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História Rica Dignidade - Querido John


Escrita por: SWANLIVE

Notas do Autor


Boa madrugada, passando pra dizer que espero que vocês gostem do John o quanto eu gosto dele, sério, amorzinho hehe. Aproveitem e desculpe qualquer erro.

Capítulo 6 - Querido John


04 de janeiro de 2015 - 16:30

"Tem gente que tem o dom de não ter um lápis de cor, e mesmo assim conseguir colorir nossas vidas."

Eu estou ansiosa. Eu sei que estou. Estou no Starbucks com minha mãe e talvez ela esteja falando a vinte minutos, e minha posição continua estática, a observo com a expressão congelada e às vezes estico mais o sorriso para que pareça que presto atenção em algo que diz.

Eu não estou ansiosa para ver Killian, mas sim para ver os vestidos. Eu sempre fui super ansiosa, e dessa vez não seria diferente. Killian que marcou o horário com a loja, eu nem sequer sei onde fica, ele diz ser "surpresa", o que só me anima mais. Eu só queria que Graham estivesse aqui, que me ajudasse a escolhê-lo, mas o noivo não pode ver o vestido, certo? Ele ainda não deu sinal de vida, nem sei onde está, nem se chegou bem. Mas não estou preocupada, sei que está bem, ele sempre está.

- Filha? Você está ouvindo? - minha mãe sacode meu braço.

- Oi! Estou mãe, e eu... concordo. - seguro sua mão com firmeza, sei que ela estava falando algo sobre querer mudar sua sala de estar.

- Emma, - ela ergue sua sobrancelha -, seu telefone.

Olho para a tela e enfim o ouço tocar. Atendo rapidamente com medo que pare.

- Oi Graham. - me levando e me afasto.

- Oi amor, tudo bem com você? - sorrio ao ouvir sua voz - Estou com saudades.

- Eu também estou com saudades, quando você volta para casa? - respiro fundo - As coisas por aqui, bem... Eu conheci nosso assessor.

- Assessor? - posso o ver franzindo o cenho.

- É Killian Jones, você sabe quem é, não é? - fecho os olhos com medo de sua resposta.

- Killian Jones? - ele pergunta indiferente - Ele sequer sabe planejar um casamento? Como... Você sabia?

- Graham, ele é um assessor de casamento, ele provavelmente sabe como organizar um. Eu também não sabia, meu pai o contratou e não me disse nada. Ele disse que precisamos nos encontrar, tivemos a primeira reunião ontem em sua casa. - o atualizo das informações.

- Na casa dele? - percebo no tom de Graham um pouco de... ciúmes?

- Está com ciúmes de Killian, Graham? - dou uma gargalhada.

- Com certeza não. Só acho que ele é muito, como é a frase? Acho que ele quer fazer outras coisas com você além de organizar um casamento.

- Graham! - o repreendo - Você nem o conhece.

- E você também não, e mesmo assim está defendendo ele. Você nem sabe quem é esse cara, e agora ele é mais prestativo que eu?

Passo a mão por meus cabelos, isso é realmente desgastante.

- Você está certo Graham, acho que estou sendo precipitada. Se quiser nós podemos mudar. - falo por fim.

- Não, não sou do tipo que começa e não termina. Eu não sei quando volto, provavelmente amanhã, te aviso. Tenho que desligar, beijos gata.

Reviro olhos. "Gata", por que é que Graham tem que me tratar como uma adolescente? Quando ele vai me ver como uma mulher?

- Até.

Volto para o meu lugar e vejo John sentado com minha mãe, abro um sorriso e vou até a mesa com mais pressa.

- Olha só quem resolveu sair da toca! - falo e John levanta e me dá um abraço apertado.

Sabe quando você abraça alguém e pode sentir sua alma, pode sentir sua energia e seu carinho? Aquele tipo de abraço que te faz fechar os olhos e se permitir ser levado para outra dimensão pois você sabe que a pessoa estará lá por você até que resolva voltar? É assim que me sinto agora em seus braços.

