Jonathan P.O.V.
Acordei num solavanco. O avião tinha pousado. Olhei para o lado, a maioria das pessoas ainda dormiam, inclusive Morgan. Apenas algumas haviam despertado.
Olhei pela janela, tentando não acorda-lo. O sol estava enfático, mas o clima lá fora parecia estar gélido.
Senhores passageiros, tivemos êxito no pouso, disse o piloto.
Era óbvio que tivemos sucesso, não morremos.
- Ei, Morgan... - O balancei com cuidado - Acorde.
- Hmmm... - Grunhiu ele - Chegamos?
- Aham.
Aguardem a permissão para sair, falou a voz chata da mulher.
As pessoas, aos poucos, iam se levantando e pegando seus pertences guardados no porta-malas do avião.
- Vem, vamos - O chamei.
Ele se espreguiçou, pegou as suas coisas e se levantou.
- Deve estar frio lá fora - Comentou - Trouxe casaco?
- Não tenho certeza. Mas se não, compro um.
- Tá bom... - Bocejou.
O avião estacionou e alguns segundos depois, as portas laterais se abriram, e todos começaram a sair.
- Alguém vem nos buscar? - Perguntei, entrando no tubo.
- Sim, minha vó provavelmente mandará Robert nos buscar - Respondeu, tirando o seu celular da bolsa.
- Robert? - Franzi o cenho.
- É - Ele discou um número - O mordomo dela.
- Está ligando pra quem?
- Pra ela. Vou avisar que chagamos - Morgan colocou o aparelho no ouvido.
Olhei para os lados. Não entendia noventa por cento do que as pessoas diziam. É claro, eu falo inglês, não italiano, e muito menos francês.
- Ciao, estamos aqui - Disse ele, animado - Uhum. Tá bom - Desligou - Robert já está aqui.
Fomos pegar nossas bagagens. Uma das malas de Morgan, demorou para vir. Ele surtou, e quase subiu em cima da esteira. Por sorte, nada aconteceu com a bagagem.
- Precisava fazer vexame? - Falei irritado.
- As minhas melhores roupas estavam naquela mala, sem contar que meu relógio Rolex Pearlmaster 39 está aqui dentro - Ele olhou para a mala quase perdida.
- Pera aí - Torci o nariz - Você comprou um relógio rosa?!
- Sim! - O mesmo olhou para mim por cima do ombro - Adoro rosa. Algum problema?
- Não, não. Claro que não. É só que... você é bem feminino para um menino.
- Sou mesmo - Deu de ombros - Eu adoro preto, rosa e dourado. Se quiser me dar algum presente, me de com essas cores.
- Ok. Vou anotar - Fingi escrever em algo.
Havia uma BMW x4 preta nos esperando. Na frente dela, um senhor alto de cabelos grisalhos, que supostamente seria o tal Robert.
Morgan acenou para ele, e o homem apenas sorriu.
- Ciao, quanto tempo, não? - Os dois se abraçaram - É bom vê-lo de novo Robert.
- Igualmente, senhor - Ele olhou para mim - E quem é este?
- Esse é o meu namorado.
- Prazer, Jonathan - Me apresentei. O homem estendeu sua para mim e a peguei.
- Entrem.
Tentei prestar atenção em cada detalhe. Não iria cometer o mesmo erro de antes. Los Angeles me mostrou que todo lugar tem seus designs, seus costumes, seus "tipos de gente", seus mistérios e seus defeitos, então aqui também tem.
- Vocês desceram no aeroporto de Washington, certo? Perguntou Robert.
- É horrível! - Respondi rápido - Muita gente.
Ele riu.
- Tenho que concordar.
- Não estou dizendo que o local é deplorável, porém, é muita gente. Gritando e empurrando - Continuei.
- O que você esperava? - Intrometeu-se Morgan - É um estado famosíssimo.
- É. Eu sei, tá. Eu sei - Cruzei os braços.
Fiquei abismado. De boca aberta quando chegamos a Monte Carlo. Era lindo. Várias casas e prédios enfileirados em escadas até o mar cheio de barcos, lanchas e iates. É claro que já estou meio que acostumado com todo esse luxo, mas é impossível não se impressionar.
Robert entrou em uma ruazinha movimentada e parou em frente a um prédio um tanto alto. Saímos do carro e o homem tirou nossas bagagens do porta malas e as levou para dentro.
Um outro homem, porém mais novo, saiu de dentro na recepção. Pelo que constava no crachá, o nome dele era Felipeh. Ele levou o carro ao estacionamento.
Entramos e fomos direto ao elevador. Nós ficamos nos olhando.
- Estou nervoso - Comentei.
- Por que?
- Vou conhecer sua vó. Ela é do tipo que joga na cara que não gosta?
- Não - Ele balançou a cabeça rindo - Quer dizer, talvez sim. Eu não sei.
Fomos até o fim do corredor e paramos em frente a uma porta grande e branca. Morgan tocou a campainha e o próprio Robert atendeu a porta. Que senhor rápido.
- Oi, vovó! - Ele correu até uma senhora de cabelos brancos e a abraçou.
