. Emma, eu gostaria de ter inúmeras chances com você, gostaria de mostrar a você que eu seria capaz de levar um tiro para salvar sua vida, mas nela não existem tantas oportunidades. Eu tive a minha, eu a estraguei e creio que agora é tarde demais. Tarde demais para fazer diferente. Tarde demais para mudar as situações, desviar as consequências. É tarde demais para acertar e te pedir perdão.

Você deve estar tão longe agora, mas eu gostaria de te seguir para dizer que eu preciso de você, dizer que eu me arrependo. Gostaria de te dizer meus segredos e ouvir suas perguntas. Voltar tudo e fazer certo, porque Emma, você merece. Um dia você não vai acreditar em minhas palavras, vai chegar um dia que você vai se arrepender de ter me conhecido, esse dia eu me quebrarei, mas ainda assim estarei por você para todo o sempre. Emma, eu estarei por você mesmo que me odeie. Eu poderia ser egoísta o suficiente para você, por você. Eu podia estar voando ao seu lado, poderia chegar em Miami com você, poderia construir uma vida com você Emma. Nós poderíamos nos casar. Mas não. Eu não podia voar ao seu lado sabendo que escondi tantas coisas. Não podia chegar em Miami com você e saber que nos conhecermos foi um erro. Não podia construir uma vida, te enganar, quebrar seu coração e fazer você perder seu tempo.

Agora é tudo recente. Você está apaixonada. Eu também estou. Você me quer por perto. Eu também quero. Mas quanto mais alto a subida, mais dolorosa a caída. São tantas coisas anjo... mas eu tenho medo. Não sou corajoso o suficiente para te contar e correr o risco de nunca mais poder ouvir sua voz. Correr o risco de saber que eu fiz você sofrer. Você é minha maior riqueza em anos, entenda por favor, é difícil deixar riquezas partirem.

Eu não sou digno do seu amor. 

Eu não sou digno de você. 
Mas você é digna de todo o amor que eu tentei te dar. Espero que um dia ainda se lembre de mim e abra um sorriso.

Obrigada."


Notas Finais


Obrigada por estarem comigo até aqui. Até o próximo capítulo. Mil beijos. PS.: Perdoem qualquer erro.


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