Minha mãe limpa sua garganta disfarçadamente, não sei por quantos minutos ficamos assim, abraçados, ao ponto de minha própria mãe chamar nossa atenção. John segura em meu ombro e me afasta, posso sentir seus olhos lerem toda minha alma. Desvio o olhar.

- Mary, eu queria poder tomar Emma um pouco de você, posso?

Minha mãe me olha buscando a resposta em mim, que apenas concordo levemente com a cabeça.

- Claro John.

John vai em minha frente e o sigo. Ele entra em seu carro e eu também, nem mesmo sei para onde ele vai nós levar, mas eu confio nele, eu sei que tudo que faz é para o bem.

- Para onde estamos indo? - abaixo o volume do rádio.

- Para um lugar que você adora.

Tento pensar em algum lugar específico, porém não me lembro de nenhum, mas não precisei pensar muito, em poucos minutos eu já havia descoberto, conheço muito bem as ruas de Nova York, sei o lugar que se trata. Central Park. É um dos meus lugares favoritos para conversar e me distrair.

Nos sentamos em um banco mais afastado e começo a ficar ansiosa para o que John tem a me dizer, afinal, para que todo esse mistério?

- Emma, você tem algo que queira conversar? - ele pergunta enfim, depois de alguns minutos analisando o céu.

- Não... Eu acho, por que? - seguro em sua mão - Você quer me contar algo? Sabe que pode me contar tudo, certo?

- Não, eu... Emma, eu não sei muito bem iniciar esse assunto, porque... Porque nós dois sempre fomos muito abertos um com o outro, eu nunca pedi que você contasse nada para mim, você simplesmente sentia necessidade de conversar com alguém, e esse alguém era eu, mas...

Analiso o homem moderno em minha frente, terno, cara de rico, nariz empinado, sapato engraxado, barba feita, cabelo perfeito, aquele homem que qualquer mulher baba, aquele homem que olhamos e dizemos "mais metido não deve existir", mas acontece que John não é assim. John é a pessoa mais respeitosa, humilde e sentimental que eu já conheci em minha vida, o que não me deixa surpresa pelo fato dele querer falar sobre mim, por mais que esteja curiosa para saber o que tem a dizer.

- Eu venho notando em você, eu te analisei por meses, e eu tenho uma pergunta. Onde está você Emma Swan?

- O que? - pergunto confusa.

- Onde seu coração está Emma? Está na sua casa? Na sua amiga? Em Storybrooke? Na sua cachorrinha? Na sua família? No seu trabalho? No seu noivo talvez..?

- John, eu não... Eu não estou entendendo.

- Você não está entendendo. Essa é sua resposta? Você não está entendendo onde seu coração está certo? Não entende onde você está.

- Onde quer chegar? - indago interessada.

- Emma, você costumava ser tão feliz, tão sorridente, tão iluminada. Você é que animava a todos quando ninguém mais podia nos animar, você tinha as melhores ideias, as melhores conversas, a melhor timidez... Você sabe onde está essa Emma? Você a viu andando por ai? - John apontou para o meu coração.

- Por tantos meses eu venho te observando, - ele continuou -, eu vejo o quanto você parece cabisbaixa, o quanto seu sorriso é fraco e o quanto você mudou. Emma a quanto tempo eu não a vejo mais dar uma gargalhada gostosa, aquelas que te fazem esquecer todos os seus problemas, aliás, para você não existia problemas. Você era a pessoa mais apaixonada que eu conhecia, apaixonada pela vida. Tem algo que você está escondendo Emma, algo que não quer me contar, eu não estou exigindo que me conte, só estou preocupado. Acha que não percebo seus olhos inchados a maioria das vezes que entra na empresa? Você sempre se esconde em sua máscara de gentileza, humildade e educação, mas esquece de colocar a máscara da alegria. O que está acontecendo?

A esse ponto eu não sei se continuo o encarando, se devo responder algo ou se tem algo para responder. John conseguiu tirar qualquer fala que eu poderia pensar em ter, talvez até meus pensamentos. Mas ele não me tirou a capacidade de ver a realidade, de ouvir a realidade, ele está certo? Eu estou realmente assim? Eu já fui mais feliz? Eu uso máscaras?