Fiquei parado na porta, sem saber o que fazer, envergonhado. Robert riu para mim de um jeito como se dissesse: se fodeu, tá conhecendo a família do namorado.
- Quanto tempo não te vejo, querido - Falou a de mais idade - É bom vê-lo de novo. Como está sua mãe?
- Ela está ótima. Ah, preciso lhe apresentar alguém - Morgan olhou para mim e eu fui até ele - Meu namorado.
A senhora arregalou os olhos.
- Mas que menino lindo! É o mais bonito que vc já trouxe para cá.
- Vó!
"O mais bonito que você já trouxe aqui." Como é que é?! Depois, depois. Deixa pra lá.
- Prazer, Jonathan - Cumprimentei-a Jonathan Martinez.
- O prazer é todo meu. Me chamo Eleonora Roux, mas pode me chamar de vó.
Eu ri, me sentindo mais a vontade. Ao contrário de Morgan, que revirou os olhos e bateu a mão na testa, fazendo um estalo.
- Claire! - Eleonora chamou alguém - Venha ver o namorado do seu sobrinho.
Uma mulher magra, de cabelos negros e nariz fino apareceu do corredor.
- Ah, eu não acredito - Ela colocou as mãos no rosto - Prazer, Agnes Claire.
- Prazer, Jonathan - Sorri - Por acaso, que é mais do que óbvio por sinal, seria a irmã da mãe dele?
- Isso mesmo - Ela sorriu dando um risadinha simpática.
Agora me digam, por que caralhos as duas tem nomes compostos? Belle Desiré e Agnes Claire. Será mania de Eleonora? Fiquei até com medo de Morgan ter um segundo nome e eu não saber.
- Robert, mostre os aposentos aos garotos - Ordenou a mais velha.
- Ah, vó - Ele balançou a cabeça - Acho que não precisa disso. Eu sei onde fica o nosso quarto.
- Está bem. Fiquem a vontade.
Morgan me puxou para irmos ao tal aposento que passaríamos os dias. O apartamento, assim como o meu e o dele, é cheio de cômodos, a diferença entre, é que esse aqui tem um aspecto mais claro. Tem um estilo praiano. Com vidros que refletem azul e mármore branco.
- Ei, que tal andarmos por aí? - Ele deixou a pequena mochila em cima da cama, pegando o celular e um cartão - Pra não ficar no quarto.
- Tá bom - Dei de ombros - Ótima ideia, na verdade.
Voltamos a sala, onde Eleonora e Claire, estavam sentadas no sofá conversando.
- Nós vamos sair. Quero mostrar a cidade. Tudo bem?
- Claro, claro - Concordou sua tia - Esse lugar é muito lindo. Vão logo.
Na rua, dificilmente você via alguém "simples", digamos assim. Havia muita gente falando francês, italiano e inglês, mas uma minoria falava línguas estranhíssimas.
- Eu preciso tomar um soda Italiana - Exigiu a si mesmo - Aliás, quero te apresentar alguém.
- E o que esse alguém é de você? - Cruzei os braços, imaginando algo que eu não queria que acontecesse.
- É sério isso? - Ele cerrou os olhos e sua narinas se alargaram.
- Olha, depois desse negócio todo do seu amiguinho Christian, eu tô atentado.
- Não começa com esse ciúmes. Eu só quero te apresentar a uma amiga, de infância. Você vai gosta dela.
Fomos até um bar-restaurante na esquina. Havia uma decoração simples para um lugar perfeito para ostentação.
- É você mesmo?! - Uma menina loira, de baixa estatura, saiu de trás do balcão - Que saudades!
- Eu também estava - Morgan abraçou-a - Quanto tempo, não?
- Sim! Faz o que? - A garota olhou para cima - Uns sete ou oito meses que não te vejo? Quase um ano.
- Aham - Balançou a cabeça - Ei, quero lhe mostrar alguém.
A menina olhou para mim. Ela já sabia quem era esse alguém, pois eu estava parado que nem um "dois de paus".
- Não vai me dizer que... - Colocou as mãos no rosto - É o seu namorado?
- Olá, sou Jonathan Martinez - Sorri e estendi minha mão - Você é?
- Emma - Sua mão apertou a minha - Emma Thompson. O seu namorado é muito lindo Morgan!
Ela arregalou os olhos.
- Desculpa, desculpa. Escapou, mas é verdade - Riu de nervoso.
- Tudo bem. Eu sei que tive sorte - Morgan olhou para mim e mordeu o lábio.
- Vocês querem comer alguma coisa?
- Sim, por favor - Falei antes que qualquer um - O que você tem de melhor?
- Hmmm... - A menina olhou para o balcão - Croassaint de frango. É uma delícia!
- Tá ótimo! Dois, por favor. E duas sodas Italianas.
- Sim, senhor. Só preciso esquentar o croassaint. Demora um pouco, se não se importarem.
- Não, não mesmo.
Andei até Morgan e o puxei pela mão. Entrei no banheiro e joguei ele na parede.
- Mas, o que? - Ele franziu o cenho - Que merda é essa, ficou louco?!
