Jonathan P.O.V.
Fui para casa lá pelas 10:30 da noite. No dia seguinte, acordei com uma ligação de Morgan me convidando para ir a uma galeria onde tem uma pequena livraria. Ontem, apenas quando eu estava prestes a ir embora, foi que percebi que em seu quarto havia pilhas de livros sobre lógica e alguns assuntos que não entendo. Em seus cadernos - muito bem organizados, por sinal - haviam milhares de textos e contas. Não diria que ele é um nerd, e sim; que ele é um gênio! Eu sempre fui um aluno mediano na escola. Agora, estou com vinte e dois anos, época de faculdade, mas parei com meu curso de culinária para ficar um ano somente pensando se quero seguir com isso mesmo. Morgan é seis anos mais novo que eu e já está certo do que quer exercer; quer ser um cientista político.
Quando cheguei ao local, entrei e fui a procura de uma livraria onde ele supostamente estaria. Avistando uma, adentrei e achei Morgan sentado, com um livro em mãos e uma torre de livros ao seu lado.
Me aproximei sorrateiro e lhe dei um beijo na bochecha. Ele abriu um sorriso.
- Pensei que você nem vinha!
- Desculpa, eu me atrasei - Olhei para o livro - O que está lendo?
- Estou lendo um livro sobre o capital - Respondeu, entusiasmado.
- Não entendo nada - Dei de ombros.
Ele se levantou da cadeira e pegou todos os livros.
- Já volto, vou pagar - Avisou e foi ao caixa, e eu, aproveitei para sentar.
Recebo uma mensagem.
Pandora: está livre hoje?
Pra que?
Pandora: Nós vamos sair
Nós quem?
Pandora: Eu, Cooper, Floyd, Francesca, Anastasia e Spike, oras!
Tô ocupado, sinto muito
Pandora: tá fazendo o que?
Nada de importante, tchau
Consegui recusar um convite de Pandora, mas tenho que admitir que ainda não consigo dizer que estou com Morgan. Sim, tenho vergonha e me sinto péssimo por isso.
- Vamos? - Perguntou ele, já do meu lado e eu nem tinha percebido.
- Ah, vamos sim! - Levantei - Onde quer ir agora?
- Hmmm... - Morgan olhou para o teto - Sorvete?
- Ótima ideia - Concordei com a cabeça.
Nós saímos da galeria e andamos por aí até achar uma sorveteria que ele gostasse. Quando achamos um bom lugar, sentamos e pedimos os sorvetes. Pra variar, Morgan pediu com brownie e eu só pedi um de chocolate.
- Aqui está, senhores - Disse o garçom colocando os pratos sobre a mesa.
- Geralmente as pessoas comem brownie com sorvete de creme, mas isso aí não é creme - Fitei a bola de sorvete sobre o brownie.
- É de maracujá, ele não deixa tão doce - Explicou - Experimenta!
- Não, eu não quero experimentar isso aí, eu quero experimentar você! - Falei sem pensar.
Morgan ficou super corado e revirou os olhos.
- Para! - Ordenou, enfiando um pedaço de brownie na boca.
- Eu sou seu brownie - Tentei provocá-lo.
- Meu brownie tá aqui no prato, Jonathan! - Ele apontou com a colher.
- Seu sem graça - Olhei para o meu sorvete.
Ele apenas deu uma risadinha.
Terminamos o sorvete e saímos andar por aí mais uma vez. Quando cansamos, sentamos no banco de uma praça pouco movimentada.
- Aí, meu pé! - Reclamou ele, fazendo uma cara de dor.
- Tá com dor nos pés?
- Sim - Confirmou com a cabeça - Eu ando um pouco e já fico com dor...
- Tira o tênis! - Mandei.
- Que?! - Exclamou arqueando as sobrancelhas - Pra que?!
- Eu vou fazer massagem!
- Não, nem pensar!
- Tem cócegas, é? - O encarei com um sorriso.
Ele suspirou.
- Tenho...
- Ótimo, me dá o pé! - Insisti.
- Não! - Recusou cruzando os braços.
- Morgan... me dá o pé!
- Você vai fazer cócegas!
- Prometo que não! - Falei com firmeza.
- Promete? - Perguntou desconfiado.
- Prometo - Confirmei.
- Olha lá, em! - Ele tirou o All Star branco e colocou seus pés em cima da minha perna.
Até que enfim vou poder tocar nesses dedinhos!
Tirei suas meias soquete branca e passei as mãos na sua sola rosada. Morgan escolheu os dedos e grunhiu baixo.
- Cócegas ou dor? - Perguntei.
- Os dois - Respondeu.
Sei que é BAITA ESTRANHO comparar uma pessoa ao seu pé, mas foi isso que fiz. Morgan era mais do que perfeito, mesmo com todas aquelas dificuldades e peculiaridades. E o que isso tem haver com o seu próprio pé? - risos - bem, os pés de Morgan são perfeitos. São super brancos, com solas rosadas, unhas bem cuidadas, dedos pequenos e um tanto gordinhos - sim, eu reparo em tudo, acostumem-se.
Que delicadeza e que sorte eu tenho de tê-lo encontrado. Obrigado, Califórnia!
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