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História Rica Dignidade - Verdades Secretas


Escrita por: SWANLIVE

Notas do Autor


Olá minhas luas, olha aqui eu de volta! Eu ia postar só amanhã, mas deixei pra hoje mesmo. Espero que gostem do capítulo (ou pelo menos suportem ele haha), já que tem muitas revelações.

Aproveitem a leitura.
Ps.: Me perdoem qualquer erro.

Capítulo 26 - Verdades Secretas


Fanfic / Fanfiction Rica Dignidade - Verdades Secretas

NARRADOR

O som “toc toc toc” ecoou pelo apartamento de Kilian, o fazendo prender a respiração. Era ela. De um jeito ou de outro ele sabia que era, apesar de não ter recebido aviso prévio algum, ele havia cancelado todos os seus planos para aquele dia, pedido que todas as pessoas se retirassem da casa e tentava se preparar psicologicamente para o que teria que enfrentar. Ele podia a sentir, mesmo longe.

O caso era que não estava pronto para recebê-la, nem mesmo para vê-la, afinal, os dias que passaram separados, como da outra vez, apenas intensificou seus sentimentos e, droga, ele pensava, como ele queria ter feito alguma merda correta. Como queria voltar no passado e mudar toda a sua história porque sabia que isso mudaria nos dias atuais.

Ele não queria vê-la chegar porque não queria vê-la partir novamente. Não queria ser o causador de uma separação forçada, mais uma vez. Mas seria. Ele sabia que sim.

Abriu a porta devagar e deu de cara com os olhos verdes mais lindo que já havia visto. Perdeu seu ar, diferente de Emma, que soltou o seu por ver que quem abrira a porta havia sido exatamente a pessoa que desejava. Observou os olhos azuis mais lindos que já havia visto. Estava acontecendo mais uma vez, o verde no azul, o azul no verde. Aquilo aquecia os dois corações.

A loira abriu a boca diversas vezes, tentando descobrir se valeria a pena qualquer coisa que decidisse falar. Mas não precisou pensar por muito tempo, já que Killian decidira que palavra nenhuma seria suficiente e apenas a abraçou. Não teve medo de não ser retribuído, ele sabia que seria e, tinha sido muito melhor do que os dois imaginavam.

- Eu senti sua falta. Senti tanta sua falta – Jones falou soltando-a, mas ao mesmo tempo querendo mantê-la ali para sempre.

- Killian, eu... preciso te contar uma coisa.

- Não Emma, não acho que é uma boa ideia, preciso que me deixe falar primeiro – disse, mais para si do que para Swan. Ele não podia se deixar levar por nenhuma outra coisa, caso contrário, desistiria de vez de contar tudo para ela. Já estava sendo difícil ver aqueles olhos, que pareciam mais brilhante do que nunca, e saber que o que tinha para contar, acabaria com aquele brilho. Não queria machucá-la, entretanto, era exatamente isso que ia fazer.

- Mas... – Emma, que queria mais que tudo compartilhar sua alegria com o pai de seu filho, insistiu.

- Por favor Swan... não deixe as coisas serem mais difíceis para mim. Por favor entre e se sente.

Emma se calou, pensou que talvez fosse melhor deixá-lo falar primeiro, afinal, ele havia corrido atrás dela, sendo assim, qualquer coisa que ela tivesse para dizer, poderia esperar. O acompanhou até sua sala e inspirou o ar do lugar novamente, sentindo o mesmo cheiro que costumava sentir quando estava ali nos braços de Jones.

- Quer um pouco de água?

- Sim, obrigada – a loira respondeu e tentou achar algo que talvez tivesse mudado. – Não tem ninguém em casa? Fiquei com medo de não te encontrar aqui, já que costuma sair muito... eu deveria ter avisado que vinha, me desculpe. Mas... você não me pareceu surpreso ao me ver – passou as mãos em suas coxas, uma clássica demonstração de nervosismo.