- Por você, sim - Lhe beijei desesperado.
- Assim do nada? - Interrompeu.
- É! Nunca mais morda o lábio olhando pra mim daquele jeito - O beijei novamente. Dessa vez com força.
Ele colocou seus braços em meus ombros e suas perna em volta de minha cintura.
- Só tem um problema... - Falou - Nós estamos num restaurante. Não vamos fazer isso aqui. Agora, com licença, que eu quero tomar minha soda.
Antes que ele abrisse a porta para sair, o agarrei pela cintura e o puxei para trás, trancando a porta.
- Ela vai demorar no mínimo dez minutos para esquentar aqueles croassaint e fazer aquelas bebidas - O fiz ficar de trás pra mim, apoiado na parede.
- O que aconteceu com você? Não pode se segurar?
- Não. Não consigo, não dá! - Abri o zíper de sua calça - Deixa só eu ouvir você gemer um pouquinho. Só um pouquinho.
Chupei seu pescoço com violência e abaixei sua última roupa. Soprei em seu ouvido, lhe proporcionando um arrepio que o fez se encolher. Então, nesse mesmo momento, penetrei dois dedos. Morgan soltou um gemido alto. Não consegui interpretar se era de prazer ou de dor.
- Você gosta disso, não gosta? - Provoquei.
- Ahn... é. Vai logo, vai...
Comecei a mover os dedos lentamente, de maneira intensa. Ele gemia longo e fechava os olhos com força. Tudo o que mais gosto, é vê-lo assim. Nesse estado. Mole e rendido.
- Morgan, Jonathan, está pronto! A onde é que vocês estão?! - Gritou Emma do lado de fora.
- Hm... ahn, para... - Ele balançou a cabeça rápido, tentando tirar o êxtase - Para.
- Droga! - Revirei os olhos, nervoso - Quando é que vou poder foder você?
- Foder? - Morgan levantou a calça - É fazer amor. Não seja bocudo.
- Tanto faz - Dei de ombros e sai do banheiro.
A garota olhava para todos os lados a nossa procura.
- Desculpa, estávamos no banheiro. Tínhamos que lavar as mãos, não é? - Fingi normalidade.
- Ah, sim. Perdão. É que eu achei que vocês tinham dado o fora. Muitas vezes fui preparar a comida e a pessoa foi embora. É um saco!
- Nós não faríamos isso - Ele saiu do banheiro.
- Você está bem? - Emma perguntou - Está super vermelho.
- Ah, é que... - Morgan me fitou - Estou corado. Eu tô muito feliz de estar aqui. É isso.
- Que bom - Ela bateu palminhas - Fiquem a vontade.
- Obrigado.
(Quebra de tempo)
Morgan ficou enchendo o saco o caminho todo de volta pra casa. Dizendo que eu devia aprender a me controlar, e que seu orifício anal - como diz ele, educadamente - estava dolorido.
Quando chegamos na residência de sua vó, encontramos Claire, bebendo vinho na bancada da cozinha, falando com a Belle - sua mãe - no telefone. Elas são bem parecidas, não posso dizer que são idênticas. Claire parece um pouco mais velha, mas as duas são igualmente lindas. Não, não tô apaixonado pela mãe e tia do meu namorado.
Ele foi direto ao banho, e como é meio óbvio, fui depois. Eu estava cansado; muito. Quando me deitei na cama, que era exageradamente grande, eu parecia estar no céu.
- Então, o que achou? - Morgan perguntou, desenrolando a toalha da cabeça.
- Do que, especificamente?
- Do lugar. A casa da minha vó, a cidade - Ele se deitou em meu peito e pude sentir o cheiro de pêssego inalar do seu cabelo.
- É tudo muito lindo. E elas são muito legais - Respondi, olhando para o teto.
- Que bom. Eu nem sabia que a tia Claire estaria aqui. Acho que ela está a visita também.
- Ela é bonita. Como a sua mãe - Soltei sem querer.
- O que? - Ele riu - Tá, concordo. Se eu sou lindo, minha mãe tem que ser. Aliás, sou o que sou por causa dela. Por causa do meu pai também, ele é muito gostoso.
- Fica quieto - Falei rindo.
Um silêncio pairou no quarto. Esse quietude só me deixa mais sonolento, quando o celular de Morgan toca.
- Alô? - Atendeu - Ah, oi Emma. Aham... é uma boa ideia. Acho que ele vai gostar. Não temos nada pra fazer mesmo. Tudo bem, nós não estávamos dormindo ainda. É... tchau. Boa noite - Desligou.
- O que ela disse? - Questionei curioso.
- Emma nos convidou para ir em uma festa amanhã. Não sei na casa da quem vai ser, mas ela disse que vai dar legal e que vai deixar o endereço no celular.
- Ah, legal. Eu queria ir mesmo numa festa. Sei lá, pra descontrair.
- É, legal...
Aquele silêncio novamente de estabeleceu.
- Vamos dormir logo, pra ter energia amanhã - Disse - Eu te amo, meu amor - Me deu um beijo.
- Eu também te amo. Boa noite, meu menino - Lhe apertei forte e dormi.
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