Jonathan P.O.V.
Já era por volta das 6:30 da noite, e o que ficamos fazendo esse tempo todo? Bem, apenas conversando. Morgan ficou com a cabeça em meu peito, enquanto eu lhe fazia um cafuné. Estávamos aconchegados em sua cama com nossas pernas entrelaçadas.
- Eu estou com fome... - Avisou ele.
- Quer jantar aqui na sua casa ou quer sair para algum lugar? - Perguntei.
- Podemos ficar aqui em casa? Não estou disposto pra sair.
- Claro que podemos!
- Vamos pedir comida japonesa?! - Ele deu a ideia todo animado.
- O que você quiser! - Sorri.
- Ae! - Ele bateu palmas e se levantou da cama num pulo - Vem!
- Tô indo! - Me levantei rápido e fui atrás dele que saiu correndo para a sala.
- Mãe, vamos pedir comida japonesa!
- Aí, que bom! - Senhora Desiré se levantou do sofá - Eu posso comer junto?
Morgan balançou a cabeça positivamente, sua mãe sorriu, pegou o celular e discou o número do tal restaurante. Em alguns minutos estávamos recebendo a comida.
Senhora Desiré colocou a barca e os potes de sushis e outras especiarias nipônicas - que eu não tenho a menor ideia de como se chamam - na mesa da cozinha.
Sentei de frente para Morgan e sua mãe sentou em uma das pontas. Pegamos os hashis de madeira escura e atacamos a comida.
- Há quanto tempo está aqui? - Perguntou senhora Desiré.
- Faz umas quatro semanas, acho... - Respondi fitando a barca de sushis.
- E de onde exatamente você é? - Continuou ela.
- Eu estava morando em Nova York, mas nasci em Savannah - Ela franziu a testa - É uma cidade no estado de Geórgia, no condado de Chatham.
- Nunca ouvi falar. Me parece interessante - Disse, enfiando um sushi na boca.
- Acho que você percebeu que minha mãe adora fazer perguntas - Comentou ele.
- É, eu percebi... - Ri - Mas tudo bem.
Ficamos conversando até terminarmos toda a comida. Saímos da mesa e a senhora Desiré foi para o quarto dela e nós voltamos para o de Morgan. Ele fechou a porta, se jogando na cama de bruços. Não pude deixar de reparar sua cintura. Morgan era bem magro, porém, não era uma magreza feia, pelo o contrário, seu corpo era muito bonito. Tinha curvas até demais para um menino. Confesso que fiquei excitado, e então, uma pergunta estranha veio a minha mente:
Será que Morgan já teve um orgasmo? Tá certo que ele já foi abusado sexualmente por um familiar, - um dos motivos para tantos problemas psicológicos - como contou o grupo de jovens que conheci. Mas não acho que isso seja uma relação sexual de verdade. Sexo é quando você está com a pessoa que ama; aquilo foi um crime! Ninguém tem um orgasmo quando está sendo estuprado.
Bom... não custa perguntar, não é mesmo?
- Morgan... - O chamei receoso e ele olhou para mim por cima dos ombros ainda deitado - Você já teve um orgasmo?
No mesmo instante, seu rosto ardeu em vermelho e ele ficou completamente desconfortável.
- Q-Que tipo de pergunta é essa, Jonathan?! - Gaguejou meio irritado.
- Eu sei que é bem estranho perguntar isso, mas eu quero saber! Você já teve um orgasmo? - Repeti, olhando bem para ele.
- Não seria mais educado você perguntar se eu já tive relações sexuais?
- Tanto faz! - Dei de ombros - Então... já teve?
Ele se sentou na beira da cama e contraiu os lábios fitando os pés.
- Tenho cara de quem teve relações sexuais? - Perguntou, olhando vagarosamente para mim - Você foi a primeira pessoa que beijei.
- Mentira! - Exclamei surpreso - Mas você me beijou tão bem!
- Pois é, mas eu nunca beijei. Todas as vezes que eu estava gostando de alguém e assim vice-versa, quando estávamos próximos de nos beijarmos e ficarmos juntos, essa pessoa dava o fora!
- Entendi - Balancei a cabeça com pesar - Quer saber como é ter um orgasmo?
- O QUE?! - Gritou afinado, fazendo com que sua voz falhasse - Não, não...
- E por que não?
- Esse negócio de sexo não é tão simples pra mim... - Morgan desviou o olhar para o lado.
- E por causa do seu passado, não é?
Ele arregalou os olhos e olhou bem para mim.
- Como você sabe?! - Questionou em um tom de voz esquisito.
- M-Me contaram... - Falei com medo.
Ele havia mudado sua expressão tímida para uma expressão que não sei explicar, mas que estava me deixando assustado. Morgan estava com os olhos - que são bem grandes - bem abertos, porém, ele estava super sério.
- E quem foi que te contou, Jonathan?
- Sabe o grupo de amigos com quem a Pandora anda? - Perguntei receoso.
Ele odiava a Pandora.
- Sei sim. - Afirmou com uma voz um tanto grossa.
- Eles me disseram que você tentou se matar também... - Engoli seco - Aí eu questionei o porque, dai eles disseram que o seu tio... você sabe!
- Tá!
- Você está bem? - Eu sabia que não.
- Não exatamente - Respondeu, suspirando em seguida - Isso é muito sério. Eu não vivo normalmente até hoje por causa disso, sem contar que descobri que tenho depressão há dois anos!
- Eu sei, eu sei! - Balancei a cabeça - Isso é muito sério, eu sei! Se me permitir, deixe-me te ajudar.
- Tá... você pode tentar - Ele deu de ombros.
Me aproximei vagarosamente dele e coloquei minhas mãos em seu rosto. Que pele macia!
- Ei, tá tudo bem - Fiz carinho em sua bochecha - Eu vou te ajudar! Em relação ao sexo, você não precisa fazer se não quiser, ok? Vamos com calma, até você se sentir bem. E quero deixar claro uma coisa...
- O que? - Morgan estava levemente corado.
- Eu não sou essas pessoas ruins e muito menos o seu tio - Falei sério - Vamos fazer sexo porque eu te amo, não só pelo meu próprio prazer ou porque quero te machucar, está bem?
Seus olhos lacrimejaram e ele sorriu de vagar.
- Eu te amo, meu menino - Lhe dei um beijo intenso.
- Te amo, meu brownie!
- Brownie?! - Arqueei as sobrancelhas.
- Eu adoro brownies, é meu doce favorito, e como eu também te adoro e te acho muito gostoso, vou te chamar de brownie.
Gargalhei.
- Você me acha gostoso, é? - Serrei os olhos.
- Acho!
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