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História Rich boys in love I - Romance gay (Yaoi) - Achocolatado com canela e chantilly


Escrita por: observerghost

Notas do Autor


Esse capítulo faz mensão ao segundo capítulo.

Capítulo 26 - Achocolatado com canela e chantilly


Morgan P.O.V 

"Eu nasci para sofrer." Essa frase é bem clichê. Ela sempre aparece em filmes e livros que romantizam tudo, mas parece-me que ela se tornou uma realidade pra mim. Em questão de relacionamento, - só tive dois - eu só me fodo. Antes achava que esse negócio de ser azarado iria mudar, porém, não acho mais nada. 

Depois de todo aquele escândalo, fui para casa a pé. Como era muito longe, cheguei super cansado, ainda mais porque não tenho físico para andar longas distâncias. Me tranquei no quarto, me deitei, chorei até meus olhos arderem e adormeci. Acordei fraco, com a garganta doendo de tanto segurar os soluços e só levantei da cama quando minha mãe pediu para que eu destrancasse a porta porque queria conversar. 

Ela disse um monte de baboseira, no entanto, no final, deu um conselho - meio grande - que de certa forma me ajudou: 

"Você tem apenas dezesseis anos, tem muitos anos pela frente. Não perca as esperanças de uma vida melhor se baseando nos acontecimentos da adolescência. Esqueça a briga que teve com seu namorado"

É praticamente impossível esquecer quem ama e os bons momentos que passou com ela, todavia, vou adquirir. Embora o que ele tenha feito foi uma "pequena" traição, eu o perdoo. Criar rancor porque beijou uma garota - que eu odeio - não vai fazer bem pra mim. Vivo chorando por paixões e por amigos falsos. Tantas vezes o meu próprio pai me chamou de "bebê chorão", mas agora virei o "bebê do foda-se." Jonathan está morto pra mim! 

São quase duas horas da tarde e ainda não almocei, e nem pretendo. Resumindo logo, nem sai do quarto hoje. Estou na cama, olhando pro teto, me convencendo que nada aconteceu. Fechei os olhos e respirei fundo, quando meu pai abriu a porta violentamente, fazendo-me pular sentado.

- Pai! - Exclamei, irritado pelo susto.

- Desculpa! - Ele colocou as mãos na rosto - Quer que eu entre de novo?

-  Não precisa! - Balancei a cabeça - O que você quer? 

- Eu e sua mãe vamos sair! - Avisou - Amanhã é aniversário de dez anos do meu sobrinho, vai ter festa e tenho que comprar algum presente. 

- Entendi - Prensei os lábios.

- Sabe... - Meu pai se aproximou devagar - Seria bom você sair desse quarto um pouco. 

- Eu até sairia com vocês, mas não tô muito disposto - Fiz uma expressão de cansaço - Tô com sono, com dor de garganta e... - Meu pai revirou os olhos. 

- Quanta bichice... 

- Mas, eu sou bicha mesmo... eu gosto de garot...

- Não tô falando disso, Morgan - Interrompeu-me - Tô falando desse dramalhão todo! 

- Dramalhão?! - Arregalei os olhos indignado - Eu terminei com meu namorado! 

- Terminou um namoro de um mês com um menino rico que parou com a faculdade? - Ele ergueu as sobrancelhas menosprezando.

- Como você sabe? E eu também sou rico...

- Sei de tudo... você não parou com os estudos! 

- Pai, você não está me ajudando! 

- Filho... - Ele sentou na cama e pousou sua mão em minha coxa - Você é muito mais do que isso! Gaste suas energias com o que vale a pena. 

Meu pai tem um personalidade chata, irônica e egocêntrica, sempre fazendo chacota e dizendo que o contratempo dos outros é puro melodrama, contudo, se alguém está passando por dificuldades, ele entende e age com integridade. Da pitacos simples, mas por serem verdade, são ótimos. Resolve os problemas rápido. É sem dúvida a melhor pessoa para lhe ajudar! 

Acho que essa pessoalidade enfadonha e grossa, entretanto, cheia de compreensão, vem da enorme aflição que ele passou quando descobriu que seu próprio irmão teve uma atitude insolente quanto ao seu filho. Tenho outros dois tios: o Kaio, que é apelidado de tio Merenda, por ser muito gordo e gastar a fortuna dos meus avós em comida e cerveja. O outro é o tio Bill, que torra o dinheiro em maconha e em viagens para o Havaí. Meu pai é o único que não vive da herança dos pais, aliás, é muito bem sucedido. 

- Pai... - Engoli seco - Pode me dar um abraço? 

Ele sorriu e me abraçou forte. Afundei meu rosto em seu ombro. Meu pai usa um perfume que enfeitiça qualquer mulher. 