- John, eu... - penso em algo para responder - É tão bobo. Não merece nem o destaque especial de nossa conversa. Isso que você falou não é verdade, eu... Eu sei onde estou.

- É verdade sim Emma, você sabe que sim.

- Graham. - solto por fim e John me olha confuso - Quer dizer, eu não sei se é só isso, eu nunca te contei nada, eu... Eu não sei John. - sinto as lágrimas se formarem.

- Seu noivo? Eu, eu não entendo.

- John, eu estou apaixonada, eu estou muito apaixonada, chega a ser bobo, chega a ser idiota. O amor que sinto por Graham ainda parece uma paixão, é como uma brasa, mas acontece que ele parece não sentir isso, ele não... Ele não demonstra isso. Você já ouviu falar que quanto mais as pessoas que amamos fogem de nós, mais nós corremos atrás? Nos humilhamos, fingimos ignorar as vezes que somos ignorados, fingimos ignorar o quão na cara está que aquela pessoa não sente nem o começo do amor que você sente. E isso dói John, isso dói muito. - sinto um gosto salgado em minha boca e percebo o quanto estou chorando - É como se você sentisse tudo sozinho, carregasse todo um relacionamento sozinho, e agora, agora nós vamos nos casar, mas qual o sentido disso? O casamento não é ser dois em um? Por que eu sinto pra dois apenas para um? Mas acontece que...

John me puxa para um abraço e acaricia meus cabelos, permitindo que derrame todas minhas lágrimas em seu ombro. A quanto tempo não me sinto tão livre assim? A quanto tempo ninguém me ouve desse maneira? A quanto tempo não sinto tanto amor envolvido?

- Acontece que... - me desvencilho de seus braços.

- Emma eu já entendi, você pode parar se quiser.

- Acontece que, - ignoro seu comentário -, acontece que as coisas não podem estar perdidas para mim, podem? Isso tudo parece tão infantil, chorar por um homem, por ciúmes, por não se sentir amada, não devia ser assim, mulher nenhuma deve se sentir assim. Eu me sinto fraca, incapaz...

John tenta limpar minhas lágrimas.

- Por que você diz que nem tudo é perdido para você?

- Por que as vezes, você olha para uma pessoa, nós olhos daquela pessoa, e ela parece tão certa.

- E quem é essa pessoa?

- Ai é que está, não tem essa pessoa. Mas o pior é saber que eu não imagino um futuro com Graham, eu imagino um outro futuro, tão inesperado quanto está sendo esse casamento. Graham está me apagando John, ele está apagando meu fogo e nem sequer está percebendo que estou deixando de amá-lo, e isso, isso é tão errado.

- Emma, você não pode viver assim, você não pode seguir uma vida ao qual não te agrada, dormir com alguém que você não ama, essa não é você. Você não pode simplesmente fazer uma grande festa, fingir que aquilo tudo é seu sonho, que é seu grande dia, enquanto na verdade é o dia do seu afogamento, é seu pior dia. Emma você me fala tanto sobre seguir o coração, mas você está errada, você está errada por estar seguindo seu coração, ele está mandando que você viva infeliz, ele está te mandando fazer inúmeras coisas que você deveria fazer ao contrário. Vá contra o seu coração, não a favor dele, ou então você vai se afogar.

- Não John, se eu fizer isso eu vou ficar sozinha, é melhor ter vestígios de amor do que não tê-lo, você não concorda?

John me olha como se não me conhecesse, como se quisesse que isso não tivesse saído da minha boca.

- Emma, não! Olha para você, você é a mulher mais bonita que eu conheço, o que você está fazendo? Por que você está se diminuindo dessa maneira? Por que se acha acha tão incapaz? Emma você deve ter se esquecido de todos os homens que já correram atrás de você, se lembra de Adam? O que arrastou uma multidão só para dizer que te amava? E Valentine, que fazia tudo por você, tudo Emma. Ninguém merece vestígios de amor, e você Emma, você merece um amor por completo, repleto e verdadeiro. Onde está você Emma Swan?

