1. Spirit Fanfics >
  2. Rica Dignidade >
  3. Jantar

História Rica Dignidade - Jantar


Escrita por: SWANLIVE

Notas do Autor


Olá minhas luas! SIM, QUEM É VIVO SEMPRE APARECE. Eu sinceramente já estou com vergonha da frequência com que posto esses capítulos e das minhas explicações, por isso vamos deixar assim mesmo, ENTRETANTO, levem em consideração que estou no terceiro ano e sabe... vestibular, enem. Haha.

Amores, me sigam no @jenswanfics e caso queiram ouvir as músicas citadas todas estão no Spotify, okay? Sigam também o insta, que fiz junto com a Marina, lá tem algumas coisas legais sobre nossas fics. Aproveitem. Mil beijos.

Capítulo 27 - Jantar


Fanfic / Fanfiction Rica Dignidade - Jantar

Killian sentava desleixado em sua poltrona preta e de veludo. Seu terno bagunçado indicava o quanto estava à vontade e, a taça de vinho em sua mão não mentia sobre o que ia acontecer.

Emma, que achou conveniente descer as escadas apenas com suas peças íntimas apenas para provocar o homem que a aguardava, sabia o que queria e o que ia fazer.

Era aniversário do moreno e ela faria com que ele fosse inesquecível. Não sabia como estava ciente disso, porém, queria dar um presente para ele mesmo assim.

Sorriu quando os olhos azuis se focaram nela, caminhando por todo seu corpo e repousando em sua pupila dilatada. Andou até ele da maneira mais provocativa que era capaz e pegou o vinho de seus dedos, o tomando em seguida.

- Vem comigo - segurou em sua mão e o guiou pelo escuro até a sacada. - Está vendo essa linda cidade?

- Não posso olhar para qualquer coisa enquanto estiver aqui, Swan.

Ela observou como seu nome havia sido dito, desejando que ele o fizesse mais uma vez. Tudo nele era sexy.

- Mas olhe - com sua mão, virou delicadamente o rosto do homem para a visão que tinham. - Vê esse lindo mar? A cidade? Essa é a nossa casa agora.

- Sim, é.

- E essa - olhou para a tatuagem de "A" no dedo de Killian, beijando-a em seguida. - É a nossa aventura.

Jones não tinha nem mesmo forças para responder a loira àquela altura, estava encantado demais para discordar ou concordar com algo, apenas a queria em seus braços.

- Seja minha - o homem suplicou em um sussurro.

Swan fingiu que responderia sua pergunta, se aproximando devagar do ouvido do moreno, mudando a rota em seguida para sua boca. Ela queria que ele sentisse o movimento de seus lábios enquanto afirmava que já era dele.

- Eu já sou sua - os lábios se roçaram enquanto Emma retirava o blazer do homem.

Jones não aguentaria muito tempo aquela tentação, seu próximo passo seria agarrar as pernas mulher e carregá-la até o sofá mais próximo. Metade do ato foi executado, ergueu a loira, que pareceu gostar da atitude, logo cruzando os braços em seu pescoço. A outra metade foi interrompida por um choro estridente e constante de um bebê.

Sem nem perceberem o quão automaticamente tinham o instinto de satisfazer primeiro as necessidades do bebê, já estavam ao seu lado. Não que não tivessem achado um péssimo momento para isso, mas, sabiam que agora tinham essa responsabilidade.

- Não chore bebê, papai e mamãe estão aqui. Estamos com você - Killian comentou enquanto balançava a pequena criança em seus braços, que aos poucos foi se acalmando. - Papai está aqui e não vai deixar que nada aconteça a você.

Emma sorria para a imagem à sua frente. A felicidade estava transbordando, ela podia sentir.

Seu coração, que batia forte de alegria, parou quando Jones correspondeu seu sorriso, porém, desapareceu como uma fumaça e o bebê que estava em seus braços despencava direto para o chão. Swan estendeu seus braços. Iria salvá-la, embora quisesse salvar também o homem que a alguns segundos atrás a fazia sorrir, mas agora a fazia chorar.