- Não – pode-se ouvir a resposta da cozinha. – Bem, - ele voltou e entregou a ela seu copo com água. – Talvez eu seja uma pessoa calculista.

- Obrigada pela água – Swan ignorou o comentário sobre ser “calculista”, não queria interromper o que quer que estivesse pensando em falar. – Você pediu que eu viesse Killian, eu sei que tem muito a falar, mas... sabe que eu posso esperar, ainda me sinto mal pelo o que disse a você.

- Não sinta. Eu tenho muito a falar e você tem muito a ouvir, então eu te peço, por favor, não saia daqui sem me deixar terminar, permita-me contar tudo, toda a versão da história e todos os meus sentimentos.

Emma observou os olhos de Killian se escurecerem, não que não estivessem escuros antes, mas agora, pareciam sombrios. Se não conhecesse Jones poderia ficar com medo, mas não era isso que queria mostrar a ele, o medo. Queria apoiá-lo e mostrar que o ajudaria, seja lá qual fosse o problema que estive passando.

- Eu vou deixar, prometo - sorriu serenamente, sendo retribuída com outro sorriso singelo.

- Ah Emma... minha doce mulher. Meu anjo. Eu nunca te mereci. – contornou os lábios da loira com seu polegar, logo então desceu por se pescoço até chegar em sua mão. – Quero que leve isso que vou te falar agora dentro do seu coração e quero que não permita que qualquer raiva apague isso. Me promete?

- Não fale isso Killian... mas, eu prometo – agarrou a mão de seu amado e a levou até seu rosto, o repousando ali.

Jones sorriu.

- Você promete demais, essa palavra não tem valor nenhum para você?

Emma soltou a mão de Killian e endireitou sua postura.

- Sim, ela tem – respondeu séria.

- Quero que não se esqueça de uma coisa, eu amo você Emma. Eu amo muito você e, se esse sentimento fosse capaz de mover montanhas, eu moveria todas elas. Eu não sei como aconteceu, embora não devesse, aconteceu, e foi a melhor coisa que me ocorreu. Eu falo que te amo agora enquanto você ainda me ouve, falo que te amo agora porque sou consciente que os meus erros foram imperdoáveis e tenho medo de jamais ter a chance de te dizer isso. Falo que te amo agora porque você é digna do amor que provenha de qualquer pessoa, embora não seja qualquer pessoa digna do seu amor. Falo que te amo agora porque eu te amo. Eu te amo eu te amo eu te amo. Falo que te amo agora porque foi você quem quebrou minhas barreiras e me trouxe de volta sensações que pensei que jamais sentiria. Obrigado.

Emma estava perplexa. Não sabia o que pensar e muito menos o que dizer. Ele havia a pego de surpresa, de todas as declarações jamais imaginaria que iria ser um “eu te amo”, mas, muito pior que um simples “eu te amo” ele havia dito lindas palavras, como sempre fazia. Ela podia sentir que eram verdadeiras, assim como o que ela sentia, entretanto, não sabia ao certo se era o momento correto de divulga-las, embora quisesse. Aquele era o momento dele e, de alguma maneira ela sabia que se dissesse o mesmo, tornaria tudo mais difícil para ele, não queria piorar seu sofrimento. Teria outras oportunidades para dizer que o amava, assim ela esperava. Mas, céus! Ela precisava que ele soubesse que era recíproco.

- Eu...

- Por favor não diga nada.

Emma podia ver em seus olhos, no seu corpo, em suas mãos o quanto estava nervoso e preocupado com o que iria falar. Ela também estava com medo do que teria que ouvir, mas tinha certeza que seja lá o que fosse, não seria tão sério que juntos eles não pudessem resolver. Queria ajudá-lo e mostrar que estava tudo bem, afinal, todos já erraram, alguns mais que outros e ela compreendia isso.

- Meu amor, está tudo bem, seja lá o que tem a me dizer, está tudo bem, todos nós erramos.

