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História Rich boys in love I - Romance gay (Yaoi) - Constatação errada


Escrita por: observerghost

Notas do Autor


Boa leitura.

Capítulo 5 - Constatação errada


Jonathan P.O.V.

Meus pais me convidaram para almoçar, e eu aceitei. Fomos ao BOA Steakhouse, um dos restaurantes mais bem nomeados de Los Angeles. 

Minha mãe deixou Jude escolher o lugar. Sentamos em uma fila de mesas no centro com bancos almofadados, que ficava do lado de uma luminária colorida enorme.

Como a especialidade do restaurante era hambúrgueres e frutos do mar, pedi um petisco de camarão e um martini de maçã verde. Meu irmão, como todo criança, quis um hambúrguer, batatas fritas e Coca-Cola. E meus pais pediram uma carne especial acompanhada de uma bebida. 

O restaurante era iluminado por luzes fracas e tinha uma música de fundo animada, isso tornava o lugar mais cômodo e buliçoso. Se fosse possível, eu moraria ali. 

Nossos pedidos chegaram, e os garçons mal conseguiram colocar os pratos na mesa e meu irmão já estava atacando as batatinhas. Geralmente, minha mãe brigaria com Jude por esses maus modos a mesa, porém, ela não o fez, porque tudo estava acorrendo bem para uma família que acabou de mudar de cidade, ou seja; ela estava fleuma e feliz. 

Ingeri um pequeno pedaço de camarão e logo depois tomei um gole do martini. Queria aproveitar aquele momento ao máximo. Faz um mês que estávamos escolhendo o apartamento, faz um mês que estávamos encaixotando nossos pertences, um mês que estávamos verificando se não deixamos nada para trás e se não esquecemos de nenhum passo importante para o processo de mudança; só agora que estamos descansando de toda essa correria. 

- Eu quero mais batata, mãe - Disse ele olhando para o prato vazio.

- Nem pensar, você nem comeu o sanduíche ainda - Negou ela com a cabeça.

- Mas eu quero - Insistiu ele.

- Não, eu disse não - Disse com firmeza.

Jude ficou emburrado, mas logo depois deixou de lado e começou a comer seu hambúrguer. 

Tomei mais um gole de martini, e quando fui ingerir mais um camarão, vi que meus pais acenavam e sorriam para alguém da mesa de trás. Até meu irmão braceou um "olá". Por educação, virei para cumprimentar - e ver - também, mas não consegui nem abrir um sorriso quando reconheci o garoto que estava sentado do lado do casal que tinha mais ou menos a mesma idade que os meus pais. 

Bruscamente, virei para frente fitando a mesa. 

Era ele. Aquele menino que me causou devaneios de pensamentos esquisitos na cafeteira. Quando nos encaramos hoje de manhã, é como se todos os meus sentimentos estivessem presos e alguém os tivesse soltado de uma vez só. 

- Bom vê-los aqui novamente - Disse minha mãe ainda sorrindo - Quem é esse? 

- É nosso filho - Responderam eles. 

Olhei rapidamente para trás e vi que ele fez uma leve reverência fechando os olhos, e tornei a olhar para mesa. 

- Quantos anos ele tem? - Perguntou minha mãe. Por que mulheres sempre precisam emendar a conversa? Não dá pra só dizer um "oi" básico, não?

- Fez dezesseis semana passada, e os seus? 

- O menor tem dez e o mais velho vinte e três - Respondeu minha mãe com orgulho.

- Ah, então ele já é bem grandinho, não? - Elas riram juntas. 

Grandinho... por que raios quando mães estão falando de seus filhos elas precisam usar o diminutivo? Que vergonha alheia, meu Deus. 

Enfiei um camarão inteiro na boca para prestar atenção no sabor. Quando fui engolir, ele entalou na minha garganta, tomei o martini e o bolo de comida desceu. 

Não sei que caralhos estava acontecendo comigo, minhas mãos estavam trêmulas. Só não estava suando frio porque eu estava me controlando. 

Esse mal estar é tudo culpa daquele filho da puta de olhos azuis. 