- Eu não sei, alguém precisa me achar, mas ninguém está disposto a fazer isso.

Alguém precisa me achar...

- Tantos homens estão, você não quer ver, você não quer abrir os olhos.

- Você estaria?

- Com certeza sim, mas eu não te mereço.

- Puff - reviro os olhos. Que bela desculpa.

- Emma, você está vulnerável, e um homem de verdade não se aproveita da vulnerabilidade de uma mulher para usá-la. E não é porque você está assim que pode aceitar qualquer um.

- John, você não é qualquer um, definitivamente não é qualquer um.

- Ta vendo só? Você está preocupada em me colocar para cima sendo que você tem um problema muito maior. Você tem que olhar mais para você Emma, para a sua felicidade. Enquanto você se preocupada em ser sincera, as pessoas não são honestas com você.

- Está me dizendo que não é honesto comigo?

- Você sabe que sim Emma. Estou perguntando, você sabe se Graham é honesto com você?

Por que todos pensam que Graham me trai ou insinuam isso? Tinker me fala isso dia e noite, e agora John acabou de saber o que está acontecendo e pensa a mesma coisa. Eu saberia se isso acontecesse, certo?

- Tinker sabe disso? - ele pergunta.

- Sim.

Sinto uma vibração em minha mão e me lembro do que tinha marcado com Killian. Eu me esqueci totalmente. John faz um gesto para que eu atenta o telefone e o faço.

- Emma Swan. - falo a típica frase, soando mais depressiva do que queria.

- Eu sei que é você Swan. - ele para - Você está bem? Sua voz parece triste.

Limpo as lágrimas, determinada a parar de chorar por hoje.

- Sim é só... Na verdade não, mas não quero falar sobre isso.

- Nunca deixaria que me contasse algo sério por telefone. Eu estou na loja, já está vindo? O endereço eu acabei de mandar para seu celular.

- Hã... - olho para John indecisa, está bom conversar ele, sempre é, mas agora que ele sabe definitivamente tudo o que acontece, eu não quero parar.

- Se não quiser vir, tudo bem para mim, nós podemos marcar outro dia. E se precisar de alguém você... Você tem certeza que não quer falar sobre isso?

- Não precisa se preocupar Killian, sério, mas obrigada mesmo assim. Nós vamos sim ver os vestidos, mas eu posso levar duas pessoas comigo? Tem alguém que quero que conheça.

- Claro Swan, desde que não seja seu noivo.

- Não, não é ele, não precisa se preocupar. Chegamos ai em alguns minutos. - desligo o celular.

Por que tenho a sensação de estar jogando toda a conversa que acabei de ter com John, fora? Talvez essa sensação seja verdadeira, contando que ele acabou de me dizer quase diretamente para não me casar. Mas acontece que eu não posso. Eu simplesmente não posso. Me sinto tão presa a Graham, tão amarrada aos meus costumes, a minha monotonia, ao nosso mundo não construído, a nossa rotina. Eu me acostumei. Isso é errado, mas eu me acostumei.

- É isso que vai fazer então? Espero que esteja decidida.

Decidida? O que falar dessa sociedade que exige uma resposta correta na hora incorreta.

- Emma, você pode pensar que estou sendo exigente, mas esse é nosso mundo. Ou você entra ou você sai, se você for ficar no ponto e ver o ônibus passar, espero que tenha certeza que outro passará, ou então você vai ficar para trás.

- John, eu amo o Graham, eu vou lutar por nosso amor até que alguém me mostre...

- Que ele não vale a pena?

- Até que alguém me mostre que vale mais, que eu estava errada esse tempo todo. Eu disse que o amo, e não seria amor se fosse tão fácil desistir sem tentar.


Notas Finais


Aw, que delicado esse capítulo não é? Espero que tenha deixado claro alguns sentimentos da Emma em relação ao que ela está passando. Espero vocês nos próximos capítulos anjos, mil beijos. ♡


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