Killian sorriu ao ouvir as doces palavras de sua doce mulher e sentiu vontade de tê-la para si novamente. Se aproximou, embora se perguntasse o que estava fazendo e parou na metade do caminho.

- Posso? - indagou olhando nos olhos da loira. Estava pedindo permissão para beijar seus lábios, que por algum motivo lhe pareciam muito mais atrativos do que jamais estiveram. Pensou que Emma negaria, ao invés disso ela sorriu. Abriu o mais irradiante sorriso e o puxou por sua nuca, dando ela mesma o selinho que ele gostaria de oferecer.

- Eu a amo Emma Swan, não esqueça, porque... bem, eu só preciso que me escute. Por favor não me interrompa.

- Deixe que eu tire minhas conclusões sobre o que tem a dizer, apenas diga, então nós encontraremos uma solução.

Jones respirou fundo. Aquele era o momento.

- Vamos começar do início de tudo, o que eu fiz e precisei fazer para chegar onde cheguei e para chegar até você.

Observou se Emma estava devidamente concentrada e tentou organizar sua mente, levantando também tópicos das ordens dos fatos.

- Na minha juventude eu já fui um garoto muito revoltado, embora não tivesse motivos e nem explicações do porquê agia daquela maneira. Eu apenas sabia que sempre havia sido assim e aceitado que para sempre seria. Foi exatamente assim que cresci e, teve um momento que apenas ser rebelde não me bastava, eu tinha que ser também um irresponsável. Foi quando me apareceu, embora tenha certeza de que eu mesmo tenha procurado, o caminho das drogas.

- Ah Killian, isso não é...

- Swan, por favor, deixe que eu termine.

- Me desculpe – a loira tentou segurar sua mão, para dar-lhe forças, porém, ele a puxou com delicadeza. Ela entendeu, resolveu não tentar mais nenhum tipo de contato físico.

- Bem, por um tempo aquilo me parecia muito, mas depois me pareceu fraco demais. Os efeitos passaram a durar pouco para mim e a sensação de preenchimento que eu sentia no começo, já não me satisfazia mais. Por algum maldito destino, maldito mesmo, eu encontrei Gold, mais conhecido por você como Dlog.

- Dlog, me lembro de quando ele te ligou e de repente você ficou sombrio, pareceu até mesmo abalado, depois foi embora – Emma pensou por alguns minutos, se lembrando do passado. O nome Gold também não lhe era estranho, ela sabia que já havia se topado com um “Gold”, só não se lembrava onde. – Por acaso conheço esse Gold?

- Sim. Gold esteve na arrecadação, na noite do nosso... enfim, ele foi o maior doador para a instituição. A coisa toda com os filhotinhos.

- A noite em que você também saiu... por que foi embora afinal, se Gold é uma pessoa boa?

- Acredito que não tenha ouvido o “maldito destino”. Maldito mesmo. Ele foi alguém na minha vida Emma, eu não posso negar, embora odeie admitir, Gold me encontrou e decidiu que deveria compartilhar seus segredos comigo. Ele me ajudou a sair do mundo de usar drogas antes mesmo que pudesse me afundar nele, por algum motivo tratou-me como se trata alguém que você ama muito, aos poucos ganhou minha confiança e sei que ele também confiava em mim. Gold me ensinou a ver o mundo de cima para baixo, não de baixo para cima ou, para frente, mas sim, de cima. Do trono. Ele me mostrou o seu mundo. O mundo do tráfico de drogas.

Embora cada palavra que falasse doesse para Killian, ele fazia isso olhando nos olhos da mulher em sua frente, afinal, havia sido ele mesmo o homem que a ensinou sobre manter o olhar. Mas, olhar em seus olhos e assistir as reações que sua história causava nela, era de partir o coração.

Chocada, essa era a palavra que podia definir o que se passava na cabeça de Emma.

- Você já deve imaginar como isso deve ser. Gold me apresentou para sua gangue, onde poucos meses depois Neal se uniu ao nosso grupo.

- Neal? – foi o único que pode falar.