- Compro um chocolate com canela e chantilly pra você - "Negociou" - Vai com a gente, não é? 

- Seu chato, me convenceu - Suspirei derrotado. 

- Ótimo! - Soltou-me rápido e foi até a porta - Se vista, estamos te esperando! 

Lutei para levantar, e quando consegui, tive uma forte vertigem que me fez cair na cama. 

- Puta que pariu, eu tô um lixo! - Reclamei sozinho. 

Entrei no banheiro, despi-me e liguei o chuveiro. Geralmente, antes de começar a me ensaboar, penso na vida com a cabeça debaixo da água corrente. É muito bom, admitam; o problema é que as vezes eu me afogo. Infelizmente, não posso relaxar, meus pais estão esperando. Me ensaboei e lavei o cabelo. Ao terminar, enrolei a toalha no corpo e no cabelo, e SIM, uso a toalha que nem mulher. Não me zoa, não! 

Encolhi uma roupa qualquer. Um moletom cinza de capuz, - já que não vou secar o cabelo com o secador e toda vez que faço isso fico resfriado - uma calça jeans e um tênis. Me enxuguei, vesti a roupa, sequei o cabelo com a toalha e penteei-o. Peguei meu celular, corri pra sala e encontrei meu pai dormindo na bancada de mármore da cozinha. 

- Pai! - Chamei por ele que levantou num salto.

- Faz uma eternidade que tô esperando! - Disse, esfregando a mão na cara.

- Tá nada! - Rolei os olhos - Durou só vinte minutos. 

- Não podia lavar o cabelo depois? - Questionou meio nervoso. 

- Não! Não mesmo! - Tenho uma obsessão por limpeza - Nem pensar, credo! 

- Fresco! - Ele se levantou da cadeirinha alta e foi pra porta - Tava fendendo, é?

- QUE?! - Gritei desesperado - EU TAVA?!

- Eu perguntei, não afirmei - Trancamos a porta com a senha e entramos no elevador - Presta atenção no tom, moleque! 

- Tá, tá... - Dei de ombros - Espera aí, cadê a mamãe?!

- No carro - Respondeu - Eu devia ter ido, mas eu resolvi te esperar ali e quase apodreci.

- Aí que exagero! 

Me encostei na parede do elevador e olhei para o espelho. Como eu odeio espelhos! Minha cara está péssima, estou com os lábios roxos e olheiras enormes. 

- Insignificante... - Falei baixo e coloquei o capuz. 

- Hã? - Meu pai olha pra mim com o cenho franzido.

- Nada... - Olhei para o lado.

Ele ficou me fitando com um olhar carinhoso e veio até mim. Moveu as madeixas molhadas e deu um beijo molhado no meio da minha testa. QUE-NO-JO! 

- PAIEEE! - O empurrei e ele gargalhou como um vilão de desenho animado.

- Aí, ai... - A porta se abriu e nós saímos - Adoro fazer isso! 

- É, mas eu não gosto - Esfreguei a manga do moletom na cara toda- Ui, eca! 

Entramos no carro e pegamos minha mãe escutando "I don't wanna live forever." Ela em hipótese alguma gosta do filme Cinquenta tons de cinza, só que toda música que sai para o filme ela escuta. 

- Que música ruim! - Comentou meu pai com uma cara de desgosto.

- Nem ouse em tirar! - Coibiu, levantando o dedo indicador. 

- Sim, senhora - Meu pai ligou o carro e saiu da garagem.

- Onde vamos? - Inquiri. 

- No shopping - Contestou animada. 

- Qual? - Questionou papai com a mesma cara de desgosto. 

Ele odeia fazer compras! 

- Beverly Center. 

Esse shopping é um dos mais famosos aqui de Los Angeles. Pra vocês terem uma noção, esse local aparece até no GTA, só que um pouco diferente. 

No caminho, fiquei olhando pela janela todos as pessoas nas calçadas e os carros que andavam ao lado do nosso. Apesar dessa desgraça estar me causando uma nostalgia do caralho por estar me lembrando o meu recente ex-namorado, a música "melenta" não é tão ruim. 

Papai estacionou o carro dentro da grande construção. 

- Eu vou tomar um café - Falou.

- Eu vou com você - Falei saindo do carro. 

- Vai nada! - Minha mãe me puxou -  Você vai comprar as coisas comigo.

- Eu ia tomar chocolate quente com canela e chantilly - Bati o pé no chão - Papai prometeu!

- Eu não prometi nada... - Fez cara de quem não sabia de nada.

- Depois você toma isso, antes vai comigo! - Mais uma vez ela me puxou para perto dela.

- Aí tá! - Botei a língua pra fora. 

Entramos em uma loja de brinquedos qualquer. Fiquei apreciando os objetos enfileirados em estantes gigantes. Lembro-me dos meus aniversários. O presente que mais me marcou foi o um coelho verde de pernas e braços longos.