- Mãe, eu vou ao banheiro, já volto - Me levantei rápido nem ouvindo minha mãe dizer "ok" ou algo do tipo. 

Fui correndo, esbarrando em algumas pessoas no caminho. Graças a Ave Maria cheia de graça que não colidi com um garçom cheio de taças e bebidas. 

Entrei no banheiro e adivinha quem estava lá? O demônio, quer dizer, o garoto que me causava uns trecos estranhos. Como ele rápido, nem vi ele saindo de lá.

Ele estava concentrado em ajeitar um curativo no dedo anelar, então consegui me esquivar para fora do banheiro ficando na porta, sem que ele percebe minha presença.

Que viadagem é essa, Jonathan? Vai lá falar com ele, talvez você descubra o por que desse nervosismo todo quando vocês estão próximos. Não, eu não vou falar com ele. 

Comei a andar lentamente para voltar à mesa.

- Do que você está com medo? - Perguntei para mim mesmo em um tom baixo. Só eu estava ali no corredor para o banheiro - Ele só é um menino diferente. 

Hesitei por alguns minutos, no entendo, venci meu orgulho; e meu medo. Entrei. 

Fui até a pia do lado do dá dele como alguém que não queria nada. Lavei as pontas dos meus dedos engordurados de camarão. 

- Nossas famílias se conhecem faz tempo? - Perguntei tentando não demonstrar certa nervosidade. 

Eu sei, foi uma pergunta horrível, mas não pior que a "você vem sempre aqui?".

- Não. - Respondeu ele. Já deu pra perceber que ele não é do tipo que puxa o assunto, é você que tem que se ferrar para inventar algo pra falar.

- Então por que elas estavam conversando agora pouco quando estávamos a mesa? - Perguntei, agora olhando pra ele, que ainda prestava atenção no curativo. 

- Você perguntou se elas se conhecem há tempos e não se elas se conhecem - Respondeu afiado. 

Socorro, que menino chato! 

- Ah, desculpa, tá?! - Me perdoei fazendo questão de enfatizar - Nossos pais se conhecem?

- Sim, se não eles não teriam conversado uns com os outros, não é mesmo? 

- Tá, eu entendi... qual seu nome? - Perguntei, desviando o assunto. Talvez se eu começasse a conversa por onde a maioria começa, ele seria mais gentil.  

- Moore, Morgan Moore - Respondeu ele, terminando de arrumar a pequena bandagem - E você?

- Jonathan Martinez, prazer em conhecê-lo - sorri.

- O prazer é todo seu - Disse ele sorrindo de canto de uma maneira maléfica saindo do banheiro, me deixando ali, quem um trouxa. 

Esse menino é o cúmulo da chatice, puta merda. A raiva tomou conta de mim. Se tem algo que me deixa mais do que puto é alguém me fazer de idiota. Todos aqueles sentimentos incompreensíveis sumiram, o único que ficou foi um sentimento homicida. 

Sequei minhas mãos e sai do banheiro não conseguindo esconder a "cara de cu" e me sentei na mesa. 

Nossas mães conversam algo haver com moda e nossos pais falavam de negócios. Jude já havia pedido outra lata de Coca-Cola, e eu, nem fodendo que ia virar para trás pra olhar na cara daquele moleque grosso. 

E sabem de uma coisa, cheguei a uma constatação. Tudo aquilo que senti na primeira vez que o vi, não passava de ódio. Ódio à primeira vista. Quando o analisei de manhã, achei que seria impossível ignora-lo se visse ele mais vezes, mas não; seria mais fácil do que eu pensava. 

Essa é a verdade, não tem nada de mais nele, foi só idiotice da minha cabeça confusa. Pense comigo, eu acabei de chegar em um lugar que não conheço nada e ninguém, o medo de ficar sozinho aumenta nesses casos, então meu cérebro se apegou a primeira pessoa mais atraente que viu. 

Bem... eu estava errado. Sou horrível em constatações. 


Notas Finais


Me desculpem por qualquer erro!
Não que isso importe, mas gente... eu adoro camarão! Obrigada. 🤣


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