- Isso. Mesmo com a chegada de Neal eu nunca deixei de ser o favorito de Gold, ele me repassava todos seus truques e eu amava aquela sensação de estar acima de tudo e de todos, mesmo se aquilo significasse passar por cima de qualquer pessoa. Ele acreditava que eu tinha potencial para seguir com sua carreira, eu de fato tinha. Mas acontece que, atrás de todo esse cenário, eu ainda tinha a minha verdadeira família. Eu tinha a minha mãe, minha namorada, meu irmão e meu pai. Nós deveríamos ser completos e deveríamos nos bastar, se eu não tivesse estragado tudo.

- O que aconteceu no acidente...

- Foi então que minha mãe começou a adoecer – Killian ignorou a fala de Emma, como se nem mesmo tivesse a ouvido. – Tudo começou com uma depressão, já que eu lhe causava tanta preocupação. Minha mãe me amava Swan, e eu a amava mais que tudo nessa vida, mas ela era mãe, nenhuma mãe gosta de ver eu filho na situação que eu estava. Eu estava rico, entretanto, perdido.

Sim, estava mesmo perdido, pensou Emma. Por algum motivo ela sabia que ainda tinha muito chão pela frente.

- Quando a vi na situação que estava por minha causa, eu tive que escolher entre a gangue e a saúde da minha família, fiz o que achei certo fazer, escolhi minha família, o que não deixou Gold nada contente, afinal, eu seria seu legado. Ele insistiu para que não o abandonasse, mas de nada adiantou, estava decidido. Eu pensei que havia conseguido me desamarrar dessas pessoas, até minha mãe piorar.

Killian parou por alguns segundos. Precisava de um tempo para respirar. As coisas que contava a Emma jamais contara a ninguém, nem mesmo admitido em voz alta e, fazer isso tornava tudo mais real e trazia todos seus sentimentos à tona novamente.

- Você pode parar um pouco se quiser – Emma anunciou com serenidade.

- Não, eu preciso continuar – passou as mãos em seus cabelos e respirou fundo mais uma vez. – Pouco tempo depois de deixar a gangue para trás, minha mãe ficou mais doente ainda. Ela estava com câncer. No começo, as coisas que eram feitas pareciam dar resultados, mas meses depois a doença começou a se agravar, o que exigia mais cirurgias, mais remédios, mais quimioterapias, mais dinheiro. Emma, todo o dinheiro que havia conseguido com o tráfico eu dediquei a saúde da minha mãe, eu a amava a um ponto que não via minha vida sem a vida dela, não podia simplesmente perdê-la para um maldito câncer.

- Eu sei que não... – tentou confortá-lo.

- O dinheiro acabou. Simplesmente tudo que tinha conquistado havia acabado, porém, a doença ainda estava lá, firme e forte. Meu pai não tinha, nem meu irmão, nem ninguém. E adivinha a pessoa a quem fui recorrer? A uma pessoa que eu confiava – Jones riu com arrependimento. – Eu não poderia ter sido mais burro. Fui atrás de Gold e seus capangas para me emprestarem dinheiro.

- Mas Killian, não havia nada que pudesse fazer, queria salvar sua mãe.

- Eu tinha escolha Emma, eu sei que tinha, era errado ir atrás de Gold por dinheiro porque, no final deu tudo errado, hoje dá tudo errado por contas de atitudes passadas. Tudo dá errado pelo simples fato de que eu não conseguia deixar que minha mãe se fosse, como todas as pessoas comuns deixam. Eu não conseguia imaginar minha vida sem ela e cheguei a lugares sombrios por isso. Tudo por mim. Eu, eu, eu.

A esse ponto era perceptível a raiva que o homem sentia, a angústia que o perturbava e como era doloroso para ele falar sobre o assunto.

- Emma, ele matou a minha família! – as lágrimas de Killian já eram visíveis. Era uma mistura de ódio, saudades e principalmente, arrependimento. – Ele não teve misericórdia, nem mesmo hesitou.