14 de fevereiro de 2016 - 8:05

- NÃO! - levanto bruscamente, sentindo meu ar faltar e a visão se escurecer. Toco em minha barriga em proteção ao bebê que aí habita e me deito mais uma vez.

Recupero meu ar e logo analiso o teto da casa em que estou. Observo a cama e a roupa que uso. De princípio não me lembro dos acontecidos, ou mesmo em que lugar estou, mas então, aos poucos as memórias voltam. Lembro exatamente em que estado John me encontrou em sua casa ontem, recordo-me perfeitamente de contar tudo sobre Killian a ele e ter o privilégio de vê-lo ter um ataque de raiva, logo em seguida se acalmar, depois dos meus inúmeros pedidos. Lembro-me ainda de não ter comido nada durante o resto do dia e ter dormido nos braços de John e em seu sofá quando me cansei de não fazer e nem falar nada.

- Em, é impressão minha ou ouvi você gritar?

Olho para a porta e o encontro encostado no portal.

- Foi só um pesadelo, me desculpa se te acordei - peço enquanto me levanto.

- Eu dormi com você a noite toda Em, já estou acordado a horas - ele comenta com um sorriso.

- Que horas são? - arregalo meus olhos. Se ele está acordado a horas, por quanto tempo devo ter dormido?

- Se acalme dorminhoca, são apenas nove horas da manhã, você não dormiu tanto assim. Não, não, retiro o que disse, fomos dormir sete da noite ontem, então eu acordei, te trouxe para o quarto, fiz uma festa e dormi duas da manhã.

Faço minha melhor expressão de dúvida. É óbvio que não foi isso que realmente aconteceu.

- Brincadeira. A parte da festa, porque o resto é verdade. Estava fazendo alguns trabalhos durante a madrugada. Enfim, você deve estar com fome, seu café está pronto.

- Eu amo você. - o abraço forte, sendo retribuída da mesma maneira. Eu realmente o amo, não sei o que faria sem a ajuda de John.

- Eu amo mais ainda.

- Pode me esperar lá em baixo? Já estou indo - peço, sabendo que o momento de o contar sobre o bebê está chegando e eu não faço ideia de como compartilhar algo tão inédito.

- Claro, vou terminar de cortar algumas frutas.

Espero que ele saia e corro para frente do espelho. Existe maneira melhor de ensaiar uma fala se não para si mesmo?

Encaro meu rosto, analisando os pequenos detalhes, tentando capitar aquilo que as pessoas pensariam ao olhar para mim agora. Sem olheiras, afinal, dormi por horas. Olhos inchados, cabelo bagunçado, lábios rosas e rosto não muito pálido. Aparentemente eu estou em perfeito estado, entretanto, internamente as coisas estão completamente diferentes. Coração dói, a mente não para, sentimentos desordenados, sensação de insuficiência e fraqueza.

Bem, sabemos que há frases e letras que fazem morada em nossa mente a partir do momento em que elas se encaixam em nossas vidas. Há músicas e filmes de romances dramáticos que nós mesmos fazemos questão de desenterrar quando achamos necessário. O sofrimento natural de um coração partido tem seu limite de duração, entretanto, nós desejamos que ele se estenda por mais tempo, apenas para ter certeza de quão quebrados estamos.

Os sonhos costumam reproduzir imagens e situações que vivenciamos no dia-a-dia, ou mesmo a anos atrás. Os sonhos buscam e reviram em nossa mente momentos que nos marcaram ou machucaram profundamente. E os pesadelos procuram nossos medos não revelados, nossas angústias internas e nossos demônios travados.

Tentar entender o que sonhei não seria uma boa memória de ficar se repetindo, afinal, mesmo tendo cortado toda a relação que já tive com Killian e mesmo tendo passado a tarde inteira tentando decidir se o odeio, eu tive um sonho "quente" com ele. Eu sei que não quero mais pensar em Jones, mas ele entrou até em meus sonhos, porquê?

