História Rich boys in love I - Romance gay (Yaoi) - Hospital

Jonathan P.O.V.

- Então, gostou de... - Tomei coragem para perguntar algo um tanto insinuativo - Gostou de sair comigo?

- Gostei - Ele fez que "sim" com a cabeça - De verdade. Você é um cara legal. Eu não devia ter lhe tratado daquele jeito sem antes te conhecer. 

- Tudo bem. Eu também tive uma impressão errada de você.

- Estamos quites? 

- É, estamos - Sorri e ele sorriu também. 

Um silêncio tomou conta do carro novamente. Estava levando ele de volta pra casa. 

- Sobre o que aconteceu comigo na festa... - Comentou cabisbaixo - Não conte a ninguém, por favor. 

- Morgan, você sabe o que fizeram contigo, não sabe? - Questionei sério. 

- Não foi nada de mais.

- Morgan! Como não?! Eles... Eles te estu...

- NÃO! - Gritou - Não se atreva a dizer isso! 

- Mas... essa é a verdade e precisamos fazer alguma coisa a respeito!

- Para o carro...

- O que? Não.

- Eu disse para parar o carro! - Ordenou e eu parei. Ele saiu e bateu a porta com força. 

- Morgan... droga! - Saí do carro também e o segui - Morgan! Volta aqui, me desculpa, eu não queria... ei! - Nem sequer olhou para trás. 

- Me deixa em paz! - Acelerou ainda mais os passos.

Quanto mais eu insistir, mais ele vai me afastar, mas eu não posso perdê-lo. Não agora. Morgan esteve em minhas mãos o dia todo, tive a oportunidade de conhecê-lo melhor. Criamos certa intimidade. Sinto que posso ajudá-lo, porém, estraguei tudo de novo. Toquei em um assunto delicado para alguém que não sei lidar. Como na festa. Eu disse para ele se matar. Que erro! E agora, acabei de dizer que ele foi estuprado. E é verdade. Verdade para nós dois; mas também um pesadelo para ele. Talvez, Morgan não quisesse admitir que foi abusado sexualmente para não ter que sofrer com o que já sofreu antes. Ele estava mentindo para si mesmo. Trauma. 

- Para! - Corri, e ao perceber isso, ele também correu.

Dois meninos, correndo pelas ruas da cidade. O que as pessoas pensariam? 

Tentei ir mais rápido para alcançá-lo, mas não foi preciso. Ele tropeçou em algo na calçada, e por conta da velocidade que estávamos, Morgan caiu mais ou menos a uns dois metros pra frente, batendo a cara no chão. Literalmente. O seu tombo foi tão grande que instantaneamente parei. Senti medo dele ter batido a cabeça com muita força a ponto de desmaiar ou até morrer. Suspirei aliviado quando ele se sentou lentamente, mas o que vinha a seguir, era estranho. Com a mão cobrindo o nariz, Morgan começou a chorar, igual a uma criança. Não estou exagerando, sério. Ele chorava igual a uma criança desesperada. Mais soluçava do que chorava. Não digo que é ridículo, não. Digo que é engraçado, não no sentido de "rir" e sim no sentido de "raro". Eu nunca tinha visto um menino de dezesseis anos chorar daquele jeito. Um adolescente. Não senti vontade de debochar. Senti vontade de pega-lo no colo, esconde-lo em meu peito e nunca mais soltar. E... bem; foi isso que eu fiz. 

Fui rápido até ele e o envolvi em meus braços. Forcei sua cabeça contra o meu peito e o ajudei a tampar o nariz que sangrava muito. Com outra mão, afaguei seus cabelos negros. Era tão macio.

- Ei! Tudo bem, tudo bem - Tentei acalma-lo - Eu vou te levar ao hospital. Consegue se levantar?

- Meu pé... tá doendo - Avisou abafado. 

- Hã?! 

É claro, ele bateu o pé no concreto solto, por isso tropeçou. Jonathan, seu burro! 

Ele gemeu de dor.

- Eu não consigo mexer meu pé! 

- Calma! - Eu teria que ajudá-lo a andar - Ok, eu vou te carregar. 

O firmei em meus braços e levantei. Morgan é realmente muito leve. Com certeza ele tem algum problema de saúde, mas isso não vem ao caso agora. Corri para o carro, o deixei no banco de trás para que ficasse deitado. As pessoas nos olhavam confusas e um tanto preocupadas. Entrei, girei a chave e acelerei. 

Não conheço Los Angeles, mas por algum milagre, encontrei um hospital. Desci do carro rápido. Abrindo a porta traseira, vi que suas roupas e o banco estavam ensanguentados. Sem problemas. Posso dar um jeito nisso depois. 

Fui para a emergência. Não demorou para sermos atendidos. Os enfermeiros cuidaram de Morgan e eu apenas os observava. 

- Você disse que seu pé estava doendo - O lembrei.

- Sim - Confirmou fanho por causa do curativo no nariz. 

- Tire o tênis para eu dar uma olhada - Pediu a enfermeira. Ela era loira, pálida e tinha olhos negros. Mais parecia uma cientista de filmes de ficção e horror.

Com uma expressão de dor, Morgan tirou o tênis de vagar e depois sua meia soquete preta. 

Não tenho fetiches por pés, mas os seus eram graciosos. Eu sei, palavra estranha para se usar, porém, essa era a definição. Tão pequenos e delicados para pés masculinos. Mesmo magro, seus dedinhos eram um tanto gordinhos, o que me deixou com uma vontade quase incontrolável de morde-los. Morgan usava um anel de prata no dedo indicador. Sempre achei esse negócio de usar anéis nos dedos dos pés um tanto esquisito, mas nele ficou sexy, admito. Sua pele era extremamente pálida, no entanto, suas solas eram rosadas e... PARA DE QUERER COMER O PÉ DOS OUTROS, JONATHAN! 

Mais tarde, Morgan já estava melhor. 

- Não aconteceu nada de muito grave - Informou - Só trocar os esparadrapos e não fazer movimentos bruscos, ok? 

- Ok - Acenei com a cabeça e a enfermeira saiu. 

Olhei para ele que estava com um esparadrapo no nariz, vexado. 

- Desculpa... 

- Não, tá tudo bem, acontece - Sorri.

- Eu estraguei tudo. Corri que nem um idiota! 

- Eu já disse que tá tudo bem e... todo mundo é idiota pelo menos uma vez nada vida.

- Mas eu fui ridículo!

- Morgan! - Me aproximei e coloquei minhas mãos em seu rosto - Está tudo bem, sério.

- T-Tá... - Ele ficou super corado - Suas mãos são quentes.

Senti meu rosto arder um pouco.

- Isso é bom? - Perguntei hesitante. 

- É-É... é sim - Ele sorriu envergonhado. 

Seria muito inconveniente beija-lo agora?