Emma se levantou e foi em direção a Killian, o abraçando o mais forte que podia. Ele não recusou seu conforto, a apertou como se assim pudesse a guardar para sempre em seu coração, dentro de si, onde ninguém poderia a machucar, mas claro, ele não faria isso porque sabia que ele mesmo falharia nessa missão.

- Por favor me explique, eu não entendo como... como ele matou sua família Killian? – se antes Emma queria dar a ele um tempo, agora ela queria saber o que de fato havia acontecido, queria entender o que tudo isso tinha a ver com ela.

- Você não pode imaginar? Ele me deu o dinheiro, muito, o bastante para pagar tudo que minha mãe precisava e, assim foi feito, todos os procedimentos médicos funcionaram, cada um deles, como se o diabo estivesse brincando comigo.

- Não diga isso.

- Ela ficou melhor – Jones abriu um sorriso nostálgico. Sentia falta de sua mãe. – Não cem por cento, mas melhor do que esteve por meses. Enquanto Gold me deu um prazo de um ano para devolver-lhe todo o dinheiro, fui inocente o bastante para achar que conseguiria, mas, o que eu tinha? Não tinha um trabalho, não sabia fazer nada, não tinha nome nem reputação. Só tinha a minha certeza de que daria conta do recado. Eu não dei. Um ano se passou, minha mãe estava bem melhor, todos acreditavam que ela se curaria totalmente, até que Gold foi pessoalmente cobrar seu dinheiro, eu precisava de mais tempo, implorei a ele, supliquei e, apenas para me ver sofrendo mais, ele me deu cinco meses, caso contrário ele voltaria e tomaria de mim o que eu mais amava.

- Ah Killian...

- Por favor não sinta pena, todas as consequências foram resultados das minhas escolhas, hoje sou ciente disso. Com cinco meses eu consegui todo o dinheiro, entretanto, ele exigia que eu pagasse também os juros, que eu não tinha. Exatamente como ele havia prometido, ele voltou. Sem eu mesmo nem imaginar, sabotou o carro que minha mãe ia sair aquele dia, acontece que nem mesmo ele imaginava que Liam e Anna acabaram indo junto. Aquele foi o pior dia da minha vida.

Emma não sabia nem mesmo o que pensar, era muito mais do que imaginava, por trás daquele homem romântico que ela conhecia, tinha muito mais história do que ela era capaz de entender.

- Você não avisou a polícia?

- Como? Eu não podia, se Gold era capaz de fazer isso com minha família, ele também teria provas contra mim, nós dois iriamos para prisão, aliás, esperto e trapaceiro como é, apenas eu e, como eu deixaria o meu pai depois disso?

Agora tudo parecia claro, Emma entendia o porquê do cuidado que Jones tinha com seu pai, porque tinha medo que o acontecesse o mesmo que aconteceu com os outros integrantes de sua família. Ele se sentia na obrigação de protegê-lo e mantê-lo sempre perto de si, apenas para ter certeza de que o teria por mais tempo em segurança.

- Então é aí que tudo começou a se estragar novamente. Pouco antes de conhecer você.

- Mas quando me conheceu você estava tão bem... Por favor explique.

- Eu ganhei um tempo a mais, nesse tempo eu decidi que não deixaria aquela gangue me controlar novamente. Eu passei a odiar todos eles, todos, queria vê-los mortos, mas antes sabia que tinha que quitar minha dívida, ou então jamais teria paz, foi aí que me enganei novamente.

- O que você fez?

- Comecei a ser agiota.

Swan levou sua mão até sua boca. A pessoa em quem tanto confiava, não era tanto alguém de confiança.

- Isso é crime.

- Eu sei que é – Jones suspirou, o pior ainda estava por vir. – Não sei de onde surgiu a ideia, mas, certo dia Gold me veio com uma proposta, e é aí que você entra.

- Eu entro? Como assim, o que eu...

- Ele te encontrou, te escolheu, me deu uma simples escolha, que parecia boa demais para ser verdade, eu deveria entrar em sua vida, fingir ser seu assessor e...