O pesadelo que tive me abalou. Me espanta imaginar a vida que me sonho retratou. Não aquela que sobrou apenas eu e o bebê, mas sim aquele em que Jones estava comigo. Acho que nossos destinos não se encontraram para andar em paralelo, eles apenas se cruzaram por "engano" e agora chegou a hora em que cada reta segue o seu rumo. 

Estaria mentindo se dissesse que não doeu. Doeu. Meu coração dói e minha mente não consegue associar toda a dor. Ela não consegue distribuí-la, o que a faz permanecer apenas em um lugar: o coração.

Eu sei que já chorei demais, é como se não permitisse a mim mesma chorar por algo que eu claramente já passei. Já tive minha confiança quebrada tantas vezes que uma vez a mais parece não fazer diferença. Sinto medo, apenas medo de não confiar em ninguém mais pelo resto da minha vida, afinal, todos em que me dão a mão, uma hora ou outra soltam ela.

Apesar de não querer, eu chorei.

No entanto, eu não me molestarei por mais tempo que o necessário. Eu já chorei o bastante por quem não merecia. Os dias de luta existem, mas está em nossas mãos decidirmos se prolongaremos nossos sofrimentos ou deixaremos eles irem embora.

Me levanto, disposta a limpar a mente e ir tomar um café da manhã tranquilo ao lado do meu amigo.

- John... - abro um sorriso. - Eu estou grávida.

Não! Como isso soa falso.

- John... eu preciso te contar uma coisa. - suspiro dramaticamente. - Estou grávida.

Ridículo. A gravidez não é algo ruim, mas assim falei como se fosse, porquê?

- Por favor, não surte com o que vou te dizer agora. Bem, eu estou grávida.

Se eu digo para que ele não surte eu já o estou preparando psicologicamente para fazer exatamente isso.

- Merda - sussurro. - Por que não posso simplesmente vomitar e pontuar que esqueci de contar um pequeno detalhe...

Tudo bem, eu tenho o dia inteiro, posso tentar mais uma vez, não é tão difícil assim, eu consegui com Clark, consegui até mesmo com Killian!

- Quer saber? - atuo fingindo impaciência. - Estou grávida. - jogo os braços para cima. - Eu sou uma mulher grávida.

Desisto.

[...]

Após uma noite, como já dito, não muito agradável, John insistiu que me levaria para uma festa de inauguração de um novo restaurante e bar refinado que abriu em um setor nobre. Não que eu esteja com completa falta de vontade de ir, eu quero ir, afinal, é Nova York. Um mês longe fez-me apaixonar novamente e completamente pela cidade, desejando explorá-la ainda mais. Apesar de conhecer muitos lugares, vários nos passam despercebidos e inúmeros outro são adicionados, o que me faz querer estar por dentro das tendências.

- Tem certeza que meu pai não estará dentro desse lugar? – pergunto pela décima vez a John. David não pode me ver, caso contrário, terei que ser extremamente criativa para dar-lhe uma explicação plausível por estar em Nova York e não o avisar.

- Emma, David deixou bem explícito que estaria indo para algum jantar romântico com Mary hoje à noite. Ele não estará aqui.

- E o que te leva a pensar que ele não vá te fazer uma surpresa e o restaurante escolhido para o "jantar romântico" é exatamente esse? – encaro os seguranças trabalhando, dando acesso para que pessoas e mais pessoas entrem.

John suspira com impaciência e sorrio de sua reação. A algum tempo discutimos a mesma coisa.

- Tudo bem então, nós não vamos entrar. Podemos sair para algum outro lugar ou se preferir podemos ficar em casa.

- Nós vamos. Me desculpa. Venha, me distraia, não quero ficar pensando em como fui enganada e o quanto fui estúpida.

- Ei, não diga isso, o único estúpido na história é Killian Jones.

- Vamos entrar logo.

Ao passarmos pelo segurança John entrega os dois convites e entramos sem mais interrupções. Logo de princípio o cheiro de comida invade nossas narinas, o que me faz automaticamente sentir fome. Mesmo tendo comido um belo café da manhã e um belo almoço, ambos preparados por John. O cheiro gostoso me atiça e sinto um desejo imenso de comer a comida que possui esse aroma.