- O que vai comprar para o Tyler? - Tyler é nome do meu primo. 

- Eu não sei, é por isso que estou dando uma olhada.

- Ele adora videogames... - Sugeri.

- Aé? - Minha mãe me olhou aliviada - E como sabe?

- No último encontro de família, ele me levou pro quarto dele e mostrou os seus milhares de videogames e ainda disse que queria mais - Expliquei. 

- Ótimo! - Ela bateu palmas. 

Saímos da loja e fomos a procura de uma que vendesse jogos de computador ou coisa parecida. Quando era criança nunca fui chegado a games, eu gostava mesmo é de brincar com bichos de pelúcia. É... bichos de pelúcia... 

Quando entramos em uma loja qualquer, olhamos para aquelas prateleiras. 

- Tem tantos... - Mamãe mordeu o lábio - Qual vamos compra e como vamos saber quais ele tem e quais ele não tem? 

- Compra qualquer um, se ele tiver, ele que troque - Quero me livrar logo de comprar presente pra criança. 

- Boa ideia! - Ela sorriu, pediu o jogo mais novo ao funcionário e pagou. 

Saímos da loja.

- Posso ir lá com o papai agora? - Perguntei fazendo uma cara de cansado para convencê-la. 

- Pode, pode... vai! - Ela mexeu as mãos. 

Comecei a andar procurando onde meu pai está, - se é que lembro por onde vim -  olhei para trás e vi minha mãe entrar em uma loja de sapato. Virei um corredor e dei de cara com Floyd, o gordinho meio emo que vive com aquela cambada de incompetentes, todavia, não tenho nada contra ele. Acho que é o único que não tem maldade no coração, quer dizer, ele e aquelas duas meninas: Anastasia e Francesca. Já Cooper, Spike e Pandora; são três atentados. 

- Oi, Morgan! - Ele sorriu e se afastou um pouco. 

Não sou tão alto, também não sou baixo, porém, perto dele, fico um poste.

- Oi! - Sorri - Tudo bem? 

- Sim, sim! - Ele riu de nervoso - E você?

- É... - Olhei para o lado. 

- Como tá Jonathan? - Perguntou se aproximando de mim.

Senti um pontada estranha no peito e meu rosto esquentou.

- Não faço a menor ideia! - Respondi simplesmente.

- Ué... - Floyd franziu o cenho - Você são namora... 

- Não mais! - Interrompi. 

- O que aconteceu?! - Ele pareceu super preocupado.

- Pergunta pra ele... - Passei por Floyd e olhei pra ele por cima dos ombros - E pra Pandora... até mais! 

O deixei parado lá, corri para o banheiro e me apoiei na bancada da pia. 

- Esquece ele, Morgan, ele não presta - Falei para mim mesmo. 

Levantei o olhar para o espelho e me assustei com o que vi. Olheiras medonhas,  pálpebras avermelhadas e boca seca. Me virei para o espelho comprido atrás de mim e observei meu corpo. Pousei as mãos sobre o meu quadril. Pareço as irmãs Kardashian. Pernas finas e uma cintura enorme. Tá, estou exagerando, mas meu corpo continua sendo meio feminino. 

Sai do banheiro com aquela imagem horrível do meu corpo em mente, quando avistei meu pai, sentado em uma cafeteira no meio do shopping. Corri para lá e ao chegar mais perto, vi que comia um brownie e um café escuro. Brownie... droga! 

- Oi, pai! - Acenei devagar.

- Aí estava você - Ele sorriu - Vai lá e pega o seu achocolatado. 

- Tá bem - Fui no balcão e uma mulher baixinha me atendeu. 

Voltei pra mesa e sentei na cadeira a frente. Escutei dois meninos na mesa ao lado comentarem algo do tipo: Aquele cara parece o Alfred Pennyworth do último filme do Batman, só que mais novo.

Meu pai é a mistura de dois personagem: esse tal de Alfred e o Negan do The Walking Dead. A diferença entre eles e o meu pai é que ele é bem mais alto e tem os cabelos super pretos, como o meu. Ele é uma girafa, ele tem mais de um e noventa, certeza.  

- Aqui está, senhor! - Disse a garçonete que subitamente apareceu do meu lado deixando meu pedido sobre a mesa. 

- Obrigada! - Sorri, tirei o canudo do plástico e enfiei dentro da bebida. 

Suguei vagarosamente o líquido. 

- Satisfeito? - Questionou meu pai com uma "cara de cú".

- Aham... - Tomei o segundo gole e senti outra pontada fortíssima no meio do peito.

Eu havia tomado essa bebida na primeira vez que vi Jonathan; na cafeteira... 

 


Notas Finais


Me avisem dos erros.


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