A respiração de Emma estava ofegante, não podia acreditar no que estava ouvindo. Deu dois passos para trás e olhou para Killian exatamente com o olhar que ele temia.

- Me roubar – completou.

- Mas eu não o fiz Emma! Quero que saiba disso.

- Não o fez? Como não o fez? – seu tom de voz começava a ficar ameaçador, como se fosse explodir a qualquer momento, a doce mulher estava indo embora, afinal, sua confiança estava sendo quebrada.

- Deixe-me terminar – pediu. – Assim ele pediu que eu fizesse, eu fui burro o bastante para acreditar que Gold daria algo de mão beijada. Ele não queria que eu quitasse minha dívida Emma, queria me ver sofrer, ainda sentia ódio de mim por tê-lo deixado, ele sabia que eu acabaria me apaixonando por você, por isso, entre tantos ricos, ele escolheu a rica.

- Se apaixonando por mim? Se apaixonando por mim enquanto me enganava e colocava toda a minha família em risco?

- Ele fez tudo – a ignorou. - Os falsos anúncios sobre ser um assessor, o roubo, o acidente...

Emma tremia de raiva. Podia sentir suas mãos tremerem, seu coração bater forte contra seu peito, o ar lhe faltar. Era como se Killian tivesse quebrado sua confiança e seu coração em milhões de pedaços e nem mesmo se ela quisesse, seria capaz de junta-los novamente, ou então, se cortaria com os cacos.

- Que acidente? – foi tudo que foi capaz de dizer, começando a se cegar pela raiva.

- Com Graham. Gold sabia sobre Regina, encontrou essa maneira de fazer a verdade chegar até você, assim ele abriu espaço para nós dois, ele nos uniu apenas porque sabia que um dia esse dia chegaria, esse dia que eu teria que te contar tudo. Ele conhece minha índole, por esse motivo, estava claro que eu não suportaria viver uma mentira para sempre.

- Você me conhecia. Sabia exatamente quem eu era no dia em que nos conhecemos – Swan se lembrou do primeiro dia em que se viram. - Você me enganou, fingiu ser alguém que não é, se aproximou por dinheiro e colocou a minha família em risco! – prometeu a si mesma que nunca mais gritaria como tinha feito no dia em que havia descoberto de sua traição, mas estava cada vez mais difícil de cumprir a promessa.

- Eu sei disso.

- Eu abri meu coração e deixei que entrasse nele, eu me entreguei a você de corpo e alma, eu confiei em você Killian! E está me dizendo que foi tudo uma mentira? Que foi tudo uma farsa e nossos caminhos se encontraram da maneira mais desonesta que se pode existir?

Ele não tinha o que falar, nada que falasse em sua defesa adiantaria, Emma não acreditaria.

- Agora não tem nada a dizer? Você me fez vir até aqui, disse que me amava e me fez parecer que tudo ficaria bem para no fim, ser tudo uma mentira. Um relacionamento baseado em mentiras? Uma mentira Killian, uma mentira! – a esse ponto a promessa já havia ido embora. Emma sabia impor sua opinião quando queria.

- Não foi baseado em mentiras Emma. Eu disse que precisei fingir ser um assessor, mas, as minhas ações, tudo o que eu fiz para você, por você, foi real Emma, esse sou eu.

- Tudo o que você fez para mim... – sorriu com sarcasmo. – O que você fez para mim? Me enganou? Fez parecer que era correto sendo que era totalmente errado? Você... você me fez me apaixonar por você sabendo que no final eu apenas fazia parte do seu planinho com sua gangue?

- Swan, você tem que saber que no começo eu estava disposto a continuar com o plano, mas depois que vi a pessoa que era, que passei mais tempo ao seu lado, percebi que eu não precisava ficar na escuridão, eu poderia ser honesto, eu poderia ter alguém honesto e poderia voltar a ser feliz. Depois de tudo, eu disse a Gold que não se aproximasse mais um dedo de você, nem de sua família, porque eu conseguiria o dinheiro. E Emma, com a ajuda do seu amor eu decidi deixar todas as decisões erradas para trás. Eu terminei de pagar a dívida, eu parei com a agiotagem...