- Que cheiro maravilhoso - sussurro para John, que aparentemente procura alguém conhecido. - Procurando alguma pessoa específica?

- Não. Procurando algum lugar para sentar.

- Por que não ali? - aponto para uma mesa vazia bem próxima a grande vidraça próximo ao pequeno palco.

Decido por nós dois e vou na frente, sendo seguida pelo meu amigo. Ao nos aproximarmos, algumas mulheres chegam no mesmo momento que nós, o que deixa todos confusos e sem graça.

- Bem, vocês podem sentar, podemos encontrar outro lugar - John oferece, segurando minha mão logo em seguida.

- Não! Vocês não veem problemas em sentarmos juntos, veem? - uma morena extremamente bonita, pergunta.

John olha para mim aguardando minha resposta. Não vejo problema algum em sentar com as mulheres e sei que John também não, já que é uma das pessoas mais sociáveis que conheço.

- Não, claro que não. Vamos sentar.

- Ótimo! Bem, eu sou Becca, essa é Kylie e essa é Hanna. Acabamos de nos conhecer também, hoje parece um dia de fazer novas amizades.

- Se não tivesse falado, eu poderia jurar que são todas irmãs - John comenta enquanto puxa a cadeira para que eu me sente.

- Emma e John - nos apresento.

- Vocês moram aqui?

- Eu sim, ela não. Se mudou para Miami faz um mês.

- Aaaah Miami! Lá é maravilhoso. Nas férias eu estive lá, foi um dos melhores lugares que já visitei e com certeza um dos melhores dias da minha vida - a mais loirinha falou.

- Já morei lá por um tempo. Meu ex namorado era de lá. Você deve amar todos os dias estar lá.

- Bem, a vida lá é bastante corrida. Pelo menos a minha. Mas é bom lugar para viver. Minha parte favorita é acordar todas as manhãs de frente para o mar.

Me lembro do meu apartamento em Miami e imagino como as coisas por lá devem estar. Como Ava deve estar. Minha pequena Eva e Oliver. A empresa e os funcionários. Até o mesmo o mar, como ele deve estar durante esses dias em que não estou lá presente.

- Por que se mudou para lá? - Becca continuou se interessando pelo assunto, enquanto Kylie e Hanna puxavam um assunto qualquer com John.

- Tive que ir para administrar alguns negócios de família. Confesso que no começo estava bastante animada, mas depois... - ela não precisa saber que existia um homem que me segurava aqui, se é que já não deixei explícito o bastante. - Depois eu fiquei um pouco em dúvida, já que deixaria minha família aqui.

- Mas, por que seu namorado não foi com você? O que aconteceu? - Becca se arrumou em sua cadeira. - Opa, me perdoe se estou sendo muito entrona, costumo ser assim. Se não quiser responder, por favor fique à vontade.

Travo ao ouvir a palavra "namorado", como Becca pode saber de Killian se nem mesmo abri a boca para falar dele.

- Perdão, mas, que namorado?

- John não é seu namorado?

O sangue volta a correr normalmente em meu rosto. Ela pensou que John é meu namorado.

- John? Ah não - sorrio divertidamente, tentando pensar nas inúmeras vezes que alguém já pensou que somos algo mais que amigos. - Ele não é meu namorado.

Kylie e Hanna param um momento apenas para apreciar essa declaração e é possível ver o brilho em seus olhos. Já estou acostumada com mulheres dando em cima de John, várias das vezes eu mesmo o empurro para algumas delas, mas esta noite eu não aceitarei isso. Esta noite quero John apenas para mim, apenas meu amigo.

- Se não tivesse falado eu podia jurar que são um casal - Becca fala surpresa.

- Parecemos um - provoco as outras duas que prestam atenção na conversa. - Temos potencial para ser um, não é, John?

- Boa noite senhoritas. E senhor - o garçom interrompe nosso papo. - Sejam muito bem-vindos ao Club Night, um bar e restaurante que faz o seu gosto. - ele termina seu bordão e nos entrega seu cardápio.

- Obrigado - agradecemos em grupo.

