Jonathan P.O.V.
Despertei vagarosamente. Uma luz forte invadiu meus olhos. A imagem demorou para se formar, e quando se formou, era de um teto branco estático.
Fiquei minutos olhando para um ponto fixo. Até uma voz doce e preocupada me interromper. Olhei pra o lado que o som veio e encontrei minha mãe, com os olhos avermelhados.
- Jonathan, o que aconteceu?!
- Eu-e... - Minha voz falhou - Eu estava n-na praia. Deu um temporal. B-Bati com a cabaça.
- Desde pequeno falo isso pra você - Ela colocou sua mãos quentes no meu rosto - Por que não saiu de lá?
- Nós não percebemos. O-Onde estão eles? - Perguntei, tentando olhar para o quarto todo.
- Esta tudo bem com eles. Estão lá fora. Desesperados...
- Posso vê-los?
- Claro, claro - A mesma saiu do quarto às pressas.
Percebi que meu pai e Jude também estavam no quarto, mas do outro lado, num sofá.
- Oi... - Falei com um sorriso idiota.
Meu irmão, do nada, começou a chorar.
- Eu achei que você ia morrer! - Gritou.
- Jude! Shhh, quietinho - Meu pai colocou o dedo frente aos lábios.
- Eu estou bem. Foi só bobeira minha ter ficado lá.
Meu pai olhou sério para mim, reprovando com a cabeça.
- Eu sei, eu sei.
- Sabe? Você podia ter morrido, filho! - Ele se levantou e veio em minha direção - Não é apenas saber. É não fazer de novo.
- Eu sei. Compreendo. Não vou fazer de novo, tá bom?
Minha mãe entrou e junto com ela os cinco.
- Cara, que susto você me deu - Disse Cooper.
- Eu também levei um susto - Falei rindo.
Olhei para Floyd, Anastasia e Francesa que ficaram no fundo do quarto. Eles estavam pálidos.
- Você vai ficar bem, não vai? - Questionou Spike, forçando um sorriso para esconder o nervoso.
- Eu vou. Acho... - Olhei para os meus pais - Eu vou?
Eles balançaram a cabeça positivamente.
- Ótimo, ótimo - Cooper olhou para seus amigos - Temos que ir. Nossos pais devem estar preocupados também.
- Sim, vão logo - Disse minha mãe.
Eles se despediram de mim.
- Quer comer alguma coisa? - Indagou meu pai.
- É. Quero...
- Vou avisar a enfermeira - Minha mãe mais uma vez saiu do quarto.
- Você é muito burro - Disse Jude, ainda soluçando.
- E você ficou preocupado com o burro aqui, então quietinho.
Jude veio até mim. Era engraçado como a cama do hospital era mais alta que ele.
- Posso te dar um abraço? - Perguntou envergonhado.
- Vem aqui!
Ele subiu em cima da cama e me abraçou. Aquele abraço era tudo o que eu precisava.
- Não morre, tá?
- Tá bom - Beijei a sua bochecha.
Ela voltou com a enfermeira, que trouxe uma sopa.
- Sente-se, por favor - Ordenou.
Meu irmão saiu da cama e eu sentei devagar. Ela estendeu uma mesa sobre minha pernas e colou a sopa ali.
- Se precisar de mais alguma coisa, é só me chamar - A enfermeira saiu.
A sopa não estava ruim. Muito pelo o contrário. Me surpreendi, já que comida de hospital tem a fama de ser ruim.
Depois, voltei a dormir, pois minha cabeça começou a doer.
Fiquei sabendo que levei uns quarenta pontos.
(Quebra de tempo)
- Jonathan, Jonathan... - Chamou a voz feminina - Acorda. Tem alguém aqui que quer te ver - Provavelmente era minha mãe falando.
Abri os olhos devagar.
- Vou deixar vocês dois sozinhos, está bem? - Disse e saiu.
A porta se abriu. Dela, apareceu um menino magro de olhos azuis. Demorei para reconhecer quem era.
- Morgan? - Meu corpo esquentou e eu tentei me sentar.
- Não, não. Não levante! - Disse fazendo um gesto com a mão.
Ele colou seu casaco numa poltrona e veio em minha direção.
- O que aconteceu? Você está bem?
Eu não conseguia falar. Ele está na minha frente depois de tudo aquilo que aconteceu?
- Esqueça nós dois, tá bem? - Ele revirou os olhos - Só me responda, por favor!
- S-Sim - Balancei a cabeça.
- Tá, mas o que aconteceu? - Ele se aproximou mais.
- Eu estava mergulhando. Uma chuva forte começou a cair. O mar ficou violento e eu fui jogado contra uma pedra - Expliquei, o fitando nos olhos.
- Você é idiota, Jonathan?! - Morgan se irritou - Sabe o quão perigoso é ficar na água quando está chovendo?! E se tivesse caído um raio?! Você estaria morto!
- Eu sei. Sabe quantas vezes eu ouvi isso hoje? Estou ciente da besteira que fiz, tá?
- Ciente ou não, e se em vez de estar na cama de um hospital, você estivesse num caixão?
Morgan tem um poder incrível de ser demasiado.
- Não acha que está sendo exagerado? - Arqueei a sobrancelha.
- Eu não sou exagerado, Jonathan. É só que eu fiquei muito preocupado, porque eu te... - Ele parou de falar subitamente. Mas eu sabia o que ele ia dizer.
- Morgan...
- Não. Eu preciso ir. Meu pai está me esperando.
- O que?! Mas você ficou tão pouco. Nem falou comigo direito. Que tipo de visita é essa?
- Eu sei. Tenho que ir a uma festa de aniversário. Só queria ver como você estava.
- A essa hora da noite? - Suspeitei - Está querendo se livrar de mim? Não que me dizer o que você ia falar? Pois saiba que eu sei - Sorri malicioso.
Morgan abriu um sorriso tímido.
- Se você sabe, ótimo - Disse chegando bem perto de mim - Assim não preciso dizer.
- Mas eu quero ouvir de você... por favor...
Ele apenas negou com a cabeça. Ficou na ponta dos pés e me deu um beijo na testa.
- Fica bem... - Cochichou no meu ouvido.
Fiquei arrepiado. Sem contar que pude sentir o seu cheiro. O cheiro que eu tanto amava e que tanto necessito nesse exato momento.
- Não. Não vai. Espera aí! - Insisti.
- Tchau, Jonathan!
Ele veio me visitar. Isso quer dizer que ele se importa comigo. Parece que ainda não acabamos.
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