Emma virou as costas para Killian em busca de recuperar seu ar, de controlar o choro que queria sair e conter os gritos que estava prestes a soltar. A raiva que estava sentindo não poderia ser boa para o bebê, mas... o bebê. Com tudo nem mesmo se lembrava da vida em sua barriga, a vida que já amava, a mesma vida que também era do homem em sua frente. Não! Era apenas dela, ela pensou.

- Como você mesmo disse a minutos atrás Jones, “eu, eu, eu”. Você já me disse isso, até mesmo seu pai já me disse isso, você de fato usa as pessoas como escada para chegar onde quer, não é? Sabe Jones, eu fico extremamente feliz em ter sido útil para você, estou feliz que tenha me escolhido para ser a sua escada, não poderia desejar um papel melhor, é de fato uma honra.

- Swan, por favor não seja tão sarcástica.

- Aliás, esse é mesmo o seu nome? Killian Jones? Quer saber, eu não posso ficar mais um minuto em sua presença.

- Emma – tentou tocar na mulher, mas ela afastou sua mão com brutalidade.

O coração de Killian doía, ele não tinha nada a dizer. Sabia que aquela seria a reação de Emma e céus, como era destruidor para ele saber que mais uma vez a mulher que amava estava sendo magoada profundamente, mas dessa vez, por ele mesmo. Sabia que nada que falasse a faria mudar de ideia, não por agora.

- Killian, eu te escutei por muito tempo, agora você vai me escutar.

Ele apenas assentiu.

- Eu poderia ficar discutindo sobre o que fez comigo, poderia gritar mais com você, socar na sua cara ou fazer qualquer outra coisa que deixasse claro o meu desgosto, mas eu não acho que mereça. Por Deus Killian, você me ensinou tanto, coisas tão lindas e que eu pensei, de todo meu coração, que fossem verdadeiras. Eu não ligo para o dinheiro que eu perdi a meses atrás, eu me preocupo é com o fato de que pensei que poderia confiar em alguém novo em minha vida. A maioria se aproxima por dinheiro, pela fama, reputação, eu sei lá, mas, eu pensei mesmo que você fosse diferente. Se soubesse o quanto doí em meu coração toda essa destruição que fez. Doí saber que por trás de todos aqueles dias românticos e palavras maravilhosas, você tinha intensões venenosas, mas, me enganava mesmo assim. Como você pôde ser tão fingido Jones? Eu estava preocupada com o inimigo, sendo que estava dormindo com ele.

- Eu nunca fui seu inimigo e jamais serei. Não peço que me perdoe agora, mas peço que tente mais tarde, porque, hoje eu faria qualquer coisa para proteger você. Mesmo se me odiar, eu vou estar sempre olhando por ti. O que eu senti foi real e o que fiz foi errado, droga, foi muito errado, mas eu estava desesperado Emma. Mentes desesperadas recorrem a soluções desesperadoras.

- Eu vou embora dessa casa – o homem tentou protestar, mas antes que o fizesse, Emma o calou novamente. – E assim que eu sair, você vai me deixar ir. – parou ao sentir o peso de suas inconvenientes lágrimas caírem.

- Eu não quero que você vá.

- Mas eu quero – limpou o próprio rosto com ignorância, sentindo raiva de si mesma por chorar na frente de quem menos queria que a visse assim. – E se você pelo menos pensar em ir atrás de mim, pensar em me ligar, mandar e-mail, mandar cartar, mandar qualquer porcaria que seja, preste bem atenção no que eu vou fazer com você Killian.

- Não faça isso...