- Vocês podem avaliar as opções no cardápio e quando decidirem se sintam à vontade para me chamar. Lembre-se que hoje a primeira rodada de bebida será gratuita e a sua escolha. Espero que aproveitem o jazz ao vivo, o ambiente e a noite. Qualquer coisa que precisarem estarei à disposição.

- Muito obrigada, iremos pensar nas melhores opções. Alguma dica? - Hanna pergunta.

- Acredito que adoraria o especial do chefe preparado somente para esta noite tão especial.

- E o que o faz ser tão especial? - Hanna deu-lhe uma quase imperceptível piscadela.

- O fato de ser uma surpresa - o garçom claramente deu atenção a sua investida.

- Caso eu tenha alergia a algum ingrediente do prato surpresa? - Kylie perguntou com um sorriso, claramente queria prolongar a visita do homem.

- Nesse caso eu posso garantir que adaptaremos para fique tudo perfeito para você...

- Kylie.

- Kylie - ele completou sua frase.

Todos trocamos alguns olhares, era claro que seria aquele prato, do que adiantaria estarmos ali na noite da inauguração e não comermos o especial do chefe feito exatamente para a ocasião?

- Por favor cinco pratos do especial - John faz o pedido por todos nós. - Querem pensar na bebida? Aliás, Robert, vocês possuem uma adega? - pergunta ao garçom ao ler seu nome em seu uniforme.

- Sim senhor, todas as opções estão no cardápio, caso prefira, ou queira, pode visitá-la.

- Eu não irei querer nenhuma bebida alcoólica John. Vocês podem escolher, irei pensar ainda em alguma bebida.

- Ah não! Por que Emma? - Becca faz-se de triste.

Antes de responder, à pergunta me faz pensar. Eu sei o motivo de não querer nenhuma bebida alcoólica, entretanto, ninguém mais sabe, isso inclui John. É uma ótima oportunidade para compartilhar com ele essa novidade, afinal, estamos em público, qualquer reação adversa que ele possa vir a ter, irá se controlar.

- Porque sabem como é, eu... estou grávida.

As mulheres quase deixam seus olhos caírem fora e em seguida abrem o maior sorriso que já vi na noite de hoje. John se vira lentamente para minha direção, sem expressão alguma ele me encara, o que me deixa nervosa.

- Eu não acredito! Eu deveria desconfiar, esse cabelo brilhoso e pele macia nunca enganam - Kylie comenta.

- Ah, mais que maravilha! Meus parabéns! - Robert fala.

- Está mesmo grávida? Emma que ótimo, fico tão feliz por você. Eu jamais imaginaria.

- Nem mesmo eu, não é, Emma? - John abre o mais falso de seus sorrisos. - Antes de me contar claro. Jamais imaginaria antes dela me contar.

- Senhorita Emma, tenho certeza que o chefe ficará extremamente lisonjeado em preparar uma bebida especialmente para você.

- Claro.

- Nosso pedido está terminado Robert. Muito obrigado - John praticamente expulsa Robert e se levanta, nem mesmo precisando pedir para que o siga, eu já sei que devo.

- Voltamos em alguns segundos - falo para meninas, que ficaram extremamente confusas com a reação de John.

Me concentro no jazz Dancing In the Dark de Cannonball Adderley, como anunciado, para tentar acalmar as "borboletas" em meu estômago. John quase nunca fica bravo comigo, porém, desde sua reação de ontem sobre a história de Killian que lhe contei, eu sabia que nada que viesse do nome Jones o deixaria feliz, isso inclui um filho dele.

- Emma, isso é verdade? - ele enfim para de andar quando acha que estamos mais afastados das pessoas.

- Por que não seria? - engulo em seco, desejando imensamente ter um copo da água ao meu lado nesse momento.

- E você pretendia me falar isso quando?

- Hoje, exatamente agora.

- Puff, claro, porque me contar que carrega um filho do homem que fez com você o que fez precisa de uma ocasião especial, não é? - posso perceber a voz do homem aumentar consideravelmente.

- Não. Quer dizer, sim, por que não? É meu filho.