- Eu vou ligar para polícia e vou denunciar todos vocês. Eu vou denunciar você e vou assistir você ir para a cadeia Killian. E sabe o que vai acontecer? Você não vai negar nada, inclusive vai me ajudar com provas contra você mesmo e contra Gold e sua gangue.

Emma observou pela última vez a figura do homem em sua frente. Jones estava com seu maxilar travado, seus punhos fechados e a respiração ainda por ser controlada. Se perguntou por um momento por que foi tão ingênua e se deixou enganar dessa maneira.

- Se isso é um adeus e não há nada que eu possa fazer para mudar a sua mente, embora queira, jamais se esqueça que eu amo tudo sobre você e que eu vou encontrar uma maneira de fazer Gold pagar. Embora saiba que jamais serei digno do seu rico amor, quero ao menos imaginar que algum dia poderia ser.

A loira, que já estava com suas mãos na maçaneta, se virou devagar, pensando se usava as palavras que gostaria de usar, ou não. Usaria, apenas porque pela primeira vez na vida, queria ver alguém que amava, sofrer.

- Uma vez eu vi uma frase em certo filme, de princípio não entendi, mas agora me parece tudo claro, ela dizia exatamente o que vou dizer agora. Eu amo você Killian, mas eu não gosto mais de você. E sobre o seu amor, eu não acredito nele, então faça o favor para você mesmo de engolir sua própria fala – a expressão no rosto de Jones a fez ter certeza de que havia acertado nas palavras, afinal, pior que saber que alguém te ama, porém não quer ficar com você, é saber que a mesma não acredita no seu amor.

Emma pensou por mais alguns segundos e decidiu que aquilo não bastava. De uma hora para outra seu coração sentia raiva demais para distinguir o que era certo e o que era errado.

- Aliás, ia me esquecendo, eu estou grávida.

- Como é que é? – Jones pareceu despertar de um grande sono. A informação de Emma havia chegado até seu ouvido, embora ele acreditasse que havia ouvido totalmente errado. Ele se aproximou, desesperado para ouvi-la melhor, mas ela se afastou novamente.

- Mas lembre-se que eu não vou ver você Jones, você não vai me ver, sendo assim, você não vai ver essa criança.

- Isso é verdade? Emma, você não pode me privar diss...

- Aaaa eu posso. E diferente de você, eu não sou uma mentirosa Killian, jamais brincaria com os sentimentos de uma pessoa dessa maneira.

- Eu... – Killian Jones se encontrava em estado de choque. Ele sabia que o que a mulher falava era verdade, sabia também que todas as suas ameaças seriam colocadas em práticas caso ele pisasse na bola.

- Você sabe bem como é uma mulher quando quer proteger os seus, não sabe? Lembre-se do que aconteceu com seu tio Clark e, não pense por um segundo que eu não posso cumprir minhas promessas Killian, porque essa palavra tem muito valor para mim.

- Eu entendo você.

E ele entendia, céus, como entendia, queria poder não entender para poder lutar a favor de seus direitos. Ele era pai de uma criança, mas devido as suas atitudes ele não poderia exercer esse papel. As atitudes de Emma até poderiam ser injustas, mas depois do que fizera com ela, não estava disposto a contrariá-la ainda mais. Ele a amava e queria a ver bem, não importava se fosse ao seu lado ou não.

- Não vai falar adeus? – fez referência a primeira vez que se despediram.

- Não, porque isso não é um adeus, Swan. - ele se lembrava. É claro que lembrava, por mais que Emma achasse que tudo havia sido uma mentira, quando estava longe ele repassava aquela conversa todas as noites, desejando que tudo fosse diferente.

- Adeus, Killian.

Assim, pegou sua mala e se foi, Jones temia que fosse para sempre. 


Notas Finais


Então, luas, o que acharam do capítulo? Bem revelador, não é? Eu espero que ninguém aqui esteja querendo me matar hehe. Não sei a data do próximo capítulo, porém, pretendo escrevê-lo logo. Não deixem de compartilharem comigo o que acharam por aqui ou pelo twitter @jenswanlive.

Mil beijos.


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