John passa a mão por seu cabelo e joga uma lufada de ar para fora, demonstrando ainda mais sua falta de paciência.

- Tem algo mais que queria me contar? Agora que já me contou que Killian Jones enganou você, fingiu para você e te deixou sozinha no mundo com um bebê em sua barriga. Emma, você tem noção da profundidade disso?

- Não John, eu nem mesmo sei o que é um bebê! É claro que estou ciente de como minha vida está, mas, o que você quer que eu faça? Tire esse bebê apenas porque você não o quer aqui? Saiba que não irei fazer isso.

- Não! Emma... quando... como isso aconteceu?

- Ora, como aconteceu? Eu não vou compartilhar com você detalhes das minhas noites de sexo com Killian - uma senhora próxima a nós nos olha com canto de olho e lembro-me de onde estamos. Preciso medir as palavras.

- Meu Deus...

- John eu não entendo porque está assim. Eu sei que você está com raiva de Jones por ter feito o que fez e eu também estou, muito mais que você eu estou quebrada, porém, o ser que está dentro de mim não tem nada a ver com toda essa... situação.

- Como não tem Emma? Como não tem? Você vai ser uma mãe solteira? Vai criar um neném sozinha enquanto mora sozinha em um lugar que nem mesmo conhece?

- O que aconteceu, aconteceu, não posso mudar e, mesmo se pudesse eu não mudaria. Eu não sei como vou criar um bebê sozinha, não sei o que vou fazer, mas eu vou fazer John. Não me importa se Killian me enganou, o fato desse filho ser dele também não muda o fato de que também é meu.

John automaticamente olha para minha barriga coberta pelo vestido preto que uso, e eu sei que esse é o momento em que seu coração começa a se acalmar. Eu não posso culpá-lo por sua reação e seus pensamentos, em seu lugar eu faria a mesma coisa.

- Ei, está tudo bem - o puxo para um abraço ao ver quer as palavras fugiram de sua boca.

- Me perdoe Emma, eu não quis...

- Tudo bem, está tudo bem.

- Eu não quis dizer que seu filho vai ser mal recebido, ele será muito bem-vindo na verdade. Apenas não caiu a ficha ainda...

- Eu sei que não, também demorei para processar toda a informação. Mas você vai se acostumar com a ideia, por agora, temos que fazer companhia as meninas, vamos? 

- Tudo bem - ele suspira, ainda com algum vestígio de irritação. 

O acompanho e voltamos para nossos respectivos lugares.

- Aconteceu alguma coisa? - Hanna pergunta assim que voltamos, encarando principalmente a John.

- Sim, meu querido John estava me pedindo em namoro, não é? - me sento novamente com um sorriso inocente enquanto observo John entrar em meu jogo.

- Espero isso a algum tempo. Nunca imaginei que hoje ela aceitaria.

- Eu não acredito! Que romântico, mas pensei que fossem só amigos - Becca puxa minha mão e a aperta de leve.

- Até agora - olho para meu amigo com um olhar apaixonado enquanto ele faz o mesmo e beija minha mão delicadamente. - Oh! Adoro essa música! When It's Sleepytime Down South é uma das minhas favoritas.

- É... parece que a noite hoje está perfeita.

-  A comida chegou, que alegria.

E de fato é alegria. Eu sei, não faço ideia de como, mas sei que tudo vai encontrar seu caminho. Que as coisas vão dar certo e que futuramente os problemas de hoje já não serão mais problemas, mas sim soluções. Talvez o que me dê essa certeza sejam as pessoas incríveis que tenho ao meu lado, as pessoas que querem o meu bem e que fariam de tudo para me ver sorrir. Ninguém consegue nada e chega a lugar nenhum sozinho, sendo assim, tendo as pessoas que tenho, sei que chegarei longe, independente das circunstancias.


Notas Finais


Que acharam? Um capítulo sem Killian e bem focado nas oscilações de Emma, mais uma vez. São importantes capítulos assim para ficarmos ligados do que anda passando pela cabeça dessa loira, né? Vamos ver aí que eles vão fazer pra tentar resolver essa situação hehe. Até a próxima luas